Maturidade do ovário no cascudo Hypostomus strigaticeps (Siluriformes, Loriicaridae)

Documentos relacionados
ANÁLISE MORFOLÓGICA DO DESENVOLVIMENTO OVOCITÁRIO DE PIRACANJUBA, Brycon orbignyanus, DURANTE O CICLO REPRODUTIVO*

RELATÓRIO DE MONITORAMENTO DA ICTIOFAUNA NA ÁREA DA UHE MAUÁ

RELATÓRIO DE MONITORAMENTO DA ICTIOFAUNA NA ÁREA DA UHE MAUÁ

Biodiversidade Pampeana, PUCRS, Uruguaiana ISSN :11-18, 28 de dezembro de 2005

UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA REITORIA CENTRO DE AQUICULTURA DA UNESP

Descrição morfológica dos ovários do peixe Melanotaenia boesemani em atividade reprodutiva 1

5 Ecologia e biologia do peixe Mugil liza (tainha)

DESCRIÇÃO MORFOLÓGICA DO COMPLEXO FOLICULAR EM Cichla kelberi (PERCIFORMES, CICHLIDAE).

Paulo de Tarso da Cunha Chaves 2

Desenvolvimento Gonadal de machos e fêmeas de Pseudotothyris obtusa (Ribeiro,1911) (Loricariidae, Hypoptopomatinae) 1

Universidade Estadual Paulista Centro de Aqüicultura

REPRODUÇÃO E ALEVINAGEM

HISTOLOGIA DAS GÔNADAS DE Characidium alipioi (TELEOSTEI, CRENUCHIDAE), COLETADOS NO PARQUE ESTADUAL DO FORNO GRANDE (PEFG) ES.

Biologia reprodutiva de quatro espécies de peixes forageiros da represa de Três Marias, MG

Luciana Nakaghi Ganeco 1 e Laura Satiko Okada Nakaghi *

cf. gracilis (Osteichthyes, Siluriformes, Pimelodidae) no rio Amambai,, Estado de Mato Grosso do Sul

Aspectos reprodutivos da pescada-do-piauí, Plagioscion squamosissimus (Heckel, 1840), capturada no Açude Pereira de Miranda (Pentecoste - Ceará) 1

Centro de Estudos do Mar, Universidade Federal do Paraná. Avenida Beira Mar, Pontal do Paraná, Paraná, Brasil. 3. iidae), coastal area

Desenvolvimento gonadal de fêmeas de matrinxã, Brycon amazonicus, submetidas a. restrição alimentar

Reprodução do peixe-r em uma planície de maré adjacente à gamboa do Baguaçu, Baía de Paranaguá, inidae),

Biologia reprodutiva da tabarana Salminus hilarii (osteichthyes, characidae) na represa de Três Marias

Os resumos serão recebidos no período do dia 15 de setembro a 20 de outubro de 2008

Resumo. Abstract. Alice Hirschmann 1* Clarice Bernhardt Fialho 1. Hamilton César Zanardi Grillo 2

Biologia alimentar e reprodutiva do peixe-cachorro (Oligosarcus jenynsii Günther, 1864) na região do alto rio Uruguai - Brasil

ASPECTOS DA BIOLOGIA POPULACIONAL DO TUCUNARÉ (Cichla piquiti) NO RESERVATÓRIO DE LAJEADO, RIO TOCANTINS

Marcus Vinicius Morini Querol 1 Enrique Querol 1 Nara Neide Adolpho Gomes 1 INTRODUÇÃO

BIOLOGIA REPRODUTIVA DE Hydrolycus tatauaia (TOLEDO-PIZA, MENEZES & SANTOS, 1999) DO RIO TELES PIRES ÁREA DE INFLUÊNCIA UHE COLÍDER

Estudos Reprodutivos em espécies de peixes de importância comercial da Baía de Todos os Santos.

Época de desova do cangati, Trachycorystes galeatus (Linnaeus, 1756), no Açude Pereira de Miranda (Pentecoste - Ceará - Brasil) 1

Impacto de barragem hidrelétrica na reprodução de peixes NILO BAZZOLI

Fecundity of the Hypostomus affinis (Siluriformes, Loricariidae) in the Lajes Reservoir, Rio de Janeiro, Brazil

R. Bras. Zootec., v.27, n.4, p , 1998

Acadêmico de Bacharelado em Ciências Biológicas da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Alegre FAFIA Alegre ES. 2

DESCRIÇÃO MORFOLÓGICA DA FOLICULOGÊNESE E OOGÊNESE DO Laetacara araguaiae (Perciformes, Cichlidae).

Morfologia ovariana de Poecilia vivipara, Block e Schneider, 1801

MARIA DE LOURDES PEREIRA ESPER 1, MÁRCIA SANTOS DE MENEZES 1 & WALMIR ESPER 1

ASPECTOS DA BIOLOGIA REPRODUTIVA DE PIAPARA (Leporinus obtusidens), CAPTURADOS A JUSANTE DA USINA HIDRELÉTRICA DO FUNIL, PERDÕES/MINAS GERAIS

AnÁlise ovariana do ariacó, Lutjanus synagris (Actinopterygii: Lutjanidae), e considerações sobre sua reprodução no estado do CEARÁ

BIOLOGIA REPRODUTIVA DE ASPIDORAS FUSCOGUTTATUS (SILURIFORMES, CALLICHTHYIDAE) EM RIACHO DE CABECEIRA DA BACIA DO ALTO RIO PARANÁ INTRODUÇÃO

J. R. S. VITULE 2. Acta Biol. Par., Curitiba, 36 (3-4): F. F. GAZOLA-SILVA 3 & J. M. R. ARANHA 4

55) Hoplosternum littorale (Hancock, 1828)

ELIZÂNGELA MARIA DE SOUZA

Professor Mestre, Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, MG 2

scabripinnis paranae (Ostheichthyes, bacia do rio Tibagi,

Francisco Gerson Araújo 1 Silvana Duarte 1 Rubens Sterental Goldberg 1 liana Fichberg 1

56) Rhinelepis strigosa Valenciennes, 1840

Biologia reprodutiva do surubim (Pseudoplatystoma coruscans) Reproduction biology of brazilian catfish (Pseudoplatystoma coruscans)

COMPONENTES SOMÁTICOS E GERMINATIVOS OVARIANOS DO CARANGUEJO-UÇÁ, Ucides cordatus LINNAEUS, 1763 (DECAPODA: OCYPODIDAE)

CICLO DE VIDA E ESTRUTURA DE UMA POPULAÇÃO DE Rypticus randalli COURTENAY, 1967 (OSTEICHTHYES, PERCIFORMES), EM UM MANGUEZAL DA RAPOSA, BRASIL.

DESENVOLVIMENTO OVARIANO DE Ariomma bondi Fowler, 1930 (TELEOSTEI: ARIOMMATIDAE) NA REGIÃO SUDESTE-SUL DO BRASIL

(OSTARIOPHYSI, CHARACIDAE) em um rio da região Sudeste do Brasil, SP

Débora K.S. Marques 1 lerecê de Lucena Rosa 2 Hélio de Castro B. Gurgel 1

INVOLUÇÃO DOS FOLÍCULOS PÓS-OVULATÓRIOS EM Pseudoplatystoma fasciatum (PISCES, TELEOSTEI)

Tipo de crescimento e aspectos reprodutivos do peixe marinho Oligoplites palometa (Osteichthyes: Carangidae), na costa do Rio Grande do Norte, Brasil.

HISTOLOGIA DE GÔNADAS MASCULINAS E FEMININAS DE LEBISTE (Poecilia reticulata)

RELATÓRIO DE MONITORAMENTO DA ICTIOFAUNA NA ÁREA DA UHE MAUÁ

(Pisces, Characiformes) no Parque Estadual da Serra do Mar-Núcleo Santa Virgínia, Mata Atlântica, Estado de São Paulo,, Brasil

Acta Scientiarum. Biological Sciences ISSN: Universidade Estadual de Maringá Brasil

UAKARI, v.5, n.1, p , jun. 2009

Biologia reprodutiva do curimatã comum, Prochilodus brevis (Characiformes: Prochilodontidae) no açude Marechal Dutra, Rio Grande do Norte, Brasil.

CARACTERIZAÇÃO DAS CÉLULAS GERMINATIVAS NO PRIMÓRDIO GONADAL DA PIRACANJUBA Brycon orbignyanus (CHARACIFORMES, CHARACIDAE)

Biologia reprodutiva de Mugil curvidens e Mugil incilis no litoral norte de Alagoas

Desenvolvimento e diferenciação dos ovócitos de pacu, Piaractus mesopotamicus (Holmberg

Introdução à Histologia e Técnicas Histológicas. Prof. Cristiane Oliveira

Desenvolvimento Sustentável Amanã, AM.

48) Pseudoplatystoma corruscans (Agassiz, 1829)

O sistema reprodutor feminino. Os ovários e os órgãos acessórios. Aula N50

GAMETOGÊNESE. Processo de formação e desenvolvimento das células germinativas especializadas OS GAMETAS.

BIOLOGIA REPRODUTIVA DA SERRA, Scomberomorus brasiliensis (OSTEICHTHYES:SCOMBRIDAE), EM ÁGUAS COSTEIRAS DO RIO GRANDE DO NORTE

Caracterização macro- e microscópica dos ovários do bagre amarelo, Cathoropsspixii (Agassiz, 1829), durante o ciclo reprodutivo

Transmissão da Vida Bases morfológicas e fisiológicas da reprodução 1.2. Noções básicas de hereditariedade. Ciências Naturais 9ºano

MINI-CURSOS SOBRE REPRODUÇÃO DE PEIXES NATIVOS E EXÓTICOS DA REGIÃO SUL: ENFOQUE JUNDIÁ (Rhamdia quelen) E CARPA CAPIM (Ctenopharyngodon idella)

Produção de peixes nativos: vocação do estado mato-grossense. Darci Carlos Fornari Genetic Fish Rise

Reproductive epoch of Mugil platanus (Günther, 1880), (Pisces, Mugilidae) from the Baia de Paranaguá (Paraná, Brazil)

de Ciências do Ambiente e Sustentabilidade na Amazônia

Ecologia reprodutiva de Astyanax lacustris (Osteichthyes: Characidae) na Lagoa do Piató, Assú, Rio Grande do Norte, Brasil.

16) Piaractus mesopotamicus (Holmberg, 1887)

Roberto Ávila Bernardes 1 June Ferraz Dias 1

Sistema Reprodutor Feminino. Acadêmica de Veterinária Carolina Wickboldt Fonseca

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS DEPARTAMENTO DE AQUICULTURA PROGRAMA PÓS-GRADUAÇÃO EM AQUICULTURA

DIMORFISMO SEXUAL SECUNDÁRIO EM FÊMEAS DE Cichla kelberi (TELEOSTEI, PERCIFORMES, CICHLIDAE).

38) Auchenipterus osteomystax (Ribeiro, 1918)

ASPECTOS REPRODUTIVOS DE DIPLECTRUM RADIALE (QUOY & GAIMARD, 1824), NA BAÍA DA RIBEIRA,

RELATÓRIO DE MONITORAMENTO DA ICTIOFAUNA NA ÁREA DA UHE MAUÁ

FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE PESCA CURSO DE ENGENHARIA DE PESCA CLEITON SOARES CESAR

Hematopoese. Prof. Archangelo P. Fernandes Profa. Alessandra Barone

CICLO REPRODUTIVO DA LÍNGUA Dicologoglossa cuneata ([de la Pylaie] Moreau, 1881) NO LITORAL DE AVEIRO

SISTEMA REPRODUTOR FEMININO

Joaquim Olinto Branco 1, Maria Jose Lunardon 2, Marcelo Gentil Avila 1,3, Carlos Fernando Miguez 1 ABSTRACT

OCORRÊNCIA DA FAMÍLIA LORICARIIDAE (PISCES: SILURIFORMES) NO ALTO CURSO DO RIO SUCURIÚ. Nadialine Stefan Barbosa¹ & Maria José Alencar Vilela 2

UNP, Av. Senador Salgado Filho, 1610 Lagoa Nova, Natal, Rio Grande do Norte. 2

ASPECTOS DA BIOLOGIA REPRODUTIVA E PADRÃO SAZONAL DE RECRUTAMENTO DOS JUVENIS DO PAMPO Trachinotus SUL DO BRASIL

Centro de Ciências Tecnológicas, da Terra e do Mar, Universidade do Vale do Itajaí. Caixa Postal 360, Itajaí, Santa Catarina, Brasil.

Geraldo Barbieri 1 *, Fernando André Salles 1, Marcos Antonio Cestarolli 1 e Alcides Ribeiro Teixeira-Filho 2

NÍVEIS DE SAÚDE EM TAMBAQUIS ORIUNDOS DE TANQUES DE CRIAÇÃO NO MUNICÍPIO DE ROLIM DE MOURA

MARIA TERESA DUARTE GIAMAS Pesquisador Cientffico Instituto de Pesca. AGAR COSTA ALEXANDRINO Pesquisador Cientffico Instituto de Pesca

Soraya Vitório Del Puente Paulo de Tarso Chaves*

COMPOSIÇÃO TAXONÔMICA E ESTRUTURA EM TAMANHO DA ASSEMBLÉIA DE PEIXES DO CÓRREGO ITYS, NO MUNICÍPIO DE MARIALVA PR

Reprodução. Biologia Ambiental Professora: Keffn Arantes

Transcrição:

Maturidade do ovário no cascudo Hypostomus strigaticeps (Siluriformes, Loriicaridae) Erico Luis Hoshiba Takahashi 1*, Roberto Goitein 1,2 e Laura Satiko Okada Nakaghi 1,3 1 Centro de Aquicultura, Universidade Estadual Paulista, Via de Acesso Prof. Paulo Donato Castellane, km 5, 14884-900, Jaboticabal, São Paulo, Brasil. 2 Departamento de Zoologia, Instituto de Biociências, Universidade Estadual Paulista, Rio Claro, São Paulo, Brasil. 3 Departamento de Morfologia e Fisiologia Animal, Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias, Universidade Estadual Paulista, Jaboticabal, São Paulo, Brasil. *Autor para correspondência. E-mail: ericolht@yahoo.com.br RESUMO. No presente trabalho, foi estudado o desenvolvimento ovariano do cascudo Hypostomus strigaticeps. Foram coletadas 332 fêmeas, em coletas mensais, de julho de 2002 até junho de 2004, no rio Corumbataí, Estado de São Paulo, bacia do Paraná. Os ovários foram processados com técnicas histológicas de rotina, com inclusão em parafina, corte com 5 µm de espessura e coloração em hematoxilina-eosina. Foram observados seis tipos de ovócitos: Cromatina-nucléolo, Perinucleolar, Alvéolo-cortical, Vitelogênico, Maduro e Atrésico. Foi construída uma escala de maturidade, a partir de observações microscópicas, macroscópicas e do índice gonadossomático com quatro fases: Repouso, Maturação, Maduro e Desovado. Palavras-chave: peixe, reprodução, gônadas, histologia. ABSTRACT. Ovarian organization and maturity stages of armored catfish Hypostomus strigaticeps (Siluriformes, Loriicaridae). This work studied the ovarian development of the armored catfish Hypostomus strigaticeps. Between July 2002 and June 2005, 332 females were collected monthly from the Corumbataí River, São Paulo State Brazil. The ovaries were processed using routine histological techniques paraffin inclusion and 5 µm thick sections stained in hematoxylin-eosin. Six types of oocytes were observed: Chromatin-nucleolus, Perinucleolar, Cortical-alveolus, Vitellogenic, Ripe and Atresic. Four maturity stages were created based on macroscopic and microscopic morphological observations, as well as on analysis of the gonadossomatic index (GSI): Rest, Maturation, Ripe and Spawned. Key words: fish, reproduction, gonad, histology. Introdução Estudos reprodutivos ocupam importante lugar na investigação pesqueira por fornecer subsídios necessários à elaboração de programas visando à exploração racional e à preservação das espécies ícticas de rios e lagos (Barbieri, 1994). Dentre os Siluriformes, os cascudos são considerados peixes de grande valor econômico, sendo muito explorados nos rios do Estado de São Paulo (Antoniutti et al., 1985). Caracterizam-se pela sua carapaça espessa e por sua boca em forma de ventosa. O gênero Hypostomus possui cerca de 110 espécies, sendo um dos grupos mais diversificados, colonizando todos os habitats aquáticos da América do Sul (Montoya-Burgos, 2003). Lowe-McConnell (1999), ao resumir as características de peixes neotropicais, trata Hypostomus como um grupo de desova reduzida, que apresenta cuidado parental e cuja época reprodutiva é pouco conhecida. Segundo Cardone et al. (2006), uma grande variedade de espécies do gênero Hypostomus, em especial H. strigaticeps, pode ser encontrada no rio Corumbataí. Este rio é o principal afluente do rio Piracicaba, e, pela qualidade de suas águas abastece os municípios próximos a Rio Claro e Piracicaba, Estado de São Paulo (Troppmair, 1992). A descrição original de Hypostomus strigaticeps foi feita por Regan (1907), baseado em exemplares do rio Piracicaba, Estado de São Paulo. A espécie é vulgarmente chamada de cascudo-pintado (Nomura e Mueller, 1982). Apresenta o corpo escuro, com manchas claras na cabeça, corpo e raios das nadadeiras, sendo comum formas nas quais as manchas da cabeça e de parte do corpo se unem formando reticulações (Gosline, 1948). Estudos reprodutivos de Hypostomus, enfocando ovogênese, foram realizados para H. affinis (Mazzoni e Caramaschi, 1997a; Duarte e Araújo, 2002); H. albopunctatus (Antoniutti et al., 1985); H. ancistroides (Watanabe et al., 1987); H. commersonii (Agostinho et al., 1982); H. luetkeni (Mazzoni e Caramaschi, 1997b); H. grupo punctatus (Menezes e Caramaschi,

108 Takahashi et al. 1994); H. tietenses (Favaro e Chaves, 1999). Porém, são escassos os estudos reprodutivos com H. strigaticeps, existindo apenas uma caracterização biológica, realizada por Nomura e Mueller (1982). O objetivo do presente trabalho foi descrever o desenvolvimento ovariano e criar uma escala de maturidade para H. strigaticeps. Material e métodos Foram coletadas 332 fêmeas de Hypostomus strigaticeps, em amostragem mensais, realizadas no alto curso do rio Corumbataí, à montante da cidade de Corumbataí, Estado de São Paulo (22º12 47 S e 47º37 40 O), durante o período de julho de 2002 até junho de 2004. Para cada exemplar foram mensurados o comprimento-padrão (precisão de 1 mm) e a massa total (precisão de 0,01 g). Por meio de uma incisão ventral, foram observadas as características morfológicas macroscópicas de vascularização, forma, coloração, proporção ocupada na cavidade abdominal, presença e diâmetro dos ovócitos visíveis. Procedeu-se à retirada dos ovários para a mensuração de suas massas (precisão de 0,01 g). Posteriormente, os ovários foram fixados, em solução de Bouin, por até 20h, e processados com técnicas histológicas rotineiras, com inclusão em parafina, secções ao micrótomo, com cortes de 5 µm de espessura, e as lâminas foram coradas com hematoxilina e eosina. Microscopicamente, foram observados, sequencialmente, o tamanho, forma e frequência de ocorrência dos diferentes tipos de ovócitos; a concentração, distribuição e presença de estruturas nucleares e citoplasmáticas; a presença de membranas e células acessórias e a afinidade tintorial. O índice gonadossomático (IGS) foi calculado, a partir da fórmula: massa do ovário IGS = 100 massa total O IGS foi estimado para cada estádio de maturação, foi, também, realizada a mensuração do diâmetro de 20 ovócitos, em cada fase, e estimados os diâmetros médios. Resultados e discussão Estudos que envolvem a ovogênese e classificação gonadal são pré-requisitos para a compreensão do ciclo de vida dos peixes. Segundo Brandão et al. (2003), muitos estudos sobre a ovogênese de peixes foram realizados, e variações nas classificações das fases de desenvolvimento dos ovócitos são, rotineiramente, observadas na literatura. Para Romagosa (1991), há autores que consideram as características nucleares, citoplasmáticas e de vitelo; outros, o tamanho e alguns, os diferentes estágios de desenvolvimento dos ovócitos, as camadas foliculares e a zona radiata. O acréscimo ou omissão de fases do desenvolvimento, ou a utilização de nomes ou números diferentes para a designação das mesmas fases do desenvolvimento causa dificuldades de interpretação e compreensão (Zaiden, 2000). No gênero Hypostomus, Favaro e Chaves (1999) classificaram a ovogênese do H. cf tietenses, em cinco fases, com uma subdivisão da fase III, em três subfases, de acordo com a localização dos alvéolos corticais. Para H. affinis, Mazzoni e Caramaschi (1997a) classificaram em cinco fases, e Duarte e Araújo (2002), em quatro fases. Para H. grupo punctatus, Menezes e Caramaschi (1994) classificaram a ovogênese em quatro fases. No presente trabalho, para H. strigaticeps, procurou-se adotar critérios que simplificassem, ao máximo, a identificação das fases da ovogênese. Foram adotados como critérios principais: a presença de alvéolos corticais, e, também, a presença de grânulos de vitelo; a quantificação dos grânulos de vitelo, no citoplasma, a posição do núcleo, no citoplasma, além do diâmetro dos ovócitos. Baseando-se nestes critérios, os ovócitos observados foram caracterizados em seis fases: Cromatinanucléolo (fase 1), Perinucleolar (fase 2), Alvéolocortical (fase 3), Vitelogênico (fase 4), Maduro (fase 5) e Atrésico (fase 6) (Wallace e Selman, 1981) (Figura 1). Os ovócitos Cromatina-nucléolo (fase 1) (Figura 1A) foram os menores ovócitos visualizados. Possuem núcleo e nucléolo relativamente grandes. São encontrados em ninhos, nas lamelas ovulígeras. Vazzoler (1996) considerou, como ovócitos cromatina-nucléolo, as ovogônias e ovócitos, nas primeiras fases do desenvolvimento, sendo estas visíveis em ovários imaturos, em repouso e nas últimas etapas dos ovários em recuperação. Favaro e Chaves (1999) revisaram a questão e também consideraram os ovócitos cromatina-nucléolo como ovogônias. Zaiden (2000) distingue as ovogônias dos ovócitos cromatina-nucléolo e comenta que pela dificuldade de distinção entre estes tipos celulares, muitas vezes se encontram, nas classificações, apenas a designação para ovócitos cromatina-nucléolo. No presente trabalho, as ovogônias foram consideradas ovócitos cromatina-nucléolo.

Desenvolvimento ovariano do Hypostomus strigaticeps 109 Figura 1. Fotomicrografias de secções de ovários de H. strigaticeps apresentando diferentes tipos de ovócitos. A) Cromatinanucléolo. B) Perinucleolar com núcleo vitelínico (*). C) Alvéolo cortical. D) Vitelogênico. E) Maduro com núcleo excêntrico (N). F) Atrésico. Ac: Alvéolos-corticais; Gv: Glóbulos de vitelo; Coloração: Hematoxilina-eosina. Os ovócitos Perinucleolar (fase 2) (Figura 1B) apresentavam o formato angular, o citoplasma intensamente basofílico e, à medida que foram se desenvolvendo, tornaram-se mais arredondados e foram perdendo a basofilia. Nos núcleos, foram observados numerosos nucléolos. No citoplasma, notou-se a presença do núcleo vitelínico fortemente basofílicos. O diâmetro médio foi de 0,19 mm (Figura 2). Favaro e Chaves (1999) afirmaram que a forte basofilia citoplasmática do ovócito, na fase perinucleolar, deve-se à intensa síntese protéica. Agostinho et al. (1982) subdividiram, para H. commersoni, a fase perinucleolar em inicial, intermediária e avançada, diferenciando pela intensidade da basofilia. Os ovócitos perinucleolares de H. strigaticeps foram encontrados em todos os estágios de desenvolvimento dos ovários. A ocorrência de tal fato é normal, pois estes ovócitos dão origem às populações que iniciarão a vitelogênese (Vazzoler, 1996). Chaves e Vazzoler (1984) e Ganeco et al. (2001) denominaram estes ovócitos como de estoque de reserva pelo fato de ficar armazenadas para maturação no ano seguinte. Nos ovócitos perinucleolares de H. strigaticeps, foram observados os núcleos vitelínicos, que, concordando com Agostinho et al. (1982), Favaro e Chaves (1999) e Ganeco et al. (2001) foram encontrados próximo ao núcleo da célula e apresentaram-se como uma mancha circular de granulação basófila. Os núcleos vitelínicos são encontrados apenas nas fases de crescimento avitelogênico do ovócito (Agostinho et al., 1982). Os ovócitos Alvéolos-corticais (fase 3) (Figura 1C) foram caracterizados pela presença das vesículas, ou alvéolos corticais, no citoplasma ao redor do núcleo que se deslocam para a periferia da célula com o desenvolvimento do ovócito. O núcleo apresentou vários nucléolos em sua periferia. À medida que o ovócito se desenvolveu, ocorreu também perda da basofilia do citoplasma. A zona radiata e a camada granulosa tornaram-se mais evidentes. A média do diâmetro foi de 0,64 mm (Figura 2). Os alvéolos corticais tem sido descritos como vacúolos corticais, vitelo intravesicular, vitelo caboidratado e vesícula de vitelo. (Guraya, 1986; Menezes e Caramaschi, 1994; Narahara, 1995). No presente trabalho, foi observada a presença de alvéolos espalhados pelo citoplasma, nos ovócitos alvéolo-corticais de menor diâmetro e na periferia do citoplasma nos de maior diâmetro, fato também observado para outros Hypostomus (Agostinho et al., 1982; Mazzoni e Caramaschi, 1997a). Favaro e Chaves (1999) subdividiram a fase de Alvéolocortical em três, de acordo com a localização dos alvéolos corticais no citoplasma. Para H. strigaticeps, na fase de ovócito Alvéolocortical, foram observadas claramente a zona radiata e a camada granulosa, sendo estas características fundamentais para diferenciar os ovócitos na fase Perinucleolar daquelas da fase Alvéolo-cortical. A zona pelúcida (Cavalcanti, 1994) ou, ainda, a membrana vitelínica ou a zona radiata, devido à presença de estrias radiais (Vazzoler, 1996), é um envoltório acelular acidófilo que circunda os ovócitos de teleósteos, com a função de intermediar a passagem de substâncias para o interior dos ovócitos e protegê-los após a desova (Hurley e Fisher, 1966). Nos ovócitos Vitelogênicos (fase 4) (Figura 1D), foi observada a deposição dos grânulos de vitelo intensamente acidófilos que se iniciou na periferia da célula e progrediu para o centro. A zona radiata, fortemente acidófila, e camada granulosa apresentaram-se bem espessas. O núcleo mostrou contorno irregular e vários nucléolos em sua periferia. A média do diâmetro foi de 1,32 mm (Figura 2). Os ovócitos Maduros (fase 5) (Figura 1E)

110 Takahashi et al. apresentaram os maiores diâmetros, possuindo o citoplasma totalmente ocupado pelos grânulos de vitelo. A deposição de proteínas vitelínicas, nos ovócitos dos teleósteos, contribui com 80-90% do seu peso seco, sendo o principal responsável pelo crescimento ovocitário (Selman e Wallace, 1989). O núcleo apresentou formato irregular, posição excêntrica e muitos nucléolos. A média do diâmetro, o maior observado, foi de 2,81 mm (Figura 2). Os ovócitos Atrésicos (fase 6) (Figura 1F) caracterizaram-se pela desorganização e reabsorção do vitelo, e, em fases mais avançadas, foram observadas a perda da forma arredondada e a fragmentação da zona radiata. Segundo Hoar (1969), a atresia folicular ocorre antes e após a desova, em ambientes naturais ou artificiais. Para H. strigaticeps, foram observados ovócitos atrésicos e pós-ovulatórios, apenas em ovários desovados. Os folículos pós-ovulatórios originam-se das células foliculares, a partir dos folículos que liberaram os ovócitos (Vazzoler, 1996). Algumas horas após a ovulação, os folículos pós-ovulatórios entram em processo de reabsorção (Narahara, 1995). número de estádios; sejam realizadas análises microscópicas de uma parcela significante, de ovários em estádio de maturação em espécies com desova parcelada; e se utilize de índices quantitativos, como o IGS. Para Ganeco et al. (2001), somente o IGS ou e/ou análise macroscópica não são suficientes para a determinação dos estádios de maturação das gônadas, pois não permitem distinção clara dos estádios de maturação sucessivos, tendo as análises microscópicas importância fundamental na identificação exata. Para H. strigaticeps, seguindo as recomendações citadas, a escala de maturidade (Figura 3) foi criada a partir das características microscópicas de presença e frequência dos tipos celulares. Macroscopicamente, foram observadas características de vascularização, forma, coloração e proporção ocupada na cavidade celomática. Concomitante a essas observações, foram utilizados os dados do IGS por estádio de maturidade (Figura 4). Para outros Hypostomus, escalas foram criadas com diferentes estádios e critérios (Agostinho et al., 1982; Antoniutti et al., 1985; Menezes e Caramaschi, 1994; Mazzoni e Caramaschi, 1997a; Mazzoni e Caramaschi, 1997b; Duarte e Araújo, 2002). Figura 2. Média e desvio padrão do diâmetro (mm) dos ovócitos de H. strigaticeps em diferentes fases de desenvolvimento. A definição de uma escala de maturidade é fundamental para a compreensão do ciclo reprodutivo e para previsões de comportamento que uma população sofre durante o ano (Cavalcanti, 1994; Dias et al., 1998). Segundo Dias et al. (1998), escalas de maturidade macroscópicas podem ser usadas desde que sejam utilizadas escalas simplificadas com pequeno Figura 3. Fotomicrografias de secções de ovários de H. strigaticeps em diferentes estágios de desenvolvimento: A) Repouso. B) Maturação. C) Maduro. D) Desovado. Coloração: Hematoxilina- Eosina. Os ovários, em estádio Repouso (Figura 3A), apresentaram-se transparentes, finos, curtos, sem vascularização visível e ocuparam menos de um terço da cavidade visceral. Microscopicamente, foram caracterizados pela presença de muitos ovócitos perinucleolares e alguns na fase de cromatina-nucléolo. O IGS médio, nesse estádio, foi de 0,18 (Figura 4).

Desenvolvimento ovariano do Hypostomus strigaticeps 111 Figura 4. Índice gonadossomático (IGS) médio e desvio padrão de H. strigaticeps por estágio de maturidade. Os ovários, em estádio de Maturação (Figura 3B), possuíam coloração esbranquiçada, formatos cilíndricos, eram longos, com pouca vascularização e tinham poucos ovócitos evidentes a olho nu. Com o desenvolvimento, a coloração tornou-se amarela, a vascularização começou a aparecer, o formato tornou-se saculento, o número de ovócitos visíveis aumentou. Ao final desse estádio, os ovários mostraram coloração amarelo brilhante, vascularização evidente, vários ovócitos visíveis a olho nu e ocuparam grande porção da cavidade abdominal. Nos ovários em início de maturação, microscopicamente, puderam ser observados ovócitos na fase perinucleolar e alguns, no alvéolocortical. No final da maturação, verificaram-se ovócitos perinucleares, alvéolo-cortical e vitelogênicos. O IGS médio, nesse estádio, foi de 0,68 (Figura 4). Os ovários, em estádio Maduro (Figura 3C), ocuparam o maior espaço na cavidade abdominal e coloração amarela transparente. Microscopicamente, houve a predominância de ovócitos maduros, porém foram encontrados alguns ovócitos perinucleolares e vitelogênicos. O IGS médio, nesse estádio, o maior observado, foi de 7,29 (Figura 4). Os ovários, em estádio Desovado (Figura 3D), mostraram-se flácidos, com coloração escura, com massa e volume diminuídos, onde foi possível se visualizar alguns ovócitos. Microscopicamente, foram caracterizados pela presença de folículos pósovulatórios e ovócitos atrésicos. O IGS médio, nesse estádio, foi de 2,60 (Figura 4). Para H. strigaticeps, o estádio pós-desova foi denominado desovado, visto que as coletas foram realizadas em ambiente natural. Já, Zaniboni Filho e Resende (1988) preferiram o termo esvaziado. Zaiden (2000) e Ganeco et al. (2001) preferiram o termo regressão por estudarem peixes em cativeiro. A escala de maturidade do presente trabalho, com quatro estádios, torna possível a utilização simples e direta em trabalhos de campo, diminuindo erros de identificação e possibilita a criação de subdivisões ou divisões que podem fornecer subsídios para estudos reprodutivos mais aprofundados. Conclusão Para Hypostomus strigaticeps, foram observados seis tipos de ovócitos: Cromatina-nucléolo, Perinucleolar, Alvéolo-cortical, Vitelogênico, Maduro e Atrésico, permitindo a construção de uma escala de maturidade, a partir de observações microscópicas, macroscópicas e do índice gonadossomático com quatro fases: Repouso, Maturação, Maduro e Desovado. Agradecimentos Ao Sr. Orandi Mateus, pelo auxílio na confecção de lâminas, e à Fapesp, pela bolsa concedida (Processo n 03/09524-0). Referências ANTONIUTTI, D.M. et al. Morfologia das gônadas, escala de maturidade e fator de condição de Plecostomus albopunctatus Regan, 1908 (Osteichthyes, Loricariidae) do Rio Jaguari, São Paulo, Brasil. B. Inst. Pesca, São Paulo, v. 12, n. 4, p. 87-103, 1985. AGOSTINHO, A.A. et al. Morfologia dos ovários de Plecostomus commersonii (Valenciennes, 1840) Osteichthyes- Loricariidae: desenvolvimento dos ovócitos e escala de maturidade. Rev. Bras. Biol., Rio de Janeiro, v. 42, n. 1, p. 71-77, 1982. BARBIERI, G. Dinâmica da reprodução de cascudo, Rineloricaria Latirostris Boulenger (Siluriformes, Loricariidae) do Rio Passa Cinco, Ipeúna, São Paulo. Rev. Bras. Zool., São Paulo, v. 11, n. 4, p. 600-615, 1994. BRANDÃO, C.A.S. et al. Ovary maturation stages and oocyte features in three species of the neotropical fish Hemiodus (Muller, 1842). Braz. Arch. Biol. Techn., Curitiba, v. 46, n. 3, p. 433-441. 2003. CARDONE, I.B. et al. Diet and capture of Hypostomus strigaticeps (Siluriformes, Loricariidae) in a small Brazilian stream: relationship with limnological aspects. Braz. J. Biol., Rio de Janeiro, v. 66, n. 1, p. 25-33, 2006. CAVALCANTI, D.G. Reprodução do cascudo cinza Liposarcus ansisti (Holberg, 1893) (Loricariidae, Siluriforme): Histologia de gônadas e fatores abióticos. 1994. Dissertação (Mestrado em Aqüicultura) Universidade Estadual Paulista, Jaboticabal, 1994. CHAVES, P.T.C.; VAZZOLER, A.E.A.M. Aspectos biológicos de peixes amazônicos. II. Anatomia

112 Takahashi et al. microscópica dos ovários, escala de maturidade e tipo de desova do gênero Semaprochilodus. Rev. Bras. Biol., Rio de janeiro, v. 44, n. 3, p. 347-355, 1984. DIAS, J.F. et al. Análise macroscópica dos ovários de teleósteos: problemas de classificação e recomendações de procedimento. Rev. Bras. Biol., Rio de Janeiro, v. 58, n. 1, p. 55-69, 1998. DUARTE, S., ARAÚJO, F.G. Fecundity of Hypostomus affinis (Siluriformes, Loricariidae) in the Lajes Reservoir, Rio de Janeiro, Brazil. Rev. Biol. Trop., San Jose, v. 50, n. 1, p. 193-197, 2002. FAVARO, L.F.; CHAVES, P.T.C. Aspectos morfológicos e citoquímicos da ovogênese de Hypostomus cf. tietensis (Loricariidae) do Lago Igapó (Londrina, PR, Brasil). Acta Biol. Parana, Curitiba, v. 28, p. 125-139, 1999. GANECO, L.N. et al. Análise morfológica do desenvolvimento ovocitário de Piracanjuba, Brycon orbignyanus, durante o ciclo reprodutivo. B. Inst. Pesca, São Paulo, v. 27, n. 2, p. 131-138, 2001. GOSLINE, W.A. Contributions to the classification of the Loricariid Catfishes. Arq. Mus. Nac. Rio J., Rio de Janeiro, v. 41, p. 79-144, 1948. GURAYA, S.S. The cell and molecular biology of fish oogenesis. New York: Basel, 1986. HOAR, W.S. Reproduction. In: HOAR, W.S.; RANDAL, D.J. (Ed.). Fish physiology. London: Academic Press, 1969. v. 3, p. 1-72. HURLEY, D.A.; FISHER, K.C. The structure and development of the external membrane in young eggs of the brook trout Salvelinus fontinalis (Mitchill). Can. J. Zool., Ottawa, v. 44, p. 173-190, 1966. LOWE-McCONNELL, R.H. Estudos ecológicos de comunidades de peixes tropicais. São Paulo: Universidade de São Paulo, 1999. MAZZONI, R.; CARAMASCHI, E.P. Spawning season, ovarian development and fecundity of Hypostomus affinis (Osteichthyes, Loricariidae). Rev. Bras. Biol., Rio de Janeiro, v. 57, n. 3, p. 455-462, 1997a. MAZZONI, R.; CARAMASCHI, E.P. Observations on the reproductive biology of female Hypostomus luetkeni Lacèpéde 1803. Ecol. Freshw. Fish, Copenhagen, v. 6, p. 53-56, 1997b. MENEZES, M.S.; CARAMASCHI, E.P. Características reprodutivas de Hypostomus grupo punctatus no rio Ubatiba, Maricá, RJ (Osteichthyes, Loricariidae). Rev. Bras. Biol., Rio de Janeiro, v. 54, n. 3, p. 503-513, 1994. MONTOYA-BURGOS, J.I. Historical biogeography of the catfish genus Hypostomus (Siluriformes: Loricariidae), with implications on the diversification of Neotropical ichthyofauna. Mol. Ecol., Oxford, v. 2, p. 1855-1867, 2003. NARAHARA, M.Y. Histofisiologia das gônadas de teleósteos. In: SEMANA SOBRE HISTOLOGIA DE PEIXES, 2., 1995, Jaboticabal. Anais... Jaboticabal: FCAV/Unesp, 1995. p. 11-25. NOMURA, H.; MUELLER, I.M.M. Caracterização merísticas e dados biológicos sobre Hypostomus strigaticeps (Regan, 1907) do rio Mogi-Guaçu. São Paulo (Osteichthyes, Loricariidae). Rev. Agric., Piracicaba, v. 57, p. 175-196, 1982. REGAN, C.T. Descriptions of new loricariid fishes from South America. Proc. Zool. Soc. London, London, v. 54, p. 795-800, 1907. ROMAGOSA, E. Mudanças morfológicas (microscopia de luz e eletrônica) das gônadas de Pacu, Piaractus mesopotamicus (Holmberg, 1887) durante o ciclo reprodutivo, em condições de confinamento. 1991. Dissertação (Mestrado em Zoologia) Instituto de Biociências de Rio Claro, Rio Claro, 1991. SELMAN, K.; WALLACE, R.A. Review cellular aspects of oocyte growth in teleosts. Zool. Sci., Tokyo, v. 6, p. 211-231, 1989. TROPPMAIR, H. Características naturais e socioeconômicas. In: SEMANA DE DEBATES SOBRE RECURSOS HÍDRICOS E MEIO AMBIENTE. CONSÓRCIO INTERMUNICIPAL DAS BACIAS DO RIO PIRACICABA E CAPIVARI, 1992, São Paulo. Anais... São Paulo. DAEE/ Fundap, 1992. VAZZOLER, A.E.M. Biologia da reprodução de peixes teleósteos: teoria e prática. Maringá: Eduem, 1996. WALLACE, R.A.; SELMAN, K. Cellular and dynamic aspects of oocyte growth in teleosts. Am. Zool., Thousand Oaks, v. 21, p. 325-343, 1981. WATANABE, I. et al. On the reproduction of Brazilian fishes. XI. Scanning electron microscopic study of oogenesis in the armored catfish Hypostomus ancistroides IHERING 1911 (PISCES, LORICARIIDAE). Ars. Vet., Jaboticabal, v. 1, n. 3, p. 23-31, 1987. ZAIDEN, S.F. Morfologia gonadal e Meabolismo energético da Piraputanga Brycon hilarii (Cuvier e Valenciennes, 1849) (Pisces, Characidae), em cativeiro, durante ciclo reprodutivo anual. 2000. Tese (Doutorado em Aqüicultura)-Centro de Aquicultura da Unesp, Jaboticabal, 2000. ZANIBONI-FILHO, E.; RESENDE, E. Anatomia de gônadas, escala de maturidade e tipos de desova do matrinxã, Brycon cephalus (GUNTHER, 1869) (Teleostei: Characidae). Rev. Bras. Biol., Rio de Janeiro, v. 48, n. 4, p. 833-844, 1988. Received on August 22, 2007. Accepted on November 26, 2007.