Apresentação. Ronir Raggio Luiz Claudio José Struchiner



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Transcrição:

Apresentação Ronir Raggio Luiz Claudio José Struchiner SciELO Books / SciELO Livros / SciELO Libros LUIZ, RR., and STRUCHINER, CJ. Inferência causal em epidemiologia: o modelo de respostas potenciais [online]. Rio de Janeiro: Editora FIOCRUZ, 2002. 112 p. ISBN 85-7541-010-5. Available from SciELO Books <http://books.scielo.org>. All the contents of this chapter, except where otherwise noted, is licensed under a Creative Commons Attribution-Non Commercial-ShareAlike 3.0 Unported. Todo o conteúdo deste capítulo, exceto quando houver ressalva, é publicado sob a licença Creative Commons Atribuição - Uso Não Comercial - Partilha nos Mesmos Termos 3.0 Não adaptada. Todo el contenido de este capítulo, excepto donde se indique lo contrario, está bajo licencia de la licencia Creative Commons Reconocimento-NoComercial-CompartirIgual 3.0 Unported.

Apresentação Este livro tem sua origem na dissertação de mestrado em estatística desenvolvida por Ronir Raggio Luiz no Instituto de Matemática da Universidade Federal do Rio de Janeiro, tendo surgido do fascínio comum entre orientado e orientador pelos desafios da pesquisa biomédica e da epidemiologia. Ambos vislumbramos na inferência causal um tema que respondesse às nossas inquietações sobre a lógica da investigação científica. A proposta, aqui, é apresentar a contribuição da estatística para a discussão sobre causalidade, por meio do modelo de respostas potenciais proposto por Rubin. Apesar da aridez do tema, procuramos traduzir para o leitor interessado, tipicamente um epidemiologista, questões presentes apenas em artigos científicos, e relacionadas operacional e conceitualmente a uma investigação causal. Nosso objetivo é oferecer ao pesquisador da área médica uma ponte entre a estatística e os aspectos causais da investigação epidemiológica. Se, de um lado, um estatístico tradicionalmente se esquiva quando confrontado com uma questão causal, de outro, um epidemiologista não tem contato com a noção estatística de causa. A palavra traduzir se aplica também em seu sentido original, na medida em que, até aonde vai nosso conhecimento, não há textos em português sobre o tema. Este volume está estruturado em três capítulos. Na Introdução, convidamos o leitor a se envolver com o tema. No capítulo 1 oferecemos um panorama da discussão de causalidade em epidemiologia e no capítulo 2 11

desenvolvemos a teoria propriamente dita do modelo de respostas potenciais, explorando o papel do mecanismo de designação de tratamento. O tópico intitulado Inferência Estatística é um pouco mais árido, mas sua leitura pode ser deixada de lado num primeiro momento sem comprometimento da essência do assunto. No capítulo 3 procuramos relacionar a teoria exposta a conceitos epidemiológicos, particularmente os de validade e confundimento. Por fim, na Conclusão discutimos as principais implicações do conteúdo apresentado. Em síntese, o modelo causal apresentado é um modelo construído sob uma ótica contrafactual, em que a variável resposta é, na realidade, um vetor de respostas potenciais, com dimensão dada pelo número de tratamentos considerados. A lógica subjacente a esse modelo é a busca dos efeitos de causas postuladas, e não o inverso, isto é, a busca das causas de efeitos observados. Essa mudança de caminho, apesar de revolucionária, não é nova nem originariamente própria à estatística. Conta-se que Albert Einstein, quando professor da Politécnica de Zurique, causou verdadeiro escândalo entre seus colegas ao afirmar que o princípio básico de toda a ciência superior era priori-dedutivo, e não posteriori-indutivo. Em outras palavras, o homem deve focalizar a causa e daí partir para os efeitos. Um ponto que merece destaque quanto ao conteúdo do livro é a superação da até então incômoda interface da estatística com a noção de causa. Assim, sustentados na retórica estatística segundo a qual correlação não implica causalidade, e apesar do reconhecimento geral de que um experimento randomizado bem planejado pode fornecer poderosa ajuda na investigação de relações causais, os estatísticos abstiveram-se de pensar em causalidade de forma mais específica e audaciosa. Esse fato é sutilmente evidenciado por Oscar Kempthorne, um dos maiores estatísticos do século XX, recentemente falecido, quando apresenta a questão do que seja um conceito viável de causa. A substituição do foco da questão causal de 12

uma definição epistemológica para a mensuração de efeitos causais parece ser uma importante estratégia que os estatísticos encontraram para prestar a sua contribuição ao tema. Por fim, vale a pena enfatizar a oportunidade do tema proposto, que deve ir além dos interesses da epidemiologia e da estatística, para ser percebido também como estratégico para o desenvolvimento da área da saúde pública de forma mais geral. Os Autores 13

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