Estatísticas Demográficas 2016 31 de outubro de 2017 Número médio de filhos por mulher sobe para 1,36 em 2016 A situação demográfica em Portugal continua a caracterizar-se pelo decréscimo da população residente, apesar do aumento da natalidade e do decréscimo da emigração. O declínio populacional mantém-se desde 2010, embora se tenha atenuado nos três últimos anos. Registou-se um ligeiro aumento do número de nascimentos em 2016 (87 126 nados-vivos) face a 2015 (85 500 nadosvivos). Contudo, esse aumento foi insuficiente para compensar o número de óbitos (110 535), pelo que o saldo natural foi negativo (-23 409). Estima-se que, durante o ano de 2016, tenham entrado em Portugal 29 925 pessoas, valor próximo ao registado em 2015 (29 896) e tenham saído, para residir no estrangeiro, um total de 38 273 pessoas, menos 5,2% do que em 2015 (40 377). O efeito conjugado destes fluxos resultou na manutenção do saldo migratório negativo (- 8 348), ainda que atenuado face a 2015. Em resultado desta dinâmica populacional, a população residente em Portugal foi estimada em 10 309 573 pessoas, menos 31 757 do que em 2015, o que representa uma taxa de crescimento efetivo de -0,31% (-0,32% em 2015). O índice sintético de fecundidade foi de 1,36 filhos por mulher, verificando-se, pelo terceiro ano consecutivo, uma ligeira recuperação. A esperança de vida à nascença foi estimada em 80,62 anos, para o triénio 2014-2016, e continua a ser superior para as mulheres face aos homens (83,33 anos e 77,61, respetivamente). Realizaram-se 32 399 casamentos, valor muito próximo ao do ano anterior, embora o número de casamentos entre pessoas de sexo oposto tenha diminuído ligeiramente. O número de divórcios reduziu-se face ao ano anterior: 22 340, menos 1 037 do que em 2015. O INE divulga hoje no seu Portal www.ine.pt a publicação Estatísticas Demográficas 2016, que apresenta uma análise da situação demográfica a partir de indicadores relativos ao volume e estrutura etária da população residente, crescimento natural e migratório, natalidade e fecundidade, mortalidade e esperança de vida, formação familiar (casamentos celebrados) e dissolução familiar (casamentos dissolvidos por divórcio e por morte), movimentos migratórios internacionais, população estrangeira a residir ou permanecer em Portugal com enquadramento legal e aquisição e atribuição da nacionalidade portuguesa. Estatísticas Demográficas 2016 1/10
Saldo migratório menos negativo em 2016 Em 2016 a população residente em Portugal foi estimada em 10 309 573 pessoas das quais 4 882 456 eram homens e 5 427 117 mulheres valor que representa uma diminuição da população residente em 31 757 habitantes face ao ano anterior, correspondendo a uma taxa de crescimento efetivo negativa de -0,31% (-0,32% em 2015). Mantém-se assim a tendência de decréscimo populacional verificada desde 2011, ainda que se tenha atenuado em particular nos dois últimos anos. O abrandamento do decréscimo populacional em 2016 resultou da redução do valor negativo do saldo migratório, que se situou em -8 348 (-10 481 em 2015), não obstante o ligeiro agravamento do saldo natural (-23 409 face a -23 011 em 2015). Estes saldos correspondem a taxas negativas de crescimento natural de -0,23% (-0,22% em 2015) e migratório de -0,08% (-0,10% em 2015). Variação populacional e suas componentes (), Portugal, 2011-2016 0-10 000-20 000-30 000-40 000-50 000-60 000-70 000 Saldo Natural Saldo Migratório Variação Populacional De facto, apesar de o número de nados-vivos de mães residentes em Portugal ter aumentado 1,9% (87 126 face a 85 500 em 2015), o acréscimo do número de óbitos de residentes em Portugal para 110 535 (mais 1,8% do que os 108 539 observados em 2015), resultou no ligeiro agravamento do saldo natural negativo em 2016. Estatísticas Demográficas 2016 2/10
Saldo natural e suas componentes (), Portugal, 2011-2016 120 000 100 000 80 000 60 000 40 000 20 000 0-20 000-40 000 Saldo Natural Nados-vivos Óbitos O saldo migratório apresentou em 2016, e pelo sexto ano consecutivo, um valor negativo, ainda que mais atenuado. A evolução face ao ano anterior resultou do efeito conjugado da diminuição do número de emigrantes permanentes em 5,2% (38 273 em 2016 e 40 377 em 2015) e da estabilização do número de imigrantes permanentes (29 925 em 2016 e 29 896 em 2015). Saldo migratório e suas componentes (), Portugal, 2011-2016 60 000 50 000 40 000 30 000 20 000 10 000 0-10 000-20 000-30 000-40 000 Saldo Migratório Imigrantes permanentes Emigrantes permanentes Número de nados-vivos aumentou 1,9% Em 2016 registou-se, em Portugal, o nascimento de 87 126 nados-vivos, filhos de mães residentes em território nacional, valor que se traduziu num aumento de 1,9% face a 2015 e se refletiu no aumento da taxa bruta de natalidade para 8,4 nados-vivos por mil habitantes. Estatísticas Demográficas 2016 3/10
Nados vivos (N.º) e Taxa Bruta de Natalidade ( ), Portugal, 2011-2016 100 000 9.2 9.5 95 000 8.5 9.0 90 000 8.3 8.4 8.5 85 000 7.9 7.9 8.0 80 000 7.5 75 000 96 856 89 841 82 787 82 367 85 500 87 126 7.0 Nados-vivos Taxa bruta de natalidade O acréscimo do número de nados-vivos observado em 2016 contribuiu para uma ligeira recuperação do índice sintético de fecundidade para 1,36 filhos por mulher em idade fértil em 2016, por comparação com o ano anterior (1,30). Contudo, manteve-se a tendência de adiamento da idade à maternidade. A idade média da mãe ao nascimento do primeiro filho subiu de 30,2 para 30,3 anos e a idade média da mãe ao nascimento de um filho (independentemente da ordem de nascimento) de 31,7 para 31,9 anos. Idade média das mães (Anos) e Índice Sintético de Fecundidade (N.º), Portugal, 2011-2016 Anos 32,0 31,8 31,6 31,4 31,2 31,0 30,8 30,6 30,4 30,2 30,0 1,35 1,28 1,21 1,23 1,30 1,36 30,9 31,0 31,2 31,5 31,7 31,9 1,5 1,4 1,3 1,2 1,1 1,0 Idade média ao nascimento de um filho Índice sintético de fecundidade Número de óbitos aumentou 1,8% Registou-se, em 2016, um aumento de 1,8% da mortalidade face a 2015. Da totalidade de óbitos de pessoas residentes em Portugal em 2016 (110 535), 70,5% ocorreram em pessoas com idades iguais ou superiores a 75 anos (proporção idêntica em 2015). A taxa bruta de mortalidade foi de 10,7, valor ligeiramente superior ao de 2015 (10,5 ). Em 2016, a taxa de mortalidade infantil foi de 3,2 óbitos por mil nados vivos, ligeiramente superior ao valor registado em 2015 (2,9). Estatísticas Demográficas 2016 4/10
Óbitos (N.º) e Taxa bruta de mortalidade ( ), Portugal, 2011-2016 112.000 10,7 10,8 110.000 108.000 10,2 10,5 10,2 10,1 10,6 10,4 10,2 106.000 10,0 104.000 9,7 9,8 102.000 9,6 100.000 9,4 102 848 107 612 106 554 104 843 108 539 110 535 98.000 9,2 Óbitos Taxa bruta de mortalidade A esperança de vida à nascença, que corresponde ao número médio de anos que uma pessoa à nascença pode esperar viver, mantendo-se as taxas de mortalidade por idades observadas no período de referência, foi estimada, no triénio 2014-2016, em 80,62 anos. Embora os ganhos recentes em anos de vida esperados sejam superiores para a população masculina (1,14 anos para os homens e 0,90 anos para as mulheres, entre os períodos 2009-2011 e 2014-2016), a esperança de vida à nascença continua a ser superior para as mulheres. No período 2014-2016, as mulheres podiam esperar viver 83,33 anos e os homens 77,61 anos. Esperança de vida à nascença (anos), Portugal, 2009-2011 a 2014-2016 Anos 86,00 84,00 82,00 80,00 78,00 76,00 82,43 79,55 76,47 83,33 80,62 77,61 74,00 2009-2011 2010-2012 2011-2013 2012-2014 2013-2015 2014-2016 Esperança de vida à nascença (Metodologia 2007 - Anos), HM Esperança de vida à nascença (Metodologia 2007 - Anos), H Esperança de vida à nascença (Metodologia 2007 - Anos), M Número de casamentos de 2016 muito próximo do valor de 2015 Em 2016 a nupcialidade registou um valor muito próximo ao do ano anterior, em resultado da diminuição do número de casamentos entre pessoas de sexo oposto e do aumento do número de casamentos entre pessoas do mesmo sexo. Estatísticas Demográficas 2016 5/10
Casamentos (N.º) e Taxa bruta de nupcialidade ( ), Portugal, 2011-2016 37 000 36 000 35 000 34 000 33 000 32 000 31 000 30 000 29 000 3.4 3.3 3.1 3.1 3.1 3.0 36 035 34 423 31 998 31 478 32 393 32 399 3.5 3.4 3.3 3.2 3.1 3.0 2.9 2.8 Casamentos Taxa Bruta de nupcialidade O valor da taxa bruta de nupcialidade manteve-se em 3,1 casamentos por mil habitantes. No decurso de 2016, realizaram-se 32 399 casamentos (422 dos quais entre pessoas do mesmo sexo), mais seis do que os realizados em 2015. O adiar da idade ao casamento é uma tendência que se tem mantido ao longo das últimas décadas e para ambos os sexos: a idade média ao primeiro casamento em 2016 situou-se em 32,8 anos para os homens e 31,3 anos para as mulheres, que compara com 32,5 anos e 31,0 anos, respetivamente em 2015. Idade média ao primeiro casamento (Anos) por sexo, Portugal, 2011-2016 Anos 34,0 33,0 32,0 31,0 30,0 29,0 29,5 31,1 29,9 31,4 30,2 31,7 30,6 32,1 31,0 32,5 31,3 32,8 28,0 27,0 Idade média ao primeiro casamento - Mulheres (anos) Idade média ao primeiro casamento - Homens (anos) Número de divórcios diminuiu em 2016 Em Portugal, em 2016, foram decretados 22 649 divórcios, menos 984 do que em 2015: 22 340 divórcios diziam respeito a casais residentes em território nacional (23 377 em 2015) e 309 (256 em 2015) a residentes no estrangeiro. O aumento do número de divórcios de casais residentes em território nacional que se vinha a verificar desde 2006, foi interrompido a partir de 2011, passando a uma diminuição até 2015, ano em que regista um aumento, para voltar a descer em 2016. A maior quebra verificou-se em 2013, com uma diminuição de cerca de 2 855 divórcios decretados. Em 2016, face ao ano anterior, o decréscimo foi de 1 037. Estatísticas Demográficas 2016 6/10
Os valores da taxa bruta de divorcialidade acompanham a tendência de evolução do número de divórcios decretados. Desde 2011 que a taxa bruta de divorcialidade apresenta um valor abaixo de 2,5, atingindo em 2016 2,2 divórcios por mil habitantes, valor inferior ao do ano anterior (2,3 ). Divórcios (N.º) e Taxa bruta de divorcialidade ( ), Portugal, 2011-2016 30 000 25 000 20 000 15 000 10 000 2.5 2.4 2.2 2.1 2.3 2.2 2.6 2.5 2.4 2.3 2.2 2.1 5 000 0 26 751 25 380 22 525 21 988 23 377 22 340 2.0 1.9 Divórcios Taxa bruta de divorcialidade Em 2016, cerca de 36% dos homens e 39% das mulheres que se divorciaram tinham entre 35 a 44 anos. A idade média ao divórcio foi cerca de 45 anos (44,9 anos) para ambos os sexos, superior à verificada no ano anterior, que se fixou em 44,5 anos. A análise do indicador por sexo, revela que, desde 2011, a idade média dos homens ao divórcio foi sempre mais elevada do que a idade média das mulheres, situando-se em 2016 em 46,1 anos para os homens e 43,7 anos para as mulheres. Idade média ao divórcio (Anos) por sexo, Portugal, 2011-2016 Anos 47,0 46,0 45,0 45,2 45,7 46,1 44,0 43,0 42,0 41,0 43,5 41,2 44,0 41,7 44,5 42,2 42,7 43,2 43,7 40,0 39,0 38,0 Idade média ao divórcio, Homens Idade média ao divórcio, Mulheres Número de imigrantes permanentes em 2016 muito próximo do de 2015 Estima-se que durante o ano de 2016 tenham entrado em Portugal 29 925 pessoas, para residir por um período igual ou superior a 1 ano (imigrantes permanentes), valor próximo do estimado para 2015 (29 896). Do total dos imigrantes permanentes: 51% eram homens; 50% tinham nacionalidade portuguesa; 39% nasceram em Portugal; Estatísticas Demográficas 2016 7/10
0-4 5-9 10-14 15-19 20-24 25-29 30-34 35-39 40-44 45-49 50-54 55-59 60-64 65 e + 0-4 5-9 10-14 15-19 20-24 25-29 30-34 35-39 40-44 45-49 50-54 55-59 60-64 65 e + 50% residiam anteriormente num país da União Europeia e 80% eram pessoas em idade ativa (15 a 64 anos). Imigrantes permanentes por grupo etário (%), Portugal, 2016 % 25,0 20,0 15,0 10,0 5,0 0,0 Número de emigrantes permanentes diminuiu pelo terceiro ano consecutivo Estima-se que em 2016 tenham saído de Portugal, para residir no estrangeiro por um período igual ou superior a 1 ano (emigrantes permanentes), um total de 38 273 pessoas, menos 5,2% que em 2015 (40 377). Do total de emigrantes permanentes: 61% eram homens; 97% tinham nacionalidade portuguesa; 76% tiveram como destino um país da União Europeia; 94% eram pessoas em idade ativa e 36% tinham como nível de escolaridade completo no máximo o terceiro ciclo do ensino básico e 41% o ensino superior. Emigrantes permanentes por grupo etário (%), Portugal, 2016 % 25,0 20,0 15,0 10,0 5,0 0,0 Estatísticas Demográficas 2016 8/10
0-4 5-9 10-14 15-19 20-24 25-29 30-34 35-39 40-44 45-49 50-54 55-59 60-64 65 e + O número estimado de emigrantes temporários pessoas que deixaram o país com a intenção de permanecer no estrangeiro por um período superior a 3 meses e inferior a um ano foi de 58 878, registando um decréscimo de 3,2% (60 826 em 2015), contrariando a tendência de crescimento que se verificava na corrente série (iniciada em 2011), mas mantendo-se superior ao número de emigrantes permanentes. Emigrantes temporários e Emigrantes permanentes (), Portugal, 2011-2016 90000 80000 70000 60000 50000 40000 30000 20000 10000 85 052 74 322 69 460 60 826 56 980 58 878 51 958 53 786 49 572 43 998 40 377 38 273 0 Emigrantes temporários Emigrantes permanentes Do total de emigrantes temporários: 72% eram do sexo masculino; 96% tinham nacionalidade portuguesa; 63% tiveram como destino países da União Europeia; 92% eram pessoas em idade ativa e 48% tinham como nível de escolaridade completo o terceiro ciclo do ensino básico e 26% o ensino superior. Emigrantes temporários por grupo etário (%), Portugal, 2016 % 18,0 16,0 14,0 12,0 10,0 8,0 6,0 4,0 2,0 0,0 Estatísticas Demográficas 2016 9/10
Nota técnica Estatísticas Demográficas 2016 A publicação eletrónica Estatísticas Demográficas tem periodicidade anual e visa analisar as várias temáticas do comportamento demográfico da população residente em Portugal, nomeadamente aspetos ligados ao volume e estrutura etária, crescimento natural e migratório, natalidade e fecundidade, mortalidade e esperança de vida, formação familiar (casamentos celebrados) e dissolução familiar (casamentos dissolvidos por divórcio e por morte), movimentos migratórios internacionais, população estrangeira a residir ou permanecer em Portugal com enquadramento legal e aquisição e atribuição da nacionalidade portuguesa. A presente edição corresponde à 76ª edição do anuário temático sobre Demografia, publicado pelo Instituto Nacional de Estatística (INE, IP) desde 1935. Os dados publicados estão, na generalidade, desagregados ao primeiro e segundo níveis da Nomenclatura das Unidades Territoriais para fins Estatísticos (NUTS I e NUTS II) e reportam ao período 2011-2016. Ainda associados a cada tabela encontram-se hiperligações para dados com um maior detalhe geográfico e temporal. Sublinha-se que são disponibilizadas séries longas dos principais indicadores demográficos com informação decenal, para o período 1900-1980, e anual de 1980 a 2016 (Capítulo 6 quadros síntese). A publicação integral, bem como os dados estatísticos que suportam a análise, estão disponíveis em www.ine.pt, na opção Informação Estatística> Publicações> tema População. Está também disponível em www.ine.pt um conjunto alargado de indicadores demográficos com desagregações territoriais por NUTS I, II e III e Município, na opção Informação Estatística> Dados Estatísticos>Base de dados> População. Estatísticas Demográficas 2016 10/10