Priscila Meneguzzi Goulart. Cuiabá A Utilização da Carboxiterapia nas principais Disfunções Estéticas: Uma Revisão de Literatura

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Transcrição:

1 Universidade São Marcos Pró Reitoria de Pós Graduação e Pesquisa Centro de Estudos Avançados e Formação Integrada Pós- Graduação em Fisioterapia Dermatofuncional A Utilização da Carboxiterapia nas principais Disfunções Estéticas: Uma Revisão de Literatura Priscila Meneguzzi Goulart Cuiabá 2012

2 Universidade São Marcos Pró Reitoria de Pós Graduação e Pesquisa Centro de Estudos Avançados e Formação Integrada Especialização em Fisioterapia Dermatofuncional A Utilização da Carboxiterapia nas principais Disfunções Estéticas: Uma Revisão de Literatura Priscila Meneguzzi Goulart Projeto de pesquisa realizado como exigência parcial para aprovação do curso de especialização em Dermato Funcional pela Universidade São Marcos/ CEAFi. Orientadora: Francismeire Rodrigues. Cuiabá 2012

3 RESUMO INTRODUÇÃO: Atualmente, a carboxiterapia é uma das melhores terapias para associarmos ao tratamento das disfunções estéticas, por não ser um método cirúrgico é mais uma técnica importante com a qual podemos contar na área da estética. A fisioterapia estética, renomeada como fisioterapia dermato-funcional, está cada vez mais em evidência. OBJETIVO: Reunir o conhecimento já existente sobre a carboxiterapia e abordar com maior clareza suas principais finalidades no tratamento estético do fibroedema geloide (celulite) e lipodistrofia (gordura localizada). METODOS: Afim de melhor definir essa área de atuação profissional, procedeuse a uma revisão bibliográfica de duas disfunções estéticas nas quais o fisioterapeuta pode atuar, associada a carboxiterapia, são elas o Fibro Edema Geloide e lipodistrofia localizada. RESULTADOS: Por ser um campo recente, ainda há muito a ser explorado e novas pesquisas devem ser realizadas na busca de evidências científicas para o melhor embasamento dos recursos e técnicas disponíveis ao fisioterapeuta, possibilitando assim a articulação desse área com as demais da fisioterapia, como a ortopedia, respiratória, entre outras. A crescente busca pelos tratamentos estéticos tem sido notável nos dias atuais, porém, a maioria deles sem comprovação científica. CONCLUSÃO: O FEG e a Lipodistrofia são disfunções de etiologia complexa e sua fisiopatologia envolve mecanismos multifatoriais, a carboxiterapia se destaca como uma proposta de tratamento não-cirúrgico que atua diretamente na causa do FEG e da Lipodistrofia. A fisioterapia na especialidade Dermato-Funcional vem proporcionando melhora funcional estética.. Palavras Chaves: Carboxiterapia, lipodistrofia, Fibro edema geloide

4 ABSTRACT INTRODUCTION: Currently, Carbon dioxide therapy is an associate of the best therapies for the treatment of cosmetic disorders, because it is not a surgical method is another important technique with which we can expect in the field of aesthetics. The aesthetic physiotherapy, physiotherapy renamed dermato-functional, is increasingly in evidence. OBJECTIVE: To gather existing knowledge about the carbon dioxide therapy and address more clearly its main purposes in the aesthetic treatment of cellulite and lipodystrophy (localized fat). METHODS: In order to better define this area of professional activity, we proceeded to a literature review of two aesthetic disorders in which the therapist can act associated with Carbon dioxide therapy, they are the cellulite and localized lipodystrophy. RESULTS: As a new field, much remains to be explored and further research should be conducted in the pursuit of scientific evidence for the basis of the best resources and techniques available to the physiotherapist, allowing the articulation of this area with other physical therapy, as orthopedics, respiratory, among others. The growing demand for aesthetic treatments has been impressive today, but most of them without scientific evidence. CONCLUSION: The Cellulite and Localized Fat are dysfunctions of complex etiology and pathophysiology involves multifactorial mechanisms, the carboxiterapia stands as a proposal for a non-surgical treatment that works directly on the cause of the EGF and Lipodystrophy. Physiotherapy in Dermato-Functional specialty is providing aesthetic functional improvement. Keyword: Carbon dioxide therapy, Lipodystrophy, cellulite

5 INTRODUÇÃO Há mais de 15 anos a carboxiterapia já fazia sucesso na Itália. No Brasil o Dr. Juan López foi um grande incentivador do tratamento com o dióxido de carbono. O tratamento é usado preferencialmente contra o fibro edema geloide, a flacidez, bem como o principal método complementar na lipodistrofia e nas estrias (1). Desde então vários trabalhos foram publicados sobre o tratamento do dióxido de carbono, entre eles: Ambrosi, na França (1976). Destaca o tratamento de arteriopatias periféricas. Grosshans; Gensch, na Alemanha (1987). Usado no uso de patologias dolorosas do aparelho locomotor. Fabry et al, na França (1995). Destaca a potencializarão do efeito Borh. Brandi et al, na Itália (2001) Utilização na lipodistrofia (1). A utilização da Carboxiterapia se dá por intermédio de um aparelho especialmente preparado que nos permite regular a velocidade do fluxo, o tempo da injeção e o monitoramento da porcentagem de dose injetada. A técnica utiliza o dióxido de carbono, um gás não tóxico, não embólico e presente normalmente como intermediário do metabolismo celular. O CO2 medicinal atua na zona afetada e sua eliminação é muito rápida (1). Segundo Corrêa (2). não existem muitas contra-indicações e que também não existem importantes reações adversas sistêmicas descritas sendo, portanto, um método seguro, de fácil execução e amplamente utilizado na Europa, México e EUA. (1,2). A Carboxiterapia é uma técnica estética não-cirúrgica, na qual gás carbônico é injetado no tecido subcutâneo utilizando- se de um aparelho com uma agulha muito fina. Dentre as contra-indicações para o uso de CO2, estão a flebite, gangrena, epilepsia, insuficiência cardiorespiratória, insuficiência renal ou/e hepática, hipertensão arterial não controlada, gestação, distúrbios psiquiátricos (1). O dióxido de carbono é injetado no subcutâneo, e ele atua, sobretudo na microcirculação vascular do tecido conectivo, promovendo uma vasodilatação e um aumento na drenagem venolinfática, outro mecanismo de atuação inclui ruptura direta da membrana adipocitária e alteração na curva de dissociação a hemoglobina com o oxigênio (efeito Bohr), promovendo assim uma verdadeira ação lipolítica oxidativa. O efeito descrito por Chistians Bohr (Efeito Bohr), ocorre porque a hemoglobina pode remover ou liberar próton de (H + ): absorve prótons e libera O 2 ou libera prótons e absorve O 2. Esse mecanismo está intimamente ligado ao transporte de CO 2, uma vez que, quando este

6 forma o acido carbônico, que libera prótons, a hemoglobina absorve prótons e libera oxigênio. Desde modo, o aumento da concentração de dióxido de carbono serve sinal para a hemoglobina liberar oxigênio, o aumento da acidez tissular estimula a lipólise, assim como a vasogênese (1). A Carboxiterapia é um termo recente em medicina, muito embora a administração terapêutica do gás carbônico (CO2) tenha se iniciado nos anos 30 na França. Há publicações cientificas do método a partir dos anos 50, embora a maior parte, porém ainda pequena, concentre-se entre 1985 e 2002. (3). Ainda para Domingues e Macedo (3). a técnica utiliza o gás carbônico (CO2) aplicado sob a pele. O mecanismo de ação do gás carbônico é, sobretudo, na microcirculação vascular do tecido conectivo, promovendo uma vasodilatação e um aumento da drenagem venolinfática. Com a vasodilatação, melhora-se o fluxo de nutrientes, entre eles, as proteinases necessárias para remodelar os componentes da matriz extracelular e para acomodar a migração e reparação tecidual, promovendo com isso benefícios estéticos. (LÓPEZ, 2003). O CO² é um gás inodoro e não provoca alergias e quando utilizado corretamente é isento de complicações e não apresenta toxicidade. O tratamento é injetado por uma agulha de 13/3 (30G x 1 / 2 ), o gás deve ser aplicado com essa agulha no subcutâneo, com distância entre os pontos de aproximadamente 20 cm, infundindo de 1 a 1,5ml / kg / ponto. As aplicações deve ser de uma a duas vezes por semana, por um período de oito a dez semanas para o tratamento de lipodistrofia e fbroedema geloide. (1). Uma inovadora e eficiente área da fisioterapia, a dermato-funcional, vem atuando no sentido de corrigir as disfunções estéticas. Esta dispõe de recursos que trabalham não só no sentido de restaurar a aparência das mulheres como também sua saúde (5). Atualmente, existe uma constante e incansável busca pelo corpo perfeito. A influência da moda, coloca as mulheres numa difícil situação, atraída permanentemente para que se ponha de acordo com os padrões de beleza atual. É numa figura magra que se encarna o desejo de muitas mulheres, mesmo que para isso seja necessário utilizar recursos duvidosos (1). O FEG é popularmente conhecido como celulite, considerado como uma doença que atinge uma estrutura caracterizada por nódulos com variações de tamanho e localização, podendo apresentar dor, acompanhada ou não na redução da função do membro acometido. A Fibro Edema Geloide localizada no tecido conjuntivo, inicia-se com um quadro edematoso

7 (originado da palavra edema, que significa acúmulo de líquido), evoluindo de forma fibroesclerótica, levando ao comprometimento do tecido gorduroso. De etiopatologia não definida, pode-se dizer que existem vários fatores que contribuem para o quadro do FEG, como por exemplo fatores genéticos, étnicos, sexuais, hormonais, neurovegetativos e emocionais (6). O FEG atinge de 85% a 98% o sexo feminino em todas as etnias na fase pós puberdade. Por ser o FEG um estado patológico do tecido conjuntivo, ele se torna alvo de utilização da cosmecêutica pela maioria das mulheres. Zirmmemann (7).cita que na região comprometida, o sistema circulatório e linfático não conseguem nutrir e oxigenar os tecidos e nem drenar as toxinas. Por isso, qualquer fator que favoreça a retenção de líquidos irá agravar o FEG. Mal oxigenado, subnutrido e sem elasticidade o tecido conjuntivo torna-se disforme e o FEG fica evidente. O FEG é uma defesa do organismo as alterações que os adipócitos estão sofrendo. Com o aumento do adipócito ocorre a compressão do seu núcleo, levando à alterações no seu ph e nas trocas metabólicas. O tecido conjuntivo fica distendido e com isso ocorre perda da elasticidade, a luz dos vasos sanguíneos aumenta e ocorre compressão nervosa promovendo dor a palpação. Em respostas a essas alterações, o organismo forma tramas de colágeno que irão tentar encapsular todo esse extravasamento do adipócito. Surge assim, o aspecto casca de laranja, que se evoluir, pode adquirir a aparência de saco de nozes, devido ao aumento do número das tramas de colágeno. A pele perde a sua forma primitiva e podem surgir distúrbios funcionais que evoluem para a doença (8). A Lipodistrofia (gordura localizada) é o acúmulo regional de tecido adiposo. Sua localização varia de acordo com o sexo: homens têm o predomínio de células adiposas na região do abdome e mulheres apresentam maior depósito em regiões femoroglúteas. Na mulher, a localização pode ser influenciada por seu biótipo, classificada como Ginóide, acúmulo em metade inferior do corpo, ou andróide, metade superior, já nos homens geralmente são na maioria classificados em androide (9). As lipodistrofias localizadas nas mulheres caracterizam-se por difícil redução de gordura intra adipocitária, que acarreta além da insatisfação corporal, patologia em órgãos e sistemas. A Carboxiterapia tem sido utilizada e muito procurada principalmente na área da estética para tratamento de Fibro Edema Geloide e lipodistrofia. Sendo assim serão essas as disfunções estéticas abordadas nesse trabalho.

8 Por ser a carboxiterapia uma técnica que está em evidência, tanto no Brasil como no mundo, em particular na área de estética, verificou-se a necessidade de um maior número de publicações e estudos científicos que possam descrever e esclarecer com maior cientificidade sobre esta terapia. Esta melhor compreensão e conhecimento poderá proporcionar aos graduandos, especialistas e profissionais da área maior segurança e confiança da aplicabilidade da terapia com dióxido de carbono e até favorecer o fomento de novas pesquisas sobre o assunto. Com isso, este estudo visa reunir o conhecimento já existente sobre a carboxiterapia e abordar com maior clareza suas principais finalidades no tratamento estético do fibroedema geloide (celulite) e lipodistrofia (gordura localizada). MÉTODO Este estudo caracteriza-se por uma revisão bibliográfica de livros e artigos nacionais e internacionais, datados de 2001 a 2011, com o objetivo de discutir as principais bibliografias que abordam a carboxiterapia relacionando este ao tratamento do fibroedema geloide (celulite). Os artigos foram levantados a partir de bases de dados, como o Medline, Pubmed, Scielo, Lilacs e Biblioteca Cochrane, através dos termos corboxiterapia, fibroedema geloide, dióxido de carbono, e gordura localizada sendo utilizados de acordo com a relevância para este artigo. DISCUSSÃO Pimentel (1), defende a ação lipolítico-oxidativa, essa faz com que o CO 2 atue diretamente na causa do Fibroe dema Geloide (FEG), quebrando o circulo vicioso que envolve a alteração bioquímica do interstício (aumentado a viscosidade), a estase vênulocapilar com a hipoxigenação e consequente sofrimento do adipócito, levando a lipogênese e à hipertrofia. Isso leva a vasodilatação arteriolar do tipo ativo, isto é, ação direta do CO 2 sobre o miócitos vascular, celular que constitui os músculos dos vasos sanguíneos, o CO 2 prevalece em nível local ou seja, no local onde é injetado no tecido subcutâneo e é

9 indiretamente mediado pelo sistema nervoso simpático, podendo então o CO 2 ser identificado pelo sistema nervoso, e este faz com que ocorra a vasodilatação vascular desejada (1). Corrêa (2), demonstram que o uso da carboxiterapia no FEG em 15 mulheres que apresentavam FEG em região glútea, O tratamento consistiu em 10 sessões consecutivas, realizadas 2 vezes por semana, em dias alternados, com duração de 30 minutos cada sessão, sendo 10 minutos de aplicação para cada glúteo. obteve respostas positivas. Isto pode ser confirmado através da análise estatística onde 40,47% apresentaram a redução dos graus do FEG. Outro aspecto relevante foi à melhora de 33,78% na escala analógica visual da dor, sendo assim favorável ao comprometimento das participantes para conclusão dos estudos. Neste estudo nenhum importante efeito colateral associado ao uso do gás carbônico foi encontrado. Acreditamos que a carboxiterapia é uma terapia segura e sem grandes contraindicações, constituindo-se portanto, num recurso fisioterapêutico dermato-funcional ao alcance daqueles que possuem capacidade técnica para o manuseio do equipamento e do gás carbônico. Devido à melhora na microcirculação e da ação lipolítica oxidativa a terapia com gás carbônico pode ser um tratamento importante e eficaz para a redução do FEG (2). Embora pesquisas sobre o efeito direto da carboxiterapia no fibro edema gelóide é insuficiente, as literaturas revisadas demonstraram o mecanismo de ação do gás carbônico envolvendo a microcirculação, alteração da curva de dissociação da hemoglobina e a ação lipolítica oxidativa. Esses fatores atuam diretamente na histopatologia do FEG que engloba desde uma fase de estase venosa linfática até a evolução para um quadro de fibrose cicatricial, atrófica, irreversível (10). Em outro estudo, Brandi (11).; investigaram o efeito da Carboxiterapia no tratamento da irregularidade da pele pós-lipoaspiração e na melhora da flacidez cutânea. A técnica se mostrou eficiente, sendo abordada pelos autores como um procedimento seguro, eficaz e sem grandes efeitos colaterais. Ao injetar o CO 2 produz-se uma hiperdistensão do tecido subcutâneo, liberando, bradicinina, serotonina, histamina e catecolaminas que estimulam os receptores beta adrenérgicos, causando o efeito lipolítico. Injetado no tecido adiposo parte do CO 2 vai aos glóbulos vermelhos e, o entrar em contato com a hemoglobina, cede o oxigênio aos tecidos, estimulando ainda mais a lipólise (1). Tavares (12), desenvolveu e publicou um estudo experimental em roedores, no qual demonstrou por meio de biópsias, que as injeções intradérmicas de CO2 incrementam a produção de colágeno na pele os pesquisadores afirmam que a analgesia observada é

10 conseqüência de um aumento local do fluxo sanguíneo. Parece ser que existe também um efeito mecânico ao aplicar o dióxido de carbono, sendo este efeito direto sobre os receptores dérmicos de Golgi e Paccini e ao ser estimulados se produz sínteses e liberação de substâncias como bradiquininas, histamina, serotonina e catecolaminas, estas substâncias podem ser as mediadoras do efeito analgésico e anti-inflamatório da carboxiterapia. (Journal of Drugs in Dermatology, march 2008) (12). Na pesquisa de Brandi (13)., a carboxiterapia foi utilizada em 48 mulheres com idade de 24 a 51 anos de idade que apresentavam gordura localizada em coxa, joelho e ou abdômen. Os resultados apontaram uma redução na circunferência das partes submetidas à injeção subcutânea do gás carbônico, sendo também relatado o efeito indireto da técnica na melhora da microcirculação e na ação lipolítica. De acordo com as pesquisas realizadas, esta técnica atuaria estimulando receptores Beta adrenérgicos no tecido adiposo, o que originaria lise da gordura armazenada no adipócito. Esta ação teria como intermediária a enzima adenilato ciclase e ocasionaria incremento do AMP cíclico tissular e liberação de triglicerídeos à corrente sanguínea. Brandi et al 2001 demonstraram com estudos anatomopatológicos lise dos adipócitos sem dano no tecido conectivo adjacente e concluíram assinalando à carboxiterapia como um procedimento válido para o tratamento de adiposidades localizadas (13).

11 CONSIDERAÇÕES FINAIS O FEG e a Lipodistrofia são disfunções de etiologia complexa e sua fisiopatologia envolve mecanismos multifatoriais, ou seja, edema, estase venosa, tecido mau oxigenado e mau nutrido, acumulo de gordura nas células adiposas em regiões localizadas. Seus aspectos desagradáveis promovem, nas pessoas acometidas, uma busca para o seu tratamento. Apesar da existência de inúmeros tratamentos, a carboxiterapia se destaca como uma proposta de tratamento não-cirúrgico que atua diretamente na causa do FEG e da Lipodistrofia. Promovendo uma ação lipolítica oxidativa quebrando o círculo vicioso melhorando a drenagem veno-linfática o fluxo de nutrientes e consequentemente o aspecto das disfunções estéticas relatadas. A carboxiterapia tem sua aplicação cada vez mais comum em consultórios médicos, principalmente por fatores estéticos, pelos seus diversos benefícios na saúde dérmica. Por ser uma área de atuação muito recente, a pesquisa científica efetuada por profissionais que aí atuam em especial fisioterapeutas ainda é escassa. No entanto, este levantamento bibliográfico permitiu observar que há na literatura científica embasamento para justificar a escolha das patologias englobadas, porem ha pouca publicação com relação a carboxiterapia nessas disfunções estéticas. Há necessidade de se ampliar o número de pesquisas científicas, consolidando assim a fisioterapia dermatofuncional como uma área relevante no contexto da saúde brasileira.

12 REFERÊNCIAS 1. PIMENTEL AS. Medicina e Cirurgia Estética no Consultório. Vol. 2, São Paulo: LMP; 2008. 2. CORRÊA MS, et al. Análise da eficácia da carboxiterapia na redução do fibro edema gelóide: estudo piloto. Rev Fisioter. 2008. 3. DOMINGUES ACS, MACEDO CSA. Efeito microscópio do dióxido de carbono na atrofia linear cutânea, em Belém/PA [monografia]. Belém: Faculdade de Fisioterapia/UNAMA; 2006. 53p. 4. LOPEZ JCD. Carboxiterapia. São Paulo: Clinica Estetica Brasil, São Paulo, 2003. 5. CORRÊA MB. Efeitos obtidos com a aplicação do ultra-som associado à fonoforese no tratamento do fibro edema gelóide, em Tubarão/SC [monografia]. Tubarão: Faculdade de fisioterapia/faculdade do Sul de Santa Catariana; 2005. 80p. 6. BACELAR VCF, VIEIRA MES. Importância da vacuoterapia no fibro edema gelóide. Rev. Fisioter. Bras. Vol. 07 Nº 06, p. 440-443, 2006. 7. ZIMMERMANN, L. Celulite. Revista Vida Estética. Rio de Janeiro, v.112, p. 48-55, 2004. 8. LEITE RG. Fisioterapia dermato-funcional: uma área em observação, em Rio de Janeiro/RJ [monografia]. Instituto Brasileiro de Medicina de Reabilitação (I.B.M.R.). Faculdade de Ciências e Saúde, Rio de Janeiro, 2003. 9. GUIRRO E, GUIRRO R. Fisioterapia dermato-funcional: fundamentos, recursos, patologias. 3a ed. São Paulo: Manole; 2002. 10. PARIENTI IJ. Medicina Estética. São Paulo: Andrei. 2001, p. 39-49. 11. BRANDI CD. et al. Carbon Dioxide Therapy: Effects on skin irregularity and its use as a complement to liposuction. Aesth Plast Sug, 2004. 12. TAVARES J. Journal of Drugs in Dermatology, march 2008. Disponível no site www.jddonline.com. 13. BRANDI CD. et al. Carbon dioxide therapy in the treatment of localized adiposities: Clinical study and histopathological correlations. Aesth Plast Surg. 2001 (25): 170-170.