EFEITO DO NÚMERO DE JOGADORAS NA FREQUÊNCIA DAS ACÇÕES TÉCNICAS E NA FREQUÊNCIA CARDÍACA EM JOGOS REDUZIDOS DE BASQUETEBOL.

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Transcrição:

UNIVERSIDADE DE TRÁS-OS-MONTES E ALTO DOURO EFEITO DO NÚMERO DE JOGADORAS NA FREQUÊNCIA DAS ACÇÕES TÉCNICAS E NA FREQUÊNCIA CARDÍACA EM JOGOS REDUZIDOS DE BASQUETEBOL. DISSERTAÇÃO DE MESTRADO EM CIÊNCIAS DO DESPORTO COM ESPECIALIZAÇÃO EM JOGOS DESPORTIVOS COLECTIVOS Sónia Isabel Soares da Costa Vila Real, 2010

AGRADECIMENTOS Qualquer trabalho desta índole é sempre resultado da colaboração de um conjunto de diversas pessoas, sem as quais, a sua consecução não seria possível. Neste contexto, sinto necessidade de expressar o meu reconhecimento a todos quantos contribuíram, de uma forma ou de outra, para a realização deste trabalho, que foi e será sempre um marco importante na vida de qualquer estudante. Ao Orientador Prof. Dr. Jaime Sampaio e ao Co-Orientador Prof. Dr. Nuno Leite, pelo desafio e pela confiança que depositaram nas minhas capacidades, pelo empenho e esforço que sempre manifestaram, pelos esclarecimentos, sugestões e disponibilidade demonstradas durante toda a realização do trabalho. Ao Clube Juvenil Boa Viagem, que se disponibilizou a dar o seu contributo na realização deste estudo. Ao meu namorado Mestre Pedro Guedes, pelo seu contributo, compreensão e paciência em todos os momentos necessários, que me deram forças e vontade para que se tornasse fácil a concretização deste trabalho. Aos meus Pais e Irmão, pelo carinho e amizade demonstrado ao longo destes anos. À minha tia Jesus pelas palavras de incentivo e amizade demonstradas ao longo de toda a minha formação pessoal. À Profa. Ana Santos, pelo seu contributo e paciência em todos os momentos necessários, para a concretização deste trabalho. Finalmente, a todos aqueles que directa ou indirectamente contribuíram para a consecução deste trabalho, expresso os meus mais sinceros agradecimentos.

Índice RESUMO... a ABSTRACT... b 1.Introdução... 2 2.Metodologia... 9 Amostra... 9 Instrumentos e equipamentos... 9 Procedimentos... 10 Variáveis em estudo... 12 Análise estatística... 12 3. Resultados... 15 4.Discussão... 19 5. Conclusões e recomendações... 25 6.Bibliografia... 27 7.Anexos... 31

Índice Figuras Figura 2.1. Protocolo Experimental... 11 Figura 3.1. Teste post-hoc das diferentes zonas de frequência cardíaca.... 17 Figura 3.2. Tempo passado em cada zona definida tendo como base a FCmáx de cada jogadora.... 17

Índice Quadros Quadro 3.1. Valores da estatística descritiva das acções técnicas obtidas nos diferentes jogos reduzidos.... 15 Quadro 3.2. Valores da estatística descritiva da frequência cardíaca em actividade e em recuperação activa nos diferentes jogos reduzidos.... 16 Quadro 3.3. Resultados do modelo de medidas repetidas para as zonas de frequência cardíaca, em função do número de jogadoras.... 16

RESUMO Os jogos reduzidos são cada vez mais utilizados pelos treinadores, para desenvolver os aspectos técnicos, tácticos e fisiológicos dos jogadores no Basquetebol. O objectivo do presente trabalho, foi identificar o efeito da variação do número de jogadoras (3x3, 4x4, 5x5) nas variáveis técnicas e nas respostas fisiológicas. A amostra do estudo foi constituída por 10 jogadoras de basquetebol do escalão de sub-16 (15.2 ± 0.75 anos). Foram realizados dois jogos, cada um com a duração de 25 minutos e foi realizado com intervalos compostos por 4 séries (períodos) com a duração de 4 minutos (sem paragem do cronómetro) separados por 3 minutos de recuperação activa. Foi mantida constante uma área disponível por jogadora correspondente a 18,75 m 2. A FCmáx foi determinada pelo yo-yo intermitent recovery test (nível 1) e foram definidas 4 zonas de intensidade: Zona 1 (<75% FCmáx), Zona 2 (75-84% FCmáx), Zona 3 (85-89% FCmáx) e Zona 4 (>90% FCmáx). A análise revelou diferenças nas seguintes variáveis técnicas: passe com sucesso, lançamento de 2 sem sucesso, lançamento de 2 com sucesso e ressalto defensivo, com maior número de acções técnicas realizadas no 3x3. Já no que diz respeito aos valores da frequência cardíaca foram identificadas diferenças entre zonas e interacção com o número de jogadoras. Foi na Zona 4 que mais tempo estiveram as jogadoras, particularmente no jogo reduzido de 3x3. Os perfis de resposta do jogo de 4x4 e 5x5 foram idênticos. Palavras-Chave: Basquetebol, jogos reduzidos, variáveis técnicas e frequência cardíaca.

ABSTRACT The use of small-sided games is being used more and more oftenly as a training tool in order to develop the technical, tactical and physiological effects of players in Basketball. The purpose of this study is to identify the effect of the variation in the amount of players that actively take part in the game (3x3, 4x4, 5x5), taking into account the technical skills and physiological responses. The study sample comprehends ten under sixteen Basketball players (15.2 +- 0.75 years). Two games were observed, each one with 25 minutes time, with short breaks composed of 4 series, 4 minutes break (chronometer counting on), separated by 3 minutes of active recovery. The available individual playing area was constantly kept at 18,75m 2. The HRmax was determined by the yo-yo intermittent recovery test (level 1) and 4 intensity zones were defined: Zone 1 (<75% HRmax), Zone 2 (75-84% HRmax), Zone 3 (85-89% HRmax) e Zone 4 (>90% HRmax). Significant differences were observed in the next game situations: pass with success, 2 points shoot without success, 2 points shoot with success and defensive rebound. The 3x3 small-sided game was the one that presented the biggest amount of technical actions accomplished by the players. Regarding the heart rate impact, significant differences were observed between the different intensity zones when related to the number of players. Zone 4 was the one in which the players stayed longer, specially in the small-sided game 3x3. The playing physiological responses were similar in the small-sided games 4x4 and 5x5. Key-words: Basketball, small sided games, technical skills and heart rate.

1. INTRODUÇÃO

1.Introdução Nos Jogos Desportivos Colectivos cabe ao treinador estabelecer objectivos condizentes com a etapa de desenvolvimento do jogador, seleccionar os conteúdos e métodos para facilitar a sua aprendizagem (Leite et al., 2009; Morales et al., 2009). Um dos maiores desafios colocados aos treinadores na etapa inicial de preparação desportiva é o proporcionar a participação e a diversão a todos os jogadores (Bompa, 1994). O treinador, independentemente do objectivo, quando planeia o trabalho deve incluir todas as componentes inerentes à modalidade desportiva que estiver a ser desenvolvida. Neste sentido, torna-se necessário seleccionar os modelos de ensino que melhor se enquadram numa determinada actividade, procurando novos procedimentos pedagógicos, com vista a facilitar as aprendizagens. Assim, vários estudos têm vindo a verificar os efeitos da aplicação dos diferentes modelos de ensino, principalmente o contraste entre o ensino dos Jogos Desportivos Colectivos através do modelo de ensino para a compreensão (i.e., Teaching Games for Understanding) e o ensino pedagógico tradicional (Turner, 1995; Rink, 2001; Holt et al., 2002; Harvey et al., 2007; Keh & Yu, 2007). Destes estudos poderse-ão destacar as considerações do trabalho de Turner (1995), que refere que o modelo Teaching Games for Understanding proporciona melhores prestações no conhecimento processual e em situação de jogo. O autor verificou igualmente que as situações de jogo reduzido podem potenciar e servir de base para o processo ensino-aprendizagem. Morales et al. (2009) salientam que no basquetebol existem diferenças importantes relativas ao conhecimento dos professores acerca das diferentes metodologias aplicadas no seu ensino. Os autores verificaram que apesar dos grupos experimentais apresentarem diferentes modelos de ensino- -aprendizagem, foram confirmados os efeitos do conhecimento procedimental táctico quer em pensamentos convergentes (inteligência) quer em pensamentos divergentes (criatividade). Mais recentemente Ortega et al. (2009) reforçaram esta ideia, sugerindo que é necessário conceber estilos de Introdução 2

jogo e aplicar modificações de regras que permitam à maioria dos jogadores ter a possibilidade de passar pela experiência de participar eficazmente no jogo, de forma a considerarem a competição verdadeiramente educacional. Um estudo realizado no Minibásquete sobre a participação dos jogadores em jogos reduzidos vem fundamentar que, quantos mais jogadores houver, menos oportunidade há destes terem a bola e aprenderem ou adquirirem experiências educacionais. Assim se confirma a necessidade dos jogadores participarem numa competição reduzida e simplificada, com o objectivo de oferecer uma participação directa com a bola, que é uma condição necessária para melhorar a técnica (Piñar et al., 2009). Desta forma, o treino através de jogos reduzidos parece estar a ganhar mais importância e a ser cada vez mais utilizado pelos treinadores para desenvolver a técnica, a táctica e as capacidades motoras dos jogadores predominantes em cada Jogo Desportivo Colectivo (Duarte et al., 2009, Gabbet e Mulvey, 2008). No que se refere à componente técnica, são alguns os estudos que salientam a importância dos jogos reduzidos para o seu aparecimento, desenvolvimento e melhoramento (Kelly e Drust, 2008, Duarte et al., 2009). No Futebol, Kelly e Drust (2008), analisaram o impacto da alteração das dimensões do campo (30mx20m, 40mx30m e 50mx40m) sobre as acções técnicas, quando o número de jogadores envolvidos nos jogos se manteve constante. Os autores sugerem que a dimensão do campo não é o principal factor responsável pelo número de acções técnicas realizadas pelos jogadores. No entanto, verificaram que no número de desarmes e no número de remates houve um aumento significativo com a diminuição das dimensões do campo. No Futsal, Duarte et al. (2009) verificaram que através dos jogos reduzidos mas variando o número de jogadores houve diferenças significativas no número de contactos sucessivos com a bola e no número de dribles. Em relação á duração do exercício, os autores verificaram que no jogo reduzido de 4 minutos houve diferenças significativas no número de desarmes. É desta forma evidenciado que a organização do treino não deve ser descuidada pois, as exigências técnicas podem variar em função do exercício. Introdução 3

Os jogos reduzidos parecem, também, contribuir igualmente para o desenvolvimento táctico a longo prazo. Leite et al. (2009) identificou diferenças significativas na importância atribuída pelos treinadores de Basquetebol às situações de superioridade ofensiva e defensiva, sugerindo que o desenvolvimento destes aspectos deve prevalecer entre os 11 e os 14 anos de idade. O desenvolvimento das questões tácticas, desde cedo pode beneficiar a aprendizagem e a resolução de problemas mais complexos em situações de jogo. Simultaneamente, verificou-se que o trabalho táctico ofensivo deve ser desenvolvido de uma forma mais frequente entre os 11 e os 14 anos e posteriormente em estádios superiores de desenvolvimento, após os 19 anos de idade. No que se refere à condição física numerosos estudos realizados no âmbito dos Jogos Desportivos Colectivos têm demonstrado que as situações de jogos reduzidos podem contribuir significativamente para a sua melhoria (Duarte et al., 2009; Hill-Haas et al., 2008; Kelly e Drust 2008). Kelly e Drust (2008) evidenciam que as respostas fisiológicas e execução das acções técnicas durante jogos em espaços reduzidos podem ser alteradas através da modificação de factores como a dimensão do campo, o número de jogadores, as regras de jogo e o encorajamento do treinador, entre outros. A capacidade de controlar a intensidade do exercício durante o treino pode ser usada pelos treinadores para obter um feedback importante, independentemente do tipo de trabalho realizado (Coutts et al., 2009). Segundo Kelly e Drust (2008), os jogos reduzidos produzem stress cardiovascular similar ao obtido com a realização de exercícios intermitentes especificamente concebidos para melhorar a resistência dos jogadores. Acresce-se a vantagem de serem realizados com a presença da bola, que impõe uma actividade específica aos jogadores e lhes permite melhorar o desempenho técnico e táctico, com grande motivação na realização dos exercícios. Sampaio et al. (2009) demonstraram que no Basquetebol, o 3x3 e 4x4 promovem elevadas exigências físicas, com valores acima dos 80% da frequência cardíaca máxima (FCmáx), verificando assim que estes jogos reduzidos podem ser usados para o treino aeróbio específico de Basquetebol. Introdução 4

Em estudos similares, realizados no Futebol, Hill-Haas et al. (2008) identificaram as respostas fisiológicas de vários jogos de futebol em espaço reduzido, com jovens jogadores (sub-19). No estudo foram manipuladas as dimensões do campo (28x21m, 40x30m e 49x37m) e o número de jogadores (2x2, 4x4 e 6x6). Os autores verificaram uma redução da carga fisiológica sobre os jogadores, à medida que os jogos reduzidos aumentavam, e que jogos reduzidos mais pequenos provocam médias de resposta de frequência cardíaca superiores. Por outro lado, Kelly e Drust (2008) ao analisarem o impacto da modificação das dimensões do campo, nas respostas da frequência cardíaca em campo reduzido, quando o número de jogadores envolvidos nos jogos se manteve constante, verificaram que em jogadores do género masculino de elite do Futebol do Campeonato Inglês (Coca Cola), as dimensões do campo não alteraram significativamente as respostas das frequências cardíacas nos jogos reduzidos. A diminuição do espaço e do número de jogadores permite uma maior intervenção no jogo por parte dos jogadores (Piñar et al., 2009). Leite et al. (2009) salientam que é importante utilizar situações competitivas em múltiplos contextos de forma a promover e a optimizar a tomada de decisão bem como os aspectos tácticos, técnicos e físicos. Reforça ainda que existem diferenças significativas quando se trabalha com ambos os géneros a diversão e que todos os jogadores devem participar nas actividades. Também, Ortega et al. (2009) salientam que a perspectiva competitiva dos jogos é uma das ferramentas que o treinador tem à sua disposição para desenvolver eficazmente a auto-eficácia dos jogadores. O esforço, os padrões de movimento e os perfis de actividade dos jogadores são aspectos importantes a caracterizar e dizem respeito à análise de tempo e movimento nos Jogos Desportivos Colectivos. A utilização de jogos reduzidos proporciona um estímulo de treino específico para estimular os padrões de movimentos gerais, mantendo um ambiente competitivo no qual os jogadores treinam sob pressão e fadiga (Gabbett e Mulvey, 2008). Num estudo efectuado por Gabbett e Mulvey (2008) aos padrões do movimento (análise de tempo e movimento) de jogadoras de elite femininas, em treino e em jogos reduzidos, e Introdução 5

comparando esses valores com as necessidades e exigências em competições nacionais e internacionais, os autores demonstraram que os jogos reduzidos oferecem um estímulo de treino específico para estimular os padrões de movimento gerais da competição doméstica, da liga nacional e das competições internacionais. No entanto, o estudo demonstrou também, que os jogos reduzidos naquele protocolo, não estimularam a alta intensidade nem a exigência dos sprints da competição internacional. Por outro lado, Hill-Haas (2008) num estudo no Futebol e em sub-19, verificaram que no jogo reduzido 2x2 os jogadores efectuaram, a várias velocidades de corrida, menos movimentos, no entanto este jogo reduzido foi o que apresentou maiores respostas de frequência cardíaca, lactato no sangue e percepção subjectiva de esforço. Pelas leituras dos estudos realizados com jogos reduzidos, é possível verificar que vários autores obtiveram resultados bastante positivos no que se refere à utilização dos mesmos. Verificou-se que a alteração do número de jogadores pode modificar o estímulo técnico e fisiológico destes, bem como uma maior compreensão táctica (Gabbet e Mulvey, 2008; Hill-Haas et al., 2008; Kelly e Drust, 2008). Como podemos verificar pelos estudos supra-indicados, a aplicação de jogos reduzidos no treino parece ser o método mais eficiente para o desenvolvimento global dos jogadores, contribuindo para a melhoria da sua aprendizagem. O desenvolvimento dos fundamentos técnicos, das movimentações tácticas, quer ofensivas, quer defensivas e das capacidades motoras em jogos reduzidos torna-se mais efectiva, na medida em que é realizada em referência ao jogo. Desta forma, parece que os treinadores podem usar os jogos reduzidos no treino, pois estes solicitam simultaneamente trabalho técnico, táctico e físico muito similar à competição (Dellal et al., 2008). Sendo um dos maiores desafios do treino com jovens o manter a motivação dos jogadores no desenvolvimento de todos os componentes que envolvem a prática (Sampaio et al., 2009; Leite et al., 2009), o ensino dos Jogos Desportivos Colectivos com recurso aos jogos reduzidos parece constituir uma ferramenta importante para o treinador (Dellal et al., 2008; Piñar et al., 2009). Na aprendizagem das acções técnicas dos Jogos Desportivos Colectivos, a Introdução 6

vantagem da utilização de jogos é que os jogadores parecem aprender mais quando se movimentam, ao invés de ficarem a executar uma determinada acção de forma estática e/ou monótona (Gabbet e Mulvey, 2008; Hill-Haas et al., 2008). A utilização de jogos reduzidos permite a repetição de determinados movimentos em contexto táctico, o que proporciona a cada jogador um maior contacto com a bola e um maior envolvimento na resolução de problemas inerentes ao jogo (Duarte et al., 2009). Consequentemente, aumenta a intensidade do treino, tornando-o mais interessante e trabalhando os aspectos físicos e técnicos (Gabbet e Mulvey, 2008; Hill-Haas et al., 2008). Apesar do conhecimento geral destas premissas sobre o treino de jovens e sobre a utilização de jogos reduzidos, não se sabe até que ponto estas poderão ser benéficas na melhoria da aprendizagem e aperfeiçoamento das acções técnicas e da capacidade física no treino de jovens jogadoras de basquetebol. Tendo o jogo de basquetebol um perfil intermitente, facto que implica elevadas exigências técnicas, tácticas e fisiológicas, tem surgido a necessidade de saber até que ponto o treino em jogos reduzidos contribui para a melhoria das respostas ao treino. Neste sentido, o objectivo do presente trabalho é identificar o efeito do número de jogadoras (3x3, 4x4, 5x5) na frequência das acções técnicas e na frequência cardíaca nas em jogos reduzidos de Basquetebol. Introdução 7

2. METODOLOGIA

2.Metodologia Amostra A amostra do estudo foi composta por dez jogadoras de Basquetebol do género feminino pertencentes ao escalão de sub-16 (15.2 ± 0.75 anos). Relativamente à experiência prévia das jogadoras na modalidade em causa o valor médio é de 5.1 ± 1.29 anos. Durante a época desportiva a que se reportam os dados recolhidos do presente estudo (2008/2009), a equipa treinava três vezes por semana com uma duração média de 90 minutos o que equivale a um volume semanal de treino de 270 minutos. As épocas desportivas da equipa têm uma duração média de nove meses. Participam em várias competições de carácter Regional e Nacional. Todas as jogadoras, treinadores e clube foram notificados dos procedimentos da investigação e deram o seu consentimento. Instrumentos e equipamentos Para este estudo foi utilizado um processo de notação manual, através de fichas de observação elaboradas para o efeito (anexo 1). A frequência cardíaca foi medida e registada (em intervalos de 5 segundos) através de rádiotelemetria (Polar Team System, Polar Electro, Finland). Os monitores de frequência cardíaca foram também utilizados na realização prévia do teste yo-yo (intermittent recovery test (nível 1), Coutts et al., 2009), para determinar a frequência cardíaca máxima de cada jogadora. Simultaneamente foram recolhidas as imagens dos jogos reduzidos com recurso a uma câmara de filmar digital. A câmara foi posicionada um nível acima do campo (bancada lateral) de forma a captar o meio campo onde decorreram estas situações de jogo. Metodologia 9

Procedimentos A recolha de dados foi efectuada em sete momentos diferentes, previamente marcados com os treinadores da equipa. As recolhas foram realizadas no pavilhão desportivo do Complexo Desportivo João Paulo II Angra do Heroísmo, local de treino da equipa. Previamente à recolha de dados, foi realizada uma reunião com os treinadores da equipa para seleccionar as jogadoras para o estudo. Do grupo de trabalho foram apenas seleccionadas dez jogadoras, as mais evoluídas técnica e tacticamente, de acordo com a opinião dos treinadores. Para evitar desequilíbrios entre as equipas que iriam disputar os jogos reduzidos, os treinadores definiram um ranking das 10 melhores jogadoras. Posteriormente, estas jogadoras foram colocadas alternadamente nas equipas, por exemplo, a jogadora 1 do ranking criado pelos treinadores foi incluída na equipa A, a jogadora 2 na equipa B, a jogadora 3 na equipa A, a jogadora 4 na equipa B e assim sucessivamente. Foi também realizada uma sessão de treino inicial com as jogadoras seleccionadas para o estudo, de forma a realizarem uma sessão de treino para adaptação aos instrumentos e métodos, bem como os objectivos do estudo. A recolha de dados foi realizada no início de cada treino após quinze minutos de aquecimento. O aquecimento era baseado em corrida lenta, cortes para o cesto quer do lado direito, quer do lado esquerdo e diversas finalizações. Na primeira sessão, foi determinado o valor da FCmáx de cada jogadora através da realização do teste yo-yo (intermittent recovery test (Nível 1)). Nas sessões seguintes, 2, 3, 4, 5, 6 e 7 foi solicitado às jogadoras em estudo que realizassem três formatos de jogos reduzidos diferentes (3x3, 4x4 e 5x5) em espaço reduzido (apenas meio campo, uma tabela). Foram realizadas 2 recolhas (filmagens) de cada jogo reduzido, de salientar ainda que a ordem pela qual foram executadas não seguiu qualquer critério, ou seja, não foram captadas por ordem crescente ou decrescente em relação ao número de jogadores, a sua captação foi realizada de forma aleatória. Cada jogo teve a duração de 25 minutos e foi realizado com intervalos de treino compostos por 4 séries (períodos) com a duração de 4 minutos (sem paragem Metodologia 10

do cronómetro) separado por 3 minutos de recuperação activa (lançamentos) entre cada série de exercícios (Impellizzeri et al., 2006) (ver Figura 2.1.). Figura 2.1. Protocolo Experimental As jogadoras em estudo obtiveram a informação do tempo de jogo através do marcador electrónico, bem como dos 24 segundos de ataque. Estas contaram também como o apoio verbal do treinador, como acontece numa sessão normal de treino e com a presença de oficiais de jogo, para que se aplicassem as regras de jogo. Quando a bola saía para fora do campo, era possível o acesso imediato a outra bola de basquetebol, tendo em conta a reserva de bolas ao longo dos limites do campo, em redor de todo o campo. Neste estudo, foram manipulados o número de jogadores e as dimensões do campo, de forma a manter constante a área disponível por jogadora (m 2 ). Sabendo que a área que cada jogadora tinha à sua disposição numa situação de 5x5 era de 15x12,50m, a que correspondem 18,75 m 2 por jogadora, optamos por manter no 3x3 e no 4x4 esta mesma área por jogadora. Deste Metodologia 11

modo, as dimensões do campo utilizadas no 3x3 foram 15x7,50m e no 4x4 foram 15x10m. O critério utilizado na adaptação das dimensões do campo implicou a diminuição do comprimento e não da largura, mantendo assim a integridade dos elementos que constituem o jogo, nomeadamente a linha de 3 pontos e o espaço disponível para o jogo interior e jogo exterior. Variáveis em estudo As variáveis técnicas analisadas nos diferentes jogos reduzidos foram: (i) número total de passes sem e com sucesso (Pss e Pcs respectivamente); (ii) lançamentos de 2 pontos sem e com sucesso (L2ss e L2cs); (iii) lançamentos de 3 pontos sem e com sucesso (L3ss e L3cs); (iv) perdas de bola (PdB), (v) ressaltos ofensivos (RO); (vi) ressaltos defensivos (RD); (vii) assistências (A); (viii) roubos de bola (RB) e (ix) desarmes de lançamento (DL). Foram realizadas duas observações, pelo mesmo observador, dos diferentes jogos. A testagem da fiabilidade intra-observador foi realizada pelo coeficiente de correlação intra-classe (os valores variaram entre 0.83 e 1.00). Foram também analisados os valores da frequência cardíaca em actividade e em repouso obtidos em cada jogo reduzido. Tendo como base as percentagens da FCmáx foram ainda definidas 4 zonas de intensidade (refs ver Hill-Haas et al., 2007): Zona 1 (<75% FCmáx), Zona 2 (75-84% FCmáx), Zona 3 (85-89% FCmáx) e zona 4 (>90% FCmáx). Análise estatística Os dados das variáveis técnicas foram expressos em médias e desvio padrão, contudo, como são variáveis não paramétricas foram comparadas pelo recurso à ANOVA de Friedman. Os dados da frequência cardíaca em actividade e em repouso foram apresentadas sobre a forma de média e desvio padrão e posteriormente analisados através do teste Wilcoxon para post-hoc. Para prevenção de erros do tipo I foi realizada uma correcção do nível de significância para três comparações (p<0.016). Finalmente, procedemos ao cálculo da magnitude do efeito (Cohen s d) das diferenças. De acordo com a escala convencional elaborada por Cohen (1969), um valor de r inferior a 0,2 é Metodologia 12

considerado baixo, enquanto que os valores superiores a 0,8 são considerados elevados (Thomas, Salazar, & Landers, 1991). Os valores da frequência cardíaca foram analisados através de um modelo de análise de variância factorial para medidas repetidas 3x4 (numero:3x3, 4x4, 5x5; zonas: 1, 2, 3, 4), visando testar diferenças entre as médias do número de jogadoras e zonas. Todos os dados foram analisados com o SPSS para Windows, versão 16.0 (SPSS Inc., Chicago, IL) e a significância estatística foi mantida em 5%. Metodologia 13

3. RESULTADOS

3. Resultados Os resultados da estatística descritiva das acções técnicas estão expostos no Quadro 3.1. Foram identificadas diferenças estatisticamente significativas no passe com sucesso, lançamento de 2 pontos sem sucesso, lançamento de 2 pontos com sucesso e ressalto defensivo (p<0.016). Entre as acções técnicas que apresentaram diferenças significativas podemos observar ainda que foi entre a comparação dos jogos reduzidos de 3x3 e 5x5 onde o efeito da magnitude foi mais elevado. Não se verificaram diferenças significativas no passe sem sucesso, lançamento de 3 pontos sem sucesso, lançamento de 3 pontos com sucesso, perdas de bola, ressalto ofensivo, roubo de bola, desarme de lançamento e assistências. Quadro 3.1. Valores da estatística descritiva das acções técnicas obtidas nos diferentes jogos reduzidos. Variáveis 3x3 4x4 5x5 p ES M DP M DP M DP Pss 0.608 0.225 0.580 0.235 0.578 0,257 0.784 Pcs 6.502 0.830 5.566 0.755 4.640 1.208 0.006 b) 0.668 L2ss 1.440 0.474 1.190 0.593 0.791 0.358 0.015 b) 0.661 L2cs 0.958 0.362 0.486 0.286 0.341 0.258 0.001 a) 0.586; b) 0.700 L3ss 0.440 0.295 0.408 0.396 0.290 0.221 0.091 L3cs 0.107 0.111 0.094 0.234 0.114 0.182 0.331 PdB 0.315 0.129 0.284 0.203 0.190 0.215 0.078 RO 0.440 0.294 0.440 0.282 0.340 0.266 0.368 RD 1.170 0.269 0.955 0.385 0.588 0.354 0.007 b) 0.679 A 1.085 0.565 1.143 0.515 0.815 0.430 0.030 RB 0.188 0.141 0.471 0.390 0.390 0.253 0.092 DL 0.148 0.137 0.033 0.053 0.077 0.089 0.016 a) Diferenças significativas entre o 3x3 e o 4x4; b) Diferenças significativas entre o 3x3 e o 5x5; c) Diferenças significativas entre o 4x4 e o 5x5. Os resultados da estatística descritiva para as frequências cardíacas de actividade e recuperação activa apresenta-se no Quadro 3.2. Não foram identificadas diferenças estatisticamente significativa entre os jogos reduzidos seja no caso da frequência cardíaca em actividade sejam os valores obtidos em recuperação activa. Ainda através deste, podemos verificar a percentagem da FCmáx. Pese embora este facto, podemos verificar que a situação de jogo Resultados 15

reduzido 3x3 é aquela que tem valores médios mais elevados (%FCmáx=91,17%). Quadro 3.2. Valores da estatística descritiva da frequência cardíaca em actividade e em recuperação activa nos diferentes jogos reduzidos. FC Actividade FC Períodos Recuperação M DP % FCmáx M DP % FCmáx 3x3 173.105 5.097 91.17% 158.083 9.585 83.18% 4x4 164.550 12.373 85.74% 158.584 12.579 82.60% 5x5 166.428 11.720 86.41% 166.049 11.483 86.25% Os resultados das medidas repetidas para as zonas de frequência cardíaca apresenta-se no Quadro 3.3. Não foram identificadas diferenças estatisticamente significativa em relação ao número de jogadoras. Foram identificadas diferenças significativas no que se refere às zonas de frequência cardíaca e à sua relação com o número de jogadoras. De salientar ainda que a magnitude do efeito é moderado nas zonas de frequência cardíaca. Quadro 3.3. Resultados do modelo de medidas repetidas para as zonas de frequência cardíaca, em função do número de jogadoras. F p 2 Potência NÚMERO 2.3 0.127 0.20 0.41 ZONAS FC 13.8 0.000 0.61 1.00 NUMERO X ZONAS FC 11.4 0.000 0.56 1.00 O teste post-hoc para as zonas de frequência cardíaca definidas apresenta-se na Figura 3.1. O teste identificou diferenças significativas entre zona 1 zona 4, zona 2 zona 4 e zona 3 zona 4. Resultados 16

3,5 3,0 2,5 2,0 Tempo (min) 1,5 1,0 0,5 0,0-0,5-1,0 <75% 75%-84,9% 85%-89,9% >=90% ZONAS Figura 3.1. Teste post-hoc das diferentes zonas de frequência cardíaca. O tempo passado nas diferentes zonas de intensidade de frequência cardíaca foi discriminado e apresentado no Figura 3.2. Podemos verificar que a jogadoras passaram mais tempo na zona 4 (FC>90%) em qualquer um dos jogos reduzidos analisadas. Adicionalmente, verificamos que a maior discrepância na distribuição do tempo dispendido nessa zona foi identificado no jogo reduzido 3x3. Podemos ainda verificar que o tempo passado em cada uma das zonas no 4x4 e no 5x5 são muito semelhantes. 3,5 3,0 2,5 Tempo (min) 2,0 1,5 1,0 3x3 4x4 5x5 0,5 0,0-0,5 <75% 75%-84,9% 85%-89,9% >=90% Zonas de frequência cardíaca Figura 3.2. Tempo passado em cada zona definida tendo como base a FCmáx de cada jogadora. Resultados 17

4. DISCUSSÃO

4.Discussão O objectivo do presente trabalho foi analisar na modalidade de Basquetebol, o efeito da diminuição do número de jogadoras (5x5, 4x4, 3x3) na frequência das acções técnicas e na frequência cardíaca em jogos reduzidos. Os nossos resultados demonstraram que a diminuição do número de jogadoras tem uma influência concreta nas acções técnicas. Nas situações de jogos reduzidos, principalmente no 3x3, foram alcançados os valores médios mais elevados para a generalidade das acções técnicas, facto que comprova que estes jogos reduzidos permitem a exercitação mais frequente destas acções do jogo de Basquetebol. Os resultados do nosso estudo estão de acordo com as sugestões do estudo realizado por Leite et al. (2009). De facto os autores identificaram diferenças significativas na importância atribuída pelos treinadores às situações de superioridade numérica ofensiva e defensiva. Os autores salientam ainda que o treino, alicerçado em jogos reduzidos parece reunir algum consenso entre os treinadores de alto rendimento. Se os treinadores de alto rendimento privilegiam a optimização dos jogos reduzidos significa que estes devem ser trabalhados previamente, nos escalões de formação, no treino. Torna-se assim importante nos escalões de formação ensinar Basquetebol utilizando situações competitivas, em múltiplos contextos, que promovam a optimização da tomada de decisão, bem como aspectos técnicos, tácticos e físicos (Leite et al,. 2009). Através dos valores médios podemos realçar que no passe sem sucesso, passe com sucesso, lançamento de 2 pontos com sucesso, lançamento de 3 pontos sem sucesso, perdas de bolas, ressalto defensivo e desarme de lançamento, se verifica uma diminuição do número de ocorrências conforme se vai aumentando o número de jogadoras (jogos reduzidos). Outros estudos (Duarte et al., 2009; Gabbet et al., 2008; Hill-Haas et al., 2008; Kelly e Drust, 2008) verificaram que algumas acções técnicas são estatisticamente significativas quando reduzido o espaço e o número de jogadores. Os autores Gabbet et al. (2008) referenciam que em jogos reduzidos as acções técnicas: o passe, o drible e os desarmes são estatisticamente significativos. Por outro Discussão 19

lado Kelly e Drust (2008) verificaram que em campos reduzidos, mas mantendo o mesmo número de jogadores, existe uma alteração num número importante de acções técnicas, em campos de menor dimensão existe um aumento significativo de algumas acções técnicas (número de desarmes e número de remates). Hill-Haas et al. (2008) verificaram que, mantendo a área por jogadora constante, no jogo reduzido de 6x6 existia uma diminuição no número de acções técnicas que cada jogadora realizava durante este em relação ao 2x2 e ao 4x4. Este estudo apresenta as mesmas condições que o nosso (diminuição dos jogadores mantendo a área por jogador constante). O facto das acções técnicas apresentarem valores mais altos no 3x3 e mais baixos no 5x5, e essa diferença em alguns casos ser bastante significativa, magnitude do efeito acima de 0.5, pode ocorrer devido ao aumento do número de jogadoras levar a uma diminuição das acções que cada jogadora faz durante o jogo. Essa diminuição pode-se verificar devido à interacção reduzida com a bola (Hill-Haas et al., 2008; Piñar et al., 2009). No que se refere à frequência cardíaca em actividade e à percentagem da frequência cardíaca máxima os nossos resultados demonstraram que a diminuição do número de jogadoras tem uma influência concreta na frequência cardíaca, principalmente no 3x3. Na situação de jogo reduzido de 3x3 os valores médios e a percentagem da frequência cardíaca máxima foram os mais elevados (ver Quadro 3.2.), facto que nos leva a crer que este jogo reduzido permite o melhoramento da capacidade aeróbia no treino de Basquetebol. É possível ainda salientar que, qualquer um dos formatos apresentou uma percentagem em relação à FCmáx superior a 85%. Também Sampaio et al. (2009), verificaram que jogos reduzidos de Basquetebol de 3x3 e 4x4 promoveram elevadas exigências, acima de 80% da frequência cardíaca máxima. Hill-Haas et al. (2008), por sua vez verificaram que, no Futebol, jogos reduzidos mais pequenos (2x2) provocaram resposta de frequência cardíaca elevadas. Desta forma é importante salientar que os jogos reduzidos, apresentadas no nosso estudo, parecem contribuir para o aumento da intensidade do jogo. Pensamos que o aumento da intensidade de jogo que se verificou no jogo reduzido 3x3 se deveu a um maior envolvimento das jogadoras nas acções realizadas durante o jogo. Com um menor número de Discussão 20

jogadoras, pensamos que estas foram solicitadas um maior número de vezes para realizar as acções de ordem técnica e táctica durante o tempo de jogo. Os nossos resultados relativamente às zonas de intensidade da FCmáx demonstraram que existem diferenças significativas entre a zona 4 (FC>90%) e as restante zonas (1, 2, 3) (ver Quadro 3.3. e Figura 3.1.), o que nos leva a crer que os jogos reduzidos podem melhorar a capacidade aeróbia das jogadoras. Verificamos também que a diminuição do número de jogadores tem uma influência concreta no tempo passado em zonas de intensidade elevada, principalmente no 3x3. Na situação de jogo reduzido de 3x3 o tempo passado na zona de intensidade superior a 90% foi o mais elevado (ver Figura 3.2.), facto que comprova que este jogo reduzido permite a melhoria da capacidade aeróbia no treino de Basquetebol. Hill-Haas et al. (2008) salientam que em jogos reduzidos de Futebol, mais concretamente no 2x2 os jogadores também passam mais tempo nas zonas de frequência cardíaca superiores. Através da análise do Figura 3.2. pode-se constatar que o 3x3 foi onde se verificou um maior período de tempo passado a 90% da frequência cardíaca máxima. Já o 5x5 apresentou o menor valor. Estas observações vão ao encontro de vários estudos que confirmaram o impacto fisiológico nos jogos reduzidos em diversos Jogos Desportivos Colectivos. A área de jogo, o número de jogadores, os feedbacks (comunicação verbal), o número e a duração das séries, ou a duração total da sessão, influenciam directamente a actividade e o impacto fisiológico, tal como foi verificado pelos seguintes autores Coutts et al., 2009; Dellal et al., 2008; Duarte et al., 2009 e Hill-Haas et al., 2008). Segundo Kelly e Drust (2008), os jogos reduzidos produzem stress cardiovascular similar a outros exercícios intermitentes especificamente concebidos para melhorar a resistência dos jogadores. Também Sampaio et al. (2009) verificaram esse facto ao salientar que o 3x3 contribui com exigências físicas superiores ao 4x4. Desta forma, os resultados obtidos sugerem que formatos de jogo reduzidos menores podem ser úteis em treino para melhorar a capacidade aeróbia (Duarte et al., 2009; Gabbet et al., 2008; Hill-Haas et al., 2008; Sampaio et al., 2009). De acordo com os resultados obtidos e com a bibliografia disponível podemos constatar que estes jogos reduzidos podem ser Discussão 21

usados para o treino aeróbio no Basquetebol e com muitos benefícios multifactoriais de treino (Sampaio et al., 2009). Rampinini et al. (2007) mostraram que a intensidade dos jogos reduzidos aumenta com a diminuição do número de jogadores. Podemos assim sugerir que o 3x3 foi jogado mais intensamente, o que levou a que as médias da frequência cardíaca de actividade, a percentagem da FCmáx e o tempo passado na zona de intensidade mais elevada sejam maiores neste jogo reduzido, bem como a frequência de um maior número de acções técnicos. A diminuição do número de jogadoras, mantendo o mesmo espaço por jogadora, pode permitir uma maior intervenção das jogadoras bem como a sua maior motivação para o jogo (Sampaio et al., 2009). Assim as respostas fisiológicas, frequência cardíaca, apresenta um maior impacto no 3x3 do que no 4x4 e 5x5 (ver Quadro 3.2.). Nos dias actuais, o jogo de Basquetebol parece estar mais dinâmico, necessitando assim de decisões rápidas diante das acções dos adversários, o que pode levar o treinador a ter uma maior preocupação com o planeamento do treino, da época. Os resultados deste estudo sugerem que é possível usar alguns jogos reduzidos, neste caso o 3x3 para desenvolver as acções técnicas e a capacidade física nos escalões de formação femininos na modalidade de Basquetebol. O jogo de Basquetebol pode-se basear num jogo reduzido de 3x3, pois este é a estrutura mínima que garante a essência do jogo, i.e., o 3x3 permite trabalhar todos os conceitos de jogo, as acções técnicas e as acções tácticas. Através do 3x3 o treinador pode trabalhar as acções técnicas básicas (passe, lançamento, ressalto) e complexas (bloqueios) de uma forma contextualizada, ou seja, criando situações de treino das acções técnicas semelhantes ao que acontece em contexto de jogo, permite a sua execução ao mesmo tempo que as jogadoras têm a pressão adversária e do timming de execução (leitura de jogo / tomada de decisão). O jogo reduzido de 3x3 foi aquele que apresentou um valor médio de frequência mais elevado este facto pode-se ter verificado devido ao maior contacto das jogadoras com a bola. Com o 3x3, diminuição do número de jogadoras, pode-se criar uma maior dinâmica de participação dos jogadoras na defesa e no ataque, levando assim Discussão 22

também ao desenvolvimento da capacidade aeróbia das jogadoras como leva a crer este estudo. Discussão 23

5. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

5. Conclusões e recomendações No presente estudo foram identificadas diferenças nas acções técnicas e nas respostas fisiológicas. No que se refere às acções técnicas verificou-se que o 3x3 foi aquele que proporcionou um maior número de acções e que as diferenças entre o passe com sucesso, lançamento de 2 pontos sem sucesso, lançamento de 2 pontos com sucesso, ressalto defensivo e desarme de lançamento foi estatisticamente significativo. Através deste estudo podemos verificar que apesar dos valores de frequência cardíaca não serem estatisticamente significativos, o 3x3 foi aquele que apresentou um maior valor de frequência cardíaca e aquele em que as jogadoras passaram mais tempo acima dos 90% da frequência cardíaca, tornando-o o mais intenso. Verificou-se também que o 5x5 foi o jogo reduzido em que as jogadoras passaram menos tempo na zona 4 de treino (FCmáx>90%), verificando-se bastantes semelhanças com a situação de jogo reduzido de 4x4. O facto do jogo reduzido 3x3 ter apresentado melhores valores nas acções técnicas e na reposta da frequência cardíaca pode ter-se verificado devido às jogadoras terem um maior contacto com a bola (maior número das fases do jogo), havendo uma maior interacção e comunicação entre as jogadoras e um maior número de primeiras linhas de passe. Desta forma podemos inferir que nos jogos reduzidos, em que à uma alteração no número de jogadoras, mas mantendo a mesma área por jogadora, levam a alterações das acções técnicas e das respostas fisiológicas, principalmente o formato 3x3. Este aspecto torna-se importante para o conhecimento dos treinadores pois permite a estes planear as sessões de treino específico para o escalão de cadetes femininos. A organização cuidada do treino sobre jogos reduzidos leva a uma maior variação dos exercícios no treino e ao utilizar um treino integrado (jogos reduzidos) desde cedo pode vir a beneficiar a aprendizagem e a resolução de situações mais complexas em situação de jogo ou jogos reduzidos ao longo do processo de treino, bem como para os diferentes escalões de forma a se proporcionar um desenvolvimento harmonioso ao longo da sua preparação desportiva (preparação desportiva a longo prazo). Conclusões e recomendações 25

6.BIBLIOGRAFIA

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7. ANEXOS

7.Anexos Data: Forma Jogada: 3x3 / 4x4 / 5x5 Período: 1 / 2 / 3 / 4 Filmagem: 1 / 2 Variáveis Jogadores Passe Lançamento 2 pts Lançamento 3 pts Ressalto Perda de bola S/Sucesso C/Sucesso S/Sucesso C/Sucesso S/Sucesso C/Sucesso Ofensivo Defensivo Assistência Roubo de bola Desarme lançamento 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10