Acórdão n.º 02 2014/2015 Nº Proc: 02/PA/2014 Tipo de processo: Sumaríssimo Competição: Campeonato Nacional da 1.ª Divisão da Categoria de Seniores Masculinos Jornada: 1.ª Data: 11 de Outubro de 2014 - Hora: 19h30m Local: Piscina de Guimarães Clubes: Visitado: Visitante: Vitória Sport Clube (VSC) Clube Fluvial Portuense (CFP) O Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Natação acorda no seguinte: É objecto da presente deliberação o jogo de Pólo Aquático em referência, relativamente ao qual foi aberto o processo acima identificado, o qual, ao abrigo das disposições conjugadas dos artigos 45º e 94º do Regulamento Disciplinar, por se encontrarem reunidos os respectivos requisitos, segue a forma de processo sumaríssimo. 1. Este Conselho analisou os seguintes documentos: a. Acta de jogo; b. Relatório de arbitragem, subscrito pelos árbitros Mónica Silva e Filipe Alves, o qual refere no essencial e de relevância disciplinar, o seguinte: O jogador n.º 9 do VSC, Vítor Macedo, foi excluído com substituição e foi-lhe mostrado cartão vermelho (ao abrigo da regra WP 21.12) após tentar golpear um adversário com o pé fora de água. O jogador n.º 2 do Fluvial, João Leite, foi excluído com substituição e foi-lhe mostrado cartão vermelho (ao abrigo da regra WP 21.13) após ter chapinhado água para a cara do adversário depois de ter sido excluído por 0,20. O jogador n.º 5 do VSC, Vítor Martins, foi excluído com substituição e foi-lhe mostrado cartão vermelho (ao abrigo da regra WP 21.13) após ter dirigido palavras (não foi perceptível) ao adversário. O treinador do CFP, João Santos, foi advertido com cartão amarelo. O treinador do VSC, Hélder Freitas, foi advertido com cartão amarelo. 2. Registo biográfico dos atletas Vítor Macedo, João Leite e Vítor Martins e dos treinadores João Santos e Hélder Freitas.
3. Foi apresentada defesa ao abrigo do nº 2 do artigo 95º do Regulamento Disciplinar. Na verdade, no dia 13 de Outubro de 2014, pelas 10h56m, deu entrada nos serviços da FPN, por meio de correio electrónico, uma exposição por parte do VSC, correspondendo a uma verdadeira defesa ao abrigo da citada norma, uma vez que é apresentada antes de haver decisão do Conselho de Disciplina, Porém, a mesma não será objecto de apreciação, por que e para efeitos didácticos futuros, sempre se alerta o clube para o disposto no nº 5 do mesmo artigo 95º que estipula que na apreciação por parte do Conselho de Disciplina não serão tidas em conta impugnações da matéria de facto constantes do relatório de arbitragem. 1.ª Ocorrência 4. Nos termos das disposições conjugadas dos nºs. 3 e 5 do artigo 46º do Regulamento Disciplinar, na automática com a pena de 1 jogo de suspensão, se verificadas as circunstâncias do referido nº 3, ou 5. Ora, no caso em apreço relatório de arbitragem é bem explícito na descrição da conduta do jogador do VSC, Vítor Macedo, que esteve na origem da amostragem do cartão vermelho, que foi descrita como uma tentativa de golpear o adversário, entendendo-se enquadrada na regra WP 21.12 (ao abrigo do regulamento FINA PÓLO AQUÁTICO RULES 2013-2017). 6. Ora esta conduta tratando-se obviamente de uma violação das regras do jogo, e tendo como tal tido as necessárias consequências no plano do jogo, conforme resulta do relatório e acta (expulsão com substituição), tem sido entendimento deste Conselho de Disciplina que a mesma (intenção) não configura qualquer acto que se integre na previsão de uma qualquer norma que constitua infracção disciplinar. 2.ª Ocorrência 7. Nos termos das disposições conjugadas dos nºs. 3 e 5 do artigo 46º do Regulamento Disciplinar, na automática com a pena de 1 jogo de suspensão, se verificadas as circunstâncias do referido nº 3, ou,
8. No que se refere à conduta do jogador do CFP, João Leite, o relatório de arbitragem descreve a respectiva conduta, que esteve na origem da amostragem do cartão vermelho, como enquadrada na regra WP 21.13 ao abrigo do regulamento FINA PÓLO AQUÁTICO RULES 2013-2017, pelo que existe lugar à punição automática com um mínimo de 1 jogo de suspensão, nos termos da mencionada norma. 9. O relatório de arbitragem é bem explícito na descrição da conduta do jogador nº 2, do CFP, João Leite que esteve na origem da amostragem do cartão vermelho conduta que se subsume na previsão do artigo 51º nº 1 do Regulamento Disciplinar - 1. O jogador que cometa actos de má conduta, incluindo o uso de linguagem inaceitável, jogo agressivo ou persistente jogo faltoso, contra outros jogadores, ou recusar obediência ou demonstrar desrespeito para com árbitro ou oficial de mesa, é punido com a pena de 1 a 3 jogos de suspensão, punível com a pena de 1 a 3 jogos de suspensão. 10. Tendo em conta que não são descritos quaisquer outros factos ou circunstâncias para além daqueles que levam à subsunção na norma e que devam levar à consideração de ter havido um especial grau de culpa por parte do infractor, consideramos adequada e suficiente a aplicação da pena mínima de 1 jogo de suspensão da jogadora do jogador nº 2, do CFP, João Leite. 3.ª Ocorrência 11. Nos termos das disposições conjugadas dos nºs. 3 e 5 do artigo 46º do Regulamento Disciplinar, na automática com a pena de 1 jogo de suspensão, se verificadas as circunstâncias do referido nº 3, ou, 12. A conduta do jogador nº 5, do VSC, Vítor Martins, que esteve na origem da amostragem do cartão vermelho, e enquadrada pelos árbitros como constituindo violação da regra WP 21.13, subsume-se à partida também na previsão disciplinar da norma do artigo 51º nº 2 do Regulamento Disciplinar (tendo em conta as alterações provocadas pelo regulamento FINA PÓLO AQUÁTICO RULES 2013-2017), punível com a pena de 1 a 3 jogos de suspensão. 13. O relatório de arbitragem integra a conduta do jogador nº 5, do VSC, Vítor Martins que esteve na origem da amostragem do cartão vermelho previsão do artigo 51º nº 1 do Regulamento Disciplinar - 1. O jogador que cometa actos de má conduta, incluindo o uso de linguagem inaceitável, jogo agressivo ou persistente jogo faltoso, contra outros jogadores, ou recusar obediência ou demonstrar desrespeito para com árbitro ou oficial de mesa, é punido com a pena de 1 a 3 jogos de suspensão, punível com a pena de 1 a 3 jogos de suspensão.
14. O disposto no n.º 3 do art.º 46.º do Regulamento Disciplinar pressupõe a punição automática de 1 jogo de suspensão, se a infracção praticada pelo atleta for uma das regras mencionadas no citado artigo. Porém, e salvo melhor opinião, terá de haver fundamentação para a mostrarem do cartão vermelho ao abrigo daquela regra, isto é, para efeitos disciplinares os árbitros terão de fundamentar a sua decisão e não apenas aplicar a regra sem mais. 15. Ora, no caso em apreço os árbitros em questão, não só não fundamentaram a sua decisão como ainda referiram que a aplicação da regra se deveu a após ter dirigido palavras (não foi perceptível) ao adversário. Não fundamentando qual o teor das palavras alegadamente proferidas pelo atleta, não pode este Conselho de Disciplina sancionar o atleta disciplinarmente quanto à regra WP21.13 e não tendo sido mencionada qualquer outra, não pode o atleta do VSC, Vítor Martins ser punido. 4.ª e 5.ª Ocorrência 16. Nos termos do artigo 53º nº 1 do Regulamento Disciplinar a amostragem de um cartão amarelo a um treinador, seja qual for o motivo ocorrido para essa amostragem, ou ainda que esse motivo não venha mencionado em relatório, dará lugar ao averbamento dessa amostragem no registo biográfico do treinador, e só após o terceiro cartão averbado, o treinador será punido com a pena de 1 jogo de suspensão. 17. Assim, neste momento e relativamente ao treinador do CFP, João Santos, face aos elementos constantes do registo que ora nos é fornecido (NENHUM averbamento registado), nada mais há a decidir por este Conselho de Disciplina a não ser mandar averbar o referido cartão amarelo no registo individual do treinador do CFP, João Santos, devendo os serviços ter em atenção este facto para que os envios de futuros relatórios que refiram este treinador sejam acompanhados com esta informação 18. Relativamente ao treinador do VSC, Hélder Freitas, face aos elementos constantes do registo que ora nos é fornecido (DOIS averbamentos registados), deliberamos punir o treinador do VSC, Hélder Freitas com a pena de 1 jogo de suspensão, nos termos do artigo 53º nº 2 do Regulamento Disciplinar. 19. Decisão: Nos termos e com os fundamentos acima expostos, decide este Conselho de Disciplina: Não condenar o jogador do VSC, Vítor Macedo, em qualquer sanção. Condenar o jogador do CFP, João Leite na sanção de 1 (um) jogo de suspensão;
Não condenar o jogador do VSC, Vítor Martins, em qualquer sanção. Mandar averbar a amostragem de cartão amarelo no registo biográfico do treinador do CFP, João Santos. Condenar o treinador do VSC, Hélder Freitas, na pena de 1 (um) jogo de suspensão. Registe. Notifique todos os agentes sancionados. Elaborado em 17 de Outubro de 2014, na sequência de deliberação obtida por meios electrónicos. José Júlio Esteves de Almeida (Presidente) João Alexandre Rodrigues Flores (Vogal) Ana Isabel Barreira do Rosário (Vogal)