ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NO PARTO HUMANIZADO

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Transcrição:

ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NO PARTO HUMANIZADO Débora de Araújo Moura 1 ; Anne Lívia Cavalcante Mota 2 ; Daniel Matos de Sousa 3 ; Letícia Pereira Araújo 4 ; Walquirya Maria Pimentel Santos Lopes 5 Universidade Federal do Piauí¹- deboranh@hotmail.com; Universidade Federal do Piauí 2 - aliviacante@gmail.com; Universidade Federal do Piauí 3 - daniel.matos846@gmail.com; Universidade Federal do Piauí 4 - leraraujo15@gmail.com; Universidade Federal do Piauí 5 - walquirya@hotmail.com. A gravidez é um momento ímpar na vida da mulher, em que ocorrem muitas mudanças, o corpo da mulher se prepara para gerar um novo ser, um turbilhão de sentimentos aparece nessa fase da vida, são dúvidas, medos, que irão levar a mulher a uma instabilidade emocional, é nesse momento que o apoio incondicional da família e das pessoas que irão acompanhar essa gravidez é indispensável. O conceito de humanização do parto pode ser bastante diversificado, porém, há um movimento defendendo-o como um processo que respeita a individualidade das mulheres, valorizando-a como protagonista e permitindo a adequação da assistência à cultura, crenças, valores e diversidade de opiniões dessas pessoas. Frente ao processo de mudança do paradigma do cuidado no trabalho de parto e parto, a equipe de enfermagem possui papel decisivo já que são os profissionais que estão mais próximos da parturiente. É necessário então, que a equipe de enfermagem desenvolva amparada por instrumentos pertinentes e educação permanente, um modo de cuidar próprio, caracterizando-o como uma prática autônoma e consciente do seu papel como agente de mudança. O objetivo do presente estudo foi analisar o conhecimento científico nacional acerca da assistência humanizada prestada pela enfermagem durante o trabalho de parto. Trata-se de um estudo de revisão integrativa. Os artigos foram selecionados em duas bases de dados por meio da Biblioteca virtual em Saúde (BVS): Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS) e Banco de Dados em Enfermagem (BDENF). Realizou-se a coleta dos artigos em setembro de 2017, utilizando-se os Descritores em Ciências da Saúde (DeCS): Parto humanizado AND Cuidados de enfermagem AND Saúde da Mulher. Os critérios de inclusão foram: artigos completos disponíveis eletronicamente, nos idiomas português, que abordasse a temática, publicado nos últimos 5 anos. Após a aplicação dos critérios de inclusão a amostra encontrada foi de 15 artigos, dos quais apenas 5 compuseram a amostra, sendo que 4 estavam duplicados nas bases de dados e 2 não estavam ligados diretamente ao tema. Procedeu-se para leitura e análise da literatura encontrada em seguida agrupou-se os achados mais relevantes. Nas publicações, a a humanização é compreendida como um processo que requer a articulação de diferentes níveis de administração do sistema de saúde, boas condições de infraestrutura, habilidades técnico-científicas e ética profissional. Tais elementos deveriam compensar o trabalho coletivo para prover um serviço que é, na realidade humanizado. O enfermeiro, sobretudo o especialista em obstetrícia, ocupa um lugar de extrema importância na assistência, sendo capaz de direcionar e sensibilizar a equipe multiprofissional para o cuidar humanizado como forma de mudar o atual cenário da obstetrícia. Nesse processo, sendo encontrada muitas dificuldades durante o trabalho de parto para se prestar assistência humanizada às mulheres. De acordo com os estudos analisados, observa-se que o enfermeiro, principalmente o especialista em obstetrícia, ocupa um lugar de destaque na assistência ao parto humanizado, haja vista, sua intrínseca capacidade de direcionar e sensibilizar a equipe multiprofissional no contexto do parto. Palavras-chave: Parto Humanizado, Cuidados de Enfermagem, Saúde da mulher. INTRODUÇÃO A gravidez é um momento ímpar na vida da mulher, em que ocorrem muitas mudanças, o corpo da mulher se prepara para gerar um novo ser, um turbilhão de sentimentos aparece nessa fase da vida, são dúvidas, medos, que

irão levar a mulher a uma instabilidade emocional, é nesse momento que o apoio incondicional da família e das pessoas que irão acompanhar essa gravidez é indispensável. A atenção voltada a essa gestante deve ser diferenciada, respeitando suas particularidades e seu tempo, isso deve acontecer desde as consultas de pré-natal até o momento do parto, tornando o atendimento humanizado. A mulher no período gravídico compartilha de um sentimento muito comum nessa fase, que é a hora do parto esses medos estão relacionados à cultura, crenças e mitos. Neste processo, o parto passou a ser vivenciado como um momento de intenso sofrimento físico e moral. O medo, a tensão e a dor das parturientes nesse modelo de assistência impedem o processo fisiológico do parto normal, o que pode culminar com práticas intervencionistas que, na maioria das vezes, poderiam ser evitadas (MOURA et al., 2007). O Brasil está na lista dos países recordistas em partos cesarianos no mundo. Anualmente, pelo Sistema Único de Saúde (SUS) são realizados 2,3 milhões de partos e 80% desses são cirúrgicos, fato preocupante tendo em vista que a Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda uma taxa aceitável entre 10 e 15 % (OLIVEIRA; CRUZ, 2010). Diante desses fatos o ministério da saúde preconiza o parto humanizado, que pode ser realizado em Centros de Parto Normal (CPN) ou mesmo no domicílio da parturiente. Os Centros de Parto Normal atendem as normas preconizadas pelo Ministério da Saúde, conforme Portaria 985/99GM. Constituem-se em unidades de atendimento ao parto normal, localizadas fora do centro cirúrgico obstétrico. Dispõem de um conjunto de elementos destinados a receber a parturiente e seus acompanhantes, permitindo um trabalho de parto ativo e participativo, empregando práticas baseadas em evidências recomendadas e que os diferenciam dos serviços tradicionais de atenção obstétrica. As primeiras recomendações para esta modalidade de assistência foram citadas pela Organização Mundial da Saúde, em 1996 (MACHADO; PRAÇA, 2006). O conceito de humanização do parto pode ser bastante diversificado, porém, há um movimento defendendo-o como um processo que respeita a individualidade das mulheres, valorizando-a como protagonista e permitindo a adequação da assistência à cultura, crenças, valores e diversidade de opiniões dessas pessoas. Assim, humanizar o parto é respeitar e criar condições para que todas as dimensões do ser humano serem atendidas: espirituais, psicológicas e biológicas (CASTRO; CLAPIS, 2005). A humanização da assistência também está nas relações entre o profissional o cliente e o seu acompanhante para um bom funcionamento do

trabalho de parto, integrando a família proporcionando a essa mulher respeito, privacidade e segurança prestando assim uma assistência de qualidade. Nesse momento da vida da gestante, além do apoio familiar, se faz necessário um atendimento especializado, que é garantido por meio de estratégias disponibilizadas na rede pública de saúde pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Dentre outras, a Rede Cegonha, criada pelo Ministério da Saúde (MS) em 2011, que compreende a assistência humanizada às mulheres e às crianças, do pré-natal ao pós-parto, garante acesso e acolhimento, visando à redução da mortalidade materna e neonatal. Frente ao processo de mudança do paradigma do cuidado no trabalho de parto e parto, a equipe de enfermagem possui papel decisivo já que são os profissionais que estão mais próximos da parturiente. É necessário então, que a equipe de enfermagem desenvolva amparada por instrumentos pertinentes e educação permanente, um modo de cuidar próprio, caracterizando-o como uma prática autônoma e consciente do seu papel como agente de mudança (FRELLO; CARRARO, 2010). O papel do profissional de enfermagem, nesse contexto, começa na assistência à saúde da mulher e do recém-nascido, buscando garantir uma atenção humanizada, individualizada e ampla. Além disso, também cabe ao enfermeiro promover ações que visem a atender a parturiente em sua complexidade, possibilitando sua autonomia quanto aos assuntos relativos aos cuidados no pré-natal, parto, primeiros cuidados com o bebê e puerpério (CAMILLO et al., 2016). A partir dessa problematização, o objetivo do presente estudo foi analisar o conhecimento científico nacional acerca da assistência humanizada prestada pela enfermagem durante o trabalho de parto. METODOLOGIA Trata-se de uma revisão integrativa da literatura, elaborada em seis passos: elaboração da pergunta norteadora; investigação da literatura; coleta de dados; análise crítica dos estudos; discussão dos resultados e apresentação da revisão integrativa (MENDES, SILVEIRA, GALVÃO, 2008). A pergunta norteadora elaborada constituiu-se em: Quais são as publicações cientificas a respeito da assistência de enfermagem no parto humanizado? Os artigos foram selecionados em duas bases de dados por meio da Biblioteca virtual em Saúde (BVS): Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS) e Banco de Dados em Enfermagem (BDENF).

Realizou-se a coleta dos artigos em setembro de 2017, utilizando-se os Descritores em Ciências da Saúde (DeCS): Parto humanizado AND Cuidados de enfermagem AND Saúde da Mulher. Os critérios de inclusão foram: artigos completos disponíveis eletronicamente, nos idiomas português, que abordasse a temática, publicado nos últimos 5 anos. Após a aplicação dos critérios de inclusão a amostra encontrada foi de 15 artigos, dos quais apenas 5 compuseram a amostra, sendo que 4 estavam duplicados nas bases de dados e 2 não estavam ligados diretamente ao tema. Procedeu-se para leitura e análise da literatura encontrada em seguida agrupou-se os achados mais relevantes. RESULTADOS E DISCUSSÃO Na análise das publicações, agruparam-se as informações de modo a apresentar as principais características de cada estudo. A síntese dos resultados está descrita na Tabela 1. Tabela 1. Caracterização dos estudos selecionados quanto ao título do periódico, objetivos e desenho metodológico, em ordem cronológica decrescente de publicação, acerca da assistência de enfermagem no parto humanizado. Ano Autores Periódico Objetivos 2016 SILVA, Ú. et al. Journal of Nursing UFPE on line Conhecer as vivências das puérperas sobre o cuidado de enfermagem durante o trabalho de parto e parto no que tange a humanização. Desenho Metodológico Descritivo e exploratório 2016 MOTTA, S.A.M.F. al. et Journal of Nursing UFPE on line Analisar a implementação das práticas humanizadas na assistência ao parto natural, fundamentada no documento "Boas práticas de atenção ao parto e ao nascimento de 1996. Descritivo transversal 2015 SILVA, A.L.S.; NASCIMEN TO, E.R.; COELHO, E.A.C. Escola Anna Nery revista de enfermagem Conhecer as práticas de cuidado utilizadas por enfermeiras implicadas nos processos autonomia, dignificação e participação de mulheres durante o parto normal. Descritivo exploratório e

2015 CASSIANO, A.N.; ARAÚJO, M.G.; HOLANDA, C.S.M. Journal of rescarsh fundamental. care online Avaliar a percepção da enfermagem sobre a humanização do cuidado no pós-parto em um hospital público localizado em Seridó região do Rio Grande do Norte (RN). Descritivo exploratório e 2014 SOUZA, R.M.; SOARES, L.S.; QUITETE, J.B. Journal of rescarsh fundamental. care online O objetivo geral do estudo é discutir o poder feminino na arte de parir, dando voz às mulheres que protagonizaram este ato através do parto domiciliar assistido por enfermeiras. Os objetivos específicos são: identificar os motivos que levaram as mulheres a optarem pelo parto ativo domiciliar; e avaliar a assistência obstétrica recebida pelas parturientes em seus domicílios. História vida de Fonte: adaptação dos autores. Em uma das falas das participantes do estudo de Cassiano (2015) a humanização é compreendida como um processo que requer a articulação de diferentes níveis de administração do sistema de saúde, boas condições de infraestrutura, habilidades técnicocientíficas e ética profissional. Tais elementos deveriam compensar o trabalho coletivo para prover um serviço que é, na realidade humanizado. De fato, a humanização de cuidado de mulheres ao longo da gravidez e parto e, especialmente no período pós-parto, permeia questões que se referem a formulação de políticas públicas, a organização da rede de serviço para a dimensão particular de práticas de saúde executada por profissionais, como médicos, enfermeiro e outros. O enfermeiro, sobretudo o especialista em obstetrícia, ocupa um lugar de extrema importância na assistência, sendo capaz de direcionar e sensibilizar a equipe multiprofissional para o cuidar humanizado como forma de mudar o atual cenário da obstetrícia. Nesse processo, sendo encontrada muitas dificuldades durante o trabalho de parto para se prestar assistência humanizada às mulheres. Estas dificuldades relacionam-se à necessidade de profissionais capacitados e sensibilizados para tal; da disponibilidade de recursos tecnológicos e infraestrutura adequada da instituição; além de se tratar de um momento em que a mulher se encontra suscetível a sentimentos, como alegria, medo

e dor, necessitando de atenção e apoio emocional (MOTTA et al., 2016). Souza, Soares e Quetite (2014) citando Souza (2005) diz que a atribuição do trabalho da Enfermeira Obstétrica foi observada no relato de puérperas entrevistadas como papel fundamental para a tranquilidade e segurança no trabalho de parto, pois o profissional deve transmitir a parturiente imensa sensação de segurança. Estar constantemente presente, dar atenção, conversar e até os pequenos gestos, como o contato físico, são elementos fundamentais no acolhimento e estabelecem uma relação de troca que favorece uma relação de confiança(silva et al., 2016). Assim, deixa-se claro ser imprescindível na assistência de enfermagem o embasamento teórico-prático, no entanto, que é de suma importância o estreitamento de laços afetivos entre profissional e parturiente, demonstrando que as atividades da enfermagem vão além do saber técnico e constituem a humanização do cuidado. O estudo realizado por Silva, Nascimento e Coelho (2015) mostrou que a utilização dos conceitos de dignificação, autonomia e participação foi um recurso útil que permitiu conhecer quais foram as práticas de cuidado prestadas por enfermeiras obstétricas às mulheres em um Centro de Parto Normal (CPN) e revelou um cuidado que valoriza a integralidade das ações e utiliza um enfoque centrado nas necessidades das usuárias. Apontando o acolhimento; a promoção da presença de acompanhante; a promoção de um ambiente adequado ao cuidado; e a transmissão de calma e segurança às mulheres como as práticas de cuidado utilizadas no CPN, implicadas nos processos de dignificação. A autonomia das mulheres sendo desenvolvida por meio da promoção de relações pessoais entre profissionais e usuárias livres de coerção; e a facilitação no acesso às informações durante o trabalho de parto. O protagonismo da mulher é um dos princípios da assistência humanizada ao parto e segundo Silva et al. (2016) não foi referenciado na vivência das participantes do estudo; reafirma que não existirá humanização no nascimento se não devolver o protagonismo a mulher. Nessa perspectiva, é preciso que os profissionais de saúde adquiram a percepção de que a mulher é por direito a protagonista de seu parto e, ao terem isso em mente, reformulem a forma de cuidar. Essa percepção não deve ser exclusiva à atenção hospitalar, mas deve se iniciar na atenção básica para que a mulher ainda no pré-natal obtenha todas as informações necessárias para fazer o planejamento do seu parto. Para isso, é de fundamental importância que a enfermagem e demais profissionais da saúde envolvidos no acompanhamento da gestante,

forneçam informações pertinentes e de qualidade antes, durante e após o parto. Além fornecer condições para que compreendam quais os benefícios, tanto para ela quanto para o bebê, de se ter um parto normal e humanizado. Entender o parto como um processo fisiológico da natureza feminina, proporciona a mulher uma melhor assistência de enfermagem (SOUZA; SOARES; QUITETE, 2014). No entanto, a melhoria da qualidade da assistência ao parto também está relacionada à diminuição de cesáreas. Ainda sendo preciso desmistificar a ideia de que a cesárea é uma opção para um parto sem dor e rápido, mas frisar que se trata de um procedimento eficaz quando bem indicado. Porém, para que isso ocorra é preciso que o atendimento ao parto normal seja qualificado e que principalmente a enfermagem transforme sua maneira de cuidar para que a mulher sinta que apesar da dor, é capaz de parir de forma natural por ser o modo mais seguro (SILVA et al., 2016). Contudo, emergiu a compreensão que este é um processo complexo que envolve, para a realização de suas metas, várias variáveis como a articulação de níveis diferentes de cuidado médico, administração de programa e políticas de saúde pública e instituições de políticas de setor como também as condições de infraestrutura e recursos humanos. Assim, a realização de Programa de Humanização do Parto depende, entre outros fatores, no planejamento efetivo de suas ações de administração, o melhoramento de condições de funcionamento e desempenho de profissional (CASSIANO et al., 2015). CONCLUSÃO De acordo com os estudos analisados, observa-se que o enfermeiro, principalmente o especialista em obstetrícia, ocupa um lugar de destaque na assistência ao parto humanizado, haja vista, sua intrínseca capacidade de direcionar e sensibilizar a equipe multiprofissional no contexto do parto. Além disso, por meio da análise dos artigos, vê-se o fundamental papel da enfermeira no que diz respeito a transmitir tranquilidade e segurança às puérperas, promovendo o estreitamento de laços entre a gestante e a equipe, o que é fundamental para o protagonismo da mulher na hora do parto. Por esse prisma, nota-se que as atividades da enfermagem vão além do saber técnico, e constituem-se fundamentais para a humanização do parto. Ademais, é papel do enfermeiro e da equipe multidisciplinar esclarecer para a mãe as vantagens para ela e o bebê de um parto natural e humanizado. É de suma

importância salientar, também, a necessidade de políticas de saúde pública que orientem e implementem, de forma efetiva, o parto humanizado na sociedade. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CAMILLO, B. S. et al. Ações de educação em saúde na atenção primária. Rev enferm UFPE on line. v.10, n. 6, p.4894-901, 2016. CASTRO, J. C.; CLAPIS, M. J. Parto humanizado na percepção das enfermeiras obstétricas envolvidas com a assistência ao parto. Rev Latino-am Enfermagem, v.13, n.6, p.960-7, 2005. FRELLO, A. T.; CARRARO, T. E. Componentes do cuidado de enfermagem no processo de parto. Rev. Eletr. Enf., v.12, n.4, p.660-8, 2010. MACHADO, N. X. S.; PRAÇA, N. S. Centro de parto normal e assistência obstétrica centrada nas necessidades da parturiente. Rev Esc Enferm USP, v.40, n.2, p.274-9, 2006. MOURA, F. M. J. S. P. et al. A humanização e a assistência de enfermagem ao parto normal. Rev Bras Enferm, v.60, n.4, p.452-5, 2007. SOUZA, R. M. et al. Parto natural domiciliar: um poder da natureza feminina e um desafio para a enfermagem obstétrica. J. res.: fundam. care. online, v.6, n.1, p.118-131, 2014.