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Transcrição:

Após três anos de sucessivas quedas, em 2017 a produção física da indústria brasileira aumentou 2,63%, segundo a Pesquisa Industrial Mensal (PIM) do IBGE. O aumento foi observado nos quatro trimestres do ano, o que também ocorreu na indústria paulista. O PIB da indústria de transformação no terceiro trimestre de 2017 registrou elevação de 0,3% no acumulado do ano, o que não ocorria desde o primeiro trimestre de 2014. Dentre os indicadores analisados pela sondagem industrial, chamam a atenção a melhora no grau de utilização da capacidade instalada e o aumento da intenção de investir dos industriais. 2018 começou com expectativas mais positivas se comparadas às de 2016 e 2017, em especial com relação às condições e expectativas relacionadas à economia brasileira. Apesar destes indicadores positivos, o mercado de trabalho formal ainda registrou perdas de emprego, tanto no Brasil como no Estado de São Paulo e no Grande ABC. A situação financeira das empresas, segundo declaração dos próprios empreendedores, também continua desfavorável, haja vista que os indicativos de melhora na atividade produtiva são recentes, embora melhores que a situação observada em dezembro de 2016. No Grande ABC, comparativamente aos últimos 24 meses, destacam-se também a melhora das perspectivas com relação à demanda interna e às exportações, que têm se mostrado importantes fatores a impulsionar o setor industrial da região. A Sondagem Industrial (SI) e o Índice de Confiança (ICEI) são elaborados e divulgados pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP) no Estado paulista. A Universidade Metodista de São Paulo, por meio do Observatório Econômico, regionaliza a análise conjuntural da indústria do Grande ABC em parceria com a CNI e FIESP. O indicador para cada item questionado é formado a partir da ponderação pelas respectivas frequências relativas das respostas, que apresentam escores iguais a 0, 25,, 75 e 100. A análise dos resultados da pesquisa considera a seguinte regra, considerando o escore X: X < 100 X = 0 X < - avaliação otimista - estoque acima do planejado - UCI acima do usual - indiferente - estoque dentro do planejado - UCI dentro do usual - avaliação pessimista - estoque abaixo do planejado - UCI abaixo do usual 1

Indústria reverte a trajetória de redução da produção Após 13 trimestres em queda, comparado a igual trimestre do ano anterior, a produção física da indústria registrou aumento em todos os trimestres de 2017. O longo de todo o ano, a produção física da indústria aumentou 2,63% no Brasil e 3,92% no Estado de São Paulo. Excluindo a indústria de extração mineral, de serviços de utilidade pública e de construção civil, a indústria de transformação também apresentou crescimento em quase todos os trimestres de 2017 (exceção feita ao segundo trimestre do ano). Ao longo de 2017 a indústria de transformação brasileira aumentou a produção física em 2,18% no Brasil e em 3,45% no Estado de São Paulo. Segundo a Pesquisa Industrial Mensal (PIM/IBGE), os setores que apresentaram maior índice de crescimento ao longo do ano foram produtos de fumo (20,4%), equipamentos de informática, eletrônicos e ópticos (19,6%) e veículos automotores, reboques e carrocerias (17,2%). Mantida a trajetória de retomada da produção no setor ao longo dos próximos anos, haverá grande demanda de recursos e esforços para se recuperar a intensidade produtiva perdida nos anos de 2014, 2015 e 2016, quando a produção física da indústria no País diminuiu 3%, 8,3% e 6,5%, respectivamente. Uma perda acumulada de mais de 15%. Produção Física Mensal Industrial - IBGE 120 110 100 90 80 70 60 jan/02 jul/02 jan/03 jul/03 jan/04 jul/04 jan/05 jul/05 jan/06 jul/06 jan/07 jul/07 jan/08 jul/08 jan/09 jul/09 jan/10 jul/10 jan/11 jul/11 jan/12 jul/12 jan/13 jul/13 jan/14 jul/14 jan/15 jul/15 jan/16 jul/16 jan/17 jul/17 Brasil São Paulo Fonte: Contas Nacionais Trimestrais /IBGE 2

dez-17 out-17 ago-17 jun-17 abr-17 fev-17 dez-16 out-16 ago-16 jun-16 abr-16 fev-16 dez-15 out-15 ago-15 jun-15 abr-15 fev-15 dez-14 out-14 nov-17 set-17 jul-17 mai-17 mar-17 jan-17 nov-16 set-16 nov-17 set-17 jul-17 mai-17 mar-17 jan-17 nov-16 set-16 BOLETIM Sondagem Industrial Região do Grande ABC A avaliação dos industriais e gestores do setor também reflete os resultados apontados pela Pesquisa Industrial Mensal (PIM/IBGE). De acordo com a percepção dos mais de 2.000 entrevistados no País, houve aumento de produção em seis dos 12 meses de 2017, comparado ao mês anterior, especialmente a partir do 2º trimestre. O resultado negativo de dezembro reflete um comportamento sazonal, que normalmente apresenta queda de produção. Ainda assim, o resultado foi melhor que os registrados nos meses de dezembro dos últimos anos. No Estado de São Paulo, a Sondagem Industrial registrou cinco meses com aumento de produção, o que não foi observado em nenhum mês de 2015 e 2016. Seguindo a mesma tendência, no Grande ABC o indicador de evolução da produção apresentou resultados positivos em 8 meses do ano, o que é um forte indicativo de retomada da atividade econômica do setor. Retração Recuperação,8 46,9 43,9 45,5 34,7 45,7 44,4 70 Evolução da Produção - Brasil 30 Índice de difusão (0 a 100) 80 55,6 45,4 38,3 42,7 54,3 40,1 48,2 SÃO PAULO 42,4 42,7 42,7 40,3 47,7 47,4 55,0 48,2 48,1 42,7 42,0 44,6 40,9 53,0,3 38,3 39,7 42,2 47,2 42,4 45,5 46,6 46,6 36,6 46,1,8 48,9 45,8 45,8 46,7 56,9 51,4 64,4 49,0 54,8 62,9 41,6 53,8 45,2 47,7 40,7 44,2 44,4 Índice de difusão (0 a 100) ABC 20 20 31,1 80,5 54,8 48,1 53,6 58,8 52,6,5 53,8 42,4 56,9 41,7 32,5 3

Com a retomada da atividade produtiva da indústria no País, o grau de utilização da capacidade instalada apresentou tendência de aumento durante 2017, após ligeira queda no segundo semestre de 2016 - com exceção do último mês de dezembro, em função do efeito da sazonalidade. Entretanto, há ainda uma diferença de cerca de 10 pontos percentuais para que se retome semelhante intensidade na utilização do potencial produtivo instalado na indústria brasileira há 4 anos. Não há expectativas para que se eleve rapidamente, em poucos meses, a utilização da capacidade instalada, pois a mesma reflete a ampliação do volume de produção, e consecutivamente a ampliação da atividade econômica, seja esta puxada pelo mercado interno e/ou pelo mercado externo. 80 75 75 Utilização da Capacidade Instalada Brasil (em %) 74 75 70 67 65 60 62 55 jan-11 jul-11 jan-12 jul-12 jan-13 jul-13 jan-14 jul-14 jan-15 jul-15 jan-16 jul-16 jan-17 jul-17 73 64 66 66 65 63 64 Comparando dezembro de 2017 com dezembro de 2016, no Estado de São Paulo o grau de utilização da capacidade instalada aumentou proporcionalmente mais que na indústria nacional no último ano. Ao mesmo tempo, observa-se ainda que persiste em mais de 30% a ociosidade de seu potencial produtivo, semelhante ao observado no plano nacional. Na região do Grande ABC, considerando a mesma comparação, a redução do nível de ociosidade foi ainda maior, de aproximadamente 6 pontos percentuais. No médio prazo a retomada da atividade produtiva pode se beneficiar da existência de capacidade ociosa da estrutura produtiva, o que diminui a pressão por investimentos a curto prazo. Utilização da Capacidade Instalada - Dez / 2017 (%) ABC 64 58 São Paulo 63 60 Brasil 64 12/2017 12/2016 63 4

Na comparação com os dois anos anteriores, a avaliação dos gestores industriais quanto à evolução do número de empregados mostrouse menos pessimista a cada trimestre. Os números do mercado formal de trabalho, segundo dados do CAGED/MTb, corroboram com a Sondagem Industrial ao apresentarem saldos negativos na geração de empregos na indústria menores que nos anos anteriores. No Grande ABC, a Sondagem Industrial apresentou avaliação de melhora no volume de empregos em agosto e setembro, diferente dos anos anteriores, cujos resultados foram sempre negativos. Desde de 2016, na maioria dos meses, observa-se redução nos estoques efetivos. Isso reflete dois efeitos: redução do volume de produção, que consecutivamente gera menos estoques; e melhora da demanda, provocando alta na absorção dos estoques gerados. Nos últimos meses também se observou uma redução dos estoques efetivos em relação ao estoque planejado, o que indica ampliação do efeito da melhora da demanda sobre a produção gerada. Esse comportamento também se observou no Estado de São Paulo e no Grande ABC.. Evolução dos Estoques Efetivos e sua comparação 55 com o Planejado - Brasil Evolução Estoque Elevação Redução 53 51 49 47 45 set-16 48,0 49,8 51,4 48,9,9 dez-13 48,2 48,4 nov-16 47,0 46,8 mar-14 48 49,3 jan-17 47,2 49,0 jun-14 51,7,6 49,7 set-14,2 mai-17,4,0 jul-17 dez-14 47,5,0 51,4 SÃO PAULO 51,8,6 49,6,0,0 mar-17 49,0,1 49,7,1 51,5 47,3,8 48,9 52,1 set-17 53,7 mar-15 51 nov-17 48,8 46,3 jun-15 48,6 51,0 set-15 49,7 52,0,8 51,4 48,7 dez-15 46,6 49,8 48,4 48,2,3 mar-16 48,9 75 55 70 65 60 55 45 40 35 45 30 set-16 42,8 41,1 43,2 43,8 48,9 49,8 nov-16 49,3 jun-16 47,8 48,9 53,5 45,1,8 49,7 49,9 set-16 46,1 48,2 jan-17,6 48,6 mar-17 48,2 48,0 49,3 dez-16 46,5 55,3 55,2 49,9,3 49,0 49,4 49,1,9,7 mai-17 48,9 56,1 53,6 mar-17 jul-17 44,6 49,8 48,2 jun-17 set-17 51 ABC,7 51,1 49,5 Efetivo - Planejado set-17 49,9 49,3 48,9 57,1 52,3 48,1 55,4 52,3,0,0 nov-17 49,5 dez-17 46,4 5

Um dos indicadores mais importantes revelados pela Sondagem Industrial no último trimestre de 2017 foi a elevação na intenção de realizar investimentos pelo setor industrial. Esse resultado não se observava desde janeiro de 2015. Tal intenção é influenciada, de um lado, pelo maior nível de produção física do setor, conforme comentado no início deste Boletim, assim como pela melhora nos índices de confiança dos industriais e gestores do setor. A recuperação da intenção de realização de investimentos nos próximos seis meses é observada em todos os recortes geográficos apresentados neste Boletim. Para o Grande ABC a pesquisa de Sondagem Industrial também sinaliza recuperação da intenção de investimentos da indústria nos próximos seis meses. Nos últimos meses foram anunciados mais de R$ 7 bilhões em investimentos na região puxados em especial pelo setor automobilístico, com destaque para General Motors, Volkswagen, Mercedes Benz e Pirelli, entre outras. Não estão contabilizados os efeitos desses aportes sobre a cadeia produtiva local e outros setores da economia. A efetivação desses investimentos e seu impacto produtivo deverão trazer novo ânimo à atividade industrial da região e, por conseguinte, à economia do Grande ABC, onde a indústria responde por cerca de 23,2% do PIB regional (2015, SEADE). No Brasil o setor industrial responde por cerca de 18,5% do PIB nacional. 70,0 Intenção de Investimento pela Indústria 65,0 Redução Elevação 60,0 55,0,0 45,0 40,0 35,0 39,8 34,4 39,4 35,3 39,0 39,5 39,4 40,7 41,2 41,4 32,5 48,6 42,0 43,4 45,5 44,0 43,5 43,7 43,9 42,6 44,0 34,8 45,3 46,1 40,8 46,6 33,1 34,0 46,6 32,8 32,4 46,6 45,2 30,0 jan-16 mar-16 mai-16 jul-16 set-16 nov-16 jan-17 mar-17 mai-17 jul-17 set-17 nov-17 46,3 49,4,0 49,6 46,1 55,6,6 54,2 52,2 52,5 53 Brasil Sudeste São Paulo ABC 6

A perspectiva de aumento da demanda interna e das exportações das indústrias do Grande ABC apresenta-se favorável, tendo apresentado no final de 2017 as melhores expectativas dos últimos dois anos. Perspectivas essas que ajudam a explicar a elevação da expectativa quanto à necessidade de aumentar as compras de matérias-primas nos próximos meses. Essas conjunções contribuíram para a melhora dos índices de confiança dos industriais. As perspectivas com relação à evolução do número de empregados também se mostram melhores que há dois anos. Entretanto, a melhora no número de empregados tende a ser a mais lenta, caso se efetive a retomada da atividade produtiva. Chama atenção o fato de os gestores industriais do Grande ABC apresentarem significativa melhora em suas perspectivas, especialmente no último trimestre do ano, o que tende a se refletir positivamente sobre o comportamento dos mesmos no ano de 2018. Grande ABC Perspectivas do setor Industrial para os próximos 6 meses 37,2 38,1 27,3 25,8 35 35,7 36,4 38,6 34,7 44,9 40,6 45,6 41,1 Evolução de Demanda 46,5 44 42,8 44 47,5 53 45,3 46 56 51,4 53,2 54,9,8 54,1 59,8,5 57,4 55,7 55 55,0 58,0 61,9 53,6 56 60 25 set/15 jan/ 16 mai/16 set/16 jan/ 17 mai/17 set/17 58,8 56,3 60,5 Evolução das compras de mátéria prima 25 set/15 jan/ 16 mai/16 set/16 jan/ 17 mai/17 set/17 59,2 55,6 52,8 57,4 65 54,4 63,8 34,5 32,2 60,2 30,6 60,7 56,9 Evolução do número de empregados 35,6 55,9 39,2 54,8 39,1 60,7 41,1 53,6 36,2 40,6 63,7 48,5 39 62 59 42 44 47,2 57 55,4 52,5 49,3 70,2 43,7 57,9 48,9 58,8 46,6 47,1 60,0 55,6 47,0 47,6 25 set/15 jan/ 16 mai/16 set/16 jan/ 17 mai/17 set/17 65 35 20 65,9 65,9 58,0 51,2 Evolução da quantidade exportada 5 set/15 jan/ 16 mai/16 set/16 jan/ 17 mai/17 set/17 52,5 51,3 61,4 47,1 72,2 61,1 65,6 7

na avaliação das condições financeiras das empresas no 1º semestre deste ano. Tanto no recorte nacional, na região Sudeste ou no Estado de São Paulo, embora as avaliações ainda se mostrem adversas, a avaliação sobre as Com relação à condição financeira das condições financeiras também estão menos empresas do setor, os indicadores da Sondagem desfavoráveis. Exceção às condições de crédito, Industrial permanecem apontando condições segundo avaliação do conjunto de indústrias da desfavoráveis, segundo avaliação dos gestores do região Sudeste. setor, considerando a avaliação sobre a margem de O acesso ao crédito continua sendo a condição lucro, o acesso ao crédito e a situação financeira. financeira menos favorável em todos os recortes da Entretanto, comparativamente aos resultados pesquisa. A avaliação sobre a margem de lucro foi a observados em dezembro de 2016, houve melhora que registrou melhora significativa no Grande ABC quando comparada à situação financeira e condições de crédito, assim como quando comparada ao Estado de São Paulo e ao Brasil. Desfavorável Favorável 30 Condição Financeira das Empresas - dez / 2017 Brasil Sudeste São Paulo ABC dez/17 dez/16 dez/17 dez/16 dez/17 dez/16 dez/17 dez/16 10 Margem de lucro operacional Situação Financeira Acesso ao crédito A melhoria da condição financeira das empresas está atrelada à melhora da demanda tanto interna como externa, bem como à alta da atividade produtiva do setor. Com maior intensidade produtiva, a ampliação da atividade econômica do setor tem possibilitado maior fluidez do fluxo de caixa das empresas, melhorando alguns condicionantes para a gestão do mesmo. 8

Principais problemas enfrentados pelas empresas - Dezembro de 2017 Demanda interna insuficiente Elevada carga tributária Falta ou alto custo da matéria prima Inadimplência dos clientes Taxas de juros elevadas Falta de capital de giro Taxa de câmbio Insegurança jurídica Falta ou alto custo de energia Dificuldades na logística de transporte 65,0% 47,8% 30,4% 30,0% 19,2% 17,3% 20,0% 17,7% 20,3% 15,0% 15,8% 16,9% 15,0% 17,2% 20,5% 10,0% 9,4% 7,0% 10,0% 6,4% 5,4% 10,0% 11,8% 18,0% 10,0% 6,9% 12,7% 60,0% 52,2% 44,7% ABC SP Brasil No último trimestre do ano passado a demanda interna insuficiente voltou a ser apontada como o principal problema enfrentado pela indústria do Grande ABC, seguido da reclamação sobre a elevada carga tributária incidente sobre a atividade do setor, que manteve sua intensidade de apontamentos comparativamente ao terceiro trimestre de 2017. Esta ordem se inverte quando observamos os dados referentes à indústria do Brasil e do Estado de São Paulo. Ao mesmo tempo, a falta ou o elevado custo da matéria-prima, que não figurava entre os quatro principais problemas do setor um ano atrás, manteve-se como a terceira queixa mais apontada. Combinação que reflete o impulso à atividade produtiva e à demanda por matéria-prima. Chama atenção a presença da inadimplência dos clientes como quarto problema mais apontado no final de 2017 pelas indústrias da região, possivelmente fruto da combinação entre aumento da demanda / vendas e restrição de fluxo de caixa das empresas da cadeia de produção. Do outro lado, é interessante observar como diminuiu a intensidade de apontamentos sobre as taxas de juros elevadas, de cerca de 27,1% em dezembro de 2016 para 17% em dezembro de 2017 entre as indústrias do Brasil. No Grande ABC, a redução na mesma comparação foi de 35% para 15%. De forma semelhante, com razoável frequência entre os 10 problemas apontados com maior intensidade nas edições anteriores, a falta de demanda externa não está presente no ranking desta edição, que reflete o último trimestre de 2017. Tais alterações refletem as mudanças dos ambientes conjunturais das empresas, em que pese o efeito de alguns problemas estruturais. 9

Indicadores de Confiança da Indústria Os gestores do Grande ABC novamente apresentaram um Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) superior ao declarado em nível estadual e nacional -- diferente do que se observou em 2015 e na maior parte de 2016. Comparado a dezembro de 2016, houve melhora do ICEI em janeiro de 2018 em todos os recortes e indicadores apurados. As melhoras mostraram-se mais intensas junto aos indicadores relacionados à economia. O ICEI apresentado pela pesquisa feita em todo o País mostra-se maior que o mesmo indicador apurado para a região Sudeste e o Estado de São Paulo. Tanto no índice geral como nos indicadores individuais que o compõem. A amostra do Grande ABC apresentou maior nível de confiança em todos os indicadores do ICEI, conforme pode ser visto na tabela abaixo. Indicador de confiança da indústria janeiro/2018 Brasil Sudeste São Paulo GABC ICEI 59,3 57,3 58,8 65,6 Indicador de Condições 54,0 52,1 55,2 63,3 Indicador de Expectativas 62,1 59,8 60,6 66,7 Condições da Economia 53,9 53,0 56,3 65,0 Condições da Empresa 54,1 52,0 54,7 62,5 Expectativas da Economia Brasileira 58,8 57,0 59,6 67,5 Expectativas da Empresa 63,7 61,2 61,2 66,3 A melhora do nível de confiança, ainda que um indicador subjetivo, é importante para avaliação das perspectivas futuras da atividade econômica do setor. Em grande medida, no processo capitalista, as decisões são tomadas em função do nível de confiança e nas expectativas que se constroem em torno da atividade das empresas, do setor de atuação e da economia como um todo. Com baixos índices de confiança, a tendência é de que pouquíssimas apostas e decisões de caráter progressivo sejam efetivadas; o que é ruim para a atividade econômica. O contrário é verdadeiro. É importante observar, no entanto, que embora subjetiva, em longo prazo a confiança é construída, entre a grande maioria dos tomadores de decisões, com base no comportamento e na trajetória de fatores reais da economia. Entre os efeitos esperados pelo aumento da confiança está a elevação do nível de investimentos, que poderá ser acompanhado ao longo de 2018 por meio da divulgação do comportamento trimestral do PIB brasileiro. 10

Índice de difusão (0 a 100) 70 30 BOLETIM ANEXO Evolução nº Empregados - Brasil Evolução nº Empregados Índice de difusão (0 a 100) 70 70 70 30 11 30 30 jan-16 40,3 41,7 mar-16 41,6 39,5 mai -16 42,8 43,4 ju l-16 43,8 45,2 set-16 45,4 43,8 nov -16 43,9 44,0 jan-17 45,7 45,0 mar-17 46,4 46,7 mai -17 47,1 47,0 ju l-17 46,7 47,3 set-17 47,3 47,9 nov -17 48,6 47,5 jan-16 40,9 41,2 mar-16 41,3 43,8 mai -16 43,3 43,7 ju l-16 44,2 44,8 set-16 45,0 44,8 nov -16 44,5 44,2 jan-17 46,9 45,7 mar-17 47,2 47,1 mai -17 47,9 46,4 ju l-17 46,6 47,7 set-17 49,5 49,2 nov -17 49,4 46,8 jan-16 38,0 34,5 mar-16 36,8 45,7 mai -1636,5 39,3 ju l-16 41,0 43,0 set-16 nov -16 jan-17 mar-17 mai -17 ju l-17 set-17 nov -17 43,6 46,4 43,2 49,1 43,4 44,8 44,7 45,5 47,5 47,2 47,5,0 51,3 52,5,0 SUDESTE SÃO PAULO ABC out-14 nov -14 dez-14 jan-15 fev-15 mar-15 abr- 15 mai -15 ju n-15 ju l-15 ago-15 set-15 out-15 nov -15 dez-15 jan-16 fev-16 mar-16 abr- 16 mai -16 ju n-16 ju l-16 ago-16 set-16 out-16 nov -16 dez-16 jan-17 fev-17 mar-17 abr- 17 mai -17 ju n-17 ju l-17 ago-17 set-17 out-17 nov -17 dez-17 47,1 46,4 44,2 44,4 44,7 46,4 44,4 44,4 40,7 43,6 41,2 41,4 42,2 42,0 41,5 41,4 42,8 43,1 43,3 43,7 44,6 45,1 46,3 46,5 45,8 45,0 44,7 46,0 45,9 47,5 47,0 48,1 47,6 48,2 49,1 49,0 49,7 49,0 47,6

Observatório Econômico Universidade Metodista de São Paulo Escola de Gestão e Direito Curso de Ciências Econômicas Reitor Dr. Paulo Borges Campos Jr. Diretor da Escola de Gestão e Direito Dr. Fúlvio Cristofoli Coord. do Curso de Ciências Econômicas Ma. Silvia Cristina da Silva Okabayashi Coordenador de Estudos Me. Sandro Renato Maskio URL:http://www.metodista.br/observatorio-economico A serviço do desenvolvimento do Grande ABC. Patrocine esta iniciativa! E-mail: observatorio.economico@metodista.br Tel: 4366-35 12