Simulação física da liga de magnésio AZ31 em condições de deformação e temperatura típicas de soldagem por atrito por pino não consumível

Documentos relacionados
Estudo da decomposição da austenita em aço API 80X microligado por meio de ensaios de dilatometria

FRICTION STIR WELDING : Parâmetros de processo e aplicações

CARACTERIZAÇÃO MICROESTRUTURAL E RESISTÊNCIA À CORROSÃO DE JUNTAS SOLDADAS DE LIGAS DE ALUMÍNIO

FRICTION STIR WELDING EM LIGAS DE ALUMÍNIO Aluminum alloys Friction Stir Welded

SOLDA POR FRICÇÃO EM AÇO CARBONO

APLICAÇÃO DO MÉTODO DE INTERCEPTAÇÃO LINEAR NA DETERMINAÇÃO DE TAMANHO DE GRÃO DE UMA LIGA DE MAGNÉSIO AZ61 FORJADA A QUENTE

SOLDAGEM EM ESTADO SÓLIDO DA LIGA DE ALUMÍNIO AA2024 PELO PROCESSO "FRICTION STIR WELDING": MICROESTRUTURA E PROPRIEDADES MECÂNICAS

INFLUÊNCIA DOS PARÂMETROS DE SOLDAGEM PARA DIFERENTES GEOMETRIA NA SOLDA POR FRICÇÃO NA LIGA DE ALUMÍNIO AL7075

INFLUÊNCIA DOS PARÂMETROS DE SOLDAGEM PARA DIFERENTES GEOMETRIAS NA SOLDA POR FRICÇÃO NA LIGA DE ALUMÍNIO AL7075

UNIVERSITY OF COIMBRA FACULTY OF SCIENCES AND TECHNOLOGY DEPARTMENT OF MECHANICAL ENGINEERING

Doutor em Engenharia Metalúrgica, Docente do Instituto Federal Catarinense (IFC), Campus Luzerna/ 4

3 Materiais e Métodos

CARACTERIZAÇÃO MICROESTRUTURAL LIGA AL AA1070 PRENSADA EM CANAIS EQUIANGULARES A FRIO VIA ROTA A.

AVALIAÇÃO DA RESISTÊNCIA A CORROSÃO INTERGRANULAR DA LIGA AA 2198-T851 SOLDADA PELO PROCESSO FSW

AVALIAÇÃO DAS PROPRIEDADES MECÂNICAS DA JUNTA SOLDADA COM AÇO INOXIDÁVEL MARTENSÍTICO DE BAIXA TEMPERATURA DE TRANSFORMAÇÃO

ANÁLISE DAS PROPRIEDADES MECÂNICAS E METALÚRGICAS DA LIGA DE MAGNÉSIO AZ91 FORJADO A FRIO 1

AVALIAÇÃO DA COMPRESSÃO DE UMA LIGA DE ALUMÍNIO: EXPERIMENTAL X NUMÉRICO

Tecnologia dos Materiais Outras ligas metálicas não ferrosas

INFLUÊNCIA DOS PARÂMETROS DE PROCESSO NA SOLDAGEM DA LIGA DE ALUMÍNIO 5052 PELO PROCESSO FSW

ESTUDO DA RECRISTALIZAÇÃO DO AÇO ABNT 1010 COM DIFERENTES GRAUS DE DEFORMAÇÃO

CARACTERÍSTICAS DA SOLDAGEM DE ALUMÍNIO 5052-F COM O PROCESSO DE FRICÇÃO STIR

INFLUÊNCIA DA MICROESTRUTURA NAS PROPRIEDADES ELÉTRICAS DE LIGAS Al-Mg-Th E Al-Mg-Nb

ESTUDO DAS TENSÕES RESIDUAIS E CARACTERIZAÇÃO DAS PROPRIEDADES MECÂNICAS E MICROESTRUTURAIS DE JUNTAS SOLDADAS DE LIGA DE ALUMÍNIO AA5086

ANÁLISE DO COMPORTAMENTO METAL-MECÂNICO APÓS CONFORMAÇÃO A QUENTE

Avaliação do revenimento na dureza e microestrutura do aço AISI 4340

LAMINAÇÃO EM UM E DOIS PASSES DA LIGA AA1100 PARA FABRICAÇÃO DE EVAPORADORES ROLL BOND. Fernando Frias da Costa, Kátia Regina Cardoso

ANÁLISE MECÂNICA E MICROESTRUTURAL DE UM AÇO BAIXO CARBONO (ABNT 1015), SUBMETIDO À RECRISTALIZAÇÃO TÉRMICA PÓS-DOBRAMENTO.

INFLUÊNCIA DA TEMPERATURA DE RECOZIMENTO NA MICROESTRUTURA DO AÇO INOXIDÁVEL FERRÍTICO DURANTE A RECRISTALIZAÇÃO*

CARACTERIZAÇÃO DAS PROPRIEDADES MECÂNICAS E MICROESTRUTURAIS E ANÁLISE DAS TENSÕES RESIDUAIS EM TUBOS SOLDADOS DE AÇO P110 E N80Q

ALTERNATIVA À SOLDAGEM DE LIGAS LEVES: SOLDAGEM POR FRICÇÃO

ANÁLISE DAS TRANSFORMAÇÕES DE FASES OCORRIDAS DURANTE OS PROCESSOS DE DEFORMAÇÃO E RECRISTALIZAÇÃO EM LIGAS DE Ti-Nb-Si.

INFLUÊNCIA DAS VARIÁVEIS DE PROCESSO NA FORMAÇÃO DE MACRO DEFEITOS DURANTE PROCESSAMENTO POR FRICÇÃO E MISTURA*

Título do projeto: SOLDABILIDADE DE UM AÇO ACLIMÁVEL DE ALTO SILÍCIO PARA CONSTRUÇÃO METÁLICA COM RESISTENCIA EXTRA A CORROSÃO MARINHA

Aspectos Metalúrgicos na Produção de Trefilados em Ligas de Alumínio

INFLUÊNCIA DO ATRITO NO GRADIENTE MICROESTRUTURAL DETERMINADO VIA MEF DURANTE O RECALQUE A QUENTE DE UM CILINDRO DE AÇO

Ivan Moroz 1, Nelson Guedes de Alcântara 1, Jorge Fernandes dos Santos 2 1

Processo de Soldagem por Difusão

DESENVOLVIMENTO DE UMA MATRIZ PARA ESTUDOS DE SOLIDIFICAÇÃO DE LIGAS DE ALUMÍNIO SOB CONDIÇÕES CONTROLADAS

AVALIAÇÃO DA TENACIDADE AO IMPACTO DE UM AÇO C-MN SOLDADO POR FRICÇÃO COM PINO CONSUMÍVEL*

escrita deste trabalho e sua submissão, os CDP s ainda não haviam retornado da UNICAMP. INTRODUÇÃO O alumínio é um dos metais não-ferrosos mais

Revista de Engenharia e Tecnologia ISSN

A INFLUÊNCIA DO TRATAMENTO TÉRMICO PÓS SOLDAGEM PARA ALÍVIO DE TENSÕES NA DUREZA DA SOLDA COM MATERIAL DE ADIÇÃO ER410NIMO *

21º CBECIMAT - Congresso Brasileiro de Engenharia e Ciência dos Materiais 09 a 13 de Novembro de 2014, Cuiabá, MT, Brasil

EFEITOS DO TRATAMENTO CRIOGÊNICO DE 24 E 36 HORAS EM AÇOS D2 E D6

3URFHGLPHQWR([SHULPHQWDO

Soldagem por Ponto no Estado Sólido de Ligas Leves

EFEITO DO TEOR DE FERRO RESIDUAL NO TAMANHO DE GRÃO E NAS PROPRIEDADES MECÂNICAS DO LATÃO 70/30*

Caracterização Microestrutural e Comportamento Mecânico das Ligas de Alumínio AA2139 T3 e T8 Soldadas por Fricção Rotativa com Mistura

longitudinal para refrigeração, limpeza e remoção de fragmentos de solos provenientes da perfuração, Figura 10.

Graduação em Engenharia Mecânica, discente, Faculdade Estácio de Belém, Campus IESAM, Belém, Pará, Brasil. 2

ANÁLISE DO COMPORTAMENTO METAL-MECÂNICO APÓS CONFORMAÇÃO A QUENTE

PROCESSOS DE FABRICAÇÃO III SOLDAGEM METALURGIA DA SOLDAGEM

Análise numérica da transferência de calor durante a solidificação de ligas metálicas em moldes de areia

AVALIAÇÃO DA RESISTÊNCIA AO DESGASTE ABRASIVO A BAIXA- TENSÃO DE REVESTIMENTOS SOLDADOS POR ARCO SUBMERSO

3 Material e Procedimento Experimental

Caracterização de materiais soldados com base na medição de campos de condutividade elétrica

Soldagem de Topo por Fricção entre a Liga de Alumínio 6351-T6 e o Aço SAE 1020 Assistida por Indução Eletromagnética

5 Discussão dos Resultados

III metal-base, onde o metal não é afetado pelo processo de soldagem e permanece na mesma condição anterior ao processo.

Keywords: lean duplex stainless steel, UNS S82441, friction stir welding, FSW, corrosion.

ESTUDO COMPARATIVO ENTRE LAMINAÇÃO CONVENCIONAL E LAMINAÇÃO ASSIMÉTRICA DA LIGA AA6061: EFEITOS NA MICROESTRUTURA E PROPRIEDADES MECÂNICAS

COMPORTAMENTO MECÂNICO DE FIOS DE LIGA COM MEMÓRIA DE FORMA NI-TI SOLDADOS POR PULSOS DE TIG: INFLUÊNCIA DO TRATAMENTO TÉRMICO DE PRÉ-SOLDAGEM

SIMULAÇÃO TERMOMECÂNICA POR COMPRESSÃO APLICADA A CONFORMAÇÃO A QUENTE DA LIGA DE TITÂNIO Ti-6Al-4V

Análise do perfil de microdureza e do refino de grão em juntas soldadas multipasse do aço API 5L X65

ESTUDO DA INFLUÊNCIA DA TEMPERATURA DO ELETRODO NA QUALIDADE DA SOLDA PARA A UNIÃO DE CHAPAS NO PROCESSO DE SOLDAGEM POR RESISTÊNCIA ELÉTRICA (RSW)*

3 MATERIAIS E MÉTODOS

21º CBECIMAT - Congresso Brasileiro de Engenharia e Ciência dos Materiais 09 a 13 de Novembro de 2014, Cuiabá, MT, Brasil

A Tabela 2 apresenta a composição química do depósito do eletrodo puro fornecida pelo fabricante CONARCO. ELETRODO P S C Si Ni Cr Mo Mn

Caracterização das Propriedades Mecânicas de Materiais Metálicos: A Influência da velocidade da máquina sobre a tensão obtida no ensaio de tração 1

Propriedades típicas e algumas aplicações das ligas de alumínio conformadas

INFLUENCIA DA TEMPERATURA DE ENVELHECIMENTO NA TENACIDADE AO IMPACTO DA LIGA AA2024

TRATAMENTOS TÉRMICOS

ANÁLISE MICROESTRUTURAL DE PÓ DE ALUMÍNIO SINTERIZADO OBTIDO PELA MOAGEM DE ALTA ENERGIA DE LATAS DE BEBIDAS

SOLDAGEM DA LIGA DE ALUMINIO 1050 COM O AÇO INOXIDÁVEL 304 PELO PROCESSO DE SOLDAGEM POR FRICÇÃO ROTATIVA CONVENCIONAL

3- PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL 3.1 PRODUÇÃO DOS ROTORES

INFLUÊNCIA DA TAXA DE RESFRIAMENTO E ADIÇÃO DE SR NA MICROESTRUTURA DE UMA LIGA A356 SOLIDIFICADA SOB CONDIÇÕES CONTROLADAS

CORRELAÇÃO DO COMPORTAMENTO MECÂNICO E CÍCLICO COM A RESISTÊNCIA À FADIGA DE UM AÇO BAIXA LIGA*

Recozimento da Liga de Alumínio AA 7075 após Laminação a frio *

Cotações. Universidade Técnica de Lisboa. Instituto Superior Técnico. Ciência de Materiais 2º Teste (09.Janeiro.2012)

INFLUÊNCIA DOS PARÂMETROS DE SOLDAGEM NAS PROPRIEDADES METALÚRGICAS EM UMA JUNTA SOLDADA POR FRICÇÃO COM PINO CONSUMÍVEL*

Metalurgia & Materiais

Soldagem por Fricção

Desenvolvimento dos Parâmetros do Processo de Soldagem por Atrito com Pino Não Consumível para o Aço de Alta Resistência e Baixa Liga ISO 3183 X80M a

ESTUDO MICROESTRUTURAL E MECÂNICO DE UMA LIGA DE Al SUBMETIDA A TÉCNICAS DE DEFORMAÇÃO PLÁSTICA SEVERA*

TRATAMENTO TÉRMICO DE RESSOLUBILIZAÇÃO EM UMA LIGA DE ALUMÍNIO 7475-T7351*

CARACTERIZAÇÃO E COMPORTAMENTO MECÂNICO DE AÇO INOXIDÁVEL FERRÍTICO*

APLICAÇÃO AEROESPACIAL APÓS OS TRATAMENTOS TÉRMICOS DE TÊMPERA, REVENIMENTO E SOLUBLIZAÇÃO.

PROCESSAMENTO POR PLASMA DE AMOSTRAS DE AÇO IF UTILIZANDO DIFERENTES MONTAGENS DE ELETRODOS. em Ciências e Eng. de Materiais;

EvOLUçÃO DO LImITE DE EscOAmEnTO Em FUnçÃO DA DEFORmAçÃO A FRIO PRODUzIDA POR LAmInAçÃO na LIgA DE ALUmÍnIO AA 8023

AVALIAÇÃO DE ATRITO E INFLUÊNCIA DO LUBRIFICANTE POR MEIO DE ENSAIO DO ANEL EM AÇO MÉDIO CARBONO 1. Evandro Bertoldi 2.

O que são ligas Leves e quando são competitivas?

DA TAXA DE RESFRIAMENTO NA MICROESTRUTURA E NA TEMPERATURA DE INÍCIO DE TRANSFORMAÇÃO MARTENSÍTICAS DE LIGAS

AVALIAÇÃO DE ATRITO POR MEIO DE TESTE DO ANEL EM AÇO MÉDIO CARBONO. Anderson F. Lopes (acad. Ulbra) José C. K. de Verney (Ulbra)

ESTUDO DO PROCESSO METALÚRGICO DE FABRICAÇÃO DE RODETES DE MOENDA

MUDANÇAS DA MISORIENTAÇÃO, MICROESTRUTURA E TENSÕES RESIDUAIS APÓS SOLDAGEM

GMEC7301-Materiais de Construção Mecânica Introdução. Módulo II Ensaios Mecânicos

Prova escrita de: 2º Exame de Ciência de Materiais. Lisboa, 14 de Julho de Resolução

INFLUÊNCIA DA VELOCIDADE DE EXTRUSÃO NA HOMOGENEIDADE MICROESTRUTURAL DO PROCESSO DE CONFORMAÇÃO CONTÍNUA

PROPRIEDADES MECÂNICAS EM TEMPERATURA CRIOGÊNICA DA LIGA AA6061

Alumínio e suas ligas. A.S.D Oliveira

Transcrição:

Simulação física da liga de magnésio AZ31 em condições de deformação e temperatura típicas de soldagem por atrito por pino não consumível Pesquisador responsável: Maysa Terada Unidade: Laboratório Nacional de Nanotecnologia Período: 01/08/17 a 31/07/18 Introdução O magnésio é o oitavo elemento mais comum na crosta terrestre, obtido por eletrólise de águas salinas ou por redução direta de minérios. As temperaturas de fusão e de ebulição do metal puro correspondem respectivamente a 650 e 1090 C. No seu estado fundido torna-se altamente reativo com o oxigênio. Apresenta uma estrutura cristalina hexagonal compacta que afeta de sobremaneira as propriedades mecânicas de suas ligas [1]. Sua característica de destaque está na relação de peso e propriedades mecânicas, ou seja, sua resistência específica. Suas propriedades físicas comparadas com alumínio e aço podem ser vistas na Erro! Fonte de referência não encontrada.. Com uma densidade de 1,73 g/cm 3, sendo esta ligeiramente inferior à do alumínio (2,70 g/cm 3 ) e significantemente inferior à do aço (7,87 g/cm 3 ), trata-se do metal mais leve que pode ser utilizado em aplicações estruturais [2]. Dessa forma, as ligas de magnésio são muito atraentes em aplicações como transporte ferroviário, automotivo e aeroespacial devido à sua baixa densidade, boa usinabilidade e pelo seu potencial de reciclagem [3] A soldagem por atrito de ligas de magnésio tem sido estudada nos últimos anos devido aos benefícios já anteriormente citado para implantação de estruturas leves na indústria automotiva e aeronáutica. Com relação ao processo de soldagem, muitos autores já obtiveram sucesso em processar e estudar ligas de magnésio [4 8]. Por ser um processo com envolvendo temperatura e deformação, há a influência do tamanho final de grão nas propriedades finais da junta O tamanho de grão em ligas de magnésio conformadas a quente é na maioria dos casos determinado por recristalização, quer durante ou após a deformação. A conhecida influência do tamanho de grão nas propriedades mecânicas significa que a compreensão da recristalização em magnésio é vital para a otimização dos produtos elaborados.

Estado da arte Soldagem por atrito com pino não consumível ou SAPNC (Friction Stir Welding) é um processo de soldagem no estado sólido em que consiste na união e processamento de materiais através do deslocamento e rotação de um pino rotativo, chamado de ferramenta. O processo foi concebido The Welding Institute em 1991 [9] O calor gerado pelo atrito da ferramenta com o material e a deformação plástica gerada durante o processo provocam o amolecimento do material, possibilitando sua mistura e união. O material amolecido é então forçado a escoar pela movimentação da ferramenta a partir da parte dianteira para a parte traseira do pino onde resfria, consolida e resulta na formação da junta. O material amolecido é contido devido a uma ação conjunta de um anteparo abaixo do material e a aplicação de pressão axial na parte superior pela ferramenta [10]. Por ser um processo no estado sólido, na soldagem por atrito com pino não consumível a entrada de calor é significantemente menor do que métodos de soldagem por fusão, resultando em baixa distorção e tensão residual, baixa microssegregação e microestrutura finamente recristalizada [11, 12]. Outra vantagem da SAPNC é seu potencial em unir materiais diferentes, como diferentes ligas de alumínio [13, 14], alumínio e aços [15] e ligas de alumínio e magnésio [16, 17] Objetivos O objetivo geral deste trabalho é analisar a microestrutura de amostras da liga AZ31 deformadas a quente em temperaturas e taxas típicas encontradas durante o processamento de soldagem por atrito. Metodologia Os ensaios serão realizados no módulo de compressão do simulador termomecânico Gleeble 3800, mostrado na Figura 1, instalado no LNNano/CNPEM. O sistema permite ensaios de compressão com temperatura controlada por termopares inseridos no corpo de prova. Para deformação duas formas de controles são permitidas: por força, aplicada por um sistema hidráulico ou por medida de deslocamento. O aquecimento é obtido através de um sistema de aquecimento resistivo.

Figura 1: Sistema de ensaios termomecânicos Gleeble 3800 Ensaios de compressão isotérmicos serão realizados em amostras cilíndricas com as seguintes dimensões: 7,5 mm de altura e 5 mm de diâmetro. No total foram ensaiadas 16 amostras em temperaturas variando entre 300, 400, 500 e 600 C e taxas de deformação variando entre 0,01 s -1, 0,1 s -1, 1 s -1 e 10 s -1. Os valores de deformação e temperaturas foram selecionados de acordo com dados de deformação e temperatura típicas de soldagens em magnésio encontradas na literatura [6, 18 20]. Os corpos de prova utilizados para o ensaio de compressão serão cilindros com 7,5mm de altura por 5mm de diâmetro. A temperatura será controlada por meio de termopares tipo S soldados a superfície externa e centralizados em relação à altura do corpo de prova. Figura 2: Corpo de prova com região de soldagem dos termopares em destaque. A análise metalográfica será realizada na seção transversal das amostras ensaiadas. As amostras serão embutidas a frio e submetidas aos procedimentos convencionais de lixamento (lixas d água com granulometria entre 100 e 4000) e polimento (pasta de diamante 1 μm)

O microscópio óptico utilizado será da marca Olympus, modelo, BX-51M, acoplado com o software analisador de imagens PAX-it. O equipamento utilizado para Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV) foi o FEI Quanta 650 FEG, instalado no LNNano/CNPEM. Este microscópio tem acoplados detectores de difração de elétrons retroespalhados (EBSD). Os ensaios de dureza serão realizados no equipamento Micro-macrodurômetro Leco LMV-50V seguindo as normas da ASTM E92-19 Standard Test Methods for Vickers Hardness and Knoop Hardness of Metallic Materials, aplicando forças de 200 kgf por 15 segundos em cada indentação. Referências 1. KLEINER, S.; UGGOWITZER, P. J. Mechanical anisotropy of extruded Mg 6 % Al 1 % Zn alloy. v. 379, p. 258 263, 2004. 2. KAINER, K. U. Magnesium Alloys and Technologies. [s.l.] Deutsche Gesellschaft fur Materialkunde, 2003. 3. LIU, L. Welding and joining of magnesium alloys. [s.l.] Woodhead Publishing Limited, 2010. 4. CHOWDHURY, S. H. et al. Friction Stir Welded AZ31 Magnesium Alloy : Microstructure, Texture, and Tensile Properties. v. 44, n. January, p. 41 44, 2013. 5. SINGARAPU, U.; ADEPU, K.; REDDY, S. Influence of tool material and rotational speed on mechanical properties of friction stir welded AZ31B magnesium alloy. Journal of Magnesium and Alloys, 2015. 6. DARRAS, B. M.; KHRAISHEH, M. K.; OMAR, M. A. Friction stir processing of commercial AZ31 magnesium alloy. v. 191, p. 77 81, 2007. 7. BABU, S. R. et al. Effect of Tool Shoulder Diameter During Friction Stir Processing of AZ31B Alloy Sheets of various Thicknesses. Procedia Engineering, v. 97, p. 800 809, 2014. 8. MIRONOV, S. et al. Microstructure evolution during friction-stir welding of AZ31 magnesium alloy. Acta Materialia, v. 100, p. 301 312, nov. 2015. 9. W.M. THOMAS, E.D. NICHOLAS, J.C. NEEDHAM, M.G. MURCH, P. TEMPLESMITH, C.J. DAWES, G.. Patent Application No.9125978.8Inglaterra, 1991. 10. MISHRA, R. S.; MAHONEY, M. Friction stir welding and processing. [s.l: s.n.].

11. T. YASUI, Y. SHIMODA, M. TSUBAKI, M. F. Proceedings of the fifteenth (2005) International offshore and polar engineering conference2005 12. KOSTKA, A. et al. Microstructure of friction stir welding of aluminium alloy to magnesium alloy. Scripta Materialia, v. 60, n. 11, p. 953 956, 2009. 13. COSTA, M. I. et al. Dissimilar friction stir lap welding of AA 5754-H22/AA 6082- T6 aluminium alloys: Influence of material properties and tool geometry on weld strength. Materials & Design, v. 87, p. 721 731, 2015. 14. GHOSH, M. et al. Optimization of friction stir welding parameters for dissimilar aluminum alloys. Materials & Design, v. 31, n. 6, p. 3033 3037, 2010. 15. KIMAPONG, K.; WATANABE, T. Lap Joint of A5083 Aluminum Alloy and SS400 Steel by Friction Stir Welding. Materials Transactions, v. 46, n. 4, p. 835 841, 2005. 16. FU, B. et al. Friction stir welding process of dissimilar metals of 6061-T6 aluminum alloy to AZ31B magnesium alloy. Journal of Materials Processing Technology, v. 218, p. 38 47, 2015. 17. KHODIR, S. A.; SHIBAYANAGI, T. Dissimilar Friction Stir Welded Joints between 2024-T3 Aluminum Alloy and AZ31 Magnesium Alloy. Materials Transactions, v. 48, n. 9, p. 2501 2505, 2007. 18. AMMOURI, A. H. et al. Relating grain size to the Zener-Hollomon parameter for twin-roll-cast AZ31B alloy refined by friction stir processing. Journal of Materials Processing Technology, v. 222, p. 301 306, 2015. 19. AMMOURI, A. H. et al. Mechanical and microstructural characterization of optimized friction stir welded twin roll cast az31b sheets. p. 1 6, 2014. 20. MAKSOUD, I. A.; AHMED, H.; RÖDEL, J. Investigation of the effect of strain rate and temperature on the deformability and microstructure evolution of AZ31 magnesium alloy. Materials Science and Engineering A, v. 504, n. 1 2, p. 40 48, 2009.