QUAL SUA MARCA? [45] [46] [47] [48] [49] Cristo morreu por nossos pecados e ressuscitou! cristão Cristo evangélico Evangelho



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Transcrição:

QUAL SUA MARCA? "[45] O homem bom tira coisas boas do bom tesouro que está em seu coração, e o homem mau tira coisas más do mal que está em seu coração, porque a sua boca fala do que está cheio o coração. [46] Por que vocês me chamam 'Senhor, Senhor' e não fazem o que eu digo? [47] Eu lhes mostrarei a que se compara aquele que vem a mim, ouve as minhas palavras e as pratica. [48] É como um homem que, ao construir uma casa, cavou fundo e colocou os alicerces na rocha. Quando veio a inundação, a torrente deu contra aquela casa, mas não a conseguiu abalar, porque estava bem construída. [49] Mas aquele que ouve as minhas palavras e não as pratica, é como um homem que construiu uma casa sobre o chão, sem alicerces. No momento em que a torrente deu contra aquela casa, ela caiu, e a sua destruição foi completa." (Lucas 6.45-49 Nova Versão Internacional) A imagem acima representa uma das modernas simbologias voltadas para a compreensão do significado da palavra Evangelho. A mão aberta, com os cinco dedos estendidos e entreabertos, significa: Cristo morreu por nossos pecados e ressuscitou! A mancha de sangue na mão conota que a morte do Senhor Jesus se deu através do derramamento do Seu sangue na Cruz do Calvário. Isso é o Evangelho a mensagem de que Jesus foi condenado à morte, executado como propiciação pelos nossos pecados e após três dias ressuscitou. Mas o que esse episódio tem a ver com a nossa vida diária? Simples! Se o Cristo ressuscitado de fato apareceu para nós, se de fato os nossos olhos espirituais O contemplaram e sentimos a Sua presença arder no interior do nosso coração, então não podemos alimentar nossa fé com base em testemunhos alheios, de segunda mão. Nossa fé tem que ser empírica e não emprestada de alguém. É necessário que nós mesmos experimentemos o Cristo ressurreto. Tal experiência precisa ser visível, tangível, impactante. Deve produzir em nós marcas abrangentes, perceptíveis, que nos capacitem a proclamar uma mensagem cujo conteúdo nós mesmos não vivemos sem. É inadmissível haver cristãos que sobrevivam apenas da contemplação da fé dos outros, sem terem algo para compartilhar. Todo aquele que se diz cristão, precisa ter o brilho de Cristo dentro de si. Todo aquele que se autoproclama evangélico, precisa carregar em si as marcas do Evangelho que o imuniza contra todas as filosofias mundanas. Não existe vida cristã teórica ou abstrata o chamado evangélico não praticante. A vida cristã seja do jovem ou adulto só se desenvolve na praticidade. Nos dias atuais presenciamos as marcas de um processo conhecido como transição geracional. A nossa linguagem se encontra em constante mudança; a forma como nos comunicamos também. Cartas foram substituídas por e-mails, que já são substituídos por mensagens de texto enviadas por celulares, que por sua vez serão substituídas por mensagens em áudio ou vídeo. O uso da tecnologia nas igrejas é cada vez mais presente. Os retroprojetores deram lugar às multimídias. Muitos jovens já

P á g i n a 2 optam pelo uso de Bíblias digitais em vez das populares versões impressas. Os boletins informativos cederam espaço para as publicações em redes sociais. O mais impressionante de tudo isso é que essa transição geracional é tão veloz, que seus efeitos dela na vida do jovem cristão na maioria das vezes passam despercebidos. É o que o teólogo agostiniano holandês Robert Adolfs, em sua obra Igreja, Túmulo de Deus? escrita em 1967, chamou de rapidação. Rapidação é caracterizada como a aceleração de todas as coisas com a quebra do vínculo com o passado. Não é revolução. É simplesmente o novo ritmo assumido pela história da humanidade, marcada pela crescente velocidade em todas as realizações. Tudo se tornou instantâneo. O macarrão é instantâneo, o café é instantâneo. As fofocas são instantâneas. A inveja e a cobiça também. Sem mencionar a instantaneidade das relações. Tempos atrás, o rapaz conhecia a garota, depois os pais da garota e, depois de algum tempo de convivência, começavam a namorar. Hoje, praticamente não se namora. Atualmente se fica. Mas de que forma? De todas as formas possíveis e imagináveis. O acesso aos diversos tipos saberes também se tornou instantâneo. Os jovens recebem muita informação mas já não há tempo para que eles transformem essa informação em conhecimento. A pessoa aos poucos perde o contato com as gerações anteriores, com as influências passadas e com a sua própria história. Na acelerada jornada da vida o jovem ingressa na faculdade, conquista o primeiro emprego, o primeiro carro, sonha com a primeira casa, com o casamento e, ao ingressar na idade adulta, percebe que se distanciou da fé. É cada vez maior o número de rapazes e moças na faixa dos 20 aos 30 anos que, após anos e anos de aprendizado na Escola Dominical, de atividades em grupos de adolescentes e de reuniões de oração promovidas pela mocidade, percebem que esfriaram na fé. O sentimento de liberdade pessoal, o cansaço da vida religiosa, o convite aos prazeres antes proibidos, a ênfase exagerada na vida profissional e no próprio sucesso, fazem com que muitos jovens antes vistos na igreja como promissores nas mãos de Deus assumam, pouco a pouco, um estilo de vida mundano. Logo não haverá diferença entre eles e os amigos que jamais estiveram presentes em um culto. Guardadas as devidas diferenças e proporções, essa era a realidade que Jesus enfrentou com relação às pessoas do seu cotidiano. Na passagem bíblica citada inicialmente, o Senhor Jesus estava perto de concluir um dos seus sermões (vv. 20-44) quando se sentiu incomodado com o antagonismo vivido pelos seus ouvintes. Havia disparidade entre o que eles afirmavam ser, e o que de fato eles eram. Na vida daquelas pessoas, que afirmavam ser seguidoras do Senhor Jesus, o discurso e a praticidade de vida não se alinhavam. A situação chegou ao ponto de Jesus desabafar: Por que vocês me chamam Senhor, Senhor e não fazem o que eu digo? (v. 46). Para Jesus o que conta não é conhecê-lo, mas ser como Ele. Não há quem realmente conheça a Palavra de Deus até que a coloque em prática. A profissão de fé sem a

P á g i n a 3 consequente mudança no modo de viver é vazia, sem marcas. Jesus queria que Seus ouvintes não apenas ouvissem, mas também praticassem o que Ele lhes havia dito. Sem exceções, a experiência do jovem cristão com a pessoa do Senhor Jesus é sempre proporcional ao conhecimento e prática que esse jovem tem do Evangelho de Cristo. As marcas do Evangelho não nos informam; elas nos transformam. Conhecimento muda comportamento. Não se trata de acúmulo de informações e sim alteração da nossa natureza (cf. Romanos 6.6, 11). Para isso, o conteúdo do Evangelho precisa ser compreendido, assimilado e reproduzido na vida do indivíduo esse é um dos maiores desafios dessa nova geração de jovens e um teste rápido exemplifica isso. A fé entra pela orelha (cf. Romanos 10.17). Infelizmente, o que vemos tem mais poder e influência sobre nós do que aquilo que ouvimos. Ao longo do tempo, nos tornamos reféns dos olhos, escravos das percepções sensitivas e com isso perdemos a capacidade de ouvir. Ao contrário do que muitos pensam, ouvir é diferente de simplesmente escutar. Os dois verbos, mesmo utilizados como sinônimos, possuem conotação diferente. Escutar é a capacidade de perceber os sons, enquanto que ouvir, é a habilidade de interpretá-los. Se depois de ouvirmos as Palavras de Jesus, o nosso coração não arder com o dos dois discípulos no caminho para Emaús (cf. Lucas 24.32), na realidade não as ouvimos, apenas as escutamos. De volta ao texto bíblico, observamos que o Senhor Jesus faz uso de uma parábola para apontar duas realidades que estavam diante dos Seus ouvintes. Essas realidades também permanecem diante de cada um de nós. Uma delas transpira segurança e retrata as marcas que estão presentes na vida do cristão verdadeiro. A outra sucumbe em tragédia e exemplifica muito bem a realidade de vida de diversos jovens evangélicos, espalhados nas mais diversas igrejas e denominações. Na parábola o Senhor Jesus Cristo compara as atitudes de dois homens no momento em que enfrentaram uma tempestade acompanhada por fortes ventos, que culminou com o transbordar dos rios e, consequentemente, a inundação da região onde eles moravam (vv. 48-49). Ao contrário do que a maioria das pessoas imagina, os dois construtores construíram as suas casas no mesmo local. No texto bíblico é possível perceber que ambas as casas foram atingidas pela enchente (cf. vv. 48-49). Esse fato revela que as duas casas foram construídas em um vale que contém o leito de um rio. Durante a estação de estio, o leito do rio ficava seco, ou quase seco, de modo que não oferecia risco algum a nenhuma das casas. Mas muitas vezes, as tempestades repentinas transformavam o leito seco do riacho em correntes de águas violentas. São cenas comuns em Israel, onde o tempo muda de repente e altera, às vezes, drasticamente a paisagem. Na Palestina, quando se constrói uma casa, é preciso pensar com antecipação. No verão, os rios geralmente secavam e deixavam o seu leito arenoso e vazio. Há muitos terrenos que no verão são lugares aprazíveis e sombreados, mas no inverno, depois das chuvas de setembro, o rio seco se converte em esmagadoras correntes de águas. Ao procurar um lugar para construir sua casa, a pessoa

P á g i n a 4 poderia achar que um desses terrenos baixos e arenosos, protegido dos ventos e do sol, era o lugar mais apropriado para a construção. Mas se a pessoa não fosse precavida, não se daria conta de que a casa seria construída justamente no leito seco de um rio que tem a duração de uma estação e que no inverno a água a destruiria. O primeiro construtor se prepara para evitar este grande infortúnio. Antes de construir a casa ele remove a terra solta, e cava bem fundo até encontrar a rocha (cf. Lucas 6.48) que servirá de base para a construção do imóvel. Feito isso ele assenta o alicerce na rocha e constrói a sua casa sobre sólido e firme fundamento. Concluída a construção, as chuvas e os fortes ventos não puderam destruir a casa pois ela foi construída com alicerces sobre a rocha. Mas todo o processo de construção da casa edificada sobre a rocha envolveu tempo, raciocínio, perseverança e muito esforço. Em compensação a construção estava segura. Suportaria qualquer tempestade. Para o primeiro construtor, a casa sobre a rocha seria a sua marca, o seu legado. A casa sobre a rocha representa a marca do jovem cristão que constrói uma vida de intimidade com Deus e profunda relação com o seu Criador. É algo que toma forma apenas com o tempo e através de muita perseverança; é privilégio reservado apenas para aquele que habita no esconderijo do Altíssimo e descansa à sombra do Todo-poderoso (Salmo 91.1). Diferentemente do primeiro, o segundo construtor opta pela facilidade e rapidez. Ele ignora a geografia da região e constrói a sua casa sobre a terra solta, sem alicerces. Termina a construção em um espaço de tempo bem menor e, até o momento da tempestade, o segundo método de construção empregado parecia vantajoso. Mas a tempestade provou que não era. A casa sobre a terra representa a vida do jovem cristão que não separa um tempo de qualidade para estar com Deus. A sua vida é tomada por todo tipo de ocupação e preocupação consigo mesmo. Ele não dispõe de espaço em sua agenda para a pessoa do Senhor Jesus. A saúde da sua vida espiritual é relegada ao último plano. Como consequência, ela cresce sem estrutura suficiente para suportar as aflições e problemas que cedo ou tarde irão surgir. A rapidação gera a secularização, isto é, a banalização e relativização da fé, que culmina com a assimilação dos valores mundanos contrários aos princípios decretados por Deus. No evangelho da rapidez e da facilidade, tudo é bom e válido. Nada é proibido. Tudo é passível de aceitação. Não há marcas que envolvam princípios morais e espirituais. Além disso, tudo deve ser alcançado de forma imediata. O jovem está sempre conectado. Não há mais solitude a capacidade de ouvir Deus e descansar à sombra da Sua doce e sublime presença. Desaprendemos a arte de esperar e mergulhamos num frenético faz-faz religioso, impedindo que Deus faça em nós o que só ele pode e quer fazer num tempo de espera, para agirmos com qualidade no seu tempo. A nossa vida devocional se reflete na total submissão ao controle de Deus sobre nossa história. Infelizmente, ela deixou de fazer parte da vida de muitos jovens nos dias atuais. Não há profundidade

P á g i n a 5 no relacionamento com o Pai Celestial. Em vez de adorarmos a Deus com a vida, criamos momentos de adoração que na verdade se trata de momentos de cânticos. A oração deixou de ser uma fala com Deus e passou a ser uma fala para Deus. Quando oramos nosso discurso é mecânico, matemático e, ainda assim, tem como objetivo primordial extrair coisas de Deus e não desenvolver uma relação de intimidade e profundidade com Ele. Além disso, nossa periférica relação com Deus só é alimentada pelo imediatismo. Quando as nossas orações que na maioria das vezes não passam de reivindicações deixam de ser atendidas no tempo e da forma como projetamos, nos indignamos contra a morosidade de Deus e nos afastamos dele mais do que já estávamos. A Escritura Sagrada jamais incentiva esse tipo de atitude ou comportamento. Muitas vezes desconhecemos que mudanças ocorridas numa virada de uma página para outra da Bíblia acontecem cem, trezentos anos depois. Além do imediatismo, também vivemos na era do hedonismo a busca pelo prazer pessoal sem limites. As canções evangélicas atuais, quase sempre propagam uma teologia que deixou de ser teocêntrica e passou a ser antropocêntrica. A expressão vamos adorar a Deus é substituída por restitui, eu quero de volta o que é meu. Podemos concluir essa reflexão pensando no seguinte: Grandes obras de arte seja na música, na pintura ou até mesmo na construção civil possuem a marca do seu autor. É uma característica ou particularidade que identifica a criação com o seu criador. Sendo assim, qual é a sua marca? O que te identifica perante as outras pessoas? Como você é reconhecido e retratado pelas pessoas que fazem parte do seu entorno? Muitos jovens olham para si hoje e não se encontram no caminho que os levou até lá. Não enxergam suas marcas nas produções do caminho. Isso acontece porque a construção de sua vida ao longo do tempo foi feita sem alicerces, distante da rocha. Quando a tempestade vem, todos seus sonhos e projetos são levados embora. Nada do que fora construído permanece. Por fim, também é preciso que entendamos que a nossa profundidade com Deus sempre nos leva ao estreitamento da nossa relação com o próximo. No reino de Deus, ninguém mora sozinho. E quem chama Deus de Pai, não pode escolher irmão. Uma vez que nós somos o resultado dos nossos encontros, que marcas imprimimos na vida dos outros? No que as pessoas se tornam depois que passam por nós? Pense nisso! Reflexão baseada no sermão homônimo ministrado em 21/03/2015, na Igreja Batista em Jardim Santa Terezinha - São Paulo/SP, em virtude do Multi Intercâmbio promovido pelo J.A.D. (Jovens Amigos de Deus).