ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL REFORMULAÇÃO DO PROJECTO DE EXECUÇÃO E.N. 229 VARIANTE DE AGUIAR DA BEIRA TOMO IV - RESUMO NÃO TÉCNICO

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V E R E A Ç Ã O D E P L A N E A M E N T O, O R D E N A M E N T O E U R B A N I S M O D I V I S Ã O D E P L A N E A M E N T O, R E V I T A L I Z A Ç Ã

I - INTRODUÇÃO. EN 369 Variante à Ponte de Vila Formosa. Projecto de Execução Estudo de Impacte Ambiental Resumo Não Técnico Procº nº053/eiape/0799

Transcrição:

ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL REFORMULAÇÃO DO PROJECTO DE EXECUÇÃO E.N. 229 VARIANTE DE AGUIAR DA BEIRA TOMO IV - RESUMO NÃO TÉCNICO

ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL REFORMULAÇÃO DO PROJECTO DE EXECUÇÃO E.N. 229 VARIANTE DE AGUIAR DA BEIRA TOMO IV - RESUMO NÃO TÉCNICO PREÂMBULO O presente Estudo de Impacte Ambiental foi efectuado pela ECOSERVIÇOS Gestão de Sistemas Ecológicos, Lda. Embora não sujeito a Processo de Avaliação de Impacte Ambiental, o estudo foi realizado de acordo com o disposto no Decreto-Lei n.º 69/2000, de 3 de Maio e o Decreto-Lei nº 197/2005, de 8 de Novembro, relativos à Avaliação de Impacte Ambiental e respectiva Portaria nº 330/2001, de 2 de Abril. O estudo teve início em 2002, ano em que se desenvolveu o relatório de progresso. Posteriormente o processo foi suspenso pelo ICOR, tendo sido retomado em 27 de Abril de 2005, pelas Estradas de Portugal - E.P.E e finalizado em Julho de 2006. O presente volume é referente ao Resumo Não Técnico do Estudo de Impacte Ambiental do projecto mencionado em epígrafe. Lisboa, 26 de Julho de 2006

ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL REFORMULAÇÃO DO PROJECTO DE EXECUÇÃO E.N. 229 VARIANTE DE AGUIAR DA BEIRA TOMO IV - RESUMO NÃO TÉCNICO ÍNDICE GERAL TOMO I RELATÓRIO BASE DO EIA TOMO II ANEXOS TOMO III PEÇAS DESENHADAS TOMO IV RESUMO NÃO TÉCNICO TOMO V.1 PROJECTO DE MEDIDAS DE MINIMIZAÇÃO DO RUÍDO TOMO V.2 PROJECTO DE INTEGRAÇÃO PAISAGÍSTICA TOMO VI PROCESSO DE DESAFECTAÇÃO DA RESERVA AGRÍCOLA NACIONAL (RAN) TOMO VII PROCESSO DE DESAFECTAÇÃO DA RESERVA ECOLÓGICA NACIONAL (REN)

ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL REFORMULAÇÃO DO PROJECTO DE EXECUÇÃO E.N. 229 VARIANTE DE AGUIAR DA BEIRA TOMO IV - RESUMO NÃO TÉCNICO ÍNDICE DAS PEÇAS DESENHADAS Desenho VAR.AGUIAR-EIA-RNT-01 Esboço Corográfico (1/25 000) Desenho VAR.AGUIAR-EIA-RNT-02 Carta Síntese de Impactes (1/25 000)

ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL REFORMULAÇÃO DO PROJECTO DE EXECUÇÃO E.N. 229 VARIANTE DE AGUIAR DA BEIRA RESUMO NÃO TÉCNICO ÍNDICE INTRODUÇÃO...1 CAPÍTULO I DESCRIÇÃO DO PROJECTO...3 I.1 Localização do projecto...3 I.2 Descrição sumária do traçado...4 CAPÍTULO II AVALIAÇÃO DA SITUAÇÃO ACTUAL, AVALIAÇÃO DOS IMPACTES E MEDIDAS DE MINIMIZAÇÃO PROPOSTAS... 7 II.1 Considerações gerais...7 II.2 Geologia...7 II.3 Solos e ocupação do solo...8 II.4 Recursos hídricos...9 II.5 Ambiente sonoro...10 II.6 Ecologia...16 II.7 Paisagem...17 II.8 Património...18 II.9 Planeamento e ordenamento do território...18 II.10 Sócio-economia...19 II.11 Programa de monitorização...20 CAPÍTULO III SÍNTESE DE IMPACTES E CONCLUSÃO...21

ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL REFORMULAÇÃO DO PROJECTO DE EXECUÇÃO E.N. 229 VARIANTE DE AGUIAR DA BEIRA RESUMO NÃO TÉCNICO INTRODUÇÃO O presente Estudo de Impacte Ambiental (EIA) refere-se ao Projecto de Execução da E.N. 229 Variante de Aguiar da Beira. Embora não sujeito a Processo de Avaliação de Impacte Ambiental, o estudo foi realizado de acordo com o disposto no Decreto-Lei n.º 69/2000, de 3 de Maio e o Decreto-Lei nº 197/2005, de 8 de Novembro, relativos à Avaliação de Impacte Ambiental e respectiva Portaria nº 330/2001, de 2 de Abril. O Resumo Não Técnico descreverá de forma sucinta e numa linguagem perceptível para o público em geral todos os aspectos relevantes, contidos no Relatório Base, dando ênfase aos impactes significativos previstos e às medidas de minimização a implantar. O objectivo principal foi avaliar os impactes nas várias vertentes ambientais, definir a possibilidade da sua minimização caso sejam impactes negativos ou a sua potenciação caso sejam impactes positivos. Para a tomada de decisão é importante que o público em geral e a população mais directamente interessada participe no processo de consulta pública, por forma a que decisão englobe a sua opinião, mas também forneça informação útil adicional que não conste do Estudo de Impacte Ambiental. O Relatório Base (relatório técnico) do presente Estudo de Impacte Ambiental (EIA), engloba toda a informação técnica que sustenta o presente documento. O estudo teve início em 2002, ano em que se desenvolveu o relatório de progresso. Posteriormente o processo foi suspenso pelo ICOR, tendo sido retomado em 27 de Abril de 2005, pelas Estradas de Portugal E.P.E e finalizado em Julho de 2006. 2006.326 Resumo Não Técnico 1

A área em análise está inserida no concelho de Aguiar da Beira. O preponente da obre e entidade licenciadora é a EP Estradas de Portugal, sob a tutela do Ministério das Obras Públicas, Transportes e Comunicação. Necessidades do Projecto No âmbito do projecto de beneficiação da EN 229 entre Ponte de Abade e Sátão foi verificada a necessidade de se construir uma variante a Aguiar da Beira por dois motivos fundamentais: 1. Não é tecnicamente viável realizar o alargamento da EN 229 dentro do perímetro urbano de Aguiar da Beira, dada a ocupação marginal; 2. Na óptica da valorização ambiental e melhoria da qualidade do ambiente urbano é conveniente a retirada de todo o tráfego de passagem do interior das localidades, permitindo assim, um incremento da qualidade de vida e condições de circulação pedonal e rodoviária. Acresce também o facto de no PDM de Aguiar da Beira, aprovado pela Resolução de Concelho de Ministros nº22/95, de 22 de Março, constar um espaço canal para a construção desta via. O traçado em estudo Variante de Aguiar da Beira, desenvolve-se a Poente/Norte da actual EN 229 e da Vila de Aguiar da Beira, com uma orientação Sudoeste Nordeste. O projecto em análise compreende a construção da variante de Aguiar da Beira com início na EN 229, perto da localidade da Coja, através de um entroncamento. A via desenvolve-se depois a Poente da Vila e termina a cerca de 1,1 km desta, na EN 229, por intermédio de uma rotunda. No Desenho VAR.AGUIAR EIA-RNT-01 apresenta-se o esboço corográfico. 2006.326 Resumo Não Técnico 2

CAPÍTULO I DESCRIÇÃO DO PROJECTO I.1 LOCALIZAÇÃO DO PROJECTO O projecto em análise desenvolve-se no distrito da Guarda, concelho de Aguiar da Beira. O projecto apenas intercepta a freguesias de Aguiar da Beira. Na figura I.1 apresenta-se o enquadramento da área em estudo ao nível regional. BRAGANÇA V-CASTELO BRAGA V-REAL Gradiz PORTO Sequeiros Aguiar da Beira Souto de Aguiar da Beira Pinheiro Coruche Valverde AVEIRO VISEU GUARDA Corticada Eirado Carapito COIMBRA Pena Verde Dornelas Forninhos LEIRIA C-BRANCO SANTAREM PORTALEGRE (sem escala) Figura 1-Enquadramento Nacional, Regional e Local com as Freguesias do Concelho de Aguiar da Beira e Freguesia de Aguiar da Beira 2006.326 Resumo Não Técnico 3

Área de Estudo Figura 2 Enquadramento da Via na Rede Viária I.2 DESCRIÇÃO SUMÁRIA DO TRAÇADO No desenho VAR.AGUIAR-EIA-RNT- 01 encontra-se demarcado o traçado em análise à escala 1/25 000. O traçado a desenvolver, com uma extensão aproximada de 3669 m, inicia-se na actual EN 229 com um entroncamento e termina aproximadamente a 1,1 km a Norte da Vila no cruzamento para Sequeiros, que será transformado numa rotunda. Inicio do Traçado ECOSERVIÇOS 2006.326 Fim do Traçado E.N. 229 Variante de Aguiar da Beira Resumo Não Técnico EP 4

O traçado da Variante, contorna por Noroeste a vila de Aguiar da Beira e será separado em 2 troços, por 2 rotundas, com as seguintes extensões: Troço 1 Desenvolve-se entre o entroncamento (início do traçado) e a rotunda 1, tem uma extensão de 1 875 m e apresenta via de lentos; Troço 2 Desenvolve-se entre as rotundas 1 e 2 (fim do traçado), e tem uma extensão de 1 744 m; Ao km 0+695 encontra-se previsto um restabelecimento, através de uma passagem superior. Este restabelecimento irá dar acesso a uma Pedreira existente e a terrenos agrícolas. No troço 1, foi acrescida uma via para lentos, entre o km 0+946 e o km 1+875 (Rotunda 1). Zona do restabelecimento Ao km 1+875 localiza-se a rotunda 1 que estabelece a ligação com a EM 584-2. Esta estrada municipal realiza a ligação entre Aguiar da Beira e a Serra de Nª.Sª. da Lapa. Local da Rotunda 1 2006.326 Resumo Não Técnico 5

Encontra-se previsto ao km 2+410 uma nova passagem superior, que permite o acesso aos terrenos agrícolas situados a Norte da Variante e a um terreno utilizado como campo de tiro, que não será directamente afectado em termos do terreno, mas poderá ser inviabilizada a sua utilização como campo de tiro aos pratos. Caminho restabelecido acesso ao campo de tiro Ao km 3+115 localiza-se uma passagem agrícola, que permite a passagem inferior à Variante, ligando caminhos paralelos de um e outro lado da mesma. No fim do traçado localiza-se a rotunda 2 que promove a ligação à EN 229 e distribui o tráfego para Sul em direcção a Aguiar da Beira, para Norte rumo a Sernancelhe e para NE, através da EN 589, com destino a Sequeiros. A faixa de rodagem terá 7,0 m de largura, tendo uma via por sentido com 3,50 m cada, as bermas direitas terão 2,25 m de largura cada. A movimentação de terras prevista para a execução do projecto atinge 151.600 m³, sendo a totalidade dos aterros estimados em 108.104 m³, executados em solos provenientes de outras áreas. Devido as características do terreno encontram-se previstas: Seis escavações, com uma altura máxima ao eixo de 6,4 m e com uma altura máxima de cerca de 14,8 metros no talude esquerdo entre o km 0+130 e o km 0+815; Três aterros, com uma altura máxima ao eixo de 4 m e com uma altura máxima de cerca de 6,2 metros no talude direito, entre o km 2+600 e o km 3+240. O traçado é integralmente vedado. 2006.326 Resumo Não Técnico 6

CAPÍTULO II CARACTERIZAÇÃO DA SITUAÇÃO ACTUAL, AVALIAÇÃO DOS IMPACTES E MEDIDAS DE MINIMIZAÇÃO PROPOSTAS II.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS Para a caracterização da situação actual, fez-se uma caracterização de várias vertentes ambientais usualmente analisadas neste tipo de estudos e que são: Geologia; Solos; Recursos Hídricos; Ambiente Sonoro; Ecologia; Paisagem. Património Planeamento e Gestão do Território; Sócio-Economia; Após esta caracterização foram previstos e avaliados os efeitos que a futura estrada terá nas componentes ambientais consideradas. Após identificação e avaliação de impactes são propostas medidas de minimização para redução dos impactes negativos significativos. II.2 GEOLOGIA O concelho de Aguiar da Beira situa-se em termos geológicos na zona Centro-Ibérica onde afloram essencialmente rochas graníticas, que pertencem a um extenso maciço que se estende às regiões das Beiras e Noroeste de Portugal. São numerosos os filões de rochas básicas e de quartzo, estando também presentes alguns depósitos aluvionares recentes nos principais cursos de água. 2006.326 Resumo Não Técnico 7

Localiza-se perto do traçado ao km 0+200, uma área de reserva e protecção de recursos geológicos definido em PDM, bem como uma pedreira, nº 6073, explorada pela firma Beira Areal, a Norte do km 0+300 (Anexo III Geologia). Do levantamento de campo, constata-se que o traçado em estudo irá dividir a área de exploração da pedreira (frente da lavra e de transformação da pedra), dá área destinada ao depósito de brita. Segundo informação recolhida, junto do Ministério da Economia Direcção Regional do Centro e da firma Beira Areal, encontra-se em autoridade de AIA um Estudo de Impacte Ambiental para o alargamento da actual área de exploração. Este alargamento interfere com o traçado em estudo, que se desenvolve neste troço sobre espaço canal definido em PDM. Relativamente a área destinada à indústria extractiva, o traçado em estudo não intercepta esta área. Na zona onde se irá construir o traçado o nível freático encontra-se muito próximo da superfície. Prevêse que nos poços mais próximos do traçado possa haver uma redução do nível freático. Para tal é proposto um programa de controlo destes níveis e que ficará a cargo das Estradas de Portugal. Referese que a principal função destes poços é a rega e o abastecimento doméstico II.3 SOLOS E OCUPAÇÃO DO SOLO A área em estudo apresenta solos relativamente delgados, associados normalmente a afloramentos rochosos e por vezes pedregosos e solos sujeitos a encharcamento temporário ou permanente. No entanto, de acordo com o levantamento de campo realizado verifica-se a existência de algumas áreas agrícolas. Estes solos apesar de apresentarem aptidão moderada para a agricultura, são capazes de se apresentar como bons solos agrícolas desde que melhorados com adequadas práticas agrícolas. No levantamento realizado identificaram-se basicamente quatro tipos distintos de ocupação do solo, florestal, agrícola, indústria extractiva e matos/incultos. A ocupação florestal predominante da área em estudo engloba essencialmente pinhal, alguns dos quais com carvalho disperso, representando uma área considerável do corredor em estudo. 2006.326 Resumo Não Técnico 8

A área agrícola existente é essencialmente de culturas de sequeiro, existindo igualmente áreas ocupadas por pequenas hortas e vinha, destinadas ao auto-consumo. O traçado intercepta entre o km 0+666 e o km 0+867 a zona de armazenagem de uma pedreira, não causando perturbações na área de lavra. Em termos dos efeitos que a futura via terá, refere-se que para além dos solos que serão ocupados irreversivelmente pela estrada, ocorrerá também a ocupação temporária de solos devido à execução de acessos provisórios à obra e instalação de estaleiros. A colocação de estaleiros e infra-estruturas de apoio à obra nos solos adjacentes à estrada poderá vir a provocar contaminações por derrames acidentais de materiais poluentes. Estas situações poderão ser evitadas se o empreiteiro tomar as medidas de prevenção adequadas para o funcionamento do estaleiro. Relativamente à ocupação do solo, visto que se trata de solos pobres, cuja a ocupação agrícola se encontra em recessão, o abandono de muitas parcelas agrícolas terá um impacte negativo mas pouco significativo. II.4 RECURSOS HÍDRICOS O traçado em análise desenvolve-se na bacia hidrográfica do Mondego na sub-bacia do Dão. As linhas de água mais importantes próximas do traçado são a Ribeiras de Coja e a Ribeira de Coruche, pertencentes à bacia do Rio Dão. O traçado atravessa algumas linhas de água de características mais secundárias afluentes às referidas ribeiras, com caudais bastante reduzidos a maior parte do ano, chegando mesmo, em alguns casos, a secar na época estival. No concelho de Aguiar da Beira os usos de água predominantes são a rega e o abastecimento doméstico, com origem subterrânea. Na envolvente do traçado não foram identificadas captações de água para abastecimento público. Em termos de qualidade a água e de acordo com dados da estação de qualidade mais próxima (Moinhos de Pepim) os valores apontam para uma fonte de poluição orgânica na Ribeira de Coja. 2006.326 Resumo Não Técnico 9

Relativamente às águas subterrâneas na envolvente do traçado verifica-se a existência de diversos poços, sendo que se prevê a possível afectação dos níveis de água de 5 poços da envolvente, um dos quais já abandonado. A principal função destes poços é a rega e o abastecimento doméstico. Antes do início da obra o empreiteiro fará um novo levantamento dos pontos de água, para averiguar da necessidade da eventual reposição de alguns pontos de água afectados através da execução de novos poços e furos. De acordo com os usos de água identificados, quer para os recursos hídricos superficiais, quer para os subterrâneos não se prevêem impactes significativos no que se reporta a esta vertente ambiental. II.5 AMBIENTE SONORO O objectivo da caracterização acústica realizada consistiu na determinação do ambiente sonoro actual da envolvente do corredor e seu enquadramento no Decreto-Lei n.º 292/2000. Esta caracterização permitirá posteriormente definir níveis de protecção a aplicar a cada uma das situações identificadas. De acordo com esta legislação, há que identificar e classificar as zonas abrangidas, segundo a sua sensibilidade ao ruído, definindo assim zonas sensíveis e zonas mistas. Segundo o Decreto-Lei n.º292/2000, Artigo 3º, alíneas g) e h): Zonas Sensíveis são as áreas definidas em instrumentos de planeamento territorial como vocacionadas para usos habitacionais existentes ou previstos, bem como para escolas, hospitais, espaços de recreio e lazer e outros equipamentos colectivos prioritariamente utilizados pelas populações como de recolhimento, existentes ou a instalar. Zonas Mistas são as zonas existentes ou previstas em instrumentos de planeamento territorial eficazes, cuja ocupação seja afecta a outras utilizações, para além das referidas na definição de zonas sensíveis, nomeadamente comércio, indústria e serviços. No Quadro 1 apresentam-se os níveis sonoros máximos admissíveis para o período diurno e período nocturno considerados no referido Decreto-Lei. 2006.326 Resumo Não Técnico 10

NÍVEIS SONOROS MÁXIMOS Leq db (A) Zonas Mistas Zonas Sensíveis Período Diurno (7.00 22.00 Horas) Período Nocturno (22.00 7.00 Horas) 65 55 55 45 Quadro 1 Níveis Sonoros Máximos Admissíveis (Decreto-Lei nº 292/2000, de 14 de Novembro) Identificação da Zonas Sensíveis e Mistas Ao longo do corredor verificou-se que a maioria da extensão são zonas desocupadas. Do levantamento realizado identificaram-se os locais com ocupação humana, sendo que são todos destinados à habitação. Consideram-se inseridas em zonas mistas todas as habitações localizadas na envolvente de estradas nacionais, de Itinerários Complementares e de Itinerários Principais já existentes, sendo o nível sonoro máximo admitido em Leq para o período diurno de 65 db (A) e para o período nocturno de 55 db (A). Caracterização sonora Para a caracterização do ruído ambiente actual foram realizadas duas medições de ruído, no início e no final do traçado. Procurou-se que os locais escolhidos fossem representativos do ambiente sonoro da envolvente. Em seguida apresentam-se os resultados das medições realizadas para o traçado. 2006.326 Resumo Não Técnico 11

Medição Localidade Quilometragem Leq db (A)- Dia Leq db (A) - Noite Enquadramento de acordo com o DL 292/2000 M1 Coja - 62.5 56.7 Mista M2 EM 584 2 1+920 51.2 36.1 Sensível M3 Escola C+S de Aguiar da Beira 2+500 42.9 - Sensível Quadro 2 Níveis Sonoros Medidos Da análise dos valores sonoros medidos, verifica-se o cumprimento do Decreto-Lei n.º 292/2000 de 14 de Maio em todos os pontos de medição, excepto no período nocturno da Medição 1, que se deve ao tráfego existente na actual EN229. Na proximidade da futura rotunda 1 junto a EM 584-2, foram identificados várias habitações, onde actualmente não existem fontes de ruído, situadas em zona sensível. Com a nova via estas habitações irão ser sujeitas a níveis sonoros superiores ao admitido pela legislação. Desta forma, os impactes nestes receptores serão negativos e significativos. Para a minimização deste efeito foram dimensionadas barreiras acústicas para a redução dos níveis sonoros, que serão colocadas junto a rotunda. 2006.326 Resumo Não Técnico 12

Figura 3 Habitações situadas na proximidade da rotunda 1. Em seguida apresentam-se os locais de instalação de barreiras acústicas para a minimização do ruído 2006.326 Resumo Não Técnico 13

BARREIRA B1 NATUREZA Absorvente ALTURA 4.0 m COMPRIMENTO 150 m KM 1+770 Inicio da ligação 1.1 SENTIDO Sernacelhe/A.Beira ANO DE INSTALAÇÃO Ano Zero BARREIRA B3 NATUREZA Reflectora ( mat. transparente ) ALTURA 3.5 m COMPRIMENTO 130 m Inicio da ligação 1.2 Km 2+020 SENTIDO A.Beira Sernacelhe ANO DE INSTALAÇÃO Ano Zero Local de Implantação das Barreiras B1, B2 e B3 2006.326 Resumo Não Técnico 14

Local de Implantação da Barreira B4 2006.326 Resumo Não Técnico 15

II.6 ECOLOGIA A área em estudo localiza-se na Região mediterrânica, Sub-região Mediterrânica Ocidental, Superprovíncia Mediterrânica Ibero-Atlântica. Os campos agrícolas e os matos (charnecas secas europeias) são pouco abundantes, predominando as plantações florestais de pinheiro-bravo. Trata-se de uma área que apresenta uma forte intervenção humana, que modificou a estrutura original das comunidades climácicas (os carvalhais de carvalho-negral). Estas aparecem dentro das plantações florestais de pinheiro, quer sob a forma de bosquetes de dimensões muitas reduzidas, quer isoladamente. Os matos são constituídos por um elenco florístico próprio das etapas seriais e sub-seriais da floresta original. O habitat agrícola consiste fundamentalmente em pequenas extensões de culturas cerealíferas, hortas e prados de pastagem. As características actuais dos habitats existentes na área do projecto permitem prever a possível ocorrência de algumas espécies com interesse conservacionista: açor, o gavião, a galinhola, a rôlacomum, a cotovia-pequena, a felosa-do-mato, o corvo, o tritão-marmorado, o sapo-parteiro, o sapocorredor, a cobra-de-ferradura, o musaranho-anão, o toirão e o gato-bravo Os habitats presentes na área de estudo, importantes do ponto de vista da conservação dos habitats naturais ou semi-naturais e que estão incluídas no Anexo B-I do D.L. 140/99 - Tipos de habitats naturais de interesse comunitário cuja conservação exige a designação de zonas especiais de conservação são: Charnecas secas europeias (todos os subtipos). Na fase de construção, os impactes identificados serão negativos, directos e significativos para o habitat Plantações florestais; negativos, directos e pouco significativos para o habitat Charnecas secas europeias; e negativos, directos e insignificativos para o Agrícola. Na fase de exploração, os impactes serão negativos, directos e pouco significativos no habitat Plantações florestais; negativos, directos e muito pouco significativos para o habitat Charnecas secas europeias; e negativos, directos e insignificativos para o habitat Agrícola. Existe um conjunto de medidas minimizadoras e correctivas que podem atenuar os efeitos negativos do troço, como sejam a correcta planificação dos trabalhos a efectuar, das terras a movimentar e do destino a dar aos materiais retirados, bem como a escolha do período do ano mais adequado para as acções da 2006.326 Resumo Não Técnico 16

obra, a utilização de vedações, etc., que protegem as comunidades, tanto na fase de construção como de exploração. É ainda importante a correcta planificação dos trabalhos de modo a poupar árvores das comunidades climácicas como o carvalho-negral. II.7 PAISAGEM O traçado inicia-se na EN 229 onde a paisagem se caracteriza por espaços florestais e campos agrícolas. Este apresenta-se já bastante descaracterizado na sua vertente natural devido à presença da Estrada Nacional. O traçado desenvolve-se na mancha florestal que margina com o campo agrícola. Entre o km 0+600 e o km 1+500 o traçado é fortemente marcado pela presença da pedreira, que dada a sua exposição é o elemento mais marcante da envolvente. Devido à presença da pedreira o valor paisagístico do local é considerado baixo. Entre o km 1+300 e o km 1 + 900 (Rotunda 1), o traçado desenvolve-se num vale caracterizado pela presença de pequenas manchas de pinhal intercaladas com pequenas parcelas agrícolas parte delas cultivadas e afloramentos graníticos que caracterizam e valorizam a paisagem de toda a região. Este trecho é facilmente visível a partir de Aguiar da Beira. Entre o km 1+ 900 e o km 2+ 300 o traçado é caracterizado pela presença de várias casas de habitação unifamiliares sobranceiras ao vale onde se desenvolverá o traçado, verificando-se a transição de zonas incultas (vegetação herbácea para zonas florestadas). O traçado será facilmente perceptível. Entre o km 2+ 300 e a Rotunda 2 (Final do Traçado) o traçado desenvolve-se numa zona florestada essencialmente por pinhal, pelo que será facilmente integrada na paisagem, destaca-se a escola secundária em que o traçado se aproxima da zona de recreio do referido estabelecimento de ensino. 2006.326 Resumo Não Técnico 17

II.8 - PATRIMÓNIO O troço da nova via foi projectado a norte do centro histórico de Aguiar da Beira o qual concentra um importante acervo monumental medieval, parte dele classificado: a Torre, o Pelourinho e Fonte, vestígios de castelo, a capela da Senhora da Lapa e alguns edifícios antigos. Em toda a área percorrida foram identificadas 7 ocorrências patrimoniais, estando apenas uma delas alminha (nº7), dentro do corredor em estudo. Esta alminha, eventualmente medieval, localizada na proximidade (50m a Sul) do cruzamento entre a via em projecto e a estrada municipal para Penalva do Castelo. A sua localização actual já não é a original, visto que foi alterada aquando do arranjo a que aquela estrada esteve sujeita. Prevê-se assim impactes negativos pouco significativos. Como medidas de minimização e de prevenção sugere-se a relocalização da alminha para local próximo, o acompanhamento geral da obra por um arqueólogo, a prospecção de determinados locais da obra que por ora se desconhecem (estaleiros, escavações, depósitos, empréstimos, novos acessos, etc) e a proibição de circulação de veículos mais pesados da obra pelo acesso que passa junto aos valores patrimoniais. II.9 PLANEAMENTO E ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO Os principais impactes resultantes da construção e exploração da via prendem-se com a afectação directa das áreas condicionadas classificadas no Plano Director Municipal, apresentadas nos pontos seguintes. Plano Director Municipal O facto de a Carta de Ordenamento do PDM apresentar espaço canal para o traçado, traduz-se num aspecto positivo. No entanto, verifica-se que este não se desenvolve totalmente dentro do espaço canal. Relativamente ao restante traçado que se desenvolve fora do espaço canal no geral não apresenta incompatibilidades que inviabilizem o traçado. Reserva Agrícola Nacional RAN A afectação das áreas classificadas como RAN constitui um impacte directo e negativo pois estas áreas representam os solos de melhor qualidade e maiores potencialidades agrícolas. 2006.326 Resumo Não Técnico 18

A implantação da variante irá afectar uma área de cerca 1081m 2 pertencente à RAN. Reserva Ecológica Nacional (REN) A área REN a ocupar será cerca de 6543,5 m 2 e constituirá um impacte negativo significativo, certo, local e irreversível. Em áreas classificadas como REN, dado as suas características ecológicas, deverá ser evitada a instalação de estaleiros. II.10 SÓCIO-ECONOMIA O corredor em estudo apresenta uma ocupação urbana reduzida. Na envolvente do traçado o local de ocupação urbana mais significativa localiza-se junto a rotunda 1. O traçado atravessa algumas parcelas agrícolas, sendo a cultura mais frequente os produtos hortícolas e as culturas de sequeiro. De referir que a agricultura apresenta uma tendência de abandono generalizado. Refere-se que a Noroeste do km 2+400, o traçado desenvolve-se a 60 m de um campo de tiro (tiro aos pratos). Este campo não consta nas cartas de condicionantes ou de ordenamento do PDM, não possuindo licenciamento camarário. No que diz respeito às parcelas afectadas, a avaliação de impacte nesta vertente foi realizada com base na informação veiculada no volume do projecto de execução referente às expropriações. Serão afectadas 57 parcelas, com uma área de 135.249 m 2. As parcelas afectadas têm ocupação predominantemente agrícola, de pequena dimensão, explorada em regime familiar e florestal. Muitas das parcelas agrícolas possuem pequenos anexos que serão afectados pelo traçado. Existe também a afectação da pedreira entre o km 0+850 e o km 1+200. No que diz respeito à qualidade de vida das populações e perturbações introduzidas no quotidiano das populações pela interferência de caminhos e acessos às propriedades marginais com a construção da variante, verifica-se que apenas alguns serão restabelecidos havendo um aumento significativo das distâncias a percorrer. Esta situação é mais significativa nos caminhos situados aos km 1+045, km 1+640 e km 3+390, onde existe um aumento do percurso em média superior a 500 m. Em seguida apresenta-se um quadro com o resumo destas situações. 2006.326 Resumo Não Técnico 19

Localização do Situação Distância a Caminho (km) Prevista Percorrer Impacte 0+550 REST.1 PS + 570 m Negativo Significativo 0+870 REST.1 PS + 500 m Negativo Significativo 1+045 REST.1 PS + 700 m Negativo Muito Significativo 1+640 Rotunda 1 + 680 m Negativo Muito Significativo 2+390 REST.2 PS - Negativo Pouco Significativo 2+505 REST.2 PS + 540 m Negativo Significativo 3+030; 3+070 (1) PA - 30 m Positivo Significativo 3+090 PA +45 Negativo Significativo 3+120 PA - Negativo Pouco Significativo 3+170 PA + 90 m Negativo Pouco Significativo 3+390 PA + 590 m Negativo Significativo 3+570 Rotunda 2 + 380 m Negativo Significativo Quadro 3 Caminhos e acessos restabelecidos Relativamente a rede viária a área em estudo é apenas interceptada pela EM584-2, estrada municipal que realiza a ligação entre Aguiar da Beira e a Serra de Nª.Sª. da Lapa. A entrada em funcionamento do projecto em análise permitirá desviar o trânsito da actual EN229 do aglomerado urbano de Aguiar da Beira. A variante irá, permitir assim uma melhoria no que respeita à segurança rodoviária e pedonal dentro da povoação de Aguiar da Beira, uma maior segurança e comodidade para os utentes da EN229, permitindo também um incremento nas actividades económicas do concelho. A concretização desta variante consistirá, assim, um impacte positivo, significativo, permanente e irreversível, quer ao nível da qualidade de vida, quer ao nível das actividades económicas do concelho. II.11 PROGRAMA DE MONITORIZAÇÃO Por forma a controlar os efeitos no ambiente da estrada que se pretende construir foi elaborado um programe de monitorização que incidirá apenas nos descritores dos Recursos Hídricos e do Ruído. 2006.326 Resumo Não Técnico 20

CAPÍTULO III SÍNTESE DE IMPACTES E CONCLUSÃO Ao longo do presente Estudo de Impacte Ambiental, foram caracterizados e avaliados os potenciais impactes no ambiente provocados pela futura variante, com base na evolução da situação actual. Por forma a facilitar a análise global dos impactes expectáveis mais importantes, e tendo presente os aspectos preponderantes que foram tidos em conta neste estudo foi elaborado um quadro síntese dos impactes, Quadro 3. Para uma melhor visualização dos impactes ao longo do traçado foi elaborada a Carta Síntese de Impactes apresentada no Desenho VAR.AGUIAR-EIA-RNT-02. O objectivo final desta via é a retirada do tráfego de passagem do interior da localidade de Aguiar da Beira, permitindo assim um incremento da qualidade de vida e condições de circulação pedonal e rodoviária. Nesta perspectiva a via apresentará efeitos bastante positivos e que são aspiração da população, facto evidenciado pela existência na carta de ordenamento do PDM de um espaço canal para a variante. Os impactes negativos mais significativos identificados reportam-se à vertente do ruído, dado que os níveis estimados se situarão acima dos valores permitidos por lei para zonas habitacionais, o que implica a construção de medidas de minimização específicas para esta vertente. Convém salientar que os impactes identificados se reportam a uma via de reduzida dimensão e como tal deve ser tida em conta a relatividade dos efeitos identificados, mesmo à escala concelhia o projecto é de reduzidas dimensões. 2006.326 Resumo Não Técnico 21

DESCRITOR/PRINCIPAIS IMPACTES E CAUSAS FASE DE OCORRÊNCIA SENTIDO/ MAGNITUDE CLIMA - Suspensão de Poeiras Construção Negativo Pouco Significativo CARACTERIZAÇÃO DOS IMPACTES AMPLITUDE GRAU DE EFEITO REVERSIBILIDADE DURAÇÃO GEOGRÁFICA CONFIANÇA SINERGÉTICO Local Sim Temporário Incerto Qualidade do Ar; Sócio-Economia; GEOLOGIA - Afectação ao Nível Freático Construção/Exploração Negativo Local Não Permanente Certo - Significativo SOLOS - Afectação de solos com Construção/Exploração Negativo Local Não Permanente Certo Sócio-Economia aptidão agrícola integrados na Significativo (Expropriações) RAN OCUPAÇÃO DO SOLO - Áreas Agrícolas Construção/Exploração Negativo Pouco Local Não Permanente Certo Sócio-Economia Significativo - Áreas Florestais Construção/Exploração Negativo Pouco Local Não Permanente Certo - Significativo Quadro 4 Quadro Síntese de Impactes 2006.326 Resumo Não Técnico 22

DESCRITOR/PRINCIPAIS IMPACTES E CAUSAS FASE DE OCORRÊNCIA SENTIDO/ MAGNITUDE CARACTERIZAÇÃO DOS IMPACTES AMPLITUDE REVERSIBILIDADE DURAÇÃO GEOGRÁFICA GRAU DE CONFIANÇA EFEITO SINERGÉTICO RECURSOS HÍDRICOS - Erosão hídrica Construção Negativo Pouco Local - - Certo Significativo - Contaminação do meio hídrico Construção/Exploração Negativo Pouco Concelhio - - Incerto Solos Significativo AMBIENTE SONORO - Aumento dos níveis de ruído Construção/Exploração Negativo Muito Local Sim Permanente Certo Sócio-Economia gerados pela circulação de Significativo tráfego ECOLOGIA Construção/Exploração Negativo Pouco Local Sim Permanente Certo - - Destruição do coberto vegetal Significativo - Destruição de habitats Construção/Exploração Negativo Pouco Local Não Permanente Certo - Significativo Quadro 4 Quadro Síntese de Impactes (cont.) 2006.326 Resumo Não Técnico 23

DESCRITOR/PRINCIPAIS IMPACTES E CAUSAS FASE DE OCORRÊNCIA SENTIDO/ MAGNITUDE CARACTERIZAÇÃO DOS IMPACTES AMPLITUDE REVERSIBILIDADE GEOGRÁFICA DURAÇÃO GRAU DE CONFIANÇA EFEITO SINERGÉTICO COMPONENTE SOCIAL - Qualidade de vida da Construção Negativo Pouco Local Sim Temporário Certo - população Significativo - Melhoria das condições de Exploração Positivo Significativo Concelhio Não Permanente Certo - segurança e acessibilidades PATRIMÓNIO Construção Negativo Pouco Local Não Permanente Certo - PAISAGEM Significativo - Movimentação de terras Construção Negativo Significativo Local Sim/Não Temporário Certo - - Estaleiros e Acessos - Depósitos materiais Construção Construção Negativo Pouco Significativo Negativo Significativo Sim Sim Temporário Temporário Quadro 4 Quadro Síntese de Impactes (cont.) ECOSERVIÇOS Resumo Não Técnico EP 2006326.RNT Variante de Mira Ligação da EN109 à EN334 2ª Fase 24

DESCRITOR/PRINCIPAIS IMPACTES E CAUSAS FASE DE OCORRÊNCIA SENTIDO/ MAGNITUDE CARACTERIZAÇÃO DOS IMPACTES AMPLITUDE REVERSIBILIDADE DURAÇÃO GEOGRÁFICA GRAU DE CONFIANÇA EFEITO SINERGÉTICO PAISAGEM - Desmatação Construção Negativo Pouco Local Não Temporário Certo - Significativo - Alteração do valor cénico Construção/Exploração Negativo Pouco Significativo PLANEAMENTO E GESTÃO DO TERRITÓRIO Ordenamento Construção Negativo Pouco Local Não Permanente Certo Sócio-Economia - Áreas Urbanas Significativo Condicionantes Construção/Exploração Negativo Pouco Local Não Permanente Certo Sócio-Economia - RAN* Significativo - REN* Construção/Exploração Negativo Local Não Permanente Certo Ecologia Significativo * A avaliação é feita em termos da condicionante legal e não como resultado da avaliação de impactes efectuada para os descritores de Solos e Ocupação do Solo. Quadro 4 Quadro Síntese de Impactes (cont.) ECOSERVIÇOS Resumo Não Técnico EP 2006326.RNT Variante de Mira Ligação da EN109 à EN334 2ª Fase 25

PEÇAS DESENHADAS