Impactos na qualidade de vida devidos aos fatores de contaminação em ambientes internos de convívio humano

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Transcrição:

Impactos na qualidade de vida devidos aos fatores de contaminação em ambientes internos de convívio humano P.G.Q. Amaral 1, a, L.M.P. Guío 1,b e E.P. Sichieri 1,c 1 IAU Instituto de Arquitetura e Urbanismo USP Universidade São Paulo Av. Trabalhador São Carlense, 400, CEP.: 13566-590, São Carlos-SP, Brasil a paulogiovany@usp.br, b sichieri@sc.usp.br, c lyda@usp.brver Palavras-chave: Contaminantes indoor, compostos orgânicos voláteis, radioatividade. Resumo. O homem passa parte do tempo de sua vida em locais fechados como residências, mercados ou locais de trabalho com baixa renovação do ar. A busca de novas técnicas construtivas insere no mercado uma diversidade de materiais, sendo alguns com o selo de sustentabilidade por apenas se tratar de um material que utiliza resíduos em sua composição. De um lado temos o homem em seu ambiente e do outro os materiais que compõem este ambiente, sendo assim, um estudo sobre a qualidade dos materiais utilizados na construção desses ambientes e as suas influencias se torna importante. Esses materiais podem conter substancias passíveis de serem dispersas no ar e, que ao acumularem, contribuem com o aumento do teor de toxidade no ambiente. Esse aumento de toxidade no ar ao ser inalado pode gerar a ocorrência de algumas doenças, como o aparecimento de câncer, principalmente nas vias respiratórias. Fato que pode estar ligado com os compostos orgânicos voláteis encontrados em materiais de revestimento da construção civil e com o gás radônio encontrado em materiais de origem pétrea. Com base nesses fatores, o estudo feito procura conscientizar sobre as fontes contaminantes e suas consequências para a saúde humana, assim como garantir um melhor uso dos recursos naturais ao aplicá-los na arquitetura, demonstrando a importância de conhecer os materiais usados na construção civil. Introdução Ao afirmar que o homem está inserido na natureza ou em um ambiente, seguindo a linha de alguns pensadores, logo alguns fatores devem estar em equilíbrio para garantir a coexistência do homem nesse ambiente. Assim, qualquer alteração desse meio afeta a qualidade da vida ali estabelecida. Geralmente passa em primeiro plano a ideia macro de atmosferas poluídas e contaminação do solo e dos lençóis freáticos como principais fatores que interferem na qualidade de vida e, as edificações seriam um meio de propor uma proteção. Mas os conceitos dos novos edifícios modernos, como melhoria da eficiência energética e a utilização de novos materiais em sua composição e além da diminuição dos espaços de circulação com o agrupamento das edificações, fornecem ambientes fechados e propícios ao acúmulo de contaminantes quebrando o equilíbrio para garantir uma qualidade de vida ao homem nesses ambientes. Esse fato pode se relacionar a síndrome do edifício doente, em que causa sintomas de doenças ao um grupo de individuo que convivem em uma mesma edificação, principalmente doenças respiratórias como a legionelose. Segundo Jones [1], essas doenças podem ser atribuídas a má qualidade do ar, em que sabemos muito menos sobre os riscos para a saúde decorrente da poluição do ar interior do que sobre aqueles atribuíveis à contaminação do ar exterior. Além dos novos meios construtivos e dos materiais inseridos no mercado, em 1987 o documento Our Common Future apresentou o conceito de desenvolvimento sustentável como um processo que garante as necessidades do presente sem comprometer a possibilidade das gerações futuras 1

atenderem as suas próprias necessidades [2]. Desse pensamento, possibilitou criar uma ponte entre os resíduos (considerados como lixos) gerados pelo homem e os recursos naturais surgindo pesquisas para o reaproveitamento desse material, amenizando a demanda humana com a capacidade regenerativa do planeta que tem sido alvos de pesquisas [3,4], algo positivo. Mas e a influencia desses materiais ao meio? No mundo, mas ressaltando o caso do Brasil, há uma preocupação com o descarte dos resíduos sólidos, aqui através da NBR 10004 [5] e sendo de costume apenas realizar os ensaios para obtenção de extrato solubilizado e lixiviado a fim de classificá-los como inertes ou não inertes, perigosos ou não perigosos ao meio [6, 7]. Com base nesses ensaios muitas pesquisas justificam o seu reaproveitamento para materiais da construção civil, muitas das vezes sendo lançado somente em uma matriz cimentícia buscando o seu encapsulamento. Para uma resposta a respeito da influencia desses materiais ao meio, fatores como a radiação natural encontrada nesses materiais assim como a exalação de algum gás como os exalados dos compostos orgânicos voláteis, essas normas não atendem justificando o desconhecimento e a necessidade de uma pesquisa mais ampla dos materiais a serem inseridos no ambiente. Além de ser observado por Pablos & Sichieri [8], um excedente do metal Cr ao inserir um resíduo em uma matriz cimentícia, demonstrando que o próprio material não reciclado na construção civil possa estar contaminado. Com isso, o conhecimento sobre os materiais reaproveitado ou não, utilizado pela construção civil se torna importante. Trazendo junto à responsabilidade dos profissionais que envolvem no setor da construção civil ao compor o ambiente. Nota-se que os selos verdes e as garantias de sustentabilidades nem sempre significa uma melhoria sobre a qualidade de vida nos ambientes internos. Este trabalho faz parte de uma linha de pesquisa que está sendo inserida no Instituto de Arquitetura e Urbanismo IAU da Universidade de São Paulo USP, com a intenção de avaliar e alertar sobre a qualidade do ar do ambiente construído, pesquisa que começou através dos estudos sobre a presença do gás radônio e dos compostos orgânicos voláteis nos materiais de uso da construção civil. Condicionantes que interferem na qualidade do ar interior Existem fortes indícios de uma associação entre a qualidade do ar e a saúde e com isso é necessária uma existência de limites de concentração para que possam definir níveis seguros de exposição [9]. Sabendo disso, a Organização Mundial de Saúde OMS tem trabalhado para estipular esses limites, alertando para a proteção da saúde pública contra riscos devido a uma série de produtos químicos normalmente presentes no ar interior. Substâncias como benzeno, monóxido de carbono, formaldeído, naftaleno, dióxido de nitrogênio, hidrocarbonetos policíclicos aromáticos, o radônio, o tricloroetileno e tetracloroetileno, por possuir fontes internas, são conhecidas em relação a sua perigosidade para a saúde e são frequentemente encontrados no interior do ambiente construído em concentrações de riscos [10]. Existem muitas fontes potenciais de poluição do ar interior, sendo que isoladamente ou em combinação produzem efeitos adversos à saúde, podendo ser gerados por uma fonte específica, limitada ou várias fontes sobre uma área ampla, sendo gerados periodicamente ou continuamente [11]. Uma variedade de poluentes no ar pode emanar no interior de um ambiente sendo emitidos pelos componentes dos edifícios, assim como, podem também ser um subproduto das atividades que são realizados dentro deles (tabela 1) [1]. 2

Tabela 1. Os principais poluentes indoor e suas fontes. Poluentes Principais fontes de emissão Agentes alérgicos Poeira doméstica, animais domésticos, insetos Amianto Materiais retardadores de fogo, isolantes Dióxido de carbono Atividade metabólica, atividades de combustão, motor de automóveis nas garagens Monóxido de carbono Aquecedores de queima de combustível, caldeiras, fornos a gás ou querosene, fumo de tabaco Formaldeído Aglomerado, isolamento, mobiliário Microrganismo Pessoas, animais, plantas, sistema de ar condicionado Dióxido de nitrogênio Ar exterior, queima de combustível, motor de automóveis nas garagens Substâncias orgânicas Adesivos, solventes, materiais de construção, volatilização, combustão, tintas, fumaça de cigarro Ozônio Reações fotoquímicas Partículas respiráveis Suspensa ao ar, fumaça de cigarro, produtos de combustão Hidrocarbonetos aromáticos policíclicos Combustão de combustível, fumaça de cigarro Pólens Ar exterior, árvores, grama, ervas daninhas, plantas Radônio Solo, água, materiais de construção (concreto, rocha, argila) Fungos Solo, plantas, alimentos, superfícies internas Dióxido de Enxofre Ar exterior, queima de combustíveis Compostos orgânicos voláteis Tintas, adesivos de paredes, aparelhos de combustão Fonte: Adaptado de Jones [1]. Sendo assim, essas fontes podem ser classificadas como de origem interna como sendo associada com as atividades de ocupantes do edifício e outras fontes biológicas, a combustão de substâncias para aquecimento ou combustível e emissões de materiais de construção, ou como origem externa, através da infiltração de fora, sejam por água, ar ou solo [1]. Nota-se que estes contaminantes apresentados são dispersos pelo ar, logo, uma baixa troca ou renovação do ar interior com o exterior irá proporcionar um acúmulo desses poluentes, onde a má ventilação é um fator de contribuição importante em muitos casos de edifícios doentes [11]. O aumento nas taxas de ventilação diminui a concentração de poluentes no ar, assim como baixas taxas de fluxo de ar aumentam a concentração deles [12] e, a avaliação da qualidade do ar de ambientes internos requer um entendimento das fontes de emissão, de ventilação do prédio e das salas e dos processos que afetam o transporte e o destino dos contaminantes [13]. Segundo a OMS [14], o câncer é uma das principais causas de mortes no mundo, sendo que 19% são atribuídos ao meio ambiente, incluindo o ambiente de trabalho, que afeta principalmente o pulmão e o radônio a segunda causa de morte por contaminação do ar interior em diversos países, reforçando o Relatório de Riscos de Radônio em Casas da Agencia de Proteção Ambiental Americana, sendo estimado em cerca de 21.000 mortes por câncer de pulmão ao ano nos E.U.A. como consequência da contaminação ambiental devido ao 222 Rn e filhos [15]. Outro fator determinante está relacionado a uma contaminação por compostos orgânicos voláteis, os COVs, também encontrados nas tintas, responsáveis pelo surgimento de dois tipos de cânceres: pulmão e bexiga [16]. Assim, materiais utilizados na construção civil possam a ter substancias cancerígenas, em que o seu acumulo em um ambiente afetará a qualidade do ar interior, aumentando o grau de risco em contrair alguma doença, principalmente o câncer em vias respiratórias, por parte do usuário final e dos operários. Com base nessas informações investigou dois produtos utilizados largamente na construção civil a fim de saber se contém algum contaminante, no caso, as tintas a respeito dos COVs e da rocha ornamental a respeito do radônio. 3

Investigação dos COVS em tintas imobiliárias Diversos materiais de construção que emitem COVs têm sido inseridos nos ambientes internos, gerando impactos negativos na saúde do usuário e dos trabalhadores do setor da construção civil, sendo considerados como um dos maiores contaminantes ambientais do ar, além de serem emitidos por diversas fontes de uso diário [17]. Qualquer composto químico que contém pelo menos um átomo de carbono e um átomo de hidrogénio na sua estrutura molecular é referido como um composto orgânico, sendo classificados em diversas categorias, que incluem compostos orgânicos voláteis, compostos orgânicos semivoláteis e compostos orgânicos não-voláteis [1]. Materiais como tintas em base de solventes usadas nas edificações são altos emissores de COVs, sendo como fonte comum dentro de ambientes internos à emissão por tintas frescas [18, 19]. Outros materiais de construção que também emitem COVs são adesivos, selantes, aglomerados, compensados, carpetes, revestimentos de parede, isolamentos acústicos, forros e outros, da mesma maneira que alguns móveis imobiliários [20, 21]. A quantidade de substâncias que emitem os materiais de construção dependerá da área superficial de cada material, assim como da ventilação, pressão atmosférica e das variações de temperatura no ambiente interno. As concentrações de emissão de COVs, desde tintas a base água, dentro de ambientes internos aumentam quando a temperatura e a umidade também aumentam [22]. Quanto ao impacto na saúde dos COVs em trabalhadores, a IARC afirma que a exposição ocupacional como pintor foi classificada dentro do grupo 1, cancerígeno [23]. Atualmente, é observado que as necessidades dos materiais, que devem ser dadas pelos projetistas, surgem dos processos de marketing entre os fabricantes. É observado que algumas empresas após mudarem suas matérias primas para substâncias menos tóxicas, a classificam como produtos ambientalmente amigáveis ou, ecologicamente corretos e verdes, não existindo uma definição sobre esses termos [24]. É importante ressaltar que mudar uma das matérias primas para uma menos agressiva, não significa que o conjunto do produto tinta se tornará sustentável, por outro lado os fabricantes tentam posicionar suas marcas no mercado, e para isso, usam propagandas nos produtos com significados ambíguos e facilmente confundíveis. A partir dessas informações seria conveniente que os fabricantes de tinta saibam usar os solventes adequadamente. Para isso, os fabricantes necessitam entender as propriedades físicoquímicas destes e seus efeitos no ser humano e no meio ambiente, bem como estar atenta a legislação aplicável [24]. A qualidade do ar em ambientes internos construídos deve ser analisada na etapa de projeto e depende, entre outras coisas, da escolha de materiais, procurando adotar materiais de baixa emissão de COVs ou evitar utilizá-los. Metodologia aplicada nos COVs. Através da cromatografia gasosa acoplada ao espectrômetro de massa: extração SPME (Solid-phase microextraction) HS (Headspace), Modo SIM, foram analisados 9 COVs emitidos em 6 marcas de tintas e 1 esmalte a base de água encontrados no comércio da cidade de São Carlos-SP, Brasil. Os equipamentos utilizados são um cromatografo gasoso e espectrômetro de massas da marca Shimadzu referencia GCMS-QP5050A instalado no Instituto de Química de São Carlos IQSC USP. Resultados e Discussões. Dos 9 compostos procurados, foram encontrados 6 na composição das emissões atmosféricas das amostras de tintas e esmalte (tabela 2). 4

Tabela 1. Resultados da corrida cromatográfica - Modo SIM CAS # Compostos Tinta1 Tinta2 Tinta3 Tinta4 Tinta5 Tinta6 Esmalte1 67-64-1 Acetona X X X X X X X 71-43-2 Benzeno N/D N/D N/D N/D N/D N/D N/D 108-88-3 Tolueno N/D N/D N/D N/D N/D N/D N/D 123-86-4 Acetato de Butila N/D N/D N/D N/D N/D N/D N/D 100-41-4 Etil benzeno X X X X X X X 108-38-3 Xileno X X X X X X X 100-42-5 Estireno X X X X X X X 526-73-8 1,2,3-Trimetil benzeno N/D N/D N/D X X X X 95-50-1 Diclorobenzeno N/D X X N/D X X X Obs.: X= detectado, N/D = Não Detectado Importante ressaltar que para primeira fase de estudo em que este trabalho está inserido os COVs não foram quantificados e sim simplesmente identificados, consequentemente a informação aqui apresentada sobre impactos na saúde, dependerá de uma analise mais aprofundada, onde seja possível comparar a concentração com dados de normativas brasileiras e internacionais. Mesmo assim, é apresentado na Tabela 3 o que essas substancias podem ocasionar, devido ser conveniente que pessoas como os pintores saibam quais ingredientes contêm o ar que eles respiram e as consequências disso para saúde, principalmente quando a exposição dessas substâncias for diária e com permanência de 8 horas ou mais. Tabela 2. Impactos negativos na saúde Composto Impacto negativo na saúde Acetona Narcoses; CNS depressão; irritação dos olhos, nariz, garganta e pele. Etilbenzeno Irritação do sistema respiratório superior, olhos e garganta. Xileno CNS depressão, irritação respiratória e dos olhos. Estireno Vertigem, sonolência, dor de cabeça, enjoo, vômito, debilidade, perda do conhecimento. Diclorobenzeno Potencialmente cancerígeno, causa irritação dos olhos e no sistema respiratório superior, toxicidade hepática, câncer de rim e fígado. Trimetilbenzeno Irritação de pele, CNS depressão, falha respiratória. Fonte: Adaptado de NIOSH [25]; INSHT [26]. Como observado na tabela 2, os compostos: acetona, etilbenzeno, xileno e estireno são encontrados em todas as amostras de tintas. Os compostos de benzeno, tolueno e acetato de butila não foram detectados por meio deste procedimento, isso não significa que não estejam presentes na sua emissão, simplesmente o método pode não ter o alcance de detectá-los, é recomendável usar outro procedimento para confirmar ou descartar a presença destes COVs nas amostras de tintas. Como dito anteriormente, as implicações à saúde dos compostos encontrados podem ser observados na tabela 3. Esta identificação serve, entre outras coisas, para determinar a metodologia de quantificação. Desta tabela é possível destacar que o diclorobenzeno presente em 4 tintas e no esmalte, são suspeitos de desenvolverem câncer de rim e fígado. Neste sentido, acredita-se que os fabricantes deveriam expor nas embalagens os riscos à saúde que os compostos ali presentes podem ocasionar. É possível observar na literatura que todos os COVs apresentam impacto negativo na saúde, a preocupação não é só essa, e sim, encontrar uma mistura complexa de COVs que juntos podem chegar a ter maior prejuízo que a sua exposição individual [27]. Os produtos químicos de uso massivo e comercial como a tinta devem ser regularizados por um órgão ambiental independente e externo aos próprios fabricantes de tintas, já que atualmente não existe garantia do baixo teor de COVs nas Fichas Técnicas das amostras de tintas aqui testadas, nem sequer foram nomeados os COVs achados nesta pesquisa. Uma solução poderia ser um selo ambiental confiável necessário para garantir o conteúdo de COVs nas tintas no caso do Brasil. Um exemplo de selo ambiental é o Green Seal Standard for 5

Paints and Coatings, mundialmente reconhecido e associado a certificação LEED. O Green Seal exige que as tintas não devem conter mais de 0,5% do peso da soma total de compostos aromáticos voláteis e a concentração de COV na composição não deve exceder os limites estabelecidos pela ASTM D 6886-03, que para revestimento refletivo de parede é 50 g/l. Como pode se ver na Tabela 2 e 3, a tinta esmalte, que é a base água, também emitem COVs perigosos para a saúde, e independentemente da sua concentração, em nenhum lugar de sua ficha técnica é citada a presença desses COVs em suas emissões. Investigação da presença de radônio em rochas Os primeiros estudos dos efeitos da inalação do gás radônio ocorreram na observação de males pulmonares que afetavam os trabalhadores de minas subterrâneas, sendo que no século XIX foi questionada a presença de radônio em minas de urânio na Inglaterra devido à alta incidência de câncer pulmonar [28]. O trabalho pioneiro sobre medidas de concentrações de 222 Rn em residências aconteceu em 1956 na Suécia, descobrindo-se nas décadas de 70 e 80 a sua influencia significativa sobre a saúde humana [29]. A origem do radônio inicia do decaimento radioativo do urânio e tório que ocorrem naturalmente nas rochas e solos. Por ser um gás, difunde-se através de fissuras até alcançar lençóis freáticos ou diretamente a superfície terrestre. O radônio por ser relativamente inerte é um gás nobre e ocorre na forma de três isótopos instáveis emissores de energia/radiação alfa, representado pelo 222 Rn da série do 238 U, com meiavida de 3,82 dias (o mais expressivo por possuir uma meia vida maior em relação aos outros dois); pelo 220 Rn da série do 232 Th, com meia-vida de 54,5 segundos e pelo 219 Rn da série do 235 U, com meia-vida de 3,52 segundos. Todos os isótopos naturais do radônio são emissores alfa e filhos dos isótopos de rádio, tendo como produto dessa cadeia de decaimento radioativo os descendentes sólidos Po, Pb e Bi. Por ser solúvel em água podem ocorrer concentrações consideráveis de radônio em rochas que contém pouca representatividade de urânio ou tório. Como os materiais usados para construção civil têm suas origens em matérias primas vindas da natureza, principalmente de origem pétrea, assim como a base onde é construída, o solo ou mesmo a água encanada que chegam às residências, podem apresentar um teor significativo de 222 Rn, elevando assim, os índices de concentração no seu interior [29, 30]. As rochas usadas para fins ornamentais e de revestimento contêm diferentes concentrações de urânio e outros elementos radioativos que ocorrem naturalmente. Apesar, segundo a EPA [15], que a principal fonte de radônio em residência é proveniente do solo que entra em contato com o assoalho das residências, as rochas ornamentais podem vir a ocasionar uma adição na quantidade do gás retido no interior das residências, somando com outros materiais de construção que possam conter pequenas quantidades de elementos radioativos que são fontes de emanação do radônio, em conjunto, aumento o nível de contaminação do ambiente. Quanto menor for à ventilação do ambiente, maior será o acúmulo do 222 Rn, assim como não significar que em ambientes ventilados o risco seja menor, neste caso, o que irá determinar o nível de contaminação no interior de ambientes é a taxa de exalação e não a taxa de ventilação [29, 30]. Quando o ar contendo radônio é respirado, seus produtos de decaimento são depositados nas vias respiratórias. Quanto maior a quantidade de partículas, maior será a probabilidade dos descendentes aderirem a elas e seguirem o caminho delas através do ar, onde essas partículas têm muito mais massa que um único átomo, elas são menos móveis e flutuam no ar, como exemplo, carregando o átomo de 218 Po [31]. Este, ao se depositar no sistema respiratório, bombardeia os tecidos com emissão alfa e dá sequência ao decaimento, 214 Pb por radiação β, 214 Bi por radiação β, 214 Po por radiação α e 210 Pb por radiação β que tem a meia vida de 22,2 anos, sendo o processo de decaimento mais prejudicial a saúde humana [29]. Sabe-se que através de resultados experimentais, que uma partícula α com determinada energia é cerca de 20 vezes mais danosa aos tecidos pulmonares que uma partícula β de mesma energia, onde 6

para efeito de cálculo, define-se energia potencial como a energia que é transferida ao tecido pulmonar, em decorrência da inalação de um determinado radionuclídeo [29, 30] Existem grandes incertezas nas avaliações de dosimetria, assim como numa análise epidemiológica, devido aos inúmeros fatores que devem ser levados durante a investigação [32, 33]. Como base, a Comissão Internacional de Proteção Radiológica, ICRP, considera uma intervenção nos níveis de radônio entre 200 e 600 Bq/m³ para residências e 500 a 1500 Bq/m³ para locais de trabalho [34]. Já a EPA recomenda níveis de concentrações de radônio abaixo de 148 Bq/m³ (4 pci/l) em residências, onde 6,1% dos domicílios pesquisados pela agência excedeu esses níveis [15]. As mortes causadas por contaminação ambiental devido ao 222 Rn e filhos, podem ser comparados a outros fatores não radioativos, como o uso prolongado do cigarro e acidentes automobilísticos [15]. Metodologia aplicada ao Rn. Foram escolhidas 5 rochas utilizadas para fins ornamentais, sendo vendidas tanto no mercado interno brasileiro quanto externo com os nomes de Preto São Gabriel, Verde Labrador, Cinza Corumbá, Timbalada e Giallita. A medição do radônio é realizada no Laboratório de Isótopos e Hidroquímica, LABRIDO, do Departamento de Petrologia e Metalogenia do IGCE/UNESP campus Rio Claro-SP, Brasil; conforme metodologia descrita por Arthur et al. [35], Amaral et al. [30] e Amaral [29], que trata-se de um método de detecção ativa através do espectrômetro alpha AlphaGuardian utilizado depois de 25 dias de aprisionamento das amostras em um recipiente de vidro vedado por um sistema de válvulas. Além disso, é determinado os índices físicos das amostras medidas adaptado da NBR 15845 [36], objetivando o conhecimento da porosidade das rochas. Resultados e discussões. As rochas depois de serem recortadas das chapas polidas a serem comercializadas, foram confeccionadas em tiras de 25 x 03 cm com 02 cm de espessura, totalizando 10 filetes para cada amostras, sendo que nestes foram realizados os testes de índices físicos e exalação do radônio com os resultados demonstrados na Tabela 4. Tabela 4. Síntese dos dados obtidos. Amostra 222 Rn (Bq/m³) Porosidade (%) Preto São Gabriel 0 0,33 Verde Labrador 0 0,71 Cinza Corumbá 21 0,71 Timbalada 943 0,63 Giallita 2660 1,52 A rocha ornamental Preto São Gabriel trata-se de um diorito e o Verde Labrador de um charnockito, ambos não apresentaram valores a serem contabilizados durante a medição. A rocha Cinza Corumbá trata-se de um monzogranito, apresentando valores baixos de radônio. As rochas Timbalada e Giallita tratam-se de um pegmatito e obtiveram os valores mais altos. Em relação à porosidade das rochas, é um dos fatores de contribuição para a exalação do gás ao exterior das rochas, não podendo ser levado como o único parâmetro [29, 30], mas contribui para as rochas que apresentam baixos valores de minerais radioativos. A medição em laboratório por si só não é capaz de definir se a rocha possa a vir contribuir para uma forte adição ao ambiente interno, fatores como troca de ar e taxa de exalação podem alterar esses resultados. Mas, os dados obtidos servem de parâmetro como prevenção, sendo possível simular qual será a sua adição em um ambiente conforme demonstrado por Amaral et al. [30] e Chyi [37]. Com base nesses autores, em uma casa de 90 m², calcula que possua 254 m³ de ar e tenha aplicado a mesma metragem aproximadamente como piso. Basta pegar o valor do radônio exalado e multiplicar pela razão entre a quantidade de material a ser aplicado e quantidade utilizada no estudo e dividir pela razão do volume de ar do ambiente com o do recipiente usado para medir as amostras, 7

que no caso foi utilizado um recipiente de 19 L, podendo ser observado os valores encontrados na Tabela 5. Tabela 5. Resultados da simulação. Amostra 222 Rn no ambiente (Bq/m³) 222 Rn no ambiente (pci/l) Timbalada 112 3 Giallita 316 8 A EPA [15] recomenda níveis abaixo de 4 pci/l, no caso, a amostra de rocha do pegmatito Timbalada aproximaria desse limite, demonstrando uma boa adição ao ambiente. O pegmatito Giallita ultrapassaria esse limite, não sendo recomendada a sua total utilização como piso, e sim, somente como peças menores. Vale ressaltar que fatores de troca de ar estão sendo desconsiderados nesse caso. A adição do nível de radônio num ambiente em relação às rochas ornamentais irá depender da quantidade aplicada, da sua taxa de exalação, bem como, do volume de ar do ambiente levando em consideração a ventilação (troca de ar externo / interno), assim, se um dos fatores condicionantes for elevado, diminui-se/aumenta-se o outro [29, 30]. Conclusões - É possível identificar 6 dos 9 compostos alvos desta pesquisa nas emissões voláteis para as 6 amostras de tinta e 1 esmalte, sendo que alguns compostos estão presentes em todas as tintas; - A tinta esmalte à base de água analisada nesta pesquisa emite COVs; - As embalagens das tintas devem expor que contém COVs e ressaltar o perigo à exposição desses; - Algumas rochas podem conter teores elevados de emanação do radônio, contribuindo assim com aumento do nível de 222 Rn no interior do ambiente; - Ressalta que não é só a rocha que irá contribuir com a adição do radônio no ambiente, e sim, qualquer material de origem pétrea, além do solo e da água; - Nos dois casos, demonstra a importância de conhecer e caracterizar o material que será utilizado para compor um ambiente, ambos causam contaminação por vias respiratórias, realçando também a importância do estudo do ar interior, buscando melhorias em relação com a renovação do ar, que irá influenciar na qualidade de vida desses ambientes; - Este trabalho é um importante passo para o IAU-USP, contribuindo para conscientizar e inserir dentro da arquitetura, assim como na construção civil, a importância de conhecer os materiais e a sua relação com o ambiente construído. Referências [1] A.P. Jones: Indoor air quality and health. In Atmospheric Environment 33 (1999) 4535-4564. [2] Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento: Our Common Future, 1987. 2ª ed. Rio de Janeiro, Editora da Fundação Getúlio Vargas, 430p. [3] WWF - World Wildlife Fund, 2008. Living Planet Report 2008: for a living planet. Gland, Switzerland, 44 p. [4] WWF - World Wildlife Fund, 2010. Living Planet Report 2010: Biocapacity, Biodiversity, Awareness, Development. Gland, Switzerland, 63 p. [5] Associação Brasileira de Normas Técnicas ABNT: Norma Brasileira NBR 10004: Resíduos Sólidos - Classificação. São Paulo, 2004. [6] Associação Brasileira de Normas Técnicas ABNT: Norma Brasileira NBR 10005: Procedimento para obtenção de extrato lixiviado de resíduos sólidos. São Paulo, 2004. 8

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