IV- 018 PERFIL SANITÁRIO E QUALIDADE DAS ÁGUAS NA ÁREA DE XINGÓ



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Transcrição:

IV- 018 PERFIL SANITÁRIO E QUALIDADE DAS ÁGUAS NA ÁREA DE XINGÓ Giovanni de Melo Perazzo (1) Engenheiro Civil pela Escola Politécnica de Pernambuco. Mestre em Engenharia Civil pela Universidade Federal de Pernambuco. Bolsista DTI do Programa Xingó junto ao Grupo de Saneamento Ambiental da UFPE. Departamento de Engenharia Civil - CTG/UFPE. Mario Takayuki Kato Engenheiro Civil pela UFPR. Mestre em Hidráulica e Saneamento pela EESC/USP. PhD em Tecnologia Ambiental pela Universidade de Wageningen. Chefe do Laboratório de Saneamento Ambiental da UFPE. Prof. Adjunto do Depto. de Eng. Civil, Centro de Tecnologia e Geociências da UFPE. Lourdinha Florencio Engenheira Civil pela UFPE. Mestre em Hidráulica e Saneamento pela EESC/USP. PhD em Tecnologia Ambiental pela Universidade de Wageningen. Prof. Adjunto, Coordenadora da Área de Saneamento Ambiental e Recursos Hídricos do Depto. de Eng. Civil da UFPE. Coordenadora da Comissão de Meio Ambiente do Programa de Indução em Áreas Estratégicas da FACEPE. Endereço (1) : Avenida Acadêmico Hélio Ramos, s/n Cidade Universitária. Departamento de Engenharia Civil Grupo de Saneamento Ambiental - UFPE - Recife - PE - CEP: 50670-530 - Brasil - Tel: (81) 3271-8228/8743 Fax: (81) 3271-8219 - e-mail: gperazzo@terra.com.br ; kato@npd.ufpe.br. RESUMO No presente trabalho são apresentados os resultados obtidos através de campanhas de medições no campo e análises laboratoriais de qualidade de água, realizadas no período de maio a julho de 2000 em algumas localidades dos municípios de Piranhas - AL (sede, bairros Xingó e Nossa Senhora da Saúde), Delmiro Gouveia - AL (sede) e Olho d Água do Casado AL ( sede e os povoados Campo Novo e Lagoa da Cruz). Estes locais encontram-se inseridos na área de influência do Programa Xingó. São feitas também algumas considerações sobre os resultados das campanhas realizadas entre novembro de 1999. Além disso, são apresentados os resultados de levantamentos sobre o saneamento ambiental realizados no período de fevereiro a julho de 1999. Este trabalho encontra-se inserido nas atividades do Instituto Xingó na Área Temática de Recursos Hídricos e Qualidade das Águas. PALAVRAS-CHAVE: Área de Xingó, Perfil Sanitário, Qualidade das Águas, Programa Xingó. INTRODUÇÃO A região semi-árida brasileira ocupa uma área de 931.048 km 2, compreendendo todos os Estados do Nordeste, inclusive a parte norte de Minas Gerais. Representa 13% do Brasil e abriga 63% da população nordestina. Aliadas à ausência de planejamento melhor da gestão dos recursos hídricos, pesam sobre a região nordestina algumas características geoambientais que induzem naturalmente à escassez de água. Apesar de sofrer a influência direta de várias massas de ar que, de certa forma, interferem na formação do seu clima, essas massas adentram o interior do Nordeste com pouca energia, influenciando não apenas nos volumes das precipitações mas, principalmente, no intervalo entre as chuvas. Na região chove pouco (no semi-árido as precipitações estão entre 500 e 800 mm) e as pluviosidades são irregulares, concentradas praticamente em três a quatro meses durante o ano. Além disso, apresenta evapotranspiração elevada (em torno de 2.000 mm anuais) e insolação de 2.800 h/ano. A maioria dos rios e riachos do sertão nordestino são temporários porque os solos da região são rasos e não conseguem acumular um grande volume de água no seu lençol freático, que seja suficiente para alimentar os fluxos dos riachos e dos rios por um grande período, após o término das chuvas. Um outro agravante é a escassez da cobertura vegetal das áreas muito exploradas das bacias hidrográficas, tanto pelos homens como pelos animais, o que favorece o escoamento superficial das águas com facilidade, reduzindo sua infiltração no solo. (HTTP://AGEST.ECOF.ORG.BR/PROJETOS/FAO/AR_CARAC.HTML). O presente trabalho integra as atividades do Instituto Xingó (Programa Xingó) na área temática de Recursos Hídricos e Qualidade da Água, tendo como objetivo caracterizar e avaliar o saneamento ambiental, através de levantamentos de campo e determinação de parâmetros de qualidade das águas. O referido programa desenvolve ABES Trabalhos Técnicos 1

pesquisas na área de influência da UHE Xingó, objetivando a melhoria da qualidade de vida em 29 municípios de Alagoas, Sergipe, Bahia e Pernambuco, abrangendo uma área de cerca de 40 mil km 2, todos contidos na região semi-árida. MUNICÍPIO DE PIRANHAS - AL Através de uma bomba, que fica sobre uma embarcação no rio São Francisco, à jusante da UHE Xingó, faz-se a captação de água com o propósito de abastecimento da população da sede municipal (Piranhas de Baixo). A água captada é aduzida por recalque através de uma bomba flutuante para uma estação elevatória, onde se aplica hipoclorito de sódio. Após isto, é feita a distribuição para a população. Na ausência deste produto químico, é feita a aplicação de Hypocal, o qual exala um odor desagradável, contra o qual o operador da referida estação não possuía proteção adequada. Através dos levantamentos efetuados, verificou-se que a bomba da elevatória estava com vazamento (Figura 1), o que ocasionava o desperdício de água. Observou-se também, reclamações por parte dos moradores, no que se refere à aplicação do hipoclorito, pois segundo eles, em algumas ocasiões a água apresentava-se de cor leitosa. (KATO (1999), PERAZZO et al (2000)). Em Piranhas de Baixo não há sistema de esgotamento sanitário, sendo os efluentes lançados brutos no rio São Francisco. Há ainda que se registrar a presença de alguns bares na margem do rio São Francisco. (KATO (1999), PERAZZO et al (2000)). A estrutura da limpeza urbana apresentava-se deficitária: os resíduos sólidos eram dispostos aleatoriamente em um lixão a céu aberto; constatou-se também a ocorrência de greves por parte dos funcionários da limpeza urbana; e a presença de resíduos sólidos nos córregos, ocorrendo o seu carreamento durante as enxurradas, para o São Francisco. (KATO (1999), PERAZZO et al (2000)). Para o abastecimento de água dos bairros Xingó e Nossa Senhora da Saúde, implantados pela CHESF, faz-se a captação à montante da UHE Xingó, e em seguida, processa-se a adução até a ETA, localizada no bairro Xingó, para depois distribuir-se para a população dessas localidades. (KATO (1999), PERAZZO et al (2000)). Todas os domicílios do bairro Xingó, e a maior parte do bairro Nossa Senhora da Saúde são ligados à rede pública de esgoto. Os efluentes, coletados na rede do bairro Xingó, são encaminhados para duas lagoas de estabilização. Verificou-se que à montante destas, devido à quebra de poços de visita por algumas pessoas, havia o aporte de esgoto para 3 lagoas de acumulação artificiais (Figura 2), as quais não eram destinadas a recebê-lo. As lagoas de estabilização, destinadas ao tratamento dos efluentes sanitários de Nossa Senhora da Saúde, encontravam-se desativadas. (KATO (1999), PERAZZO et al (2000)). O lixo destes bairros são recolhidos e dispostos em um lixão a céu aberto. Um ponto crítico observado era nas proximidades do matadouro no bairro Nossa Senhora da Saúde, com o escoamento de esgoto a céu aberto e a presença de lixo. (KATO (1999), PERAZZO et al (2000)). Figura 1: Vazamento na bomba da Figura 2: Poço de visita rompido, ocorrendo o aporte EE de Piranhas de Baixo. de esgoto bruto para lagoa no bairro Xingó. Apresenta-se na Tabela 1, os resultados obtidos através de medições no campo em Piranhas de Baixo em maio de 2000. Tabela 1: Resultados obtidos através de medições no campo em Piranhas de Baixo em maio de 2000. 2 ABES Trabalhos Técnicos

Parâmetro/Local Ponto 1 Ponto 2 Ponto 3 Ponto 4 ph 7,0 7,1 7,0 7,4 Oxigênio dissolvido (mg/l de O 2 ) 6,0 6,6 6,1 6,8 6,5 8,1 6,2 7,0 Condutividade elétrica (ms/cm) 106 108 106 143 110 148 Temperatura da água ( C) 27,0 27,0 26,5 27,5 Turbidez (UNT) 19,4 18,8 18,2 19,3 Ponto 1: saída da estação elevatória Ponto 2: residência Poto 3: à montante do ponto de lançamento de esgoto no rio São Francisco Ponto 4: à jusante do ponto de lançamento de esgoto no rio São Francisco Os resultados apresentados acima estão dentro da faixa de valores obtidos na campanha de novembro de 1999 a fevereiro de 2000, atendendo às condições de qualidade para águas de abastecimento preconizadas pelo CONAMA. A única variável que não foi medida naquela campanha foi a turbidez. Este parâmetro, de acordo com medições efetuadas em maio de 2000, não atendeu à norma estabelecida pelo CONAMA, nem à portaria do Ministério da Saúde para água potável. O rio Capiá é um afluente intermitente da margem esquerda do São Francisco. Possui uma área de drenagem de 5572 km 2, vem de Pernambuco, junto da divisa com Alagoas, atravessando os povoados de Piau e Entremontes no município de Piranhas. Este rio desemboca no São Francisco, no povoado de Entremontes à jusante de Piranhas de Baixo. Este rio recebe os afluentes sanitários in natura dos povoados de Piau e Entremontes. Foram iniciadas determinações de alguns parâmetros de qualidade das águas, em dois pontos neste rio: à jusante do povoado de Piau (nas proximidade de uma comunidade conhecida como Poço Comprido) e na sua chegada no rio São Francisco. Os resultados obtidos constam na Tabela 2. Tabela 2: Parâmetros físico-químicos de qualidade da água obtidos em junho de 2000 no rio Capiá. Parâmetro/Local Ponto 5 Ponto 6 ph 7,3 7,3 OD (mg/l de O 2 ) 2,3 2,7 2,0 2,8 Condutividade elétrica (µs/cm) 956 347 Temperatura da água ( C) 29,0 31,5 Turbidez (UNT) >1000 151,0 Nitrogênio-amônia (mg/l N-NH 4 ) 1,0 1,0 Amônia (mg/l NH 4 ) 1,2 1,2 Nitrogênio-nitrito (mg/l NO 2 ) 0,03 0,01 Nitrito (mg/l NO 2 ) 0,1 <0,03 Ponto 5: à jusante do povoado de Piau Ponto 6: Chegada do rio Capiá no São Francisco As características mais marcantes no rio Capiá, verificadas através das medições, foram: o baixo nível de OD, bem como águas bastante turvas e a condutividade elétrica notadamente inferior na chegada no São Francisco. Não foram feitas medições neste rio na campanha de novembro de 1999 a fevereiro de 2000. Foram feitas determinações de alguns parâmetros de qualidade de água nos bairros Xingó e Nossa Senhora da Saúde. Os resultados são apresentados na Tabela 3. Tabela 3: Resultados obtidos, através de medições no campo nos bairros Xingó e Nossa Sra. da Saúde. Parâmetro/Local Ponto 7 Ponto 8 Ponto 9 Ponto 10 Ponto 11 ph 6,8 7,1 6,7 6,7 6,6 Condutividade elétrica (µs/cm) 103 106 106 107 110 Temperatura da água ( C) 29,5 28,5 29,0 28,5 29,5 ABES Trabalhos Técnicos 3

Turbidez (UNT) 17,0 17,9 17,0 19,7 17,4 Ponto 7: proximidades da estação elevatória de Xingó (à montante da UHE Xingó) Ponto 8: entrada da ETA Xingó Ponto 9: saída da ETA Xingó Ponto 10: residência no bairro Xingó Ponto 11: residência no bairro Nossa Senhora da Saúde Os resultados, apresentados acima, também estão dentro da faixa de valores obtidos na campanha de novembro de 1999 a fevereiro de 2000, atendendo as condições de qualidade preconizadas pelo CONAMA, exceto a turbidez. O único parâmetro que não foi medido naquela campanha foi a turbidez, a qual se apresentou acima dos valores estabelecidos para água potável pela norma. MUNICÍPIO DE DELMIRO GOUVEIA - AL Para o abastecimento de água desta localidade, a água é captada no São Francisco, para em seguida, ser aduzida por recalque para a ETA. Depois do tratamento, a água é distribuída para Delmiro Gouveia e alguns de seus povoados, além de mais 5 municípios e do povoado de Piau no município de Piranhas. (KATO (1999), PERAZZO et al (2000)). A rede coletora de esgoto na área urbana de Delmiro Gouveia estava sendo ampliada. Além do esgoto doméstico in natura, o rio do Açude (afluente do rio São Francisco) recebe o esgoto industrial, parcialmente depurado, de uma indústria têxtil. O lançamento do esgoto industrial ocorre à jusante do açude da Pedra, enquanto que, o despejo do efluente doméstico se dá de forma difusa. (KATO (1999), PERAZZO et al (2000)). A cidade dispõe de uma usina de reciclagem e compostagem de lixo pouco aproveitada, pois atende apenas ao bairro Centro, enquanto que, na periferia, o lixo coletado é disposto em lixões a céu aberto. (KATO (1999), PERAZZO et al (2000)). Na Tabela 4 são mostrados os resultados, obtidos através de medidas em campo em maio de 2000, de parâmetros de qualidade de água, nas proximidades da elevatória de Salgado no rio São Francisco e na ETA de Delmiro. Na Tabela 5 consta os resultados de parâmetros de qualidade de água obtidos, através de medições no rio do Açude (maio a julho de 2000), afluente da margem esquerda do São Francisco. Tabela 4: Resultados de qualidade de água obtidos, através de medições em campo, em Delmiro Gouveia. Parâmetro/Local Ponto 12 Ponto 13 Ponto 14 ph 7,5 6,6 6,7 Condutividade elétrica (µs/cm) 108 112 110 Temperatura da água ( C) 30,5 28,5 28,0 Turbidez (UNT) 20,0 39,7 16,0 Ponto 12: Proximidades da estação elevatória de Salgado no rio São Francisco Ponto 13: Entrada da ETA de Delmiro Gouveia Ponto 14: Saída ETA de Delmiro Gouveia Os resultados, apresentados acima, também estão dentro da faixa de valores obtidos na campanha de novembro de 1999 a fevereiro de 2000, atendendo as condições de qualidade para águas de abastecimento preconizadas pelo CONAMA. O único parâmetro que não foi medido naquela campanha foi a turbidez, a qual se apresentou acima dos valores estabelecidos para água potável pela norma. Na campanha realizada entre novembro de 1999 e fevereiro de 2000, que incluiu também medições em residências, também foram realizadas algumas análises de laboratório, o que permitiu caracterizar que estas águas tinham baixo teor de cloretos, eram moles (dureza<50mg/l CaCO 3 ), exceto nas proximidades da elevatória (dureza moderada); alcalinidade próxima a 30 mg/l CaCO 3 e baixa acidez. 4 ABES Trabalhos Técnicos

Tabela 5: Resultados de qualidade de água obtidos através de medições realizadas no rio do Açude entre maio e julho de 2000. Local Ponto 15 Ponto 16 Ponto 17 Parâmetro ph 7,3 8,0 7,0 7,6 7,8 8,6 Oxigênio dissolvido (mg/l de O 2 ) 0,5 3,5 0,1 1,8 3,8 4,5 Condutividade elétrica (µs/cm) 2960 3160 2475 2930 1880 2280 Temperatura da água ( C) 24,5 32,0 24,5 29,0 26,0 30,5 Turbidez (UNT) 29,8 48,0 29,1 93,0 6,0 8,0 Nitrogênio-amônia (mg/l N-NH 4 ) 1,0 4,0 6,0 >7,0 4,0 5,0 Amônia (mg/l NH 4 ) 1,2 4,9 7,3 >8,5 4,9 6,1 Nitrogênio-nitrito (mg/l N-NO 2 ) 0,02 >0,40 0,02 0,05 0,16 >0,4 Nitrito (mg/l NO 2 ) 0,02 > 1,3 0,1 0,2 0,5 1,3 Ponto 15: À montante do açude da Pedra e do ponto de lançamento do esgoto industrial da fábrica de tecidos Ponto 16: À jusante do açude da Pedra e do ponto de lançamento do esgoto industrial da fábrica de tecidos a cerca de 8 km da chegada do rio do Açude no São Francisco Ponto 17: próximo da chegada do rio Açude no São Francisco De acordo com os resultados das medidas realizadas no rio do Açude (Tabela 5) entre maio e julho de 2000, tem-se: condutividade elétrica elevada; ph alcalino a levemente alcalino; baixos teores de OD, sobretudo à jusante do ponto de esgoto industrial da fábrica da Pedra, o que também foi verificado na campanha realizada entre novembro de 1999 e fevereiro de 2000. No ponto do rio do Açude à jusante do esgoto da fábrica, a cerca de 8 km da chegada no São Francisco, houve uma significativa variação de turbidez, observando-se que no local das medições havia uma vegetação do tipo baronesa (macrófita), mostrada na Figura 3, favorecendo a proliferação de insetos, principalmente muriçoca. Também obteve-se uma significativa concentração de amônia, principalmente nos pontos à jusante do lançamento do esgoto industrial da fábrica de tecidos. Houve, em geral, uma predominância da amônia diante do nitrito. Não foi avaliado a concentração de nitrato. Na Tabela 6 apresenta-se os resultados das análises de laboratório, realizadas no rio do Açude. Figura 3: Presença de vegetação do tipo baronesa no rio do Açude no ponto de lançamento de esgoto industrial (indicado pela seta) de indústria têxtil. ABES Trabalhos Técnicos 5

Tabela 6: Resultados das análises laboratóriais de parâmetros de qualidade de águas no rio do Açude, realizadas em julho de 2000. Local Ponto 15 Ponto 16 Ponto 17 Parâmetro cloreto (mg/l Cl - ) 376,2 660,1 434,4 Dureza total (mg/l CaCO 3 ) 280,0 440,0 290,0 Dureza cálcica (mg/l CaCO 3 ) 75,0 135,0 115,0 Dureza magnesiana (mg/l CaCO 3 ) 205,0 305,0 175,0 Alcalinidade total (mg/l CaCO 3 ) 209,7 204,4 264,8 Alcalinidade à fenolftaleína (mg/l CaCO 3 ) 0,0 0,0 10,6 Acidez 19,2 21,6 12,0 Ponto 15: À montante do açude da Pedra e do ponto de lançamento do esgoto industrial da fábrica de tecidos Ponto 16: À jusante do açude da Pedra e do ponto de lançamento do esgoto industrial da fábrica de tecidos a cerca de 8 km do São Francisco Ponto 17: próximo da chegada no São Francisco Observa-se (Tabela 6): o alto teor de cloretos; as águas estão entre duras e muito duras, sendo a dureza cálcica superior à magnesiana; a alcalinidade apresentou consideráveis concentrações, sendo que, o único ponto que apresentou alcalinidade à fenolftaleína foi o na chegada do rio do Açude no São Francisco. MUNICÍPIO DE OLHO D ÁGUA DO CASADO - AL Nesta localidade só foram iniciados os estudos sobre o saneamento ambiental em maio de 2000. Apenas a cidade e os povoados Campo Novo e Mundo Novo (estes últimos armazenam a água em chafariz) recebem a água tratada na ETA de Delmiro Gouveia, através da rede pública. Os demais povoados são abastecidos por caminhões-pipa, sendo também água do São Francisco. Observou-se queixa por parte da população com relação à regularidade do fornecimento de água. A nova captação-elevatória de Olho d Água do Casado está praticamente concluída, porém ainda não entrou em operação. Este novo sistema abastecerá, além de Olho d Água do Casado, o povoado de Piau. Um dos povoados visitados foi o de Lagoa da Cruz, onde a água do reservatório é captada no subsolo, através de painéis foto-voltaicos (Figura 4). Figura 4: Painel fotovoltaico e reservatório de 5 m 3 em Lagoa da Cruz. 6 ABES Trabalhos Técnicos

O município não possui rede de esgoto, sendo que, cerca de 70% das casas têm fossa e 30% não. Recentemente foi elaborado um projeto em que o esgoto coletado será encaminhado para tratamento em um reator anaeróbico. A primeira fase do projeto atenderá uma média de 71 famílias (cerca de 355 pessoas) na área urbana. Apenas na sede do município há coleta de resíduos sólidos, sendo estes dispostos em um lixão a céu aberto próximo a um riacho temporário afluente do São Francisco, prejudicando, evidentemente, o meio-ambiente. Foram realizadas medições de campo, e análises de laboratório no povoado Lagoa da Cruz em Olho d Água do Casado, além do chafariz (no povoado de Campo Novo) que recebe água da ETA de Delmiro Gouveia, além de uma residência. Nas Tabelas 7 e 8 são apresentados os resultados de campo e laboratório, respectivamente. Observa-se, no entanto, que no chafariz de Campo Novo não foram feitas análises de laboratório. Tabela 7: Resultados de medições de campo de qualidade de água em Olho d Água do Casado. Local Ponto 18 Ponto 19 Ponto 20 Parâmetro ph 7,7 8,1 7,7 7,9 8,3 Oxigênio dissolvido (mg/l de O 2 ) ----- 6,3 ----- Condutividade elétrica (µs/cm) 17880 18020 130 158 132 Condutividade elétrica ( C) 24,0 27,5 25,0 27,5 26,5 Turbidez (UNT) 0,5 1,1 5,2 11,3 25,5 Nitrogênio-amônia (mg/l N-NH 4 ) <0,5 <0,5 ----- Amônia (mg/l NH 4 ) 0,6 0,6 ----- Nitrogênio-nitrito (mg/l N-NO 2 ) <0,01 <0,01 ----- Nitrito (mg/l NO 2 ) <0,03 <0,03 ----- Ponto 18: Reservatório no povoado Lagoa da Cruz Ponto 19: Residência Ponto 20: Chafariz no povoado Campo Novo Embora a turbidez seja baixa, a água do reservatório do povoado Lagoa da Cruz apresentou-se como extremamente salgada, imprópria para o consumo humano. Devido a isto, a população local é abastecida por caminhões-pipa. Tabela 8: Resultados de análises de laboratório realizadas em Olho d Água do Casado. Local Ponto 18 Ponto 19 Parâmetro cloreto (mg/l Cl - ) 4159,4 10,2 Dureza total (mg/l CaCO 3 ) 1695,0 40,5 Dureza cálcica (mg/l CaCO 3 ) 280,0 29,0 Dureza magnesiana (mg/l CaCO 3 ) 1415,0 11,5 Alcalinidade total (mg/l CaCO 3 ) 466,0 28,6 Alcalinidade à fenolftaleína (mg/l CaCO 3 ) 0,0 0,0 Acidez (mg/l CaCO 3 ) 24,0 4,8 Ponto 15: Reservatório no povoado Lagoa da Cruz Ponto 16: Residência Destacou-se os teores extremamente altos de cloreto e dureza na água do reservatório de Lagoa da Cruz. MUNICÍPIO DE CANINDÉ DO SÃO FRANCISCO - SE Através de uma estação elevatória a água é captada no São Francisco, para em seguida, ser aduzida para um canal a céu aberto, e deste para uma ETA para tratamento e depois ser distribuída para a população. Na adução é ABES Trabalhos Técnicos 7

aproveitada a água para irrigação (projeto hidroagrícola Califórnia). Observou-se durante as visitas, que as instalações da ETA necessitam de manutenções mais frequentes e melhorias nas instalações. (KATO (1999), PERAZZO et al (2000)). Para o tratamento dos efluentes foram implantadas 3 lagoas de estabilização, porém somente uma encontravase funcionando (Figura 5). O riacho da Onça atravessa a zona urbana de Canindé do São Francisco, recebe efluentes domésticos com e sem tratamento, bem como o esgoto bruto do matadouro municipal. Além disso, parte dos agrotóxicos usados, devido às lavagens de plantas e do solo pelas águas pluviais ou de irrigação têm como destino os cursos d água e drenos naturais que compõem principalmente a microbacia do riacho da Onça. (KATO (1999), PERAZZO et al (2000)). Figura 5: Lagoa de estabilização, cujo efluente tratado é encaminhado para o riacho da Onça na cidade de Canindé do São Francisco. Os resíduos sólidos são dispostos a céu aberto em um lixão localizado a uma pequena distância da área urbana. (KATO (1999), PERAZZO et al (2000)). Conforme ensaios realizados entre a campanha de novembro de 1999 a fevereiro de 2000, a água tratada consumida em Canindé é de boa qualidade. Observou-se também, que o riacho da Onça possui um bom nível de oxigenação, ph alcalino a levemente alcalino, e condutividade bastante alta, chegando a 5000 µs/cm. Nesta localidade não foram feitas determinações de parâmetros de qualidade de água entre maio e julho de 2000. (KATO (2000)). CONCLUSÕES Foram relatados neste trabalho os resultados de campo e laboratório de qualidade de água, além de uma síntese do levantamento sanitário de cada localidade. Pôde-se constatar a qualidade apenas adequada para o consumo humano das águas do São Francisco, uma vez que na maioria das análises a turbidez esteve acima dos limites. No rio do Açude verificou-se o baixo nível de OD, decorrente do considerável aporte de matéria orgânica para este. No rio Capiá observou-se o baixo nível de OD, bem como turbidez e condutividade elétrica na chegada no São Francisco, notadamente inferiores às do ponto à jusante do povoado de Piau. A água do poço do povoado de Lagoa da Cruz, apresentou como único incoveniente a excessiva condutividade elétrica, tornando-a imprópria para o consumo. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. HTTP://AGEST.ECOF.ORG.BR/PROJETOS/FAO/AR_CARAC.HTML. 2. KATO, M.T. (coord.). Avaliação Preliminar da Qualidade das Águas na Área Urbana de 3 Municípios na Área de Xingó. Departamento de Engenharia Civil/Grupo de Saneamento Ambiental. CTG - UFPE. Recife-PE, 2000. 3. KATO, M.T. (coord.). Diagnóstico das Condições Sanitárias e Ambientais na Área de Xingó. Departamento de Engenharia Civil/Grupo de Saneamento Ambiental. CTG - UFPE. Recife-PE, 1999. 8 ABES Trabalhos Técnicos

4. PERAZZO, G.M; KATO, M.T.; FLORENCIO, L. Avaliação Preliminar da Qualidade das Águas Urbanas de 3 Municípios na Área de Xingó. XXVII CONGRESSO INTERAMERICANO DE INGENIERIA SANITARIA Y AMBIENTAL. Porto Alegre-RS, 2000. 5. PERAZZO, G.M; KATO, M.T.; FLORENCIO, L; ARAGÃO, J.M.S. Saneamento Ambiental e Qualidade das Águas na Área de Influência de Xingó. IX SIMPÓSIO LUSO BRASILEIRO DE ENGENHARIA SANITÁRIA E AMBIENTAL. 2000. p. 106-113. Porto Seguro-BA, 2000. ABES Trabalhos Técnicos 9