UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE CENTRO DE EDUCAÇÃO E SAÚDE CURSO DE BACHARELADO EM FARMÁCIA Diversidade Vegetal No reino vegetal - cerca de 400.000 espécies. Como lidar com essa diversidade toda? Necessidade de organização TAXONOMIA VEGETAL (Sistemática Botânica) Profª Júlia Beatriz Pereira de Souza, DSc Disciplina: Farmacobotânica Cuité-PB Sistemática Vegetal - Botânica Sistemática Syn (gr) junto, com Histamay (gr) = colocado colocado junto No início... Observando a Biodiversidade Noção de espécie sistematização empírica Plantas para o sustento de acordo com o uso Tóxicas, medicinais, alimentos Taxonomia Vegetal - Botânica Taxonômica Taxi (gr) = ordenar, classificar Nomos (gr) = lei, norma normas de classificação Diversidade Vegetal necessidade de sistematização Critérios fácil utilização Semelhança de formas Interna e externa Níveis hierárquicos grau de uniformidade de suas características Correntes Filosóficas Importância FIXISMO Lineu (1701-1778) - O pai da Taxonomia Curvier (1769-1832) d Orbigny (1802-1857) CATASTROFISMO EVOLUCIONISMO Lamarck (1744-1829) Transformismo Darwin (1809-1882) Seleção Natural Comércio Fitossanitarismo Abastecimento d água Ornitologia Espec. Nutrição Animal MUTACIONISMO (1901) Farmacologistas - Farmacognostas 1
Ciências de Apoio Os Nomes Populares Anatomia Citologia Embriologia Fisiologia Fitogeografia Genética Ecologia Química Palebotânica Informática Fitoquímica Desenho, Fotografia, Tecnologia... Objetivos da Taxonomia Identificação Nomenclatura* * Código Internacional de Cymbopogon citratus Capim Santo Capim Cidreira Lippia alba Capim Cidrão Cidreira Os Nomes Populares Anador Identificação Reconhecimento de um determinado espécime como sendo semelhante Descrição existente Outra planta já identificada Independe de nome e classificação Artemisia vulgaris Pfaffia glomerata Mentha aquatica Estudos cuidadosos Nomenclatura Emprego correto dos nomes das plantas Código Internacional de Regras escolha do epíteto Sistemas de Os grupamentos podem ser feitos por diversos atributos: Obtenção de alimentos Morfologia Anatomia, etc Período Descritivo: A. C. D.C. Gênero ou FAMÍLIA? Nível hierárquico básico a partir do qual são agregados grupos afins Aristóteles Teofrastto Dioscóride Plínio Idade Média: Os Herbalistas 2
Período de Sistematização: Artificiais (morfológicos) Andrea CAESALPINO Jean & Gaspar BAUHIN Karl LINNÉ Naturais (Evolucionista) Antonine L. JUSSIEU Augustin P. De CANDOLE Sistemática Filogenética ou Cladística A diversidade de seres vivos é resultante de processos evolutivos e que esses processos ocorrem por anagênese e por cladogênese. As relações evolutivas entre os seres vivos são representadas por diagramas denominados cladogramas (clado = ramo), em que se destacam os pontos onde ocorreram os eventos cladogenéticos e se considera a anagênese como processo que origina as novidades evolutivas. A filogenia só pode ser reconstruída com base em caracteres derivados compartilhados. Anagênese: processo pelo qual um caráter surge ou se modifica numa população ao longo do tempo, sendo responsável pelas novidades evolutivas. Cladogênese: processo responsável pela ruptura da coesão inicial numa população, gerando duas ou mais populações que não mais se comunicam. 3
Filogenéticos As afinidades entre as espécies foram consideradas como reflexo de sua evolução. As teorias da evolução repousam no pressuposto de que formas primitivas de seres vivos deram origem a outras evoluídas Ex: O aparecimento de metabólitos de poliacetilenos e lactonas sesquiterpênicas no momento em que os predadores se tornaram mais adaptados aos iridóides de membros mais antigos (Cronquist, 1981) Principais Sistemas: EICHLER (1839-1887) Cryptogamae (s/ flores) Phanerogamae (c/ flores) ENGLER & PRANTL (1892) WETTSTEIN (1862-1931) TAKHATAJAN CRONQUIST Cryptogamae Avasculares Vasculares Phanerogamae Gymnospermae (s/frutos, sementes nuas) Angiospermae (c/fruto e semente int.) Thallophyta Bryophyta Pteridophyta Angiospermae Sistema de CRONQUIST A. Classe Magnoliopsida (Dicotyledoneae) I Subclasse: Magnoliidae - 06 Ordens II Subclasse: Hamamelidae 09 Ordens III Subclasse: Caryophycidae - 04 Ordens IV Subclasse: Dilleniidae - 12 Ordens V Subclasse: Rosidae - 04 Ordens VI Subclasse: Asteridae - 08 Ordens B. Classe Liliopsida (Monocotyledoneae) Dicotyledoneae Monocotyledoneae I Subclasse: Alismatidae - 04 Ordens II Subclasse: Arecidae - 04 Ordens IV Subclasse: Liliidae - 02 Ordens 4
Chaves de Identificação Chaves Indentadas Característica Espécie Capítulos c/ 4 flores (trepadeiras) Mikania. Papo de pêlos Eupatorium Papo de páleas Ageratum Capítulos c/ as todas flores vermelhas Emilia Papo sempre unisseriado Vernonia Chaves Emparelhadas 1. a) Flor actinomorfa 2 b) Flor zigomorfa Mohlana 2. a) Androceu até 5 estames 3 b) Androceu mais de 5 estames 5 3. a) Fruto baga Rivina b) Fruto aquênio 4 4. a) Aquênio globoso, muricato Microtea b) Aquênio alongado, c/apêndice Petiveria 5. a) Ovário unicarpelar, fruto sâmara 6 b) Ov. pluricarpelar, fruto baga Phytolaca 6. a) Perigônio 4 sépalas Gallesia Mikania Eupatorium Ageratum Emilia Vernonia b) Perigônio 5 sépalas Seguieria Exemplo de Identificação Tendo, pois, o Senhor Deus formado da terra todos os animais dos campos, e todos os pássaros dos céus, levou-os para o homem, para ver como ele os havia de chamar (Gêneses: 2, 19)...E Deus perguntou ao sertanejo: Qual o nome desta planta? Pau-de-colher respondeu o homem É um bom nome - Deus disse. E é por isso que o Pau-de-colher também é chamado Bomnome no sertão. (Sr. Inacinho, Itacuruba) Cronologia LINEU: 1736 Fundamenta Botanica 1737 Critica Botanica 1751 Philosophia Botanica 1753 Species Plantarum Augustin de Candolle (1778-1841): Théorie élémentaire de la Botanique (1813 ) Alphonse de Candolle (1806-1893): Lois de la Nomenclature Botanique (Código de Paris) (1867 ) Código de Nomenclatura Princípios (seis) Regras Recomendações Reino: Vegetal terminação Categorias Taxonômicas Categoria Divisão Ordem Família Táxon Magonliophyta, Briophyta Malvales, Rosales Araceae, Rutaceae 1905 Código Internacional de 5
Principais Categorias segundo o Código Internacional de Nomenclatura botânica Reino: Vegetal Terminação Divisão Magnoliaphyta Phyta Classe Magnoliopsida Opsida Ordem Asterales Ales Família Asteraceae aceae Gênero Acanthospermum Espécie A. hispidum Nomenclatura Binária 1. Nome genérico Substantivo ou palavra substantivada, singular, inicial maiúscula. Baseado em : a) Aparência b) Homenagens c) Nomes vernaculares lat. ou gr. d) Anagramas, etc. 2. Epíteto específico: a) Adjetivo b) Substantivo 3. Citação do autor Ex: Mimosa platycarpa Ducke Astronium urundeuva (Allemão) Engl. Sida hombifolia L Sistema de Lineu Nomes Duplos e escritos em Latim Reino TAXONOMIA Uso de categorias hierárquicas Filo Reino Classes Ordens Gênero Espécie Aumento rápido das descobertas biológicas Necessidade de agrupar os organismos Criação de novas unidades de classificação (ou taxons) Unidade básica do sistema atual - espécie. Classe Ordem Família Gênero Espécie Nomenclatura binomial Nomes Duplos e escritos em Latim Gênero letra maiúscula e Espécie minúscula Destaque do texto, normalmente itálico. Exemplo: Felis catus (gato doméstico). Felis silvestris (gato selvagem). Por causa da complexidade de certos grupos surgiu a necessidade de criarem-se subtipos: sub e super (subgênero, superordens...) Quando deseja-se fazer referência a várias espécies de um mesmo gênero pode-se grafar da seguinte forma: Felis sp. Ou Felis spp. Quando existe subespécies, o seu nome deve ser escrito depois da espécie com inicial minúscula, mesmo que seja nome de pessoa (Trinominal). Ex.: Homo sapiens sapiens. Quando existe subgênero, o seu nome deve ser colocado depois do nome do gênero, entre parênteses e deve ser sempre escrito com inicial maiúscula. Ex.: Anopheles (Nyssurhynchus) darling 6
O nome da família é formado acrescentando-se ao radical do gênero a terminação -idae e o da subfamília, acrescentando-se ao mesmo radical a terminação -inae. Ex.: Família trypanosomidae. Subfamília: Culinae. Alguns nomes científicos Abelha - Apis mellifera scutellata; Leão - Panthera leo; Girafa - Giraffa camelopardis; Urubu rei - Sarcorhamphus papa; Quando houver necessidade de indicar o autor que descreveu a espécie, fazemos logo após o nome científico sem nenhum destaque e colocando em seguida vírgula e a data da descrição. Ex.: Canis familiaris Lineu, 1758. Abacateiro - Persea americana; Abacaxi - Ananas comosus; Alho - Allium sativum; Bananeira - Musa paradisiaca; Hortelã - Mentha piperita; Herborização Processo de preparação do material coletado para ser preservado em uma coleção de plantas chamada HERBÁRIO. Preparo da Exsicata Planta seca herborizada e acondicionada em uma pasta ou folha de papel. Coleta de plantas que contenham: Estruturas reprodutivas como flores ou frutos Facilita a identificação. Plantas de pequeno porte, como ervas, são retiradas inteiras, inclusive com a raiz. Preparo da Exsicata Em arbustos ou árvores, devem ser cortadas porções terminais dos ramos com cerca de 30 cm, onde encontram-se as flores e os frutos. Os ramos ou folhas inteiras são colocados estendidos entre folhas de jornal e prensados. Preparo da Exsicata Levar o material para uma estufa de secagem para acelerar o processo. Se não for possível realizar a secagem em estufa, o jornal deve ser trocado todos os dias. Anexar dados de coleta (data da coleta, responsável, nome da planta, etc). 7
Preparo da Exsicata Herbário Depois de seca a planta deve ser fixada em um papelcartolina com fita adesiva, cola ou linha e agulha. À direita da exsicata, deve se anexar uma etiqueta contendo o nome científico, família, nome popular, local e data da coleta, nome do coletor e o nome do botânico que identificou. Coleção de espécimes vegetais mantidas em instalações apropriadas para conservação. Qualidades de um Herbário: Identificação correta Boa apresentação Boa conservação Procedimentos de Herbário Procedimentos de Herbário Coleta Prensamento Secagem Montagem Etiquetagem Fichamento Procedimentos de Herbário Fatores Determinantes da Ação das Plantas Ficha de Campo Hereditariedade Ambiente Externos Fatores que fazem variar a ação das plantas Clima Nutrição Ciclo Biológico Coleta Dessecação & Conservação Endógenos Espécie Variedades Tipos 8
Alcachofra O Ciclo Biológico Artemísia Higiene Coleta Contaminantes: Outras espécies Química Microbiológica Clima Período do dia Cynara scolymus Artemisia vulgaris Variação de princípios ativos do Thymus vulgaris L, conforme a época do Ano Secagem 60 50 p-cimeno carvacrol Tomilho 40 30 20 10 0 maio julho setembro outubro Em cordas Estantes de Secagem Estufas com Ar Circulante & Termostato 9
Rendimento X Secagem Moagem Condições % H 2 O Cinarina Ácido Caféico Estabilizada em Laboratório Flavo- nóides 86,1 0,50 0,12 +++ Estufa 25 0 C 11,0 0,44 0,12 ++ Estufa 40 0 C 9,6 0,42 0,16 ++ Estufa 60 0 C 9,2 0,22 0,18 + Preparação do Medicamento 10