Sumário BLOCO ATUALIDADES... 2 ENTENDA A POLÊMICA SOBRE JERUSALÉM... 2 Donald Trump retoma a polêmica em torno de Jerusalém...

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Transcrição:

Sumário BLOCO 01.... 2 ATUALIDADES... 2 ENTENDA A POLÊMICA SOBRE JERUSALÉM... 2 Donald Trump retoma a polêmica em torno de Jerusalém... 2 Entendendo o assunto... 2 A história de Jerusalém... 2 A Jerusalém dos Hebreus evolução política... 2 Povos que conquistaram a região... 4 A expansão do Islamismo e a conquista de Jerusalém... 7 Jerusalém, sagrada para três religiões.... 8 As Cruzadas... 10 Domínio Turco Otomano... 10 Jerusalém após a Primeira Guerra Mundial... 11 Retirada britânica, declaração da independência de Israel e Guerras de Independência... 12 A Guerra dos Seis Dias... 13 Pontos para entender a disputa por Jerusalém... 14

BLOCO 01. ATUALIDADES ENTENDA A POLÊMICA SOBRE JERUSALÉM *Atenção: A aula a seguir não tenho cunho religioso ou político, também não tem como objetivo emitir juízos de valor. A questão será tratada sob a perspectiva histórica e as informações transmitidas visam o aproveitamento do assunto para provas e concursos. Abraços, Professor Júlio Raizer (professorjulioraizer@gmail.com) Donald Trump retoma a polêmica em torno de Jerusalém A decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de reconhecer oficialmente Jerusalém como capital de Israel inflamou os ânimos de países árabes e provocou uma onda de protestos pela Faixa de Gaza e Cisjordânia que já contabiliza mais de 750 feridos em apenas dois dias. Anunciada no dia 6 de dezembro, a medida foi duramente criticada por toda a comunidade internacional, incluindo União Europeia e o Vaticano, que temem um enfraquecimento das negociações de paz e uma escalada de violência na região. Na prática, o reconhecimento de Jerusalém como capital de Israel virá com a instalação da embaixada dos Estados Unidos na cidade. A história de Jerusalém Entendendo o assunto A Jerusalém dos Hebreus evolução política Várias explicações para sua origem: Cerâmicas indicam a ocupação de Ophel, dentro da atual Jerusalém, desde a Idade do Cobre, por volta do IV milênio a.c.. Alguns arqueólogos, acreditam que Jerusalém como cidade foi fundada pelos povos Semitas (descendentes de Sem) com assentamentos organizados em cerca de 2 600 a.c.. Segundo a tradição judaica, a cidade foi fundada por Sem e Eber, antepassados de Abraão Outros arqueólogos afirmam que Jerusalém foi fundada pelos hicsos, após estes terem sido expulsos do Egito por Tutmósis (ou Amósis) em 1 825 a.c..

Patriarcas: Ocupação do território, organização tribal, 12 tribos de Israel, surgimento da religião monoteísta, primeiras leis religiosas/civis Juízes: governo dos Profetas. Aplicação das leis, luta contra inimigos Monarquia: Saul luta contra os filisteus (povos da região) Davi Conquista Jebus (antiga Salém, e posteriormente Jerusalém, que significa cidade da paz ) e transforma a cidade recém renomeada, na capital do Reino de Israel. Davi reinou até 970 a.c. - Ele foi sucedido pelo seu filho Salomão. Salomão: Expandiu o comércio, ampliou domínios e construiu o Templo Sagrado no monte Moriá. Morreu por volta do ano 930 a.c.. Após a morte de Salomão (c. 930 a.c.), aconteceu o Cisma (divisão) do Reino de Israel (12 tribos) em dois reinos: Reino de Israel: Norte Formado por 10 tribos Economia: Comércio Capital: Samaria Religião: distanciamento dos valores religiosos dos seus ancestrais, por isso eram duramente criticados pelos seus vizinhos do sul. Reino de Judá Sul Formado por 2 tribos Economia: Pastoril Capital: Jerusalém

Religião: manutenção dos valores religiosos dos seus ancestrais, sendo os responsáveis pelos relatos mantidos pela tradição judaica, que dariam origem ao Torá (livro sagrado dos judeus) e o Velho Testamento (parte da Bíblia cristã) IMPORTANTE: A divisão do Reino de Israel em dois reinos (Israel e Judá), acabou enfraquecendo ambos. A região se tornou alvo, e sucumbiu ao longo da história, diante dos invasores estrangeiros. Povos que conquistaram a região Assírios A Assíria conquistou o Reino de Israel, em 722 a.c., Jerusalém foi fortalecida por um grande afluxo de refugiados provenientes do norte do reino. Babilônios

Os Babilônios venceram os Assírios, e conquistaram Judá e Jerusalém em 586 a.c. foram responsáveis pela destruição do Templo de Salomão, e também pelo cativeiro da Babilônia (levando Judeus habitantes do extinto Reino de Judá como cativos). Persas Os Persas venceram os Babilônios, e estenderam seus domínios sobre os povos conquistados (incluindo os judeus). Em 538 a.c., após cinquenta anos do exílio na Babilônia o Xá (rei) Ciro o Grande, ordena o retorno dos judeus à Judá e Jerusalém. Também ordena a reconstrução do Templo, que ficou conhecido como Segundo Templo de Salomão. Jerusalém retomou o seu papel de capital de Judá e centro de culto judaico. O reino porém, estava submetido aos persas. Macedônios Os Macedônios, comandados por Alexandre o, Grande conquistaram a Pérsia por volta de 330 a.c., bem como as regiões que os persas dominavam

Romanos Os Romanos conquistam a região em 63 a.c., quando, Pompeu invade e toma Jerusalém. Inicia-se assim a dominação romana. Nesse período, temos diversos reis que foram se sucedendo no comando do império. Depois de Pompeu, toma posse Júlio César (48-44 a.c.) que nomeou procuradores para cuidar da Palestina. A seguir toma posse Antônio (41-30 a.c.) que nomeou Herodes governador da Galileia e da Pereia. Por fim, o próprio Herodes (37-4 a.c.) foi nomeado pelo senado romano rei da Judeia. Durante o reinado de Herodes nasce Jesus, responsável pelo surgimento posterior da segunda religião monoteísta presente na região, o cristianismo. O rei Herodes estendeu seu poder além da Judeia. Seu governo foi extremamente repressor, era o braço forte do imperador Augusto de Roma. Logo que assumiu o comando, elimina os opositores e ele próprio nomeia os sumos sacerdotes. Sob Herodes, a área do Templo dobrou de tamanho. Herodes e seus descendentes até Agripa II permaneceram reisclientes (reinado permitido pelos romanos, sendo a região parte do Império Romano) da Judeia até 96 d.c.

O nascimento do Cristianismo Foi nesse contexto que nasceu a segunda religião monoteísta da região: o Cristianismo Jesus se autodenominava o messias que veio para libertar o povo judeu, cumprindo profecias antigas. A maioria dos judeus rejeitou sua mensagem, enquanto alguns judeus e também romanos, acreditaram no que dizia, e aceitaram Jesus como o cordeiro de Deus, que veio para expiar os pecados da humanidade. Diante da rejeição judaica, a ordem é para que a mensagem da salvação seja levada a todos os povos da terra, que aceitem Jesus como o Cristo, e assim recebam o presente da salvação. Nascia assim o cristianismo. A destruição de Jerusalém O domínio romano sobre Jerusalém e região sempre fora contestado. A região era considerada uma província rebelde do Império Romano, e sempre foco de muitas revoltas. Esse cenário contribuiu para que os Romanos destruíssem Jerusalém no ano 70 d.c. e provocassem a Diáspora Judaica (dispersão dos Judeus pelo mundo) A cidade permaneceu sob domínio romano, até cair sob domínio bizantino (Império Romano do Oriente Cristão). Durante o século IV (d.c.), o Imperador Constantino I construiu partes cristãs em Jerusalém, como a Basílica do Santo Sepulcro. Jerusalém atingiu o pico em tamanho e população. A cidade se estendia por dois quilômetros quadrados e tinha uma população de 200 mil pessoas. A partir de Constantino até o século VII, os judeus foram proibidos em Jerusalém. A expansão do Islamismo e a conquista de Jerusalém Expansão dos árabes e religião muçulmana entre os séculos VII e VIII:

Em 638 (século VII), o alargou a sua soberania para Jerusalém. Neste momento, Jerusalém foi declarada a terceira cidade mais sagrada do Islã após Meca e Medina. Com a conquista árabe, os judeus foram autorizados a regressão à cidade. Garantias políticas também permitiram aos cristãos a visitação dos seus lugares sagrados e a proteção dos visitantes. Durante as quatro próximas centenas de anos (até o ano 1099), a proeminência de Jerusalém foi diminuída pelos poderes árabes na região que brigavam pelo controle da cidade. Jerusalém, sagrada para três religiões. As fotos a seguir ajudam entender as referências sagradas existentes em Jerusalém:

As Cruzadas Em 1099, Jerusalém foi conquistada pelos Cruzados cristãos (provenientes da Europa). Os massacraram a maior parte dos habitantes muçulmanos e os resquícios dos habitantes judeus. A maioria dos cristãos foram expulsos e a maioria dos habitantes judeus já tinha fugido, no início de junho de 1099, a população de Jerusalém tinha diminuído de 70.000 para menos de 30.000. Os sobreviventes judeus foram vendidos na Europa como escravos ou exilados na comunidade judaica do Egito. Tribos árabes cristãs estabeleceram-se na destruída Cidade Velha de Jerusalém. Em 1187, a cidade foi arrancada da mão dos Cruzados por Saladino permitindo que os judeus e os muçulmanos pudessem voltar e morar na cidade. A dominação dos árabes sobre a cidade, permaneceu até o século XVI. Domínio Turco Otomano Em 1517, Jerusalém e região caiu sob domínio Turco Otomano, e assim ficou até 1917. Como em grande parte do domínio Otomano, Jerusalém permaneceu um provincial e importante centro religioso. No entanto, os turcos muçulmanos trouxeram muitas inovações: sistemas modernos de correio usado por vários consulados, o uso da roda para modos de transporte; diligências e carruagens, carroça, e a lanterna a óleo, entre os primeiros sinais de modernização da cidade.

Jerusalém após a Primeira Guerra Mundial Em 1917 após a Batalha de Jerusalém, o exército britânico, capturou a cidade. E, em 1922, a Liga das Nações confiou ao Reino Unido a administração da Palestina. De 1922 a 1948 a população total da cidade passou de 52.000 para 165.000, sendo dois terços de judeus e um terço de árabes (muçulmanos e cristãos). A situação entre árabes e judeus na Palestina não foi calma. O Holocausto (durante a Segunda Guerra Mundial) e a criação da ONU, em 1945, aceleraram a reinvindicação judaica para a criação de um Estado Judeu. A medida que o Mandato Britânico da Palestina foi terminando, o Plano de Partilha das Nações Unidas, de 1947 recomendou "a criação de um regime internacional, em especial na cidade de Jerusalém, constituindo-a como uma corpus separatum no âmbito da administração das Nações Unidas. Plano de Partilha da ONU

Retirada britânica, declaração da independência de Israel e Guerras de Independência Em 14 de maio de 1948, Israel proclamou sua independência. Menos de 24 horas depois, os exércitos normais do Egito, Jordânia, Síria, Líbano e Iraque invadiram o país, forçando Israel a defender a soberania que acabara de reconquistar em sua pátria ancestral. Na chamada Guerra de Independência de Israel, as recém-formadas e pouco preparadas forças de defesa de Israel (IDF) expulsaram os invasores em ferozes batalhas intermitentes, em um período que durou aproximadamente 15 meses e custou a vida de seis mil israelenses (quase 1% da população judaica do país na época). Durante os primeiros meses de 1949, negociações diretas foram realizadas sob os auspícios da ONU entre Israel e cada um dos países invasores (exceto o Iraque, que se recusou

a negociar com Israel), resultando em acordos de armistício que refletiam a situação ao final das disputas. A guerra levou ao deslocamento das populações árabe e judaica na cidade. Os 1.500 residentes do Bairro Judeu da Cidade Velha foram expulsos e algumas centenas tomados como prisioneiros quando a Legião Árabe capturou o bairro em 28 de maio. Moradores de vários bairros e aldeias árabes do oeste da Cidade Velha saíram com a chegada da guerra, mas alguns permaneceram e foram expulsos ou mortos. A guerra terminou com Jerusalém dividida entre Israel e Jordânia (então Cisjordânia). Em 1949, a assinatura de um Armistício criou uma linha de cessar-fogo que atravessava o centro da cidade. Arame farpado e barreiras de concreto separaram Jerusalém de leste a oeste. Após a criação do Estado de Israel, Jerusalém foi declarada a sua capital. A Jordânia anexou formalmente Jerusalém Oriental, em 1950, sujeitando-a à lei jordaniana, em uma atitude que só foi reconhecido pelo Paquistão. A Jordânia assumiu o controle dos lugares sagrados na Cidade Velha. Oposto aos termos do acordo, foi negado o acesso dos israelitas aos locais sagrados judaicos, muitos dos quais foram profanados, e apenas permitiram o acesso muito limitado aos locais sagrados cristãos. Durante este período, a cúpula da Rocha e a Mesquita de al-aqsa sofreram grandes renovações. A Guerra dos Seis Dias A Guerra dos Seis Dias: entre 5 e 11 de Junho de 1967. Foi desencadeada por Israel contra: Egito, Jordânia e Síria. Guerra Preventiva. Em consequência da guerra, Israel expandiu territorialmente, ocupando a Cisjordânia (que pertencia a Jordânia), a Faixa de Gaza e a Península do Sinai (Egito) e os Montes Golã (Síria). A parte da Cidade Antiga de Jerusalém (também chamada Jerusalém Oriental), tomada a 7 de junho por Israel à Jordânia, seria reunificada por Israel com a Cidade Nova, formando um único município sob jurisdição israelita. Em 1980, uma lei israelita declarou Jerusalém como capital eterna e indivisível de Israel, mas a ocupação de Jerusalém Oriental é considerada ilegal do ponto de vista do direito internacional, tendo sido condenada por uma resolução das Nações Unidas. Durante a Guerra dos Seis Dias, Israel ocupou Jerusalém Oriental e afirmou soberania sobre toda a cidade. No entanto, a aquisição de Jerusalém Oriental recebeu duras com críticas internacionais. Na sequência da aprovação da Lei de Jerusalém, que declarou Jerusalém "completa e unida", a capital de Israel, o Conselho de Segurança da ONU aprovou uma resolução que declarava a lei "uma violação do direito internacional" e solicitou que todas as os Estadosmembros retirassem suas embaixadas da cidade. O status da cidade, e especialmente os seus lugares sagrados, continuam a ser uma questão central no conflito palestino-israelense. Colonos judaicos ocuparam lugares históricos e construíram suas casas em terras confiscadas de palestinos, a fim de expandir a presença

judaica na parte oriental de Jerusalém, enquanto líderes islâmicos têm insistido que os judeus não têm qualquer laço histórico com Jerusalém. Os palestinos encaram Jerusalém Oriental como a capital do futuro Estado palestino e as fronteiras da cidade têm sido assunto de conversas bilaterais. Pontos para entender a disputa por Jerusalém Por que os Estados Unidos decidiram reconhecer a cidade? A transferência da embaixada dos Estados Unidos para Jerusalém e o reconhecimento da cidade como capital de Israel já eram previstos por uma lei aprovada no Congresso americano em 1995. A legislação determinava que a mudança deveria ser concretizada até maio de 1999, porém estabelecia a possibilidade de adiamento do prazo a cada seis meses em nome de interesses de segurança nacional americana, caso necessário. Todos os presidentes americanos se utilizaram da cláusula de adiamento desde então mesmo Donald Trump, em junho de 2017, decidiu adiar a mudança por mais um período. A nova data para determinar se a mudança ocorreria ou não expirou na última sexta, 1º de dezembro. Trump revelou ao mundo sua decisão na quarta-feira. O reconhecimento da cidade como capital israelense era uma promessa de campanha eleitoral. O republicano buscou honrar o compromisso com sua base eleitoral. Qual a importância da mudança de endereço da embaixada? A decisão de transferir a embaixada dos Estados Unidos de Tel-Aviv para Jerusalém só reforça o reconhecimento americano da cidade como capital israelense. A transferência tem um peso muito grande, é quase como anunciar o fim do status internacional de Jerusalém, diz Marcelo Suano, fundador do Centro de Estratégia, Inteligência e Relações Internacionais (CEIRI).

Os Estados Unidos serão a única nação a manter sua embaixada na cidade atualmente, porém o apoio internacional de uma das maiores potências mundiais poderia desequilibrar as conversas de paz entre Israel e palestinos. A decisão de Trump vai na contramão daquilo que foi estabelecido pela comunidade internacional nos últimos anos e poderia significar, inclusive, o fim da era de negociações entre os dois lados. Para o prefeito de Jerusalém, a mudança da embaixada será um processo simples, já que os Estados Unidos já possuem um Consulado-Geral na cidade e bastaria uma alteração do status da representação diplomática e a transferência do embaixador e de outros funcionários de Tel-Aviv. Suano, contudo, alerta para os altos custos e a complexidade do procedimento. A transferência deve demorar aproximadamente seis meses, pois envolve custos da mudança do corpo diplomático e custos de segurança, pois o ato de Trump pode desencadear uma nova intifada e atos terroristas de grupos como o Hamas, afirma. Informações na imprensa americana, contudo, dão conta de que os americanos planejam construir um novo edifício na cidade, adequado às suas necessidades políticas, de pessoal e de segurança. Se essa for a opção do país, a previsão é de que se leve pelo menos três anos até que a embaixada dos Estados Unidos deixe Tel -Aviv. Gostou? Siga nas redes sociais YouTube/Instagram e Facebook Professor Júlio Raizer Motivação Para Vencer.