Universidade Presbiteriana Mackenzie Escola de Engenharia Depto. de Engenharia Civil 2 0 semestre de 2017 Aula 8 Sinalização horizontal
Tópicos abordados nesta aula Legislação e normas de projeto Vantagem e desvantagens Definição e função Padrões de traçado Cores Classificação A SH e a Regulamentação Representação gráfica Materiais Exemplo de resumo Custos dos materiais
8.1. Legislação e Normas de projeto As normas de projeto estão contidas na Resolução 236/07 do Contran (Manual de Sinalização Horizontal) As figuras desta aula e parte do texto foram extraídos dessa Resolução
fonte: Folha de S. Paulo, 9.dez.10 Princípio: Legalidade! Observação: veja o início deste caso na Aula 2
fonte: Google Earth Princípios: Legalidade! Clareza! Símbolo não previsto na legislação indicando fiscalização via radar
fonte: O Estado de S. Paulo, 07.mai.10 Princípio: Suficiência! Este é um exemplo que o princípio da suficiência também pode não ser atendido pela falta e não somente pelo excesso de sinalização
Princípio: Suficiência! Moradores pintaram a legenda, que posteriormente foi implantada oficialmente
8.2. Vantagem e desvantagens da sinalização horizontal sobre os demais tipos Vantagem informa sem que o condutor desvie o olhar da pista Desvantagens durabilidade limitada má visibilidade em pista molhada ou suja e sob fluxo saturado
8.3. Definição e função A sinalização horizontal tem a finalidade de transmitir e orientar os usuários sobre as condições de utilização adequada da via, compreendendo as proibições, restrições e informações que lhes permitam adotar um comportamento adequado, de forma a aumentar a segurança e ordenar os fluxos de tráfego A Resolução 236/07 traz a seguinte divisão: Padrão de traçado (8.4) Cores (8.5) Classificação (8.6)
8.4. Padrão de traçado Padrão contínuo corresponde às linhas sem interrupção, aplicadas em trecho específico da via Linha simples contínua
8.4. Padrão de traçado (cont.) Padrão tracejado ou seccionado: corresponde às linhas interrompidas, aplicadas em cadência, utilizando espaçamentos com extensão igual ou maior que o traço Linha simples seccionada A B A e B variam com a velocidade
8.4. Padrão de traçado (cont.) Setas, símbolos ou legendas: correspondem às informações representadas em forma de desenho ou inscritas, aplicadas no pavimento, indicando uma situação ou complementando a sinalização vertical existente Exemplos de legendas Exemplos de setas Exemplo de símbolo
8.5. Cores da sinalização horizontal São usadas as seguintes cores na Sinalização Horizontal Amarela (8.5.1) Branca (8.5.2) Vermelha (8.5.3) Azul (8.5.3) Preta (8.5.3)
8.5.1 Amarela Utilizada principalmente nos seguintes casos: separar movimentos veiculares de fluxos opostos delimitar espaços proibidos para estacionamento e/ou parada demarcar obstáculos transversais à pista (lombada)
8.5.1 Amarela (cont.) exemplo de delimitação de espaço proibido para estacionamento exemplo de demarcação de lombada
8.5.2. Branca Utilizada principalmente nos seguintes casos: separar movimentos veiculares de mesmo sentido delimitar trechos de pistas, destinados ao estacionamento regulamentado de veículos em condições especiais
8.5.2. Branca (cont.) regulamentar faixas de travessias de pedestres regulamentar linha de transposição e ultrapassagem demarcar linha de retenção inscrever setas, símbolos e legendas
8.5.3. Outras cores Vermelha: ciclofaixas e símbolo de farmácia fonte: Tranzum
8.5.3. Outras cores (cont.) Azul símbolo
8.5.3. Outras cores (cont.) Preta para contraste entre o pavimento e a sinalização
8.6. Classificação da sinalização horizontal marcas longitudinais (8.6.1) marcas transversais (8.6.2) marcas de canalização (8.6.3) marcas de delimitação e controle de parada e/ou estacionamento (8.6.4) inscrições no pavimento (8.6.5) Seguem as principais marcas Para conhecer o conjunto completo, deve-se consultar o manual
8.6.1. Marcas longitudinais Separam e ordenam as correntes de tráfego Linha de continuidade Linha de divisão de fluxos Pista Faixa Faixa Linhas de bordo
8.6.1. Marcas longitudinais (cont.) Linhas de continuidade fonte: GoogleEarth proporciona a continuidade a outras marcações longitudinais quando há quebra no seu alinhamento visual
8.6.1. Marcas longitudinais (cont.) Exemplo de não cumprimento do princípio da confiabilidade: não é possível permanecer na faixa demarcada, pois a largura com o estacionamento liberado é insuficiente
8.6.1. Marcas longitudinais (cont.) Linha de divisão de fluxos: linha de aproximação (mesmo sentido) Obs: a extensão dessa linha não tem relação com a duração do amarelo do semáforo!
8.6.1. Marcas longitudinais (cont.) A falta da sinalização horizontal pode comprometer a capacidade da via. Sem a pintura, os veículos se posicionam em três filas
8.6.1. Marcas longitudinais (cont.) Com a repintura das linhas longitudinais de divisão de fluxo, os veículos voltam a se posicionar em 4 faixas
8.6.2. Marcas transversais Ordenam os deslocamentos frontais dos veículos e disciplinam os deslocamentos de pedestres Linha de retenção Faixa de travessia de pedestres
8.6.2. Marcas transversais (cont.) Faixa de travessia de pedestres: exemplos de faixa zebrada e faixa de linhas paralelas
8.6.2. Marcas transversais (cont.) exemplo de faixa de travessia de pedestres do tipo paralela (extraído da Resolução 236/07): as linhas da faixa são confundidas com a de retenção por uma parcela dos usuários embora oficial, essa faixa não atende ao princípio da clareza (ver Aula 2)
8.6.2. Marcas transversais (cont.) A questão da padronização: a legislação nada diz quanto à cor que deve ter o pavimento para receber a faixa de pedestres; entretanto deve ser considerado se não será gerada uma distinção entre as faixas normais e as de fundo vermelho (uma será mais importante do que a outra?) fonte: Jornal de Itatiba, 22.nov.09
8.6.2. Marcas transversais (cont.) Marcação de cruzamento rodo-cicloviários Foto: Emdec
8.6.2. Marcas transversais (cont.) Marcação de área de conflito
8.6.3. Marcas de canalização sentido duplo sentido único
8.6.3. Marcas de canalização (cont.) fonte: AutoBan
8.6.4. Marcas de delimitação e controle de estacionamento Sinalização permitindo o estacionamento, em um conjunto formado pela sinalização vertical (placa) e horizontal (linha branca contínua) O símbolo da cruz é um exemplo do uso da cor vermelha na sinalização horizontal
8.6.4. Marcas de delimitação e controle de estacionamento (cont.) Exemplos de delimitação de estacionamento permitido em ângulo
8.6.4. Marcas de delimitação e controle de estacionamento (cont.) Exemplos de delimitação de proibição estacionamento com linha amarela de
8.6.5. Inscrições (legendas, setas, símbolos) Exemplo de legenda. Existem várias, como DEVAGAR, ESCOLA, SINAL etc As inscrições não tem poder regulamentador. Elas servem apenas como complemento à sinalização
8.6.5. Inscrições (setas, símbolos, legendas) (cont.) Exemplo de não cumprimento do princípio confiabilidade : parte da legenda está encoberta pelos autos estacionados
8.6.5. Inscrições (setas, símbolos, legendas) (cont.) Exemplos de setas direcionais Assim como as legendas, as setas direcionais não tem poder regulamentador. São apenas complemento à sinalização
8.7. A sinalização horizontal e a regulamentação alguns tipos de sinalização horizontal tem caráter regulamentador esses tipos, listados a seguir, independem da existência de outros tipos de sinalização para indicarem obrigações ou proibições aos motoristas as definições das ações que podem ser proibidas ou obrigatórias estão no Anexo I do CTB, como as de estacionamento e parada, por exemplo
8.7. A sinalização horizontal e a regulamentação (cont.) Seguem definições extraídas do Anexo 1 do CTB: ESTACIONAMENTO - imobilização de veículos por tempo superior ao necessário para embarque ou desembarque de passageiros PARADA - imobilização do veículo com a finalidade e pelo tempo estritamente necessário para efetuar embarque ou desembarque de passageiros Estacionamento regulamentado R6b R6a R6c Proibido estacionar Proibido parar e estacionar
8.7. A sinalização horizontal e a regulamentação (cont.) Exemplos de aplicações das placas R6a e R6c
8.7. A sinalização horizontal e a regulamentação (cont.) a seguir, estão relacionados partes de nove artigos do CTB, extraídos do Capítulo XV Das Infrações, nos quais a sinalização horizontal tem poder de regulamentação e sua desobediência constitui um infração de trânsito o próximo quadro traz apenas um resumo (*), sendo que a reprodução completa dos textos dos artigos do CTB está nos slides seguintes
8.7. A sinalização horizontal e a regulamentação (cont.) Artigo do CTB Inciso Resumo (*) 181 VIII Proíbe estacionamento sobre faixa de pedestre e outros 181 XIII Proíbe estacionamento junto à ponto de ônibus 182 VI Proíbe parada sobre faixa de pedestre e canalizações 182 VII Proíbe parada em áreas de cruzamento 183 - Proíbe parada sobre faixa de pedestre no semáforo 185 I Deixar de conservar o veículo na faixa destinada 193 - Transitar sobre canalizações e outros 203 II Ultrapassar na contramão sobre faixa de pedestres 203 V Proíbe ultrapassar se houver linha divisória 206 I Proíbe retorno se houver linha divisória 206 III Proíbe retorno sobre faixa de pedestres 207 - Proíbe conversão se houver linha divisória 214 I Não dar preferência ao pedestre na faixa a ele destinada
8.7. A sinalização horizontal e a regulamentação (cont.) A seguir o detalhamento dos artigos do CTB, extraídos do Capítulo XV Das Infrações Artigo 181 VIII proíbe o estacionamento no passeio ou sobre faixa destinada a pedestre, sobre ciclovia ou ciclofaixa, bem como nas ilhas, refúgios, ao lado ou sobre canteiros centrais, divisores de pista de rolamento, marcas de canalização, gramados ou jardim público
8.7. A sinalização horizontal e a regulamentação (cont.) Artigo 181 XIII proíbe o estacionamento onde houver sinalização horizontal delimitadora de ponto de embarque ou desembarque de passageiros de transporte coletivo ou, na inexistência desta sinalização, no intervalo compreendido entre dez metros antes e depois do marco do ponto
8.7. A sinalização horizontal e a regulamentação (cont.) Artigo 182 VI proíbe a parada do veículo sobre faixa destinada a pedestres e marcas de canalização Artigo 182 VII proíbe a parada do veículo na área de cruzamento de vias Artigo 183 proíbe a parada do veículo sobre a faixa de pedestres na mudança do sinal luminoso
8.7. A sinalização horizontal e a regulamentação (cont.) as marcas longitudinais amarelas contínuas (simples ou duplas) regulamentam a proibição de ultrapassagem e os deslocamentos laterais, exceto para acesso a imóvel lindeiro as marcas longitudinais seccionadas ou tracejadas não têm poder de regulamentação, apenas ordenam os movimentos veiculares
8.7. A sinalização horizontal e a regulamentação (cont.) as marcas longitudinais brancas contínuas têm poder de regulamentação de proibição de ultrapassagem e transposição Artigo 185 I quando o veículo estiver em movimento, deixar de conservá-lo na faixa a ele destinada (ultrapassagem e transposição)
8.7. A sinalização horizontal e a regulamentação (cont.) outras definições extraídas do Anexo 1 do CTB: TRANSPOSIÇÃO DE FAIXAS - passagem de um veículo de uma faixa demarcada para outra ULTRAPASSAGEM - movimento de passar à frente de outro veículo que se desloca no mesmo sentido, em menor velocidade e na mesma faixa de tráfego, necessitando sair e retornar à faixa de origem
8.7. A sinalização horizontal e a regulamentação (cont.) Artigo 193 transitar com o veículo em calçadas, passeios, passarelas, ciclovias, ciclofaixas, ilhas, refúgios, ajardinamentos, canteiros centrais e divisores de pista de rolamento, acostamentos, marcas de canalização, gramados e jardins públicos Artigo 203 II ultrapassar na contramão nas faixas de pedestre Artigo 203 V proíbe a ultrapassagem pela contramão onde houver linha de divisão de fluxos opostos do tipo linha dupla contínua ou simples contínua amarela
8.7. A sinalização horizontal e a regulamentação (cont.) Artigo 206 I proíbe a operação de retorno em locais proibidos pela sinalização (linha contínua amarela) Artigo 206 III proíbe a operação de retorno passando por cima de faixas de pedestres Artigo 207 proíbe a operação de conversão à direita ou à esquerda em locais proibidos pela sinalização (linha contínua amarela) Artigo 214 I não dar preferência de passagem a pedestre e a veículo não motorizado que se encontre na faixa a ele destinada
8.8. Representação gráfica para sinalização horizontal - Existente traço fino (ø 0,1) - A retirar tracejado (ø 0,1) - Proposta traço grosso (ø 0,5)
Rua Parmesão 8.8.1. Representação gráfica da sinalização horizontal exemplo de representação Rua Provolone Exemplo das 3 simbologias: existente, retirar e colocar ; aplicadas na linha dupla amarela
8.8.2. Representação gráfica da sinalização horizontal exemplo de projeto fonte: CET
fonte: CET
8.9. Principais tipos de materiais Tinta a frio Hot spray Termoplástico extrudado Película
8.9. Principais tipos de materiais (cont.) Tinta a frio - durabilidade limitada - usada em locais de baixa solicitação ou de sinalização provisória (desvio de obras, por ex.) - baixa refletividade
8.9. Principais tipos de materiais (cont.) Hot spray - resina plástica, aplicada mecanicamente - recebe camada superficial de microesferas de vidro - usada, em geral, para marcações longitudinais
8.9. Principais tipos de materiais (cont.) Termoplástico extrudado - mesmo material usado no hot-spray, porém aplicado manualmente e com maior espessura - usado para sinalizações altamente solicitadas
8.9. Principais tipos de materiais (cont.) Película - alta durabilidade - aplicação rápida e em variados tipos de pavimento - altamente recomendável em lombadas
8.10. Exemplo do resumo de um projeto Material Termoplástico Extrudado Hot Spray Cor Providência (m 2 ) Col Ret Am X 360,0 45,0 Br X 24,0 8,0 Am Br X 234,5 Película Tinta a frio Am Br X 12,0 Am X 36,0 Br
8.12. Custos dos materiais Material Termoplástico Extrudado Providência (m 2 ) Col 61,01 (faixas e linhas) 67,84 (inscrições) Ret 50,98 Hot Spray 39,78 50,98 Película 136,05 52,14 Tinta a frio 23,37 - Valores em reais. Custos meramente referenciais, obtidos no contrato 024/15 da CET (abril/15)
Fonte: Traffic Technology 8.11. O problema da retirada do material
fonte: Folha de S. Paulo, 20.abr.09 8.11. O problema da retirada do material (cont.)
fonte: Folha de S. Paulo, 11.mai;15 8.11. O problema da retirada do material (cont.)