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Transcrição:

I- CONCORDÂNCIA NOMINAL CONCEITO Imagine, agora, a seguinte manchete de jornal: Times paulistas disputam duas vagas preciosas no campeonato. Vamos considerar algumas palavras, observando suas respectivas classes gramaticais: time: substantivo vaga: substantivo dois: numeral paulista: adjetivo precioso: adjetivo disputar: verbo Para construir essa frase, foi necessário combinar as palavras e flexioná-las adequadamente, de modo que elas se ajustassem umas às outras. Assim: 1- O adjetivo paulista ajustou-se ao substantivo time. times paulistas 2-O numeral dois e o adjetivo precioso ajustaram-se ao substantivo vaga: duas vagas preciosas 3-o verbo disputar ajustou-se ao sujeito times paulistas: times paulistas disputam Nos casos 1 e 2, o ajuste envolveu nomes. Esse processo de adaptação de uns nomes aos outros denomina-se concordância nominal. No caso 3, o ajuste ocorreu entre o verbo e o sujeito da oração. Esse tipo de adaptação chama-se concordância verbal. 1

Existem, portanto, dois tipos de concordância: CONCORDÂNCIA NOMINAL princípio de acordo com o qual toda palavra variável referente ao substantivo deve se flexionar (alterar a forma) para se adaptar a ele. CONCORDÂNCIA VERBAL princípio de acordo com o qual o verbo deve flexionar-se para se ajustar ao seu sujeito. PRINCIPAIS REGRAS DE CONCORDÂNCIA NOMINAL 1- Regra geral Toda palavra variável que se refere ao substantivo concorda com ele em gênero (masculino/feminino) e número (singular/plural). As nossas duas amigas italianas nos visitarão em dezembro. artigo pronome numeral SUBSTANTIVO adjetivo (fem./pl.) 2-CONCORDÂNCIA DO ADJETIVO COM MAIS DE UM SUBSTANTIVO A concordância de um só adjetivo com mais de um substantivo é influenciada por três fatores: A) a posição do adjetivo: antes ou depois dos substantivos; B) o gênero (mas./fem.) e o número (sing./plural) dos substantivos com os quais o adjetivo concorda; C) a função sintática do adjetivo: adjunto adnominal ou predicativo. Levando em conta esses aspectos, as possibilidades de concordância são: a) QUANDO O ADJETIVO VEM APÓS SUBSTANTIVOS DE MESMO GÊNERO (Forma geral: substantivo + substantivo + adjetivo) Função sintática Concordância do adjetivo Exemplos Adjunto Adnominal Só com o último substantivo ou no plural Só usa terno e carro novo. Só usa terno e carro novos. Predicativo Sempre no plural O terno e o carro são novos. 2

b) QUANDO O ADJETIVO VEM APÓS SUBSTANTIVOS DE GÊNEROS DIFERENTES (Forma geral: substantivo + substantivo + adjetivo) Função Sintática Concordância do adjetivo Exemplos Adjunto Adnominal Só com o último substantivo ou no masculino plural Só usa carro e roupa nova. Só usa carro e roupa novos. Predicativo Sempre no masculino plural O carro e as roupas são novos. c) QUANDO O ADJETIVO VEM ANTES DE VÁRIOS SUBSTANTIVOS (Forma geral: adjetivo + substantivo + substantivo ) Função Sintática Concordância do adjetivo Exemplos Adjunto Adnominal Sempre com o primeiro substantivo Ele tem bom plano e ideias. Ele tem boas ideias e plano. Predicativo Com o primeiro substantivo ou no plural (prevalecendo o masculino se os gêneros forem distantes) Estava vazia a casa e o quintal. Estavam vazios a casa e o quintal. Julguei boa a proposta e o plano. Julguei bons a proposta e o plano. 3

3-Concordância das palavras MEIO, BASTANTE e MESMO A concordância dessas palavras depende da palavra à qual se referem. Assim: a) Quando se referem a substantivo, concordam com ele. Tomamos duas meias garrafas de vinho. substantivo Você sempre teve bastantes amigos leais. substantivo As alunas mesmas montaram a peça de teatro. substantivo b) Quando se referem a ADJETIVO ou a VERBO, funcionam como advérbio; por isso, são invariáveis. Elas estavam meio preocupadas. adjetivo As crianças estavam bastante cansadas. adjetivo As alunas montaram mesmo a peça de teatro. verbo 4- Concordância das palavras ANEXO, OBRIGADO e SÓ Anexo e Obrigado estabelecem concordância normal com o substantivo ou o pronome a que se referem. As fotocópias seguirão anexas à carta. O diretor me disse: Muito obrigado. O recibo seguirá anexo à carta. Ela me disse: Muito obrigada. Observação: A expressão em anexo é invariável. As fotocópias seguirão em anexo. Só essa palavra estabelece concordância assim: Vai para o plural quando equivale a sozinhos ou sozinhas. As crianças queriam ficar sós no quintal. (sós = sozinhas) 4

Fica no singular quando equivale a apenas/somente. As crianças queriam ficar só no quintal. (só = apenas) Observação: A expressão a sós é invariável. Ela queria ficar a sós. 5-Concordância das expressões É BOM, É PROIBIDO e É NECESSÁRIO A concordância dos adjetivos (bom, proibido, necessário) dessas expressões com o substantivo que as acompanha se faz assim: a) se o SUBSTANTIVO é precedido de ARTIGO ou PRONOME, o adjetivo concorda com o substantivo. É proibida a entrada de estranhos. artigo substantivo É necessária muita paciência para te suportar. pronome substantivo Esta água mineral é boa para a saúde. pronome substantivo b) se o SUBSTANTIVO não é precedido de ARTIGO ou PRONOME, o adjetivo não varia. É proibido entrada de estranhos. É necessário paciência para te suportar. substantivo sem artigo substantivo sem pronome Água mineral é bom para a saúde substantivo sem pronome II-CONCORDÂNCIA VERBAL CONCEITO Compare estas duas orações: O verbo apresenta-se no singular, concordando com o sujeito, que está no singular. Um helicóptero sobrevoou a região. Dois helicópteros sobrevoaram a região. O verbo apresenta-se no plural, concordando com o sujeito, que está no plural. Esses dois exemplos deixam claro que o verbo estabelece concordância com o sujeito. Então: 5

CONCORDÂNCIA VERBAL principio gramatical que determina como o verbo deve flexionar-se (variar de forma) para se ajustar ao sujeito da oração. A adequação do verbo da oração ao seu respectivo sujeito leva em consideração dois aspectos: 1º) o tipo de sujeito que a oração apresenta; 2º) A regra de concordância para esse tipo de sujeito. PRINCIPAIS REGRAS DE CONCORDÂNCIA VERBAL O sujeito de uma oração pode se apresentar sob várias formas, por isso existem inúmeras regras de concordância. Estudaremos as mais importantes. 1-CONCORDÂNCIA DO VERBO COM O SUJEITO SIMPLES A) REGRA GERAL O verbo concorda com o núcleo do sujeito em número (singular/plural) e pessoa (1.ª, 2.ª, 3.ª). Sujeito simples é aquele que possui um único núcleo, isto é, uma única palavra principal. O núcleo do sujeito nunca é regido (= determinado) por preposição (de, em, com etc.). Nós nunca discordamos de você. Verbo na 1ª pessoa do plural Sujeito na 1ª pessoa do plural NÚCLEO Sumia na estrada poeirenta a última boiada da fazenda. Sujeito na 3ª pessoa do singular ( = ela) Verbo na 3ª pessoa do singular Note que não importa a posição do verbo ( antes ou depois do sujeito simples): a concordância é sempre feita com o núcleo dele. B) Verbo + pronome se Se o conjunto verbo + se admite a transformação em locução verbal (dois verbos) o verbo concorda com o sujeito que está na frase. Veja: Divulgaram-se os planos. Os planos foram divulgados. sujeito Compare essas duas construções e observe que: 1.º) elas são equivalentes quanto ao sentido; 2.º) em ambas o sujeito é o mesmo; 3.º) em ambas o verbo concorda com o sujeito. sujeito locução verbal 6

1º balão: O QUE DIZ A INSCRIÇÃO NESSE TÚMULO? 2º balão: DIZ NÃO SE FAZEM MAIS ARMADURAS COMO ANTIGAMENTE! Não se fazem mais armaduras [ ] Armaduras não mais são feitas [ ] Observação: Em frases como as dos exemplos, o se funciona como pronome apassivador. Se o conjunto VERBO + SE não admite a transformação em locução verbal, o sujeito é indeterminado e o verbo fica na 3.ª pessoa do singular. Veja: Não se confiava nos planos. Nos planos não eram confiados. 3.ª pessoa do singular não é o sujeito (é obj. indireto) construção inexistente no idioma OBSERVAÇÕES: 1ª) Convém lembrar que o núcleo do sujeito nunca é regido por preposição. 2ª) Na maioria dos casos, o que impossibilita a transformação é a presença de uma preposição exigida pelo verbo (no exemplo: confiar em). Outro exemplo: Precisa-se de motoristas experientes. 3.ª pessoa do singular preposição não é o sujeito (é objeto indireto) Nesse tipo de frase, o se funciona como índice de indeterminação do sujeito. C) A MAIOR PARTE DE, GRANDE NÚMERO DE, UMA PORÇÃO DE etc. + nome no plural. Com esse tipo de expressão há duas concordâncias corretas: verbo no singular ou no plural, indiferentemente. fugiu A maioria dos pássaros do viveiro. fugiram 7

D) MAIS DE, MENOS DE, CERCA DE, PERTO DE + numeral Quando o sujeito é uma expressão desse tipo, o verbo concorda com o numeral que aparece nela. 1-Mais de um interessado enviou currículo à empresa. 2-Mais de cem interessados enviaram currículo à empresa. 3-Perto de vinte alunos faltaram à prova. Observação: Se a expressão mais de um for sujeito de um verbo que indica reciprocidade, o verbo vai para o plural. Ex.:Mais de um vereador se acusaram mutuamente. E) PRONOMES DE TRATAMENTO Quando o sujeito é representado por pronome de tratamento (Vossa Senhoria, Vossa Excelência etc.), o verbo fica na 3.ª pessoa. Vossa Excelência enganou seus eleitores. Suj. singular verbo na 3.ª pessoa do singular E não: Vossa Excelência enganastes F )Pronomes relativos QUE E QUEM Relativo que o verbo concorda com o ANTECEDENTE desse pronome. Foram os professores que pediram as explicações. Fui eu que pedi as explicações. Antecedente Antecedente Relativo quem o verbo pode ficar na 3.ª pessoa do singular (concordância recomendável) ou concordar com o antecedente. 3.ª pessoa do singular Foram os funcionários quem reivindicou o aumento. Foram os funcionários quem reivindicaram o aumento. Antecedente 8

G) NOME PRÓPRIO QUE SÓ TEM PLURAL Se o nome apresenta artigo o verbo assume o número (singular ou plural) do artigo. Os Estados Unidos não aceitaram o acordo comercial. artigo no plural nome próprio no plural verbo no plural O Amazonas impressiona pelo seu grande volume de água. artigo nome próprio no plural no singular verbo no singular Se o nome próprio não apresenta artigo verbo no singular. Canoas localiza-se no Rio Grande do Sul. Nome próprio (sem artigo) verbo no singular 2) CONCORDÂNCIA DO VERBO COM O SUJEITO COMPOSTO Sujeito composto é aquele que apresenta dois ou mais núcleos. A)Sujeito composto posicionado antes do verbo verbo no plural. O carro e o ônibus caíram no rio. suj. composto verbo no plural (antes do verbo) OBSERVAÇÕES: 1.ª) O verbo pode ficar também no singular principalmente em dois casos: quando os núcleos são sinônimos (ou aproximadamente sinônimos) e quando os núcleos formam uma enumeração gradativa. A paz e a tranquilidade sujeito (núcleos sinônimos) reinava reinavam naquele lugar. dominou. A angústia, a inquietação, o desespero o sujeito (enumeração gradativa) dominaram. 2.ª) Quando o sujeito composto está resumido por tudo, nada, ninguém ou alguém, o verbo fica necessariamente, no singular. A ameaça, o terror, a agressão, nada o deteria. palavra resumidora verbo no singular 9

B) SUJEITO COMPOSTO POSICIONADO DEPOIS DO VERBO concordar apenas com o primeiro núcleo O verbo pode ou ir para o plural. 1.º núcleo Caiu no rio o carro e o ônibus. Caíram plural sujeito composto (depois do verbo) C)SUJEITO COMPOSTO DE PESSOAS GRAMATICAIS DIFERENTES Se a 1.ª pessoa (eu, nós) faz parte do sujeito o verbo fica na 1.ª pessoa do plural (nós). Você, seu amigo e eu nunca aceitaríamos esse acordo. sujeito v. na 1.ª do plural (nós) Se a 1.ª pessoa (eu, nós) não faz parte do sujeito o verbo fica na 2.ª pessoa do plural (vós) ou na 3.ª do plural (vocês). Tu e teu amigo verbo na 2.ª do plural (vós) ficareis ficarão aqui até domingo? verbo na 3.ª do plural (vocês) D) NÚCLEOS DO SUJEITO LIGADOS POR OU Se o ou indica exclusão verbo no singular. Marcos ou Cláudio se casará com Simone. indica exclusão v. no singular Se o ou não indica exclusão verbo no plural. A beleza ou a verdade sempre o emocionaram. não indica exclusão v. no plural 10

OBSERVAÇÃO: Com a expressão um ou outro, o verbo fica no singular. Um ou outro erro seria corrigido. sujeito v. no singular CONCORDÂNCIA VERBAL (2.ª PARTE) Anteriormente, foram estudados os principais casos de concordância do verbo com o sujeito simples e com o sujeito composto. Vamos agora analisar outros casos de concordância. CONCORDÂNCIA DOS VERBOS IMPESSOAIS Existem, na língua portuguesa, alguns verbos particulares, denominados impessoais. Tais verbos não têm sujeito, ficam sempre na 3.ª pessoa do singular. Os dois verbos impessoais mais comuns são HAVER e FAZER, quando empregados em alguns sentidos específicos, como segue: a) Verbo HAVER É impessoal quando empregado como sinônimo de existir ou acontecer. Antigamente havia poucos carros nas ruas. (haver = existir) singular não é sujeito (é objeto direto) Aqui nunca houve nem haverá brigas. (haver = acontecer) singular singular não é sujeito (é objeto direto) Em locuções verbais, o verbo haver transmite a impessoalidade para o outro verbo (verbo auxiliar), que também fica no singular. devia Na reunião podia haver umas vinte pessoas. vai não é sujeito (é objeto direto) singular OBSERVAÇÕES: 1.º) O verbo existir, diferentemente do verbo haver, tem sujeito e, obviamente, concorda com ele. Antigamente existiam poucas escolas particulares. plural concordância sujeito plural Antigamente deviam existir poucas escolas particulares. plural concordância sujeito 11

2.º) O verbo haver, quando usado com sentido diferente de existir, acontecer, tem sujeito, com o qual, evidentemente, concorda. Se te maltratarem, eles se haverão comigo. Os acusados houveram o perdão do juiz. sujeito haver (-se) = ajustar constas sujeito haver = obter b) Verbo FAZER Esse verbo é impessoal quando empregado na indicação de tempo transcorrido (ou a transcorrer). Nesses casos, como ele não tem sujeito, fica na 3.ª pessoa do singular. Já faz muitos anos / que não se fabrica essa peça. singular não é sujeito (é objeto direto) Amanhã fará dez anos / que me casei. singular não é sujeito (é objeto direto) Nas locuções verbais, o verbo fazer, como todo verbo impessoal, transmite o singular para o auxiliar. Domingo vai fazer três semanas / que chegamos. singular singular não é sujeito (é objeto direto) 3- CONCORDÂNCIA DO VERBO SER Diferentemente dos verbos que concordam com o sujeito da oração, o verbo SER pode, às vezes, concordar com o sujeito e, às vezes, com o predicativo. Seguem os casos mais importantes da concordância desse verbo: O verbo ser, ao funcionar como verbo de ligação, relaciona o sujeito com uma característica (estado ou modo de ser) do sujeito. Essa característica atribuída ao sujeito denomina-se PREDICATIVO. A cidade era calma. sujeito v. lig. predicativo A) QUANDO O SUJEITO E O PREDICATIVO SÃO NOMES DE COISAS Quando o sujeito e o predicativo designam coisas (e não pessoas), o verbo ser pode concordar com o sujeito ou com o predicativo, indiferentemente. Essa dupla possibilidade permite ao falante estabelecer a concordância com o elemento ao qual pretenda dar maior realce. Compare: Nossas vidas eram uma verdadeira festa. sujeito (plural) o verbo, predicativo (singular) no plural realça o sujeito Nossas vidas era uma verdadeira festa. sujeito (plural) verbo, predicativo (singular) no singular realça o predicativo 12

B) QUANDO O SUJEITO E O PREDICATIVO SÃO NOMES DE PESSOAS Nesse caso, a concordância é feita obrigatoriamente com a palavra que designa pessoa. Os amigos eram sua grande alegria. O problema da empresa são os funcionários desmotivados. sujeito (pessoa) predicativo sujeito predicativo (pessoa) C) VERBO SER INDICANDO HORAS, DISTÂNCIAS E DATAS Na indicação de horas e distâncias, o verbo ser concorda com a expressão numérica. Agora são seis horas da tarde. Quando ele chegou, já era uma e vinte. Daqui à cidade são quinze quilômetros. NA INDICAÇÃO DE DATAS, O VERBO SER CONCORDA COM A PALAVRA DIA(S), QUE PODE ESTAR EXPRESSA OU SUBENTENDIDA NA FRASE. Hoje é dia 14 de março. Hoje é 14 de março. (= Hoje é [dia] 14 de março.) Hoje são 14 de março. (= Hoje são 14 [dias] de março.) D) EXPRESSÕES É MUITO, É POUCO, É DEMAIS Nessas expressões, que indicam quantidade (preço, peso, medida etc.), o verbo ser fica sempre no singular. 1- Dois mil reais foi pouco para pagar a dívida. 2- Vinte toneladas é muito peso para esse caminhão. 3- Seis metros de tecido seria demais para fazer o vestido? REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABREU, Antônio Suárez. Curso de Redação. São Paulo: Ática, 2004. BECHARA, Evanildo. Moderna gramática portuguesa. Rio de Janeiro: Lucerna, 2001 GARCEZ, Lucília H. do Carmo. Técnica de Redação O que é preciso saber para bem escrever. São Paulo: Martins Fontes, 2002. SACCONI, Luiz Antônio. Nossa Gramática Teoria e Prática. São Paulo: Atual, 2010. TERCIOTTI, S. H. Português na prática para cursos de graduação e concursos públicos. São Paulo: Editora Saraiva, 2011. 13