Este livro é uma compilação de histórias reais. Alguns nomes foram omitidos ou trocados em respeito aos referidos.

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Transcrição:

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Copyright 2017 Elenice Mota Todos os direitos reservados Este livro é uma compilação de histórias reais. Alguns nomes foram omitidos ou trocados em respeito aos referidos. Editora EUNU 1ª Edição 2017 Vicktorhflores@hotmail.com vicktorflores.wordpress.com 2

Meus agradecimentos a Vinicius Emmanuel, o primeiro a ouvir cada história. Odair Flores e Mariana Kachan. Em memória de meu avô Narciso Milloni a quem chamo de meu velho italiano e à Dirce Milloni, minha negrinha. Para você, Romeu Carvalho. Grande amigo. Elenice Mota, 05 de julho de 2017 Este livro não segue nenhuma norma ortográfica, possui diversos erros e não por falta de revisão. É exatamente da forma que está aqui que as coisas aconteceram. A sugestão é que seja entendido como um sic do começo ao fim, porque assim é a vida. 3

INTRODUÇÃO Esse livro começou sua gestação em 2011, uma época difícil de recomeço, depois de um divórcio complicado fui morar com minha mãe que por ironia do destino faleceu dias depois. Sem absolutamente nada me vi sozinha com um filho pequeno. Para amenizar a solidão e passar as horas vazias comecei a contar histórias para ele e a cada dia teria que ter uma nova história que até então ele não sabia de onde vinha. Se era real ou engraçada. Com o tempo criei um grupo Contos reis e engraçados e tantas histórias foram contadas e minha intenção era passar o tempo de quem já não tinha mais motivos para rir e ao mesmo tempo incentivar novas pessoas a escrever também. Poucos escreveram e hoje esse livro tem a finalidade de alcançar a todos que gostam de histórias. É um livro para crianças de zero a cem anos com escrita simples, hora real, hora irreal, com contos românticos, engraçados e com uma grande participação de nossos animaizinhos de estimação. 4

O café A hora do café sempre foi a hora mais importante para aqueles dois seres incrivelmente estranhos, enquanto a mesa era posta na simplicidade da pequena mesa de madeira, naquela pequena sala da casinha branca, eles pegavam uma canequinha branca já meio gasto por tanto tempo de uso, enchia de café que ainda nem havia terminado de coar direito e iam para o quintal, e lá sentavam num canto qualquer, pouco conversavam nessa hora, eram só olhares na mesma direção, e esses dois estranhos não tiravam os olhos de algum lugar que ninguém até hoje soube entender para onde estavam olhando e tão pouco para que estavam olhando o nada. Às vezes encontramos pessoas assim, pessoas estranhas que conseguem se amar para a eternidade sem trocar uma palavra se quer, pessoas que querem e caminham juntas mesmo distantes um do outro, pessoas que olham para a mesma direção; e assim começava mais um dia, do lado dentro era uma barulheira sem fim, uma festa infinita de poucos dias já que eram apenas visitas e logo iriam embora. Todos iriam voltar para a 5

casa com exceção dos dois estranhos, esses levariam com eles os segredos de cada palavra não dita, do olhar não trocado, do momento que eternizavam naqueles minutos eternos de um amor que nem o tempo seria capaz de fazer esquecer. O que pensavam? Resposta impossível de responder com clareza, ninguém sabia. Eles sabiam. Eles não contavam, não respondiam aos chamados de dentro, apenas iam tomando um golinho de café por vez bem calmamente, talvez seria apenas para fazer o ritual do café se prolongar por mais tempo, por muito tempo. O eterno não tem tempo. Os eternos são o tempo. O eterno tem todo tempo do mundo. Os eternos vão além do tempo desse mundo.... eles eram eternos; percebia se isso quando nós raros momentos deixavam escapar um breve balbuciar de um sorriso que só eles entendiam. Não se sabe ao certo por quanto tempo os dois ficavam ali sentados, não havia importância alguma para os outros, talvez para eles houvessem, mas jamais falavam sobre esses momentos e a vida ia passando sob esse som não 6

ouvido do lado de dentro da casinha branca e marcando cada vez mais um encontro futuro do lado de fora sem nem mesmo eles conseguir perceber. Depois do ritual sem intenção consciente de ritual terminar eles voltavam em passos curtos para o lado de dentro e o dia então começava. Foram muito dias, muito café, muita caneca já gasta pelo tempo, já se passou muito tempo, só restou mesmo as lembranças de algumas fotos antigas do lugar que hoje já nem é mais um lugar sem nada, tudo se transformou, todos seguiram seus destinos; quanto a esses dois incríveis estranhos sem palavras! Eles estão em lugares diferentes esperando para pegar outra vez à velha caneca para sentar outra vez no mesmo cantinho e sussurrar" falei que éramos eternos! E, então tudo volta outra vez num tempo que jamais o próprio tempo será capaz de fazer esquecer, enquanto isso meu querido e minha querida, pega daí uma caneca de café, pode ser já gasta pelo tempo, não há problema algum se for velha ou nova, se o café for forte ou fraquinho; o que importa mesmo é sentar sob as próprias pernas ou num banquinho velho ou no chão e confortavelmente fazer planos eternos para confidenciar em silêncio e sorrir maliciosamente um... eu te amo sem uma palavra se quer. Importante mesmo é o som desse coração que sabe por quem pulsar e se pulsar forte no silêncio 7

do nada mesmo ao meio de uma festa agitada, de gente agitada que vai passar, pode ter certeza que será eterno no tempo de todos os tempos e tudo há de sobreviver, até que outra vez outra pequena e velha caneca de café volte a fazer mais uma vez parte dessa eternidade já escrita por vocês é assinada com a permissão de Deus para viver seu eterno e mais puro que o amor pode oferecer. (Em memória do meu velho italiano). Vó certinha Uma senhorinha linda com seus oitenta anos sempre vivendo da terra e o que ela lhe ofereceu por todo esse tempo, sonhava com um móvel novo para sua casinha feita de barro e bambu, ela mesma havia feito tudo sozinha, jamais incomodou um filho ou um neto para dispor de algum tempo para ajudá-la. Conseguiu na sua humildade ir colocando algumas coisas dentro da casa, para ela cada coisa tinha sua própria história, seu próprio esforço, "não posso tirar o tempo dos meus netos para me ajudar", assim dizia ela, pois não teve tempo para estudar e mal escrevia seu próprio nome. Inda bem que esse 8

povo não precisa saber português correto e nem assinar o nome para conseguir comprar. Seus netos assim como seus filhos foram ajudados por ela ao longo da vida para ser o que eram e conseguiram um tão importante diploma. Sua ajuda não era com dinheiro, isso ela não tinha, nem com ajuda em leitura, pois como disse ela não sabia ler, mas tinha sempre uma cama aconchegante para descansar depois que voltassem exaustos da Universidade, a comida estava sempre quentinha na casa da vó e as roupas dos doutores ela lavava com um sabão especial, feito por ela mesma com algumas ervas a mais. Sobre isso dizia eu não conto o segredo desse cheiro, é para acalmar a alma e dar força para eles vencerem". Por anos foi assim, se desdobrando nos afazeres dela e no carinho para todos conseguirem um lugar melhor no mundo, talvez ela entendesse que seus netos não eram fortes na alma, nem tão inteligentes como ela que nada sabia de vida de doutor. A vida continuava simples e feliz, todos os netos estavam bem e juntaram um dinheirinho para comprar o presente para a vó. Como ela ficou feliz! Colocou na sala, lugar mais apreciado por ela, era ali que ela recebia a todos, havia apenas dois bancos de madeira sem encosto e uma mesa, nada mais, mas com aquele móvel que ela jamais conseguiu comprar ficou lindo. Fui abençoada dizia ela para todos os amigos 9