Sistema para Recomposição e Suporte a Ações de Manobra em Tempo Real de Redes de Distribuição

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Transcrição:

1 Sistema para Recomposição e Suporte a Ações de Manobra em Tempo Real de Redes de Distribuição A. V. Zampieri, F. A. B. Lemos, A. Manzoni, M. A. da Rosa, J. Jefmann Filho, W. L. Feijó Jr., F. Kober, L. L. dos Santos, GSEE PUCRS e R. Bertani - RGE Resumo Neste artigo são apresentadas as principais etapas de desenvolvimento e implantação de um sistema computacional para suporte a ações de manobra e recomposição do sistema de distribuição da empresa RGE - Rio Grande Energia S.A. Em função das características de projeto e de programação empregadas, o sistema pode ser utilizado em tempo real para suportar ações de recomposição, em tarefas de planejamento da operação e manutenção a fim de minimizar as ações de manobra e diminuir o tempo de desabastecimento de energia, bem como para assegurar atendimento a cargas críticas. Outra funcionalidade é a possibilidade de utilização como ferramenta de treinamento de operadores, desde que trabalha integrado a uma base histórica, a qual permite reconstituir e simular eventos passados. As ações executadas sobre o sistema utilizam modernas técnicas de configuração de rede, algoritmos genéticos para reconfiguração, obtenção do ponto da curva de carga projetada ajustada de acordo com as informações do sistema SCADA (Supervisory Control And Data Acquisition) e fluxo de potência. O sistema está plenamente implantado no Centro de Operação da Distribuição da RGE. Palavras-chave Operação de Sistemas de Distribuição, Recomposição de Sistemas de Distribuição, Reconfiguração de Sistemas de Distribuição, Sistema de Apoio a Decisão. I. INTRODUÇÃO O atual ambiente de planejamento e operação das empresas de distribuição deve atender a uma série de restrições de características técnicas e regulatórias e apresentar desempenho que corresponda as expectativas determinadas pelo órgão regulador, através de resoluções específicas, e pelos consumidores. Além disso, os atuais sistemas estão tornando-se cada vez de maiores dimensões, utilizando mais e modernos dispositivos de chaveamento e controle e novas técnicas de operação, o que tem levado ao aumento da complexidade de operação. Estas características, juntamente com a predominância de redes aéreas, conduzem os sistemas de distribuição a apresentarem falhas locais ou defeitos transitórios (curto-circuito, sobretensões devido a descargas atmosféricas, etc.) com certa freqüência, as quais devem prontamente ser localizadas e corrigidas, tal que o Este trabalho foi suportado em parte por recursos do Programa de Pesquisa e Desenvolvimento da RGE Rio Grande Energia S.A.. F. A. B. Lemos, A. Manzoni e M. a. da Rosa são professores da Pontifícia Universidade Católica do RS - PUCRS e pesquisadores do Grupo de Sistemas de Energia Elétrica - GSEE. A. V. Zampieri, W. L. Feijó Junior, J. Jefmann Filho, L. L. dos Santos e F. Kober são pesquisadores do GSEE. (e-mail: gsee@ee.pucrs.br). R. Bertani é Engenheiro da RGE Rio Grande Energia S.A. tempo em que a energia deixa de ser fornecida aos consumidores seja o menor possível. Do ponto de vista regulatório, as empresa devem estar preparadas e dispor de ferramentas que auxiliem no atendimento de índices de desempenho relacionados a Duração e Freqüência Equivalente de Interrupção por Unidade Consumidora DEC e FEC, Duração e Freqüência de Interrupção Individual por Unidade Consumidora DIC e FIC e Duração Máxima de Interrupção Contínua por Unidade Consumidora DMIC, regulados pela resolução ANEEL 024 [1] e Tempos Médios de Atendimento TMA, regulados pela Resolução ANEEL 520 [2]. O não atendimento e a ultrapassagem dos índices de referências, regulados por estas resoluções, sujeita as empresas ao pagamento de multas. Além disso, as empresas também ficam sujeitas ao pagamento de indenizações aos consumidores que se sentirem lesados com a qualidade do atendimento. Considerando estas circunstancias, é mandatório que as empresas invistam em tecnologias, processos, recursos humanos e sistemas computacionais que auxiliem na recomposição da rede de forma segura e rápida após a ocorrência de uma contingência, levando o sistema do estado de emergência para o estado normal o mais rápido possível. Além das tarefas de recomposição após um defeito, o planejamento de ações de chaveamento para transferência de carga e manutenção deve ser realizado visando a não degradação dos índices de continuidade e de tensão [3]. Também deve evitar que haja sobrecarga nos equipamentos da rede. Para resolver o problema descrito acima, em ambas as situações, é necessário construir sistemas de suporte a decisão, os quais possuem as características de multiobjetivos, multi-estágios, combinatorial, não-linear e inteiro, sendo definidos como problemas de otimização com restrições, do tipo não linear inteira-mista [4,5]. A literatura apresenta uma série de artigos sobre o tema de restauração de sistemas elétricos, sendo que a referência [6] apresenta uma coletânea de artigos agrupados por tópicos específicos sobre o problema, dedicando uma seção inteira sobre a aplicação específica de restauração de sistemas de distribuição. A referência [7] apresenta cinco relatórios e comentários sobre os desafios do problema de restauração de sistemas elétricos, incluindo uma discussão sobre funções de suporte de EMS Energy Management Systems. As referências [8 e 9] apresentam aspectos de

2 ferramentas computacionais usadas efetivamente em processos de recomposição e simuladores de treinamento, bem como o uso de simuladores de treinamento para teste e verificação de planos de recomposição e análise de procedimentos frente a respostas de recomposição de um incidente real. Uma discussão de aspectos do problema de restauração de sistemas elétricos e de transição de estados operativos é apresentada em [10]. A referência [4] apresenta um framework conceitual de monitoração e avaliação computacional de procedimentos de restauração. As referências apresentadas anteriormente fornecem a base para o projeto desenvolvido. A atual dimensão e complexidade dos sistemas de distribuição, os aspectos regulatórios e as penalidades advindas do não cumprimento de metas estabelecidas não permitem mais que o procedimento de recomposição de sistemas elétricos, seja de transmissão ou distribuição, seja executado baseado somente na experiência de operadores e em ordens escritas, desde que esta situação pode comprometer a segurança e a qualidade do fornecimento de energia. Além destes tópicos, ainda existem restrições de ordem econômica associadas com o novo ambiente competitivo, bem como e aspectos legais de indenização por danos causados as instalações ou a continuidade do fornecimento dos consumidores. Estas condições remetem para a concepção e operação de sistemas computacionais que automatizem, simulem e analisem diversas situações e combinações de procedimentos possíveis de recomposição, tal que sirvam de ferramentas de suporte a decisão dos operadores nos centros de controle. Usualmente estas funções constituem módulos de sistemas de EMS- Energy Management Systems e DMS- Distribution Management Systems. Sistemas computacionais que tenham por objetivo auxiliar na tarefa de recomposição devem, em essência, apresentar as seguintes características: Minimizar o tempo de recomposição; Maximizar a carga atendida; Minimizar ações de controle e chaveamento. Isto é conseguido através da observação dos seguintes requitos: Otimização das ações de restauração do sistema; Simulação de planos de manobras; Reconfiguração de redes com transferência de carga; As próximas seções apresentam um sistema computacional para suporte a ações de manobra e recomposição do sistema de distribuição da empresa RGE, desenvolvido no ciclo de P&D 2003/2004, pelo Grupo de Sistemas de Energia Elétrica GSEE da PUCRS. II. A ESTRUTURA DO SISTEMA O sistema desenvolvido e implantado no centro de controle da RGE tem como principal função gerar um plano de restauração e manobras utilizando informações de tempo real de operação, com o objetivo de minimizar o tempo de desabastecimento de energia aos consumidores, diminuir o impacto nos índices de continuidade e no tempo médio de atendimento. Entretanto, dado ao projeto da estrutura do sistema e as técnicas de programação empregadas, o sistema computacional desenvolvido possui quatro aplicações básicas: Recomposição do sistema de distribuição após uma contingência; Suporte a ações de planejamento da manutenção para realização de desligamentos programados; Suporte as ações de transferência de carga; Utilização como simulador de treinamento. A primeira funcionalidade é o objetivo maior do projeto, sendo que sua função é auxiliar os operadores na recomposição da rede de distribuição após uma falha, utilizando informações em tempo real, do sistema de despacho da distribuição e de base de dados cadastrais e de carregamento do sistema da RGE. A segunda e a terceira funcionalidade estão associadas a utilização do sistema ao apoio da construção de planos de manobras que visem otimizar as ações de manutenção sobre a rede com o mínimo impacto sobre os clientes (continuidade do atendimento) e sobre os índices de continuidade da empresa. A última funcionalidade está associada à possibilidade do sistema ser utilizado em ações de treinamento de operadores, desde que permite reproduzir eventos e ações passadas armazenadas no arquivo histórico da operação e, desta forma, avaliar o desempenho dos operadores frente a estas situações. Outra aplicação extremamente importante relacionada a esta última funcionalidade é avaliar se procedimentos empregados foram satisfatórios ou poderiam ser melhorados. A seguir é apresentada uma visão sobre o ambiente integral de desenvolvimento computacional utilizado no projeto. A. Ambiente Integrado de Desenvolvimento A área de sistemas de energia está sofrendo transformações rápidas e profundas na sua estrutura técnica, comercial, financeira e econômica. Particularmente em relação à área de operação e planejamento de sistemas de distribuição, o desenvolvimento de ferramentas computacionais que trabalhem de forma integrada e com interfaces de fácil manipulação é cada vez mais fundamental. A nova geração de centros de controle e de funções de operação e os novos processos de planejamento de operação e pós-operação e manutenção necessitam ser integrados através de bases comuns de informação e interfaces gráficas amigáveis, possibilitam acesso rápido e direto as informações cadastrais e de resultados de simulações e análises, fácil expansão da base de dados, possibilidade de inclusão de novas funções e funcionalidades e fácil manutenção das aplicações e da base de dados. Estes requisitos têm demandado esforços por parte das equipes de projetistas e desenvolvedores de software, desde que funções de tempo real para sistemas EMS e DMS devem ser confiáveis e apresentar alto desempenho e

3 estabilidade computacional, aliado a versatilidade de manutenção e custo acessível de atualização. Desta forma, ferramentas eficientes para serem utilizadas em funções de suporte ao planejamento e a operação de sistemas elétricos devem apresentar as seguintes características: Banco de dados único, tanto para as funções do EMS quanto para as funções do DMS, bem como para as funções de planejamento; Interface gráfica padrão e de fácil customização Estrutura de dados de fácil expansão e manutenção Transferência de dados fácil e flexível entre as diversas aplicações e os diversos ambientes Alto nível de integração entre diferentes aplicações Permitir desenvolvimento e integração de diferentes sistemas desenvolvidos por diferentes equipes O Grupo de Sistemas de Energia Elétrica GSEE da PUCRS desenvolveu e vem aperfeiçoando um ambiente computacional chamado GSE Gerenciador de Sistemas de Energia [11], o qual contém todas as características descritas anteriormente, o que o habilita a trabalhar com uma grande e variada gama de aplicações de planejamento e operação de sistemas elétricos, dispondo de funções avançadas para gerenciamento, simulação e análise de sistemas elétricos em tempo real, as quais compõem o GSE. B. Módulos Básicos do GSE O GSE foi projetado e implementado utilizando conceitos de modelagem e programação orientada a objetos, utilizando a linguagem C++ sobre o sistema operacional Windows com suporte ao banco de dados Oracle. Existe também uma versão que utiliza C++ sobre o sistema operacional LINUX com suporte ao banco Postgres. A parte gráfica é suportada por OpenGL. Os principais módulos que compõe a estrutura básica do GSE são os seguintes [11]: BANCO DE DADOS O banco de dados e sua estrutura de informação é o núcleo central do sistema desenvolvido, uma vez que as aplicações obtêm a maioria das informações das bases de dados. FRAMEWORK - O framework é um grupo de classes hierárquicas e algoritmos computacionais desenvolvidos para modelar e resolver uma grande variedade de problemas de sistemas elétricos nos níveis de geração, transmissão e distribuição de energia. As principais propriedades deste framework são: modelagem orientada a objetos, fácil manutenção alto nível de reusabilidade, facilidade de atualização por diferentes desenvolvedores. Estas características tornam este framework adequado para desenvolvimento e gerenciamento de software complexos e a sua modelagem orientada a objetos permite a representação de modelos próximos aos reais [12]. SCADA/HOLSEE - Este módulo está ligado ao módulo de banco de dados e as interfaces gráficas, fazendo a ligação direta das informações obtidas do sistema com as funções de monitoração, simulação e análise de tempo real, tais como o configurador e o estimador de estados. As principais características deste módulo são: integração com o SCADA utilizando protocolos padrão; alta desempenho de tempo de resposta; fornecimento de dados para as aplicações de tempo real; permite a criação de cenários e a recuperação de dados históricos da operação. INTERFACE GRÁFICA O ambiente GSE possui uma biblioteca gráfica, desenvolvida sobre OpenGL, que compõe o conjunto de interfaces que suporta todos os aplicativos. Suas principais características são: desenho e edição da rede e equipamentos, representação geográfica ou esquemática da rede, múltiplas camadas com informações diversas, seleção dinâmica e flexível dos equipamentos da rede e dos resultados das simulações e análises, possibilidade de seleção das informações (equipamentos, variáveis, parâmetros) desejados de forma a manter o ambiente de exibição o mais limpo e claro possível, biblioteca com um grande número de símbolos gráficos, funções de zoom, panning e seleção de cores. Apresenta-se a seguir o aplicativo desenvolvido para suporte a ações de manobra e recomposição do sistema de distribuição da empresa RGE. III. O APLICATIVO DESENVOLVIDO Um sistema para suportar ações em tempo real relacionadas à recomposição de sistemas de distribuição deve permitir a realização de simulação e análise de planos de manobras sobre cenários operativos em tempo real, obtidos do sistema SCADA e integrado aos demais sistemas que suportam a operação do sistema da RGE. Para isto, as seguintes fases ser executadas: Obtenção do Modelo Topológico Integração com o sistema de dados cadastrais da RGE; Integração com o sistema de despacho da distribuição (COD / OMS); Integração com o sistema de supervisão e controle COS/SCADA. Obtenção do Modelo de Carga Integração com o sistema de carregamento de transformadores de distribuição TD; Integração com o sistema de supervisão e controle SCADA; Integração com o sistema de históricos da supervisão. Integração com base de dados corporativa (ORACLE) Permitir a representação de dispositivos e ajustes; Ajustes dos Reguladores de tensão; Bancos de capacitores; Montar e testar a conectividade da rede e barramentos da subestação.

4 A Figura 1 apresenta de forma esquemática a estrutura do aplicativo desenvolvido, contemplando as fases descritas anteriormente. Pode-se notar claramente o fluxo das informações e a integração das diversas fontes de informações. Figura 2 Obtenção do modelo topológico atualizado Figura 1 Estrutura básica do sistema 4 Obtenção dos carregamentos dos TDS Nesta versão, o sistema ainda utiliza a abordagem tradicional através da obtenção dos patamares de carga utilizando uma curva estatística. Na nova versão em desenvolvimento do sistema, os valores de carregamento dos transformadores são apropriados a partir do consumo das diversas classes e das curvas típicas dos consumidores por ele atendido no período. A Figura 3 apresenta um exemplo desta nova funcionalidade. A estrutura apresentada na Figura 1 tem como produto final a construção do cenário operativo, o qual será o modelo de fluxo de potência sobre o qual serão executados os procedimentos de recomposição do sistema. As seguintes etapas são realizadas para a construção deste cenário: 1 Obtenção dos dados que permitam a representação gráfica do sistema de distribuição Este conjunto de informações permite a construção do modelo de dados a ser utilizado pela interface gráfica do aplicativo. Neste nível são obtidos, a partir das bases de dados dos sistema de gestão da distribuição, os dados gráficos da rede tais como coordenadas para os nós da rede, ramos, cargas, chaves, transformadores etc. 2 Obtenção dos dados cadastrais e da conectividade elétrica da rede de distribuição Este conjunto de informações permite a construção do modelo elétrico. Neste nível são informados os dados elétricos tais como: comprimento e tipo de condutor de cada ramo, dados de ajustes dos diversos dispositivos (banco de capacitores, reguladores), etc. Figura 3 Obtenção dos carregamentos dos transformadores 5 Ajuste do patamar de carga Consiste na etapa final da construção do modelo de fluxo de potência para o cenário operativo desejado. O modelo topológico e de carregamento obtido nas etapas anteriores é ajustado para os valores reais de potencia ativa, reativa e tensão obtidas em tempo real no sistema de supervisão e controle SCADA ou do histórico da supervisão 3 Obtenção dos estados lógicos das chaves e disjuntores Este conjunto de informações permite atualizar o modelo topológico da rede para o cenário operativo em construção. As informações dos estados das chaves e disjuntores são obtidos a partir do sistema de despacho da distribuição (COD/OMS) e do sistema de supervisão e controle (COS/SCADA). Figura 4 Tela do ajuste do carregamento dos TRs

5 O plano de manobras deve ser executado sobre cenários operativos reais ou projetados. Entendendo-se cenário operativo como o modelo de fluxo de potência para o conjunto de alimentadores de distribuição a serem estudados, em um determinado ponto de operação, o qual é constituído de informações gráficas, dados cadastrais e topológicos da rede, dados de carregamento nos TDs, estado lógico dos dispositivos de manobras e tensão, potência ativa e reativa nos elementos da rede quando disponíveis no sistema de supervisão de controle. recomposição de uma determinada área sob falta é a seleção do local onde ocorreu o problema na rede. Essa seleção pode ser feita através da indicação gráfica de um nó, um trecho, ou até mesmo um equipamento da rede. Do ponto de vista prático, este ponto é identificado pelo módulo Trouble Call Analysis e selecionado no sistema pelo operador. Como exemplo a Figura 6 apresenta um parte da rede analisada, com a definição do local da rede onde ocorreu o problema. Modelo Modelo da da Rede Rede PONTO SOB FALTA Opção Opção Fluxo Fluxo de de Potência Potência Otimização Otimização Reconfiguração Reconfiguração Manipulação Manipulação de de Blocos Blocos Restrição Restrição Plano Plano de de Manobras Figure 5: Fluxo do sistema de restauração. IV. CASO EXEMPLO O sistema apresentado neste artigo encontra-se totalmente implantado e integrado no Centro de Operação da Distribuição da RGE em Caxias do Sul RS. O sistema atendido pela RGE corresponde a região nortenordeste do Rio Grande do Sul, com um universo de 1.080.000 consumidores e uma demanda de aproximadamente 1.300 MW (setembro de 2005). A rede elétrica suportado pelo sistema conta atualmente com 54 subestações, 365 alimentadores e aproximadamente 4.340 chaves. Estes dados demonstram a capacidade de processamento do sistema desenvolvido, embora o sistema não apresenta limitação em termos de dimensão de sistema, em função das técnicas de programação utilizadas. È importante salientar também que o sistema apresenta alta robustez, estabilidade e confiabilidade, características fundamentais para um sistema de suporte a decisão em tempo real. A fim de ilustrar as potencialidades e a versatilidade do sistema, apresenta-se um exemplo prático da utilização do sistema nas atividades de definição da área a ser isolada e das alternativas para a recomposição de um sub-sistema da RGE, composto de 5 subestações, 35 alimentadores, 136.495 consumidores, 1.027 chaves e uma demanda de aproximadamente 500 MVA. A primeira etapa para a obtenção das alternativas de Figura 6: Seleção do ponto sob falta. Após a seleção do ponto sob falta, mostrado na Figura 6, o sistema apresenta uma relação de informações operacionais que são utilizadas para a definição da melhor alternativa de manobra ou recomposição do sistema. Essas informações são apresentadas em uma tela, conforme mostra a Figura 7. Figura 7: Tela contendo as informações para a definição da alternativa de recomposição. Conforme é apresentado na Figura 7, o sistema disponibiliza informações referentes aos blocos sob defeito e mínimo isolado. O conceito de bloco, apresentado neste trabalho, diz respeito ao trecho ou trechos de rede delimitados por um ou mais equipamentos de seccionamento. Assim, o bloco sob defeito representa o bloco que está sujeito a uma falta permanente, sendo que as informações disponibilizadas para análise são:

6 Número de chaves para isolar o bloco: representa o número de equipamentos de seccionamento que são limites da área sob falta; Número de consumidores isolados: representa o número total de consumidores conectados ao bloco sob defeito, nesta versão do sistema são considerados como consumidores o número de transformadores de distribuição existentes na área; Número de consumidores críticos isolados: indica quantos consumidores considerados críticos (hospitais, polícia, etc.) existem na área; Carga total do bloco isolado (kva): fornece a carga total (kva) não atendida, correspondente aos consumidores conectados ao bloco sob defeito. Outras informações disponibilizadas são referentes ao bloco mínimo isolado, o qual foi definido como sendo o conjunto de bloco ou blocos, não pertencente ao bloco sob defeito, que serão desenergizados em função da abertura de equipamentos de seccionamento. Para o bloco mínimo isolado as informações que são disponibilizadas são: Número de consumidores desligados: representa o número total de consumidores que sofrerão interrupção no fornecimento, devido ao isolamento da área sob falta; Carga não atendida (kva): indicada o montante de carga não atendida, correspondente ao bloco isolado; Adicionalmente, pode ser observado na Figura 7 a informação sobre alimentadores adjacentes, os quais são candidatos naturais para a transferência de carga. Estes alimentadores são separados do alimentador sob falta através de chaves normalmente abertas (chaves NA), as quais podem ser manobradas de forma a alterar a topologia da rede e, assim, assumir parte da carga remanescente. De posse dessas informações, o sistema permite selecionar quais os objetivos se deseja alcançar na recomposição do sistema, tais como minimizar o número de transformadores desligados e/ou minimizar o número de manobras, assim como definir as restrições de limite de sobrecarga nos elementos da rede. O passo seguinte é a execução do processo de otimização, o que irá gerar as 5 melhores alternativas de recomposição do sistema. A definição de qual alternativa será utilizada para a recomposição da rede é uma tarefa do operador do sistema, o qual irá se valer das informações fornecidas pelo sistema para a tomada de decisão. Após determinada qual alternativa de recomposição irá ser executada, é possível verificar graficamente as chaves que serão manobradas na rede, conforme mostra a Figura 8. Figura 8: Visualização da alternativa de recomposição selecionada. Conforme pode ser verificado na Figura 8 o sistema salienta os equipamentos a serem manobrados através de um círculo sobre o mesmo. Além disso, o trecho isolado é esmaecido aparecendo em tons de cinza, o que facilita a visualização da área isolada. Finalizando o processo de recomposição da rede, é necessário elaborar o plano de manobras a ser executado, o qual inclui a definição da seqüência de abertura e fechamento das mesmas, levando-se em consideração suas características construtivas e as normas de operação da empresa. Dessa forma, o sistema oferece uma funcionalidade que permite a elaboração desse plano, conforme mostra a Figura 9. Figura 9: Tela de elaboração do plano de manutenção. Na Figura 9 é apresentado um exemplo de elaboração do plano de manutenção aonde a chave SC984.9-216 isola a rede remanescente, a partir do ponto sob falta. Analisando a Figura 9 verifica-se que é possível definir a seqüência de execução das manobras, informando a data e hora para execução de cada uma, a fim de realizar uma simulação e verificar se esta seqüência de manobra é compatível com a carga atendida neste período e não viola limites operacionais pré-definidos, assegurando desta forma a viabilidade das ações e a segurança do sistema. Esta funcionalidade pode ser apresentada sob forma de animação das seqüências de manobra sob a rede em estudo.

7 V. CONCLUSÕES Neste artigo foram apresentadas as principais características de projeto, desenvolvimento e operação de um sistema computacional para suporte a ações de manobra e recomposição em tempo real do sistema de distribuição da empresa RGE - Rio Grande Energia S.A e para treinamento de operadores, desenvolvido no ciclo de P&D 2003/2004, pelo Grupo de Sistemas de Energia Elétrica GSEE da PUCRS. O sistema inclui uma biblioteca para algoritmos genéticos que são utilizados na formulação das meta-heuristicas que maximizam a alocação de carga e minimizam as ações de controle, sendo que neste problema são aplicadas restrições do tipo máximo limite de carregamento dos alimentadores, máxima queda de tensão permitida, máximo chaveamento permitido e outras restrições que de interesse, a quais podem facilmente serem acrescentadas ao sistema. Dentre vários ganhos apresentados pela implantação deste projeto no Centro de Operação da Distribuição da RGE, os seguintes podem ser elencados como principais: Redução do tempo de preparação de plano de manobra de 1 hora para cerca de 15 minutos. O plano de manobras agora é realizado pelos programadores, com a supervisão de apenas 1 engenheiro. Antes, este plano necessitava envolver vários engenheiros e técnicos de diferentes setores para obter as informações, que no atual sistema são integradas e acessadas diretamente na plataforma. Possibilidade de simulação do plano de manobras e verificação de violações, assegurando uma melhor segurança das ações. Possibilidade de simular e testar diversas opções de manobra assegurando que não existirá sobrecarga prejudicial aos equipamentos. Simulação de transferência de carga com verificação dos limites; Minimização do impacto das manobras sobre os índices de continuidade. Possibilidade de simulação do melhor cenário de carga para realizar desligamentos programados. VII. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS [1] ANEEL - RESOLUÇÃO N o 024, de 27 de janeiro de 2000. [2] ANEEL - RESOLUÇÃO N o 520, de 17 de setembro de 2002. [3] ANEEL - RESOLUÇÃO N o 505, de 21 de novembro de 2002. [4] F. Wu, A. Monticelli, Analytical tools for power system restoration, IEEE Trans. Power Systems, vol. 3, pp. 10-16, Apr. 1988. [5] G. L. Blankenship, T. A. Trygar A discussion of the restorative state control problems in electric power system, Proceedings of EPRI/SIAM Conference on Electric Power Problems: the mathematic challenge, March 1980. [6] M.M. Adibi, 2000, Power system restoration methodologies & implementation strategies, IEEE Press. New York, USA. [7] E. K. Nielson et al, 1988, "System Operation Challenges", IEEE Transaction on Power System. vol. 3, 118-124. [8] J. M. Bucciero et. al, 1991, "Dispatcher training simulators lesson learned", IEEE Transaction on Power System. vol. 6, 594-601. [9] J. D. Wilson, 1996, "System restoration guidelines: how to setup, conduct, and evaluate a drill", IEEE Transaction on Power System. vol. 11, 1619-1629. [10] R. Nadira, T. Dy Liacco, K. A. Loparo, 1992, "A Hierarchical interactive approach to electric power system restoration", IEEE Transaction on Power System. vol. 7, 118-124. [11] A. V. Zampieri, A. Manzoni, W. L. Feijó Jr. F. A. B. Lemos, J. Jeffman Filho, 2004, " An integrated Computational Environment for Management and Analysis of Electrical Energy Systems ", Proceedings of IEEE/PES Transmission and Distribution Conference and Exposition: Latin American, 2004, vol.1 (in CD). [12] A. Manzoni Desenvolvimento de um Sistema Computacional Orientado a Objetos para Simulação e Análise da Estabilidade de Tensão em Sistemas Elétricos de Potência. Tese de Doutorado, COPPE-UFRJ. Março 2000. [13] F. A. B. Lemos, A. Manzoni, M. A. da Rosa, A. V. Zampieri,, J. Jeffman Filho, W. L. Feijó Jr., F. Kober, L. L. dos Santos, R. Bertani e L. Brasil Application of a Computational System to Support Real Time Restoration and Switching Actions in Distribution Systems, Proceedings of 18 th CIRED International Conference on Eletricity Distribution, Paper 174, Session 3, Turin, 6-9 June 2005. Desta forma, conclui-se que este projeto cumpriu plenamente com objetivos acadêmicos de pesquisa e de aprofundamento do estado da arte em nível de algoritmos e metodologia e com os objetivos de desenvolvimento de uma pesquisa aplicada, a qual melhorou processos e a segurança do sistema da RGE. VI. AGRADECIMENTOS Os autores agradecem aos técnicos e engenheiros da RGE, dos setores de operação e telemática, que forneceram suporte ao desenvolvimento deste projeto.