ENVELHECIMENTO ATIVO: UMA PROPOSTA DE ATIVIDADE FÍSICA ALIADA A EDUCAÇÃO EM SAÚDE CONTINUADA

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Transcrição:

ENVELHECIMENTO ATIVO: UMA PROPOSTA DE ATIVIDADE FÍSICA ALIADA A EDUCAÇÃO EM SAÚDE CONTINUADA Kamilla Barbara Arruda Duarte; ²Jhonatan Carlos Terêncio; 3 Karina do Valle Marques ¹Autora, acadêmica do curso de fisioterapia na Universidade Federal de Uberlândia e bolsistas do projeto de extensão ² Co-autor, acadêmico do curso de fisioterapia na Universidade Federal de Uberlândia e bolsistas do projeto de extensão 3 Orientadora, Coordenadora do projeto de extensão e professora da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Uberlândia Universidade Federal de Uberlândia/MG Email: kamilladuarte@yahoo.com.br INTRODUÇÃO O envelhecimento populacional é considerado um dos grandes desafios mundiais. No Brasil, observa-se o crescimento da população de idosos de forma acentuada, o qual pode ser denominado de transição epidemiológica. 1 As estimativas para 2020 indicam que a população idosa poderá exceder trinta milhões de pessoas, chegando a representar quase 13% da população, e com isso o Brasil passará de décimo sexto país na posição mundial para o sexto país do mundo em número de idosos. 2,3 Para ser considerado idoso, o indivíduo deve ter 60 anos ou mais. 4 O declínio biológico é visto como um dos pilares do envelhecimento, geralmente acompanhado de doenças e dificuldades funcionais e os fatores extrínsecos podem influenciar na magnitude dessas aquisições. 5 O envelhecimento é um processo universal, dinâmico, progressivo, lento e gradual, o qual é acompanhado da fragilização da pessoa idosa a nível biológico, psicológico e social, reduzindo sua capacidade de se adaptar diante das novas vivências, condicionando uma relação de dependência afetando sua autonomia e qualidade de vida. 6 Qualidade de vida na velhice depende da manutenção da saúde de forma multidimensional referenciada á todos os aspectos da vida: físico, social, espiritual e psíquico, ou seja, para se ter qualidade de vida é necessário aceitar as mudanças, prevenir doenças, modificar o estilo de vida, estabelecer relações sociais e familiares, e realizar a manutenção do bom humor 7. O termo envelhecimento ativo, foi proposto pela OMS com o intuito de aumentar a expectativa de uma vida

saudável com qualidade para todos os indivíduos que estão em processo de envelhecimento, como também de permitir que os idosos permaneçam ativos e tenham papeis na sociedade. Promover o envelhecimento saudável objetiva agregar qualidade aos anos adicionais de vida e permitir que o indivíduo tenha capacidade funcional de determinar e executar suas próprias ações de modo independente 7. As práticas preventivas na saúde do idoso traz a fisioterapia como peça chave para abordar prevenção e melhoras com saúde, e o principal assunto a ser abordado, nesta área é a manutenção da capacidade funcional (CF), que é definida como uma condição a qual o idoso corresponde às demandas físicas do cotidiano, desde as atividades básicas até as ações mais complexas da rotina diária. O comprometimento da CF, pode impedir o indivíduo de realizar suas atividades de vida diária com eficiência, além de reduzir suas capacidades cognitivas. 8 A proposta da fisioterapia preventiva e terapêutica visa contribuir para melhorias na saúde global do idoso, na qualidade de vida, na capacidade funcional e proporcionar uma educação continuada em saúde. Além disso, a fisioterapia tem como objetivos: prevenir a imobilidade, minimizar ou retardar a dependência funcional, promover as atividades de lazer, estimular a criatividade e socialização, controlar doenças degenerativas e evitar sua progressão 9,10. Neste contexto, este relato tem por objetivo descrever a experiência vivida na Universidade Amiga do Idoso da Universidade Federal de Uberlândia (UNAI-UFU), que é um projeto de extensão voltado para a população idosa. O projeto tem aspecto multidisciplinar, e o desenvolvimento da UNAI-UFU ocorre junto à proposta lançada pela Organização Mundial da Saúde que é a criação de uma rede global de Cidades Amigas dos Idosos (CAI). Acadêmicos do curso de fisioterapia da UFU participaram como bolsistas desse projeto e desenvolveram a oficina denominada de MEXA-SE, com intuito de propor atividades físicas de cunho terapêutico para os idosos. METODOLOGIA Trata-se de um relato de experiência de natureza descritiva, vivenciado por acadêmicos do curso de fisioterapia da UFU, sobre um projeto de extensão universitário multidisciplinar desenvolvido na Universidade Federal de Uberlândia MG, denominado de Mexa-se que faz parte da UNIVERSIDADE AMIGA DO IDOSO (UNAI-UFU), a qual busca promover ações processuais e contínuas, materializar intenções de caráter educativo, social, de lazer, cultural e saúde

possibilitando entender o processo de envelhecimento e contribuir para a melhoria da qualidade de vida da população idosa além de fortalecer a participação efetiva dos alunos de graduação. A oficina MEXA-SE foi ofertada por dois alunos do curso de fisioterapia, três vezes na semana por aproximadamente 60 minutos aos idoso da UNAI-UFU, sendo que nas terças feiras era composta por atividade de alongamento, exercícios de flexibilidade, equilíbrio e propriocepção, exercícios resistidos e exercícios respiratórios e academia terapêutica, nas quintas feiras ofertávamos palestras educativas e aos sábados atividades de alongamento, caminhada e atividades lúdicas. O MEXA-SE iniciou em abril de 2017 e encerramos em julho de 2017, conforme o primeiro semestre letivo da UFU. Os exercícios físicos propostos objetivaram dar manutenção e proporcionar melhorias na capacidade funcional dos participantes do grupo, além de permitir a aquisição de saúde. E os exercícios foram selecionados após uma avaliação física dos idosos para que pudéssemos identificar as principais necessidades e limitações dos participantes e ao longo do tempo por meio da observação dos acadêmicos e pelas conversas informais como forma de captar informações. A única condição para que fizessem parte da oficina era terem em mãos um atestado médico. RESULTADOS E DISCUSSÃO O desenvolvimento da oficina MEXA-SE durante o primeiro semestre de 2017, permitiu que os idosos conhecessem como estava a sua composição corporal, peso e metas a serem alcançadas, bem como verificar o perfil de idosos participantes do MEXA-SE. Durante o curso da oficina verificamos uma notável melhoria da força muscular, do equilíbrio, da coordenação motora, do condicionamento físico, além de conhecimentos em saúde e motivação do grupo a participar em equipe, o que demonstrou o aumento de vínculos afetivos entre eles. A oficina teve duração de um semestre letivo e ao final da mesma foi realizado avaliação final com a equipe multidisciplinar do projeto, considerando as observações e anotações feitas pelos futuros fisioterapeutas e concluímos que a oficina trouxe inúmeros benefícios aos idosos e também uma grande aprendizagem de trabalho para os monitores do projeto, que puderam aplicar todos os conhecimentos adquiridos, até o presente momento, na graduação Evidências epidemiológicas demonstram que com o aumento da idade ocorre uma diminuição na intensidade da atividade física, ressaltando um dos principais gigantes da geriatria: o sedentarismo, visto como um fator de risco de morbidade e mortalidade durante o processo de

envelhecimento. Os empecilhos para a não praticar a atividade física regular, são superáveis e existem vários meios de contornar as barreiras 11. É sabido que os principais benefícios da atividade física podem interferir diretamente nos aspectos antropométricos, metabólicos e funcionais. As atividades físicas proporcionadas aos idosos podem ser individuais ou coletivas, porem os programas ofertados para grupos são mais efetivos por aumentar o contato social e garantir melhora do desempenho funcional, pois todos se inscreveram na oficina com o mesmo objetivo: obter qualidade de vida 10,12. A convivência em grupo estimula o idoso a sair de casa, e a buscar interação com mais pessoas, saindo do sedentarismo e desenvolvendo não só o corpo, mas os aspectos biopsicossociais. A existência de doenças e limitações não impede ao indivíduo de manter um estado de equilíbrio físico, mental, social e espiritual. Portanto, compreender os fatores que interferem no processo saúde-doença se torna importante para promover saúde aos idosos, pois conforme descrito na literatura, ter saúde não significa a ausência das doenças, e para isso é necessário focar em implementar a saúde e deixar a ideia de intervir apenas na população doente ou em risco 13. Nos últimos anos a relação entre atividade física, saúde, qualidade de vida e envelhecimento tem sido discutida e com isso sabe-se que um estilo de vida ativo é um fator determinante no processo do envelhecimento. As variáveis a serem priorizadas ao ofertar atividade física para os idosos são a força muscular, o equilíbrio, a potência aeróbica, movimentos corporais globais, além de influenciar as alterações no estilo de vida 11. As propostas de atendimento aos idosos e as políticas destinadas a essa população devem se preocupar em manter na totalidade a capacidade funcional, a necessidade de autonomia, de participação, de cuidado e abordar o bem-estar físico e mental. Promovendo ações processuais e contínuas que abordem a temática do envelhecimento humano voltadas aos idosos, além de incentivar a prevenção, o cuidado e a atenção integral à saúde 7,14. Os bons resultados obtidos ao ofertar a oficina Mexa-se para os idosos, pode nos revelar que existem meios para evitar condições que diminuam a qualidade de vida desses indivíduos, basta contornar o isolamento social, e a inatividade física e mental com atividades que assegurem sua independência e autonomia demonstrando o quanto uma breve intervenção de atividades fisioterapêuticas podem fazer a diferença para o público idoso.

CONSIDERAÇÕES FINAIS Conforme demonstrado neste relato de experiência, praticar atividades físicas com o foco em atividades terapéuticas pode promover melhora na qualidade de vida aos idosos. Observamos que os idosos se empenharam durante a atividade e tiveram grandes benefícios, pois eles fizeram uma auto-avaliação comparando a maneira de como chegaram (pouco ativos, depressivos, sem mobilidades de amplitude articular e flexibilidade) com a forma que encerraram o semestre (ativos, sem depressão, com amplitude de atividade muscular, e um aumento no grau de flexibilidade). A prática de atividades preventivas voltada para a saúde dos idosos, incluindo a fisioterapia (com alogamentos e musculação terapêutica), permite a adoção de estilo de vida saudável e ativo durante o processo de envelhecimento, proporcionando melhora da capacidade funcional e estimulando atividades que trabalhem o indivíduo como um todo o que pode gerar um envelhecimento ativo e saudável. AGRADECIMENTOS Nossos agradecimentos à FAPEMIG pela confiança e amparo financeiro, os quais tornaram possível a realização desse projeto de extensão na Universidade Federal de Uberlândia. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. AVEIRO, Mariana Chaves et al. Perspectivas da participação do fisioterapeuta no Programa Saúde da Família na atenção à saúde do idoso. Ciência & Saúde Coletiva, 2011. 2. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA; ESTATÍSTICA. DEPARTAMENTO DE POPULAÇÃO; INDICADORES SOCIAIS. Perfil dos idosos responsáveis pelos domicílios no Brasil, 2000. IBGE, 2002. 3. CARVALHO, J. A. M. de; GARCIA, R. A. O envelhecimento da população brasileira: um enfoque demográfico. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, n. 19, v. 3, 2003. 4. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Atenção à saúde da pessoa idosa e envelhecimento. 2010. 5. ASSIS, Mônica de. Promoção da Saúde e Envelhecimento: avaliação de uma experiência no ambulatório do Núcleo de Atenção ao Idoso da UnATI/UERJ. 2004. Tese de Doutorado. 6. DE ALMEIDA, Leila Graziele Dias. Promover a vida: uma modalidade da fisioterapia no cuidado à saúde de idosos na família e na comunidade. Saúde. com, v. 2, n. 1, 2016.

7 VERAS, Renato. Envelhecimento populacional contemporâneo: demandas, desafios e inovações. Revista de Saúde Pública, v. 43, n. 3, p. 548-554, 2009. 8. CAMARA, Fabiano Marques et al. Capacidade funcional do idoso: formas de avaliação e tendências. Acta fisiátrica, v. 15, n. 4, p. 249-262, 2016. 9. MUNIZ, Clariana Fernandes et al. Projeto de Assistência Interdisciplinar ao Idoso em Nível Primário: enfoque dos alunos de fisioterapia. Rev APS, v. 10, n. 1, p. 84-9, 2007. 10. DE OLIVEIRA TAVARES, Rafael; LOPES, Ruth G. Costa. Atividade Física no Envelhecimento: uma contribuição para a qualidade de vida. Revista Portal de Divulgação, n. 45, 2015. 11. MATSUDO, Sandra Mahecha; MATSUDO, Victor Keihan Rodrigues; BARROS NETO, Turíbio Leite. Atividade física e envelhecimento: aspectos epidemiológicos. Revista Brasileira de Medicina do Esporte, v. 7, n. 1, p. 2-13, 2001. 12. TEIXEIRA, M.B. Empoderamento de idosos em grupos direcionados a promoção da saúde. Dissertação de mestrado. Escola Nacional de Saúde Publica, FIOCRUZ, 2002. 13. MONTENEGRO, Silvana Mara Rocha S.; DA SILVA, Carlos Antonio Bruno. Os efeitos de um programa de fisioterapia como promotor de saúde na capacidade funcional de mulheres idosas institucionalizadas. Revista brasileira de geriatria e gerontologia, v. 10, n. 2, p. 161-178, 2007. 14. SILOTI, Flora Rolim et al. Avaliação da saúde percebida em idosos assistidos por um Programa de Fisioterapia Preventiva e em Saúde Coletiva em uma Unidade Básica de Saúde. UNILUS Ensino e Pesquisa, v. 6, n. 11, p. 5-12, 2013.