Regulamento e Normas de Funcionamento da Mediação e Arbitragem no TNA TRIBUNAL NACIONAL DE MEDIAÇÃO E ARBITRAGEM CNPJ/MF no.06.152.354/0001-38 Registrado no 4º. Registro de Títulos e Documentos sob no. 505499 de 04 de Julho de 2005. Câmara Arbitral constituída em 21 de novembro de 2003. 1. PREÂMBULO 1.1 Este Regulamento Interno acolhe e incorpora a Lei Federal 9.307/96 acrescendo-lhe, apenas, o aqui estabelecido. Quanto à Mediação acolhe no que couber tudo o quanto dispõe a Resolução 125 do CNJ e normas pertinentes. 1.2 A Mediação e a Arbitragem são instrumentos extrajudiciais alternativos, de prevenção e solução de controvérsias, envolvendo direitos patrimoniais disponíveis. 1.3 A aproximação das partes em conflito é feita por intermédio de um terceiro, escolhido pelas partes, em posição de imparcialidade e neutralidade, competente em relação ao conflito e que agirá sempre com extrema discrição. 1.4 - Pode ser objeto de Mediação e Arbitragem somente questões em que as partes possam deliberar livremente. Exceção feita para assuntos relacionados a direito de família e sucessões que envolvam menores ou incapazes, questões de estado, de falência ou concordata e questões de direito público (tributos, por exemplo). Excluem-se também os assuntos trabalhistas envolvendo direitos indisponíveis, mas, recebem especial atenção nesta área de arbitragem os Direitos Trabalhistas Coletivos. CAPÍTULO I - DO FUNDAMENTO Art. 1º - O Tribunal Nacional de Arbitragem e Mediação Ltda. CNPJ 06.152.354/0001-38, também registrado como Tribunal Nacional Arbitral, para regular funcionamento e validade de suas atividades, administra, orienta e constitui Câmaras de Arbitragem, utilizando como fundamento a Constituição Federal, a Lei nº 9.307/96, a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e a Lei nº 9.958/00 que dispõe sobre as Comissões de Conciliação Prévia e permite a execução de título executivo judicial na Justiça do Trabalho. CAPÍTULO II - DOS OBJETIVOS Art. 2º - O Tribunal Nacional Arbitral, doravante chamado de TNA, tem por principais objetivos: I- Fortalecer e preservar o relacionamento entre as partes, solucionando controvérsias pela via amigável, ou por arbitragem facilitando a solução do conflito com rapidez, eficácia, de forma sigilosa e definitiva e com custo reduzido;
II- III- IV- Transmitir e agir com total confiabilidade, impedindo a publicidade do litígio e seus efeitos adversos sobre as relações das partes; Estimular o cumprimento dos direitos e obrigações como forma de prevenir litígios e instaurar a boa-fé recíproca nas relações, adotando procedimentos preventivos. Dirimir conflitos, aplicando os princípios da ética e da boa-fé, a lei ou as regras de direito que considerar apropriadas, bem como o que é de praxe na comunidade desde que não ofenda os bons costumes, os princípios gerais do direito, a ordem pública e a soberania nacional e seguindo os preceitos da Lei Federal 9.307/96 e outras inerentes. CAPÍTULO III - DA FORMAÇÃO Art. 3º - O TNA, para a solução dos conflitos que lhe forem apresentados, constituirá Câmaras, que poderão ter a seguinte formação: I- 01 (um) mediador ou 01 (um) árbitro, ou mais se necessário (sempre em número ímpar, de acordo com o art.13, 1º da Lei 9.307/96); II- 01 (um) advogado para o Demandante (somente esfera trabalhista); III- 01 (um) representante sindical, quando necessário(somente esfera trabalhista); IV- 01 (um) advogado para o Demandado, quando necessário e mediante prévio acordo com a parte; V- 01 (um) consultor para atender a todos os envolvidos. 1º - São pessoas indispensáveis para formação da Câmara além das partes: O Mediador ou o Arbitro e o consultor sendo que, obrigatoriamente, um deles deverá ser advogado ou bacharel em direito. No caso de empregado em Conciliação, necessariamente deverá ser assistido por advogado do TNA sem ônus adicional para as partes ou, caso prefira poderá ser assistido pelo seu próprio advogado e ao seu exclusivo encargo. 2º - O Mediador ou o Árbitro, será nomeado pelo TNA, com seus honorários pagos para até 2(duas) reuniões de trabalho. 3º - O Mediador ou o Árbitro, escolhido dentre as pessoas cadastradas no TNA ou indicado pelas partes, e que, obrigatoriamente, se submeterá às regras deste Regulamento, e deverá atuar dentro dos mais rigorosos padrões éticos de conduta, conduzindo a tentativa de acordo e a Arbitragem em si, sempre guiado pelos princípios da boa-fé, imparcialidade, equidade, justiça, discrição, diligência e competência, bem como os demais princípios inerentes à atividade e aos bons costumes. Neste caso, o próprio fixará seus honorários com as partes.
4º - O Advogado deverá conhecer com profundidade as questões jurídicas apresentadas, responsabilizando-se pelas informações prestadas. 5º- Nas questões trabalhistas e quando previamente solicitado, os representantes sindicais serão indicados pela diretoria dos seus respectivos sindicatos para que venham, a pedido expresso do TNA, compor a Câmara, respondendo pela representação de seus filiados. 6º - O consultor deverá ser pessoa escolhida e treinada pelo TNA e cuja função será a de acompanhar e administrar a Câmara, com poderes para, caso julgue necessário para o bom resultado da solução, sugerir o adiamento do procedimento para uma pausa ou para uma segunda audiência ou mais se necessário. A partir de então, o TNA através dos seus técnicos, fornecerá subsídios ao mediador ou ao árbitro para melhor entendimento da lide. CAPÍTULO IV - DO PROCEDIMENTO e DA CONVOCAÇÃO Art. 4º - Qualquer pessoa física ou jurídica capaz, poderá solicitar os trabalhos de Mediação e Arbitragem prestados pelo TNA, seja em controvérsias de natureza civil, comercial ou trabalhista, com o objetivo de obter solução sobre a interpretação ou o cumprimento do contrato celebrado com a outra parte. Art. 5º - A parte que optar por recorrer à Mediação e à Arbitragem deverá solicitá-la ao TNA, por meio de Requerimento próprio, no qual apresentará as razões que motivaram a controvérsia, fazendo-o acompanhar de cópias de documentos pertinentes. 1º - As partes poderão se fazer representar por procurador (es) devidamente credenciado(s), por meio de procuração, instrumento público ou particular, que lhe(s) outorgue poderes suficientes para a prática de todos os atos relativos ao procedimento arbitral. Art.6º - Ao receber o requerimento e os documentos referidos no artigo anterior, o TNA informará à parte contrária sobre o pedido, convocando-a para a tentativa de um acordo. Na aceitação, será orientada para que exponha, se esse for o seu desejo, por escrito, seu ponto de vista com relação aos fatos e ao direito, acompanhado de cópias dos documentos pertinentes. 1º - A convocação será entregue no domicílio do Demandado, mediante identificação com nome completo e RG de quem receber ou, convocado por AR via Correios (Aviso de Recebimento). Art.7º - Na hipótese de não ser alcançada a Mediação ou se assim decidirem as partes em comum acordo, a controvérsia poderá ser submetida à Arbitragem, observada a existência de cláusula compromissória no contrato, convertendo-se o procedimento e lavrando-se o respectivo Compromisso Arbitral de acordo com este Regulamento, o qual poderá ser assinado somente por uma das partes.
1º - Não existindo a cláusula compromissória, as partes de comum acordo, poderão optar pela Arbitragem mediante assinatura do Compromisso Arbitral, em que escolhem o arbitro e a forma como se dará a arbitragem. 2º - Não existindo a cláusula compromissória, e quando solicitado pelo interessado, o árbitro deverá apreciar a matéria da controvérsia e lavrar um Termo de Audiência Infrutífera, dando um embasamento tal que a mesma possa ser utilizada pelo interessado em outra instância. 3º - Existindo a cláusula compromissória, será composta a câmara com os presentes e, dado inicio ao procedimento, a parte convocada que não comparecer será considerada revel, obrigando-se o arbitro a apreciar a matéria da controvérsia, lavrando um Termo de Sentença Arbitral, de tal forma embasado nas provas apresentadas que, gerando Título Executivo este possa ser reconhecido e executado pelo Poder Judiciário. Art.8º - Nenhum fato ou circunstância revelado ou ocorrido durante a fase de mediação prejudicará o direito de qualquer uma das partes ou mesmo poderá ser utilizado por qualquer uma delas em eventual procedimento arbitral ou judicial que se seguir, na hipótese da mediação frustrar-se. Art.9º - Salvo convenção em contrário das partes ou do TNA, a pessoa que estiver funcionando como Mediador poderá atuar como Árbitro, caso o litígio venha a ser submetido à arbitragem. CAPÍTULO V DO MEDIADOR Art. 10º - Caberá às partes a escolha do mediador. Podendo, se necessário, solicitar ao presidente do TNA a indicação de um Mediador, para atuar em cada processo, examinando os detalhes do caso, solicitando as informações e esclarecimentos necessários, ouvindo as partes ou seus respectivos representantes. Art.11º - A critério do presidente do TNA e quando solicitado em conjunto pelas partes, poderá ser designado um corpo com três mediadores. Art.12º - Após o exame do caso, o Mediador, de acordo com o princípio da imparcialidade, equidade e justiça, ouvirá as sugestões e condições de possível transação apresentada pelas partes, procurando meramente orientá-las dentro dos padrões éticos de conduta e de tal forma a que se entendam dentro das normas básicas da Lei. Logrando-se o entendimento entre as partes, o mediador elaborará o correspondente termo de acordo e transação a ser firmado, e que deverá ser cumprido por todos. CAPÍTULO VI - DO ÁRBITRO Art.13º - As partes, de comum acordo, podem indicar mais de Árbitro para dirimir o conflito existente. Será então indicado pelo presidente do TNA o Arbitro único, exceto se contratado diretamente pelas partes. Art.14º - O Árbitro ou os Árbitros contratados pelas partes para promover a solução de determinado conflito subscreverão o Compromisso Arbitral juntamente com as partes, a ele vinculando-se para todos os fins de direito.
Art.15º - O Árbitro, no desempenho da função, deverá ser independente, imparcial, discreto, diligente e competente, observando sempre a equidade entre as partes, os princípios gerais do direito e dos costumes. CAPÍTULO VII - DAS CUSTAS Art.16º - As custas e despesas com a Mediação e a Arbitragem deverão ser sempre de responsabilidade do Demandado ou, se assim for acordado, o valor será de obrigação das partes em igual proporção. Não existindo este consenso, a responsabilidade passará a ser da parte interessada ou Demandante que, para todos os efeitos se encontra na qualidade de Contratante dos serviços de Mediação e Arbitragem, e é nomeada como responsável perante o TNA. (Anexo I) 1º - Em se tratando de Conciliação Trabalhista, as custas e despesas serão sempre de responsabilidade do empregador. CAPÍTULO VIII - DOS IMPEDIMENTOS E CONFIDENCIALIDADES Art.17º - Salvo convenção em contrário das partes, a pessoa que atuou como mediador poderá atuar como árbitro. Art.18º - Os documentos apresentados durante a Mediação ou Arbitragem deverão ficar arquivados no TNA por prazo máximo de até 6 meses após findo o procedimento. Art.19º - Se no curso da Mediação ou da Arbitragem, sobrevier algum impedimento ou impossibilidade de participação do mediador ou árbitro, haverá a escolha de novo mediador ou árbitro segundo o critério eleito pelas partes. Na ausência de indicação das partes, fica a escolha a critério do TNA. Art.20º - Não poderá exercer a função de mediador ou árbitro aquele que: I- for parte do litígio; II- tenha atuado no litígio como mandatário de qualquer das partes ou testemunha, perito ou assistente técnico; III- for cônjuge ou parente até terceiro grau de qualquer das partes, ou de seu procurador; IV- participar de órgão de direção ou administração de pessoa jurídica que seja parte no litígio, ou participe de seu capital; V- for amigo íntimo ou inimigo confesso de qualquer das partes, ou de seu procurador; VI- for por qualquer outra forma interessado, direta ou indiretamente, no julgamento da causa em favor de qualquer das partes. CAPÍTULO IX DA ROTINA DE FUNCIONAMENTO Art.21º A Rotina de Funcionamento, foi elaborada visando agilizar o atendimento aos interessados, simplificando e minimizando o volume de documentos, de tal forma a oferecer um atendimento descomplicado.
CAPÍTULO X - DAS DISPOSIÇÕES FINAIS Art.22º - As audiências de Conciliação, Mediação e Arbitragem, poderão ser gravadas. Art.23º - Os resultados obtidos na Mediação com pacto de Sentença Arbitral e na Arbitragem, constituem-se títulos executivos judiciais. Art.24º - Para fins de andamento e solução de todo e qualquer processo, no que for compatível, será utilizado este Regulamento e Normas de Funcionamento da Mediação e Arbitragem no Tribunal Nacional Arbitral. Será também utilizada toda a legislação ordinária pertinente à matéria em discussão. Art.25º - Este Regulamento bem como as normas nele inseridas poderão ser alteradas, substituídas, complementadas, excluídas ou de qualquer forma modificadas, se assim a Lei o solicitar ou o permitir e dentro das necessidades de enquadramento ou adaptação das atividades exercidas pelo TNA e suas Câmaras Arbitrais.