A Profissão de Fé 1 (Credo)

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Transcrição:

A Profissão de Fé 1 (Credo) Símbolos dos Apóstolos Credo Creio em Deus Pai todo poderoso, criador do céu e da terra. E em Jesus Cristo seu único Filho Nosso Senhor. Que foi concebido pelo Espírito Santo. Nasceu da virgem Maria. Padeceu sob Pôncio Pilatos, foi crucificado morto e sepultado. Desceu à mansão dos mortos. Ressuscitou ao terceiro dia. Subiu aos céus, está sentado a direita de Deus Pai, todo poderoso, donde há de vir julgar os vivos e os mortos. Creio no Espírito Santo, na Santa Igreja católica, na comunhão dos santos, na remissão dos pecados, na ressurreição da carne e na vida eterna. Símbolos dos Apóstolos Credo Niceno Constantinopolitano Creio em um só Deus, Pai todo-poderoso, Criador do céu e da terra, de todas as coisas visíveis e invisíveis. Creio em um só Senhor, Jesus Cristo, Filho Unigênito de Deus, nascido do Pai antes de todos os séculos: Deus de Deus, luz da luz, Deus verdadeiro de Deus verdadeiro, gerado não criado, consubstancial ao Pai. Por Ele todas as coisas foram feitas. E, por nós, homens, e para a nossa salvação, desceu dos céus: e encarnou pelo Espírito Santo, no seio da Virgem Maria, e se fez homem. Também por nós foi crucificado sob Pôncio Pilatos; padeceu e foi sepultado. Ressuscitou ao terceiro dia, conforme as escrituras; E subiu aos céus, onde está sentado à direita do Pai. E de novo há de vir, em sua glória, para julgar os vivos e os mortos; e o seu reino não terá fim. Creio no Espírito Santo, Senhor que dá a vida, e procede do Pai; e com o Pai e o Filho é adorado e glorificado: Ele que falou pelos profetas. Creio na Igreja una, santa, católica e apostólica. Professo um só batismo para remissão dos pecados. Espero a ressurreição dos mortos; E a vida do mundo que há de vir. 1 Texto elaborado pela Profª Drª Clélia Peretti. Material didático para a aula do dia 22/04/2013. Paróquia Nossa Senhora da Salete. Curitiba/PR. Email: cpkperetti@gmail.com

Obs: trataremos aqui o símbolo dos apóstolos que normalmente professamos em cada missa que participamos. No entanto, o símbolo niceno-constantinapolitano o professamos somente quando o evangelho retrata a divindade de Jesus. Credo Símbolo dos Apóstolos A profissão de fé nasceu na Igreja como recapitulação válida da mensagem transmitida pelos apóstolos. Todos aqueles que, por ocasião do seu Batismo, são interrogados sobre a sua fé, confessam com as mesmas palavras a sua pertença a Deus Pai, a Jesus Cristo, seu Filho e ao Espírito Santo. Quando diz creio diz: dou minha adesão àquilo que eu creio. Vamos tratar da nossa fé, ou seja, a fé que os cristãos professam. Chama-se credo em razão da primeira palavra com que normalmente começam: Creio. O símbolo da fé é a coletânea das principais verdades de fé. Assim, temos a razão de ter como referência primeira e fundamental para a catequese, este símbolo é o selo espiritual, a meditação do nosso coração e o guardião sempre presente; ele é, seguramente, o tesouro da nossa alma 2.Quem diz "sim" a Deus deve saber a que se compromete. Por isso, é importante que cada cristão aprenda a conhecer e a compreender o texto fundamental da sua fé. 1. Creio em Deus Pai A nossa profissão de fé começa com o nome de Deus, justamente pelo fato de Deus ser o primeiro e o ultimo, começo e fim de todas as coisas. Iniciamos o credo afirmando que cremos em um único Deus, ou seja, o Deus de Isaac, o Deus de Jacó e o Deus de Abraão. Sem jamais termos visto Deus, nós acreditamos pela fé, e pelo fato que Ele próprio se manifestou na história da salvação. É através desta manifestação, que confessamos a unicidade de Deus, que tem sua raiz na Revelação Divina. Deus quando se manifesta, apresenta-se como trindade, já visto na criação quando Ele ao criar o ser humano diz: façamos o homem a nossa imagem e semelhança. É possível perceber que Deus não fala somente de Si, mas cita na criação acima a presença de outra pessoa, estas pessoas nada mais são do que o Filho e o Espírito Santo. Jesus revelou que Deus é Pai num sentido inaudito: não o é somente enquanto criador, mas é eternamente Pai em relação a seu Filho. Ninguém conhece o Pai senão o filho, e aquele a quem o filho o quiser revelar (Mt 11,27) 3. Nós que somos propagadores fé temos que ter esta convicção de que seguimos um Deus único e indivisível; e cremos nesta unicidade que a Deus pertence, mesmo em seu mistério. 2. Todo Poderoso Afirmar que Deus é poderoso é autenticar o seu poderio sobre todas as coisas. A Ele pertence todo o poder, a honra e a gloria. Nas Sagradas Escrituras podemos perceber em vários textos o reconhecimento deste poder eterno, tais como: o Poderoso de Jacó (Gn 49,24), o Senhor dos exércitos (Sl 24,8-10). Deus manifesta seu poder em todo o percurso da história, respeitando sempre a nossa liberdade. Deus é onipotente, 2 Cf. Sto. Ambrósio, Expl. Symb. 1: PL 17, 1155C. 3 Cf. CIC, 240.

Onisciente e onipresente. É onipotente por que a Ele tudo pode e tudo provem. É onisciente por que a Ele é dado todo o conhecimento de todas as coisas. É onipresente por que a Ele não cabe e não é privada a matéria, ou seja, pode estar em todos os lugares ao mesmo tempo. Vivemos num mundo em que o poder fala mais forte, no entanto, este poder que Deus possui não é um poder dominador, mas sim um poder libertador. 3. Criador do céu e da terra Ser Pai é ser criador, Deus cria! Nosso Deus é um Deus que criou tudo, criou do nada. A existência, de Deus criador pode ser conhecida com certeza por meio de suas obras. Deus criou o céu e a terra por amor. Sem dúvida nenhuma tudo o que Deus criou é bom e foi para o nosso deleite, contudo a criação do ser humano foi a mais importante e única que Deus fez. Os homens perguntam admirados: donde vem o mundo? Donde procede esta diversidade da vida? Quem decidiu sobre o curso dos astros que determinam o tempo do verão e do inverno, as sementeiras e as colheitas, o dia e a noite? Quem proporcionou a ordem às plantas e aos animais e concedeu a fertilidade a terra? Quem faz brotar a vida no seio das mães? O que é que existiu no princípio e qual será o fim? A criação também nos leva a entendermos a aliança que Deus fez com a sua criatura e o amor que se entrelaçou entre o criador e a sua criatura. Como já falamos nesta formação, a criação foi obra da Santíssima Trindade. Deus criou o céu e a terra, os fez ordenados, ou seja, não havia bagunça, quem bagunçou o mundo fomos nós suas criaturas. 4. E em Jesus Cristo, seu único Filho Nosso Senhor. Quando Jesus atingiu a idade de trinta anos, saiu de Nazaré, a sua aldeia, e foi ao encontro de João Batista, nas margens do Jordão. Depois, levou uma vida de pregador itinerante nas aldeias e vilas dos arredores do lago de Tiberíades. Começou ali a pregar a Boa-Nova de Deus, dizendo: "Completou-se o tempo e está próximo o Reino de Deus. Convertei-vos e acreditai no Evangelho" (Mc 1,14-15). As pessoas que o encontram percebem logo que Ele não é como os outros. Juntam-se à sua volta, querem estar perto. Escutar o que Ele diz e ver o que Ele faz. Admiram-No porque Ele fala sobre Deus e a natureza humana de modo distinto dos mestres das sinagogas. Ele não despreza os pobres e quer perdoar o pecado dos que fizeram o mal. Jesus diz: Não temais a Deus; amai-o. Deus enviou seu único filho para nos libertar de nossos pecados e de todos os tormentos que envolviam a humanidade. Jesus filho de Deus veio cumprir a promessa feita ao povo que estava perdido na fé. Com isso, em Jesus Cristo se dá à plena realização da nossa salvação, é nele que encontramos nossa redenção. 5. Que foi concebido pelo poder do Espírito Santo, nasceu da Virgem Maria. Nós acreditamos e confessamos que Jesus de Nazaré é o messias, Filho de Deus. Desde todos os tempos Ele vive na glória do Pai. Veio ao mundo, tornando-se semelhante a nós, manifestação do amor do Pai feita carne. Um amor que ultrapassa tudo o que os homens podem imaginar e dizer. Os teólogos e os discípulos de Jesus têm, cada um, a sua própria maneira de falar do mistério da encarnação. O Verbo se fez carne para que, assim, conhecêssemos o amor de Deus. Foi em dois concílios ecumênicos que a Igreja proclamou a geração de Jesus, e não a sua criação, como afirmava Ario, que o filho de Deus veio do nada. Jesus nasceu com o poder do Espírito Santo, nele não teve a participação do homem. O que a fé católica crê acerca de Maria funda-se no que ela crê acerca de Cristo, mas o que a fé ensina sobre Maria ilumina, por sua vez, sua fé em Cristo. A virgem Maria cooperou para a salvação humana com livre fé e obediência. Ela

pronunciou seu Fiat (faça-se). Por sua obediência, tornou-se a nova Eva, Mãe dos viventes. A igreja acredita e professa a sua maternidade, virgindade e a sua concepção de imaculada. 6. Padeceu sob Pôncio Pilatos, foi crucificado, morto e sepultado. Jesus foi julgado e condenado a morte por fazer o bem e pregar a Palavra de Deus. Jesus cumpriu sua missão padecendo a frente da população que ali estava. Ele foi julgado por Pôncio Pilatos, a autoridade da época; em que o mesmo lavou suas mãos perante a situação presente. Era necessário que o filho de Deus entregasse sua vida numa cruz para que a nossa salvação fosse ganha. Crucificaram num madeiro, junto com dois ladrões, a cruz que era a pior morte na época de Jesus. O próprio Jesus diz: Eis que estamos subindo para Jerusalém, e o Filho do Homem vai ser entregue aos sumos sacerdotes e aos doutores da lei. Estes condena-lo-ão à morte e entrega-lo-ão aos pagãos. Vão escarnecê-lo, cuspir n'ele, vão torturá-lo e matá-lo (Mc 10, 33-34). 7. Desceu a mansão dos mortos; ressuscitou ao terceiro dia. O tempo passa. Os homens morrem. Morrem os que vivem sem Deus ou contra Ele, mas também todos os que O amam: Adão e Eva, Abraão e Moisés, Sara, Rebeca e Miriam, David e Salomão, Elias e Amós, Zacarias e Isabel, Simeão e Ana, João Baptista e toda a multidão de pessoas das quais só Deus conhece o nome e o amor. Terão eles esperado em vão? Esquece Deus a sua fidelidade? Nós acreditamos que Deus não levou a Boa Nova só aos vivos. Acreditamos que Jesus desceu à mansão dos mortos e que ali proclamou também: Completou-se o tempo. O Reino de Deus está a chegar. Estais resgatados. Deus é misericordioso com todos os que O amam. Isto quer dizer que a morte perdeu o seu poder: não pode reter os que amam a Deus. Jesus Cristo, o Senhor, morreu por todos. Celebrando agora, Senhor, o memorial da nossa redenção, recordamos a morte de Cristo e a sua descida à mansão dos mortos, proclamamos a sua ressurreição e ascensão aos céus, e, esperando a sua vinda gloriosa, nós Vos oferecemos o seu Corpo e Sangue, o sacrifício do vosso agrado e de salvação para todo o mundo. (Extraído Da Oração Eucarística IV). Na expressão Jesus desceu a mansão dos mortos, o símbolo confessa que Jesus morreu realmente e que, por sua morte por nós, venceu a morte e o mal. A sua ressurreição é a verdade culminante de nossa fé em Cristo, criada e vivida como central pela primeira comunidade cristã. Porque procurais entre os mortos Aquele que vive? Ele não está aqui; ressuscitou (Lc 24,5-6). Jesus ao terceiro dia vence a morte e se levanta para a vida. A fé na ressurreição tem por objetivo um acontecimento ao mesmo tempo historicamente atestado pelos discípulos que encontraram verdadeiramente o Ressuscitado. 8. Subiu aos céus, está sentado à direita de Deus Pai todo Poderoso. Os discípulos de Jesus viveram a experiência da Sexta-Feira Santa: Jesus, indefeso e abandonado, pendia da cruz. A sua vida extinguiu-se na morte. Depositaram seu corpo num túmulo e fecharam a entrada com uma grande pedra: sinal de que, no fim, a morte tem poder sobre a vida. No encontro com o Senhor ressuscitado, vivem a experiência que acaba com tudo o que julgavam saber sobre a vida e a morte. Jesus vem ao seu encontro. Eles reconhecem-no sim, é Ele, o Crucificado. É-lhes familiar e, ao mesmo tempo, estranho. Entra, mesmo com as portas fechadas. Está presente e desaparece. Não podemos detê-lo. Entre o medo e a dúvida, os discípulos começam a pensar e a acreditar

no que está para além da morte: Deus ressuscitou o seu Filho dos mortos e recebeu-o na glória com a sua condição humana. Os discípulos afirmam: Jesus subiu aos céus, e Deus lhe deu o lugar de honra, à sua direita. A ascensão de Cristo assinala a entrada definitiva da humanidade de Jesus no domínio celeste de Deus, donde voltará, mas que até lá esconde aos olhos dos homens. Jesus Cristo, cabeça da Igreja nos precede no Reino glorioso do Pai para que nós, membros de seu corpo vivamos na esperança de estarmos um dia eternamente com Ele. Tendo entrado uma vez por todas no santuário do céu, Jesus Cristo intercede sem cessar por nós como mediador que nos garante permanentemente a efusão do Espírito Santo. 9. Donde há de julgar os vivos e os mortos Jesus está junto do Pai. Os homens e as mulheres que põe n Ele a sua confiança permanecem no meio da fragilidade da vida e da imperfeição do mundo. No entanto, a luz que Jesus veio acender no mundo não está apagada. A esperança que as suas palavras e ações suscitaram no coração dos mortos, não está morta. No dia do juízo, por ocasião do fim do mundo, Cristo virá na gloria para realizar o triunfo definitivo do bem sobre o mal. Ao vir no fim dois tempos para julgar os vivos e os mortos; Cristo glorioso revelará a disposição secreta dos corações e retribuirá a cada um segundo suas obras e segundo tiver acolhido ou rejeitado sua graça. 10. Creio no Espírito Santo O Espírito Santo de Deus: não O podemos ver, reter nem mostrar. Não podemos dispor dele. Mas podemos sentir a sua existência e a sua ação, por exemplo: quando um homem ou uma mulher fala de Deus, de tal modo que outros abraçam a fé; quando duas pessoas põem fim a uma discórdia e se reconciliam; quando alguém que agiu mal repara as suas faltas; quando uma pessoa amargurada pelo ódio começa a amar; quando alguém, que só pensava em si, abre os olhos para o sofrimento dos outros. Crer no Espírito Santo é crer na fé da trindade, está em ação com o Pai e o filho do inicio até a consumação do projeto de nossa salvação. 11. Na Santa Igreja Católica A Igreja do nosso tempo é uma comunidade com dimensões mundiais. Comunica a fé aos que a ela se incorporam pelo Batismo e ensina-os a viver como cristãos. Cumpre assim a missão que lhe foi conferida por Jesus Cristo, até que Ele volte na sua glória. O Espírito Santo não agiu somente no começo da Igreja. Continua a vivificá-la e a sua ação torna-se nela perceptível. Por isso a Igreja só pode ser "una": tem um só Senhor, uma só fé, um só Batismo; forma um só corpo movido por um só Espírito, orientado para uma única esperança. Não há dúvida de que, numa comunidade que agrupa indivíduos muito diferentes, se discuta e haja desavenças: alguns seguem um mestre, outros obedecem a outro (1Cor 3,4-8). Alguns consideram os usos e costumes judaicos como muito importantes, enquanto outros os acham secundários e estranhos (At 16,21). Uns são fiéis às prescrições de Jesus de modo radical, separando-se dos outros (2Cor 6,17). A diversidade de carismas e de modos de vida constitui um enriquecimento para a comunidade - e para toda a Igreja - enquanto os cristãos não esquecem que há um só Senhor, uma só fé, um só Batismo e um só Deus e Pai de todos. Toda a Igreja sofre quando algumas pessoas ou grupos discutem sobre interpretações doutrinais e normas de vida, provocando divisões no seio da comunidade. Resulta grave que algumas pessoas ou grupos se separem da comunidade para se proclamarem "Igreja" à sua maneira. E não é menos grave quando a Igreja tem de excluir da sua comunidade um mestre ou um grupo, por causa das suas heresias. Por amor à unidade e a Jesus, a Igreja

não deve deixar jamais de procurar a reconciliação, nem de implorar o perdão das suas próprias faltas e dos outros. Santa, mas não por si mesma, pois só Deus é Santo. Ele ama a Igreja, a comunidade de homens e mulheres que confessam o seu Filho Jesus Cristo como Senhor, que transmitem a Boa Nova e dão testemunho dela com a própria vida. Nem sempre conseguem isto. É por esta razão que a Igreja de Jesus Cristo é também uma Igreja de pecadores: comunidade de homens que se extraviam no caminho, que atraiçoam o amor, que quebram a aliança, que permitem o mal e até o fazem. Homens que necessitam de perdão e de misericórdia para serem, por sua vez, misericordiosos com os outros. Deus santifica a Igreja apesar das limitações humanas e deficiências dos seus dirigentes e fiéis. Por isso a Igreja é e continua a ser para o mundo o sinal visível da santidade de Deus. Porque Deus a santifica, ela consegue resistir aos poderes do mundo. Sim, nem sequer as Portas do Inferno poderão vencê-la. Rezamos: Vós, Senhor, sois verdadeiramente Santo e todas as criaturas cantam os vossos louvores, porque dais a vida e santificais todas as coisas, por Jesus Cristo, vosso Filho, Nosso Senhor, com o poder do Espírito Santo (EXTRAIDO DA ORAÇÃO EUCARÍSTICA III). Santa: Deus não é como os homens. Ele é inteiramente Outro: transcendente, todopoderoso, onisciente, onipresente. Ele é mais do que aquilo que podemos dizer, pensar e representar. Esta alteridade de Deus, o mistério do seu ser, é o que podemos dizer quando afirmamos: Ele é Santo. A Igreja canoniza (proclama santos) certas pessoas - homens e mulheres - pelo testemunho que eles deram de Cristo. Os santos - e em primeiro lugar a Virgem Santa - são nossos modelos e intercessores junto de Deus. "A Igreja é santa: é seu autor o Deus santíssimo; Cristo, seu Esposo, por ela Se entregou para a santificar; vivifica-a o Espírito de santidade. Embora conte no seu seio pecadores, ela é a sem-pecado feita de pecadores. Nos santos brilha a sua santidade; em Maria ela é já toda santa" (CIC, 867). O Deus único é o Deus de todos os homens. Olha para eles com benevolência e deseja conduzi-los, onde quer que se encontrem e em todos os tempos, à salvação, de que Ele mesmo é o centro. A Igreja de Jesus Cristo é a depositária da herança do Senhor e anuncia Cristo como a esperança de todos os homens. Ela é sinal e penhor do seu amor redentor. Não só para aqueles que são batizados no seio da Igreja católica romana, mas para todos os que vivem reconciliados com Deus. Também as pessoas que servem a Deus noutras confissões cristãs e noutras religiões e até as pessoas que não sabem nada de Deus, participam do amor de Deus e da esperança, da qual Jesus Cristo é o garante. Todas estas pessoas estão de certo modo relacionadas com a Igreja una. Por isso a Igreja está - em virtude da sua própria natureza aberta a todos: católica = universal. Católica significa: "A Igreja anuncia a totalidade da fé; guarda e administra a plenitude dos meios de salvação; é enviada a todos os povos, dirige-se a todos os homens; abrange todos os tempos ; é, por sua própria natureza, missionária (Ad Gentes 2; Catecismo da igreja Católica 868). "A Igreja vê-se ainda unida por muitos títulos, com os batizados que têm o nome de cristãos, embora não professem integralmente a fé ou não guardem a unidade de comunhão com o sucessor de Pedro" (Lumen Gentium 15). "Aqueles que crêem em Cristo e receberam validamente o Batismo encontram-se numa certa comunhão, embora imperfeita, com a Igreja Católica" (Unitatis Redintegratio 3). Quanto às Igrejas Ortodoxas esta comunhão é tão profunda "que bem pouco lhes falta para que ela atinja a plenitude, autorizando uma celebração comum da Eucaristia do Senhor" (Paulo VI, discurso de 14 de Dezembro de 1975 - Catecismo da Igreja Católica 838). Desde o início do seu ministério público, Jesus chama e reúne discípulos para que O acompanhem, escutem o que diz e vejam o que faz. Dentre eles, escolhe doze homens

para que sejam suas testemunhas, desde o Batismo no Jordão até à sua ressurreição. Envia os Doze, os apóstolos, para que possam ir, em seu nome, aonde Ele não vai pessoalmente, anunciem a Boa Nova e curem os enfermos.o Ressuscitado confiou a São Pedro, o primeiro entre os apóstolos, uma responsabilidade especial na Igreja. Os doze apóstolos são o fundamento da Igreja. Proclamam o Evangelho. Conservam os ensinamentos de Jesus e, com o auxílio do Espírito Santo, defendem a verdade plena e não falsificada.os apóstolos transmitem a sua missão e o seu mandato a outros. A sucessão dos bispos de Roma remonta, sem interrupção, a São Pedro. Em comunhão com os bispos, sucessores dos apóstolos, o Papa, como sucessor de São Pedro, guia a Igreja no seu caminho através do tempo. Apóstolo, apostólico: O apóstolo é "o enviado" e fala com a autoridade de quem o envia. O número de doze apóstolos corresponde às doze tribos de Israel e indica que Jesus congrega o novo povo de Deus, o definitivo. A Igreja é apostólica porque os seus bispos descendem em linha direta dos apóstolos. 12. Na comunhão dos santos Acreditar na "santa igreja católica" e na "comunhão dos santos" está intimamente ligado. A Igreja é a pátria daqueles que, por meio de Jesus Cristo, participam do que é santo: do sacramento do Corpo e do Sangue de Cristo, do perdão dos pecados, do amor de Deus pelos homens. A Igreja comunica a fé; com o pleno poder de Jesus administra os sacramentos e funda assim a comunhão dos santos. Cremos na comunhão de todos os féis de Cristo, dos que são peregrinos na terra, dos defuntos que estão terminando a sua purificação, dos bens aventurados do céu, formando juntos uma só igreja, e cremos que nesta comunhão o amor misericordioso de Deus e de seus santos está sempre à escuta de nossas orações. 13. A remissão dos pecados Nós, os cristãos, confessamos a nossa fé no Espírito Santo, na santa Igreja católica, na comunhão dos santos e na remissão dos pecados. Estas verdades estão intimamente ligadas entre si; cada uma delas faz referência às restantes e todas elas têm a ver com o encargo que o Senhor ressuscitado confiou aos seus apóstolos quando os enviou em missão: "Ide pelo mundo inteiro, proclamai o Evangelho a toda a criatura. Todo aquele que acreditar e for batizado, será salvo; aquele que não acreditar, será condenado" (Mc 16,15-16).Aquele que sela a sua fé em Cristo pelo Batismo, está reconciliado com Deus pela morte de Jesus: os pecados são-lhe perdoados. Por isso o Batismo é o primeiro sacramento e o mais importante para o perdão dos pecados. 14. Na ressurreição da carne e na vida eterna Há pessoas que morrem em idade avançada depois de uma vida bem preenchida. Mas há também crianças e jovens que morrem de doença, de fome e de frio, de acidentes ou catástrofes. Só Deus sabe quantos morrem devido à indiferença dos que os rodeiam, que não querem partilhar o pão, os medicamentos, as terras e a casa. Ou ainda por causa da violência dos poderosos que preferem fazer a guerra a manter a paz. - Quando os cristãos dizem que crêem na ressurreição dos mortos e na vida eterna, não significa que eles pretendam escapar à morte e ao sofrimento. - Não pretendem consolar os seus semelhantes desfavorecidos e marginalizados, com a esperança duma vida melhor. - Quando os cristãos dizem que crêem na ressurreição dos mortos e na vida eterna, querem dizer: acreditamos que nós - os seres humanos -, a terra e tudo o que nela cresce, tem um futuro melhor. Cremos com fé, que esse futuro será bom. Melhor do que tudo podemos imaginar e sonhar, pois é Deus que no-lo concederá.

15. Amém A profissão de fé apostólica (Credo) é um dos textos fundamentais da fé cristã. Nasceu nos primeiros séculos da Igreja, quando se quis conservar por escrito o essencial da fé dos cristãos. Cada frase, cada enunciado, foi formulada de tal modo - muitas vezes depois de longos debates que os cristãos podem encontrar neles a diferença entre a fé e a heresia. O Credo ou Símbolo dos Apóstolos é válido para toda a Igreja. Quem é batizado na Igreja de Jesus Cristo, tem que aderir a ele. Durante a Vigília Pascal, a assembléia dos fiéis renova as promessas do seu Batismo. Esta profissão de fé de toda a Igreja deve pronunciá-la e repeti-la cada um conjuntamente e para si mesmo. Não é em vão que ela começa pelas palavras "Eu creio" e termina por "Amém". Quem diz "Amém" confirma a sua decisão. Amém - sim, assim seja. Alegrai-vos, porque Jesus morreu na cruz! Alegrai-vos, porque Ele ressuscitou dos mortos! Alegrai-vos, porque no Batismo, Ele lavou-nos dos nossos pecados! Alegrai-vos, porque Jesus veio libertar-nos! E alegrai-vos, porque Ele é o Senhor da nossa vida! Aleluia! PAPA JOÃO PAULO II Amém: o termo hebraico exprime a solidez, a fidelidade, à constância. Mas as palavras "fé", "verdade", "fidelidade", também se encontram intimamente relacionadas com ela. Quando cristãos e judeus terminam a sua oração por "Amém", trata-se da resposta pessoal de cada um: Sim, assim seja, aceito firmemente. Bibliografia Catecismo da Igreja Católica A fé explicada aos jovens Luigi Padovese. Introdução à teologia Patrística. São Paulo: Loyola, 2004.