Intervenção de terceiros Direito Processual Civil I Prof. Leandro Gobbo 1
Fundamento lógico e justificativa Art. 506. A sentença faz coisa julgada às partes entre as quais é dada, não prejudicando terceiros. (?) Limite subjetivo da coisa julgada. Possibilidade de que a esfera jurídica do terceiro seja atingida pela decisão judicial. Não se admite ingresso de terceiro alheio ao processo, cujos interesses não possam ser afetados. Prof. Leandro Gobbo 2
Quem são os terceiros? Terceiros são aqueles que não figuram como partes. Relembrando: quem são as partes de um processo? Giuseppe Chiovenda: conceito processual de parte. Quem pede e contra quem se pede. Prof. Leandro Gobbo 3
Como acontece a intervenção? Classificação conforme iniciativa do ingresso Intervenção voluntária Iniciativa do ingresso cabe ao próprio terceiro. Exemplo: assistência. Intervenção provocada Iniciativa do ingresso vem de uma das partes, que pede ao juiz que convoque o terceiro. Exemplos: denunciação da lide, chamamento ao processo, incidente de desconsideração da personalidade jurídica. Prof. Leandro Gobbo 4
Implicações da intervenção de terceiros Aquele que não figurava no processo passa a figurar. Pode adquirir a condição de parte ou atuar apenas como auxiliar de uma parte (assistência simples). Possível ampliação dos limites objetivos da lide (denunciação da lide, chamamento ao processo). Prof. Leandro Gobbo 5
Formas de intervenção de terceiros Formas típicas Assistência Chamamento ao processo Denunciação da lide Incidente de desconsideração da personalidade jurídica Outras formas Recurso de terceiro prejudicado Intervenção da União Intervenções fundadas em contrato de seguro [...] Amicus curiae Prof. Leandro Gobbo 6
Assistência aplicabilidade Terceiro tem interesse na vitória de uma das partes. Entra no processo para auxiliar uma das partes. A assistência é sempre voluntária. Prof. Leandro Gobbo 7
Assistência espécies Assistência simples Terceiro tem interesse jurídico que uma das partes vença. Terceiro não é titular da relação jurídica que está sendo discutida em juízo, mas de uma relação interligada. Exemplo: sublocação. Assistência litisconsorcial Terceiro é um dos (co)titulares da própria relação jurídica em discussão. Existe no campo da legitimidade extraordinária. Terceiro é litisconsorte facultativo unitário ulterior. Exemplo: condomínio. Prof. Leandro Gobbo 8
Poderes do assistente simples Lembrando: assistente simples não é titular da relação jurídica discutida em juízo. Atuação subordinada à do assistido: auxiliar da parte. Pode praticar todos os atos processuais que não contrariem a vontade do assistido. O assistente não pode praticar qualquer ato de disposição de direito. Prof. Leandro Gobbo 9
Poderes do assistente litisconsorcial Tem os mesmos poderes que o litisconsorte unitário. Atuação não é subordinada à do assistido: não há poder de veto. Pode praticar isoladamente os atos que sejam benéficos e o benefício se estenderá à parte. Atos desfavoráveis são ineficazes até em relação a si próprio, salvo se praticados em conjunto. Prof. Leandro Gobbo 10
Assistentes e coisa julgada Sentença de mérito que transita em julgado faz coisa julgada para o assistente litisconsorcial. Aquele que pode ingressar como assistente litisconsorcial sofrerá os efeitos da coisa julgada, intervindo ou não. Assistente simples é atingido de maneira indireta: não pode discutir a justiça da decisão em casos futuros. Justiça da decisão é a fundamentação, a verdade dos fatos que embasaram a sentença. Prof. Leandro Gobbo 11
Assistência ingresso no processo Assistente pode ingressar a qualquer tempo no processo. Requer o ingresso por meio de petição dirigida ao juízo. Partes só podem impugnar o cumprimento dos requisitos legais não podem recusar o ingresso. Estando presentes os requisitos, a assistência é deferida. Prof. Leandro Gobbo 12
Denunciação da lide Todas as hipóteses de denunciação estão associadas ao direito de regresso. Pode ser provocada tanto pelo autor como pelo réu. Tem natureza jurídica de ação, mas não cria novo processo. Prof. Leandro Gobbo 13
Denunciação da lide cabimento Hipóteses de cabimento: Evicção: adquirente tem direito de regresso contra o alienante. Direito de regresso decorrente de lei ou contrato. Abrange os demais. Exemplo: contrato de seguro. Prof. Leandro Gobbo 14
Denunciação da lide procedimento Pelo réu: Feita no prazo de contestação. Pelo autor: Feita na petição inicial. Sentença conjunta Denunciado pode impugnar o denunciante quanto ao direito de regresso e a parte adversária quanto ao mérito. Prof. Leandro Gobbo 15
Chamamento ao processo Intervenção relacionada à solidariedade e fiança. Traz à lide coobrigados que contraíram a obrigação e não foram demandados. Ação poderia ter sido proposta contra os chamados. Prof. Leandro Gobbo 16
Chamamento ao processo característica e posição dos chamados É sempre facultativa. Há litisconsórcio passivo. Os chamados tornam-se (cor)réus. Não há prejuízo do direito de opção do autor/credor, já que em caso de procedência terá à sua disposição o patrimônio de todos os réus (será que não há prejuízo?). Prof. Leandro Gobbo 17
Chamamento ao processo hipóteses de cabimento Fiador demandado chama o devedor principal. Fiador demandado chama os demais fiadores. Devedor demandado chama os devedores solidários. Prof. Leandro Gobbo 18
Chamamento ao processo benefício de ordem Benefício de ordem é direito exercitável somente na fase de execução. Portanto: É possível ajuizar ação de cobrança apenas contra o fiador. Benefício de ordem na fase executiva requer que tenha sido feito o chamamento ao processo do devedor. Não se admite ajuizamento de ação de execução apenas contra o fiador que possui benefício de ordem. Prof. Leandro Gobbo 19
Chamamento ao processo procedimento Regras procedimentais da denunciação da lide requerida pelo réu, eis que o chamamento do processo só pode ser feito pelo réu. Pedido formulado no prazo de contestação. Forma-se litisconsórcio facultativo simples no polo passivo. Prof. Leandro Gobbo 20
Chamamento ao processo para prestação de alimentos Forma específica de chamamento ao processo. O dever de prestar alimentos é divisível. O devedor demandado em alimentos pode chamar ao processo os coobrigados de mesmo grau ou os de grau imediato. Prof. Leandro Gobbo 21
Amicus Curiae Novo CPC Depende da relevância da matéria, especificidade do tema objeto da demanda ou repercussão social da controvérsia. Provocada ou voluntária. Interesse e relevância social. Participação democrática. Prof. Leandro Gobbo 22
Incidente de desconsideração da personalidade jurídica Novo CPC Instaurado a pedido da parte ou do MP. Se requerido na petição inicial, não é necessário o incidente, sócios são citados. Deve preencher os pressupostos legais específicos para desconsideração da personalidade jurídica. Requisito objetivo: insuficiência patrimonial do devedor Requisito subjetivo: desvio de finalidade ou confusão patrimonial. Prof. Leandro Gobbo 23
Dúvidas? Questões? Seu rato Jerry comeu seu trabalho? Manda o PowerPoint? Facebook: Professor Leandro Gobbo www.facebook.com/professorleandrogobbo Prof. Leandro Gobbo 24