INFORMATIVO Nº. 41. NOVEMBRO de 2015 COMÉRCIO BILATERAL BRASIL-CHINA Balança Comercial A corrente de comércio Brasil-China totalizou 58,6 bilhões entre janeiro e outubro de 2015, de acordo com dados divulgados pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). Esse resultado indica uma queda de 14% em relação ao mesmo período do ano anterior, refletindo a retração das exportações - em grande medida explicada pelos menores preços das commodities - e a redução das importações brasileiras, em decorrência da desaceleração da atividade doméstica. Assim, nos primeiros dez meses do ano tanto as exportações como as importações apresentaram um declínio, em dólares, de 14%. As transações comerciais correspondentes apenas a outubro somaram 4,7 bilhões, 14% a menos se comparado ao mesmo mês do ano passado. As exportações brasileiras chegaram a 2,5 bilhões - indicando aumento de 20% - e as importações, 2,3 bilhões, valor 35% menor do que o registrado em 2014. Assim, outubro de 2015 se configura como o segundo mês do ano em que as exportações têm um desempenho melhor do que em 2014. Tabela 1 - Balança Comercial: janeiro outubro de 2015 em comparação com janeiro outubro de 2014 Balança Comercial - ( Milhões) Exportação Importação Saldo Corrente Var. % Var. % Var. % Var. % 1º Trimestre 9.582 6.190-35% 9.748 9.664-1% -166-3.475-1994% 19.330 15.854-18% Janeiro 2.178 1.345-38% 4.005 3.703-8% -1.827-2.358-29% 6.183 5.048-18% Fevereiro 2.847 1.532-46% 2.977 2.769-7% -130-1.237-850% 5.824 4.301-26% Março 4.557 3.313-27% 2.766 3.192 15% 1.791 120-93% 7.323 6.505-11% 2º Trimestre 14.298 12.286-14% 8.658 7.056-19% 5.640 5.230-7% 22.956 19.341-16% Abril 4.487 3.435-23% 2.914 2.488-15% 1.573 948-40% 7.402 5.923-20% Maio 5.020 4.109-18% 3.100 2.270-27% 1.919 1.839-4% 8.120 6.379-21% Junho 4.791 4.741-1% 2.643 2.298-13% 2.148 2.443 14% 7.434 7.039-5% 3º Trimestre 10.755 10.426-3% 9.610 8.211-15% 1.145 2.215 94% 20.366 18.637-8% Julho 4.134 4.101-1% 3.166 3.254 3% 968 846-13% 7.300 7.355 1% Agosto 3.716 2.918-21% 3.080 2.400-22% 635 518-18% 6.796 5.318-22% Setembro 2.906 3.407 17% 3.364 2.556-24% -459 851 286% 6.270 5.964-5% Outubro 2.044 2.461 20% 3.498 2.286-35% -1.454 175-112% 5.542 4.747-14% Acumulado 36.679 31.363-14% 31.515 27.217-14% 5.165 4.146-20% 68.194 58.579-14% Cabe destacar que o saldo comercial entre os dois países encerrou o período de janeiro a outubro de 2015 com 4,1 bilhões favoráveis ao Brasil, ainda que esse montante corresponda a uma queda de 20%, se comparado a 2014. Considerando que o Brasil acumulou um superávit total de 12,2 bilhões em sua balança comercial com o resto do mundo nos primeiros dez meses de 2015, concluise que o resultado das transações comerciais entre o Brasil e a China representa mais de um terço
US $ milhões do superávit do Brasil com o mundo. Desta forma, como em anos anteriores, o superavit comercial do Brasil com a China ainda compensa o déficit com outros países como os Estados Unidos e a União Europeia. Gráfico 1- Saldo comercial do Brasil com países selecionados (janeiro a outubro de 2015) 10.000 8.000 7.708 6.000 4.000 4.146 2.000 - -2.000-4.000-2.412-2.756 China USA União Europeia América do Sul BRICS (exceto China) -83 O peso da China no comércio exterior do Brasil é perceptível ao se analisar o percentual de participação do país asiático nas transações exteriores brasileiras. A China representa 20% do total das exportações do País, 18% das importações, 34% do saldo superavitário, e 19% da corrente comercial. Gráfico 2 - Balança Comercial Brasil - Mundo e Brasil - China: janeiro outubro de 2015( milhões) 400.000 350.000 300.000 250.000 308.845 % Mundo China Participação da China 200.000 150.000 160.545 148.300 100.000 50.000 0 20% 34% 19% 18% 31.363 27.217 12.245 58.579 Exportação Importação 4.146 Saldo Corrente
Pauta de Exportação Entre janeiro e outubro de 2015, as exportações brasileiras destinadas a China mantiveram-se significativamente concentradas em commodities, sendo soja e minério de ferro responsáveis por 65,4% de todas as vendas do País para o parceiro asiático. As vendas de soja, de janeiro a outubro, mantiveram-se em alta - em termos quantitativos - tendo apresentado acrécimo de 21% em relação ao mesmo período do ano anterior, com os embarques somando 39,5 milhões de toneladas. No entanto, devido à relativa queda nos preços das commodities, o valor exportado apresentou queda de 8%, totalizando 15,2 bilhões, abaixo dos 16,6 bilhões registrados nos dez primeiros meses do ano passado. Tabela 2 - Pauta de Exportação: janeiro outubro de 2015 em comparação com janeiro - outubro de 2014 Exportações (milhões) Soja, mesmo triturada 16.552 32.541 15.243 39.495-8% 21% 48,6% Minérios de ferro e seus concentrados 10.500 144.368 5.281 146.542-50% 2% 16,8% Óleos brutos de petróleo 2.876 4.380 3.508 10.761 22% 146% 11,2% Celulose 1.175 2.510 1.365 2.897 16% 15% 4,4% Açúcares 700 1.787 646 2.104-8% 18% 2,1% Carne de aves 431 189 504 253 17% 34% 1,6% Ferro-ligas 406 35 479 56 18% 59% 1,5% Cobre afinado e ligas de cobre, em formas brutas 203 29 449 80 121% 179% 1,4% Embarcações, plataformas de exploração/perfuração, estruturas flutuantes - - 394 54 - - 1,3% Couros e peles curtidos ou em crosta 456 160 365 128-20% -20% 1,2% Carne bovina congelada - - 306 61 - - 1,0% Tabaco não manufaturado 333 44 261 43-22% -3% 0,8% Minério de cobre e seus concentrados 175 97 183 118 5% 21% 0,6% Pasta química de madeira, para dissolução 236 256 180 308-24% 21% 0,6% Outros 2.635 4.145 2.199 4.507-17% 9% 7,0%. Ton (mil) (milhões) Ton (mil) Var. (%) Ton (mil) Participação na pauta em 2015 () As vendas de minério de ferro apresentaram um módico crescimento de 2%, em quantidade, ainda que o valor exportado tenha sofrido com uma queda de 50%. Consequência da redução dos preços internacionais, o minério tem perdido participação na pauta exportadora do Brasil para a China no último ano.
Gráfico 3- Participação da soja e do minério de ferro na pauta de exportação do Brasil para a China em (janeiro a outubro de 2014 e 2015) 60% 50% 45% 49% 40% 30% 20% 29% 17% Soja Minérios de ferro 10% 0% Já as exportações de óleos brutos de petróleo indicaram bons resultados, tendo crescido 146% em quantidade, e 22% em valor. Até outubro de 2015, o Brasil exportou 3,5 bilhões do produto, o que representa 11,2% do total das exportações do País para a China. O aumento dos embarques de petróleo para o parceiro asiático resulta, em parte, do contrato entre Petrobrás e Sinopec. A estatal brasileira comprometeu-se a vender, a preços de mercado, 150 mil barris/dia para a companhia chinesa. No ano que vem, o volume sobe para 200 mil barris/dia. Carne de aves, ferro-ligas e cobre afinado seguiram em expansão, apresentando, respectivamente, crescimentos de 17%, 18% e 121%, em dólares, e de 34%, 59% e 179%, em toneladas. Por outro lado, as exportações de couros e peles curtidos ou em crosta expuseram queda de 20%, em quantidade e em valor. De modo semelhante, as vendas de tabaco não manufaturado tiveram queda de 3% (toneladas) e 22% (em ). Gráfico 4 Composição da pauta de exportação do Brasil para a China (janeiro outubro de 2015) 12,4% Soja, mesmo triturada 4,4% 1,4% 1,5% 1,6% 2,1% Minérios de ferro e seus concentrados Óleos brutos de petróleo Celulose 48,6% Açúcares 11,2% Carne de aves Ferro-ligas Cobre afinado e ligas de cobre, em formas brutas 16,8% Outros.
Pauta de Importação As importações de produtos chineses entre janeiro e outubro de 2015, em comparação com o mesmo período do ano anterior, apresentaram retração na grande maioria dos itens da pauta. Os dois principais setores aparelhos elétricos e mecânicos fecharam o período em queda, respectivamente, de 18% e 23% (em dólares). Ambos os segmentos, se somados, responderam por 44,6% das importações oriundas do país asiático. Tabela 3 - Pauta de Importação: janeiro outubro de 2015 em comparação com janeiro - outubro de 2014 Importações (mihões) Qte (10 mil) (mihões) Qte (10 mil) Máquinas, aparelhos e materiais elétricos e suas partes 9.131 4.279.194 7.491 3.476.777-18% -19% 27,5% Aparelhos elétricos para telefonia ou telegrafia 2.438 9.391 1.986 6.674-19% -29% 7,3% Aparelhos e partes para rádio e televisão 1.337 1.544 1.173 1.437-12% -7% 4,3% Circuitos integrados e microconjuntos eletrônicos 863 85.024 516 80.768-40% -5% 1,9% Aquecedores elétricos de água 409 5.095 380 4.960-7% -3% 1,4% Transformadores elétricos, conversores elétricos estáticos 468 187.643 362 153.328-23% -18% 1,3% Máquinas e aparelhos mecânicos e suas partes 6.027 73.476 4.661 66.192-23% -10% 17,1% Partes e acessórios para máquinas e equipamentos mecânicos 1.140 4.095 850 2.371-25% -42% 3,1% Máquinas automáticas para processamento de dados 557 4.641 389 3.410-30% -27% 1,4% Máquinas e aparelhos de ar condicionado 439 38 347 29-21% -25% 1,3% Bombas e compressores de ar ou de vácuo 408 3.022 341 3.027-16% 0% 1,3% Máquinas e aparelhos para impressão 420 80 332 59-21% -27% 1,2% Produtos químicos orgânicos 1.942-1.677 - -14% - 6,2% Embarcações e estruturas flutuantes 470 4,6 1.017 4,1 116% -11% 3,7% Ferro fundido, ferro e aço 1.211-857 - -29% - 3,1% Plásticos e suas obras 903-810 - -10% - 3,0% Vestuário e seus acessórios, exceto de Malha 810 22.601 781 23.729-3,5% 5% 2,9% Obras de ferro fundido, ferro ou aço 832 112 748 66-10% -41% 2,7% Veículos automóveis, tratores, ciclos,e suas partes 854 6.946 670 5.990-22% -14% 2,5% Partes e acessórios para tratores e veículos automóveis especiais 386 6.628 342 5.723-12% -14% 1,3% Partes e acessórios para motocicletas e outros ciclos 221 220 176 187-20% -15% 0,6% Motocicletas (incluídos os ciclomotores) 45 15 34 12-25% -23% 0,1% Automóveis de passageiros 60 1 27 1-55% -31% 0,1% Reboques e semi-reboques 35 62 22 47-37% -25% 0,1% Instrumentos e aparelhos de óptica; aparelhos médico-cirúrgicos 669 105.168 570 95.269-15% -9% 2,1%. Qte (10 mil) Participaçã o na pauta em 2015 () Entre os dez principais produtos importados da China pelo Brasil, poucos não exibiram queda. Dentre estes, as importações de embarcações e estruturas flutuantes obtiveram crescimento de 116%, em dólares, em comparação com o mesmo período do ano anterior. As importações de vestuários e seus acessórios (exceto de malha), também apresentaram crescimento de 5% em quantidade, ainda que o valor das compras tenha indicado ligeira queda, de 3,5%.