8. Camada de Adaptação ATM (I.362, I.363)



Documentos relacionados
ATM Asynchronous Transfer Mode. ATM Modelo Protocolar de Referência

O nível Transporte nas redes ATM

Redes WAN. Redes de Longa Distância Prof. Walter Cunha

REDES DE COMPUTADORES II. Ricardo José Cabeça de Souza

Voz sobre ATM. Prof. José Marcos C. Brito

5. Camada ATM (I.361)

Redes de Computadores II. Módulo 1 Introdução e a camada de enlace

Interconexão ATM x Frame relay. Prof. José Marcos C. Brito

Nível de Enlace. Nível de Enlace. Serviços. Serviços. Serviços. Serviços. Serviços oferecidos os nível de rede

Márcio Leandro Moraes Rodrigues. Frame Relay

Camada de Transporte. Protocolos TCP e UDP

Redes de Computadores

Sistemas de Telecomunicações I

Frame Relay. Serviços de Suporte em Modo Trama FEUP/DEEC/RBL 2005/06. José Ruela. Serviços de Suporte em Modo Trama

Rede Digital com Integração de Serviços de Banda Larga ATM Asynchronous Transfer Mode

Sistemas de Telecomunicações II. Modo de Transferência Assíncrono

REDES DE COMPUTADORES II. Ricardo José Cabeça de Souza

Nível de Enlace. Nível de Enlace. Serviços. Serviços oferecidos os nível de rede

Multimédia, Qualidade de Serviço (QoS): O que são?

Porta Série. Trabalhos Práticos AM 2007/2008. Porta Série. Objectivos

Redes de Computadores I Licenciatura em Eng. Informática e de Computadores 1 o Semestre, 26 de Outubro de o Teste A

ATM. Redes de Longa Distância Prof. Walter Cunha

Redes de Computadores. Camada de Transporte

16.36: Engenharia de Sistemas de Comunicação Aula 14: Códigos cíclicos e detecção de erros

Camada de Ligação de Dados

Quadro de consulta (solicitação do mestre)

Introdução ao Frame Relay. Prof. José Marcos Câmara Brito Inatel - 05/99

Redes TCP/IP. Prof. M.Sc. Alexandre Fraga de Araújo. INSTITUTO FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO Campus Cachoeiro de Itapemirim

Redes de Banda Larga ATM (Resumo)

Redes de Computadores

Codificação de Canal

WATCHDOG ELITE NTC OPÇÃO DE COMUNICAÇÕES SERIAIS

Aula 4. Pilha de Protocolos TCP/IP:

Protocolo IP (Internet Protocol) Características do

Redes Locais. Prof. Luiz Carlos B. Caixeta Ferreira

3 Qualidade de serviço na Internet

Introdução. Algumas terminologias. Camada de Enlace de Dados. Prof. Leandro Pykosz

Funções específicas de cada camada do modelo OSI da ISO.

Aula 6 Modelo de Divisão em Camadas TCP/IP

TP 318 Introdução às Redes Multimídia

UNIDADE II. Fonte: SGC Estácio e João Bosco M. Sobral

Capítulo 5: EVOLUÇÃO DAS REDES

Tratamento de erros. Escola Superior de Tecnologia e Gestão Instituto Politécnico de Bragança Abril de 2006


Sinal analógico x sinal digital. Sinal analógico. Exemplos de variações nas grandezas básicas. Grandezas básicas em sinais periódicos

Redes de Computadores. Trabalho de Laboratório Nº7

Arquitetura TCP/IP. Parte VI Entrega de pacotes sem conexão (IP) Fabrízzio Alphonsus A. M. N. Soares

Qualidade em Servicos de Rede Prof. Eduardo Maronas Monks Roteiro de Laboratorio Camada de Transporte Parte II

Sistema de Numeração e Conversão entre Sistemas. Prof. Rômulo Calado Pantaleão Camara. Carga Horária: 60h

REDES DE COMPUTADORES. Detecção e Correção de Erros

UNIVERSIDADE DA BEIRA INTERIOR Faculdade de Engenharia Departamento de Informática

BARRAMENTO DO SISTEMA

Comunicação de dados. Introdução

Transporte de dados multimédia em Redes de Sensores Sem Fios

4 Arquitetura básica de um analisador de elementos de redes

4. Protocolos Teóricos e Protocolos de Controlo de Ligação Protocolos ARQ; Especificação de Protocolos; Eficiência ARQ.

Controle de Erro em Redes de Computadores

2 Controle de Congestionamento do TCP

Redes de Computadores

11. VOZ SOBRE IP. VoIP. 25 Capitulo 11

Descobertas do electromagnetismo e a comunicação

Redes de Computadores 3ª Colecção Exercícios diversos 16 de Dezembro de 2005 Spanning Tree, Protocolo IP, Encaminhamento em redes IP e Cam.

Rede de Computadores II

Protocolos Multimídia. Alunos: Roberto Schemid Rafael Mansano

Erros e Protocolos de Recuperação Códigos detectores e correctores de erros.

REDES DE COMPUTADORES II. Ricardo José Cabeça de Souza

Desempenho. Prof. Thiago Nelson

Redes de Computadores II

REDE EM BARRENTO UTILIZANDO O MÉTODO DE ACESSO CSMA-CD ETHERNET

REDES DE COMPUTADORES I 2007/2008 LEIC - Tagus-Park TPC Nº 1. Avaliação sumário da matéria do capítulo 1

I. ENVIO DE INFORMAÇÃO. 3. No preenchimento dos registos dos ficheiros de transmissão devem ser adoptadas as seguintes regras gerais:

Copyright 2013 VW Soluções

Arquitetura de Redes: Camadas de Protocolos (Parte II)

Redes de Computadores

Camada Transporte Parte 2. Prof. Dr. S. Motoyama

Comunicação de Dados

FAÇA FÁCIL: DRIVER IGS PARA COMUNICAÇÃO DE PROTOCOLOS PROPRIETÁRIOS INTRODUÇÃO

Sistemas Distribuídos

Guia de Estudo Folha de Cálculo Microsoft Excel

Módulo 8 Ethernet Switching

Componentes básicos de um sistema computacional. Cap. 1 (Stallings)

6.4 Tecnologias de Redes Alargadas

Redes de computadores e a Internet. Capitulo 4. Capítulo. A camada de rede

Redes de Computadores I ENLACE: PPP ATM

ICORLI. INSTALAÇÃO, CONFIGURAÇÃO e OPERAÇÃO EM REDES LOCAIS e INTERNET

Arquitetura de Redes de Computadores - aula 3

Controle de Tráfego e. Introdução. Controle de Congestionamento. Objetivos. Objetivos. Funções Genéricas CAC

RAID Redundat Arrays of Inexpensive Disks

UNIDADE II. Fonte: SGC Estácio e João Bosco M. Sobral

Controle de Congestionamento em TCP Parte 2. Prof. Dr. S. Motoyama

Conceitos Básicos de Telefonia Celular

Redes de Computadores

Jones Bunilha Radtke. Tarefas:

Redes de Computadores II Prova 3 13/07/2012. Nome:

TCP - multiplexação/demultiplexação

Fabio Bento

Transcrição:

8. Camada de Adaptação ATM (I.362, I.363) A camada ATM apresenta as seguintes características de serviço: - independência temporal da aplicação - independência semântica da aplicação No fluxo de células ATM verifica-se o seguinte: - não há informação precisa sobre o relógio de serviço - variação do tempo de atraso ( jitter ) devido às filas de espera no acesso e na rede - não há informação sobre os limites da unidade de dados da aplicação - células podem-se perder devido a congestão na rede ou erros não corrigidos no cabeçalho - células podem ser inseridas devido a erros não corrigidos no cabeçalho - erros de transmissão podem ocorrer, afectando um conjunto de bits. A camada de adaptação (ATM Adaptation Layer-AAL) tem de reestabelecer, a partir do serviço da camada ATM, um fluxo de dados capaz de satisfazer os requisitos das camadas superiores. Os protocolos AAL são dependentes da aplicação. 1

8.1. Classificação dos serviços para a AAL Classe A Classe B Classe C Classe D Relação temporal Existe Não existe Ritmo Constante Variável Modo de conexão CO CL Exemplos: Classe A: emulação de circuitos Classe B: vídeo de ritmo variável Classe C: transferência de ficheiros Classe D: transferência de mensagens sem conexão 2

8.2. Subcamadas da AAL Subcamada de segmentação e reassemblagem (SAR) As principais funções da subcamada SAR (Segmenting and Reassembly) são: segmentar as unidades da informação da camada acima numa dimensão adequada para o campo de informação da célula reassemblar o conteúdo dos campos de informação das células em unidades de informação da camada acima. O cabeçalho/cauda da SAR-PDU pode conter informação sobre: número de sequência começo e final da AAL-SDU nível de enchimento do campo de informação protecção contra erros no campo de informação 3

8.3. Tipos de AAL Estão definidos quatro tipos de AAL: AAL 1, AAL 2, AAL 3/4 e AAL 5. AAL 1 CS a CS b... CS k AAL 2 CS a CS b... CS l AAL 3/4 CS a CS b... CS l AAL 5 CS a CS b... CS m SAR 1 SAR 2 SAR 3/4 SAR 5 Nalguns serviços a CS pode não existir AAL 1 é utilizada para serviços da classe A. AAL 3/4 é utilizada para serviços da classe D. AAl 5 é utilizada para serviços das classes C e D. AAL 2 é utilizada para serviços da classe B. 4

8.4 AAL1 8.4.1 SAR em AAL1 Funções da subcamada SAR i) Mapeamento entre CS-PDU e SAR-PDU ii) Indicação da existência de uma função especifica em CS iii) Numeração de sequência iv) Protecção contra erros no cabeçalho Estrutura da SAR-PDU cabeçalho SN C S I SC SNP payload 1 3 4 47 x 8 Bits 5

CSI (Convergence Sublayer Indication): transporta uma indicação específica de CS SC (Sequence Count): varia de 0 a 7 SNP (Sequence Number Protection): protege o cabeçalho SN (Sequence Number): conjunto de CSI e SC O polinómio gerador para SNP é: x 3 +x+1 com um bit de paridade adicional. O SNP Campo CRC (3 bits) Bit de paridade par 6

O receptor pode funcionar em modo correcção ou detecção. O estado inicial é o modo correcção. Não há erros (SN válido) Não há erros (SN válido) Modo correcção Modo detecção Erros detectados (SN inválido) 1 bit errado detectado (SN válido após correcção) Erros múltiplos detectados (SN inválido) 7

Operações no Modo Correcção Sindroma CRC Paridade Acção no SN+SNP currente Próximo Estado Zero Não há violação Não há acção correctiva. SN é válido Continua no Modo Correcção Não-Zero Violação Correcção de um bit basedo no sindroma. SN é válido Zero Violação Corrige o bit de paridade. SN é válido Muda para o Modo Detecção Muda para o Modo Detecção Não-zero Não há violação Não há acção correctiva: erros múltiplos não são corrigíveis. SN é inválido Muda para o Modo Detecção Operações no Modo Detecção Sindroma CRC Paridade Acção no SN+SNP currente Próximo estado Zero Não há violação Não há acção correctiva. SN é válido Muda para o Modo Correcção Não-Zero Violação Não há acção correctiva. SN é inválido Zero Violação Não há acção correctiva. SN é inválido Continua no Modo Detecção Continua no Modo Detecção Não-zero Não há violação Não há acção correctiva. SN é inválido Continua no Modo Detecção 8

Transmissão (SAR) Recepção (SAR) CSI SN + SNP SC 3 Calcular SNP 8 Formar SAR-PDU Payload 47x8 SN CSI Detecção/ Correcção Resultado CRC Processamento SAR-PCI 8 SC 3 Status Resultado bit paridade SAR-PDU SAR-PDU payload 47x8 ATM-SDU ATM-SAP ATM-SDU ATM-SAP 9

Funções de mapeamento em AAL1 FONTE RECEPTOR Camada Superior Unid. de info n Unid. de info 1 Unid. de info 2 Unid. de info 1 Unid. de info n-1 Unid. de info n Processamento CS Processamento CS CS AAL1 SAR-PDU payload SAR-PDU payload SAR SAR-PDU cabeçalho SAR-PDU payload SAR-PDU cabeçalho SAR-PDU payload Camada ATM Cabeçalho Campo de informação Cabeçalho Campo de informação Camada Física 10

8.4.2 CS em AAL1 Funções CS em AAL1 - Formação da SAR-PDU payload ( blocking ) e função inversa ( deblocking ). - Compensação da variação do tempo de atraso (CDV). - Manuseamento do atraso de assemblagem do pacote, por enchimento parcial da célula. - Processamento de nº de sequência. - Geração e análise de CSI. - Recuperação do relógio. - Detecção/Correcção de erros no campo de informação. Existem CS específicos para: emulação de circuitos, transporte de vídeo, transporte de áudio de alta qualidade e transporte de voz. 11

Processamento da sequência de células a) N - 3 N - 2 N - 1 N + 1 N + 2 N + 3 Célula perdida b) N - 3 N - 2 N - 1 X N + 1 N + 2 Erros no SN c) N - 3 N - 2 N - 1 Y N N + 1 Célula mal inserida d) N - 3 N - 2 N - 1 N N N + 1 Célula "dupla" (mal inserida) e) N - 3 N - 2 N - 1 N Y Y+1 Perda de múltiplas células 12

As funções de CS diferem para os vários serviços CBR suportados: emulação de circuitos, telefonia, áudio de alta fidelidade e vídeo. Exemplo para adaptação de distribuição de áudio de alta fidelidade Na emissão: i) CS recebe unidades de informação de comprimento constante da camada superior, em que cada unidade de informação é uma amostra de áudio. Admitese amostras de 16 bits de cada canal estereofónico da fonte. ii) CS protege as unidades de informação contra erros no transporte. Adiciona a cada unidade um número de bits para correcção de erros. Admite-se um código de Hamming modificado que adiciona 6 bits a cada 16 bits da unidade de informação, permitindo a correcção de 1 bit errado e a detecção de 2 bits errados. iii) CS utiliza um mecanismo de entrelaçamento de bits, para poder recuperar células perdidas no transporte. 13

0 1 2 3... 374 375 0 SL 0 0 SR 0 0 SL 1 0 SR 1 0 SL 187 0 SR 187 0 1 SL 0 1 SR 0 1 SL 1 1 SR 1 1 SL 187 1 SR 187 1... 21 SL 0 21 SR 0 21 SL 1 21 SR 1 21 SL 187 21 SR 187 21 SLi j bit j da amostra i do canal esquerdo i j A matriz de entrelaçamento é escrita coluna a coluna e lida linha a linha. Na recepção: i) Se uma célula perdida é detectada, insere-se uma SAR-PDU payload com dados arbitrários. ii) Reconstrói-se a matriz de entrelaçamento. iii) Lê-se a matriz coluna a coluna (22 bits). iv) Activa-se o processamento de correcção de erros para cada coluna. 14

v) passa-se a informação (16 bits) para a camada superior. vi) Utiliza-se um método adaptativo para recuperação de relógio e compensação da variação de atraso. Exemplo para adaptação de distribuição de video É usado uma combinação de FEC com entrelaçamento de octetos. FEC usa um código de Reed Solomon (128, 124), capaz de corrigir até 2 octetos errados no bloco de 128 octetos. Adiciona-se 4 octetos a cada 124 octetos recebidos da camada acima. 15

0 1 0 1 127 1 octeto... CS-PDU 46 Matriz de entrelaçamento com 47 x 128 octetos = 6016 octetos Na emissão é escrita linha a linha e lida coluna a coluna. Na recepção o processo é o inverso. O bit CSI é colocado a 1 na primeira SAR-PDU payload da matriz. Este método provoca um atraso de transmissão suplementar devido ao tempo de preenchimento da matriz. 16

Modo de Transferência de Informação Estruturada De acordo com ITU-T I.363.1 a sub-camada CS suporta qualquer estrutura fixa baseada em octetos para a transferência de dados estruturados. Quando a dimensão da estrutura é superior a um octeto, a CS utiliza um apontador para marcação do bloco estruturado. 17

De acordo com ITU-T I.363.1 a sub-camada CS suporta qualquer estrutura fixa baseada em octetos para a transferência de dados estruturados. Quando a dimensão da estrutura é superior a um octeto, a CS utiliza um apontador para marcação do bloco estruturado. a) Formato não-p: Quando a dimensão do bloco é 1 octeto. Contador sequencial no cabeçalho do SAR-PDU tem os valores 1, 3, 5 ou 7. b) Formato P: Para dimensões superiores a 1, o protocolo SDT recorre à utilização de apontadores, de modo a fornecer informação sobre a dimensão do bloco SDT uma vez em cada 8 SAR-PDU, correspondendo a um ciclo do contador sequencial. Contador sequencial no cabeçalho do SAR-PDU é 0, 2, 4, ou 6. 18

O campo Offset do apontador contém o valor em binário do número de octetos entre o fim do apontador e o início do próximo bloco estruturado. O offset está compreendido entre 0 e 93 inclusive. O valor 93 correspondente aos 46 octetos do payload do SAR-PDU corrente somado aos 47 octetos do payload do SAR-PDU seguinte. O valor de 127 é usado para indicar que o limite do bloco estruturado não se encontra no SAR-PDU corrente nem no seguinte. O formato P é utilizado uma vez em cada ciclo, onde um ciclo corresponde a uma sequência de 8 SAR-PDUs consecutivos, com valores de contador entre zero e sete. O formato P é usado na primeira oportunidade num ciclo para apontar o início da fronteira do bloco estruturado. Caso num ciclo não exista o início ou fim de um bloco estruturado, então o formato P com o valor de 127 no apontador é utilizado na última oportunidade num ciclo, ou seja no contador sequencial com o valor de 6. Se o início de uma estrutura de um bloco não está presente num ciclo, mas coincide com o início do próximo ciclo, então o formato P com um valor de offset de 93 é usado no SAR-PDU com o valor sequencial de 6. Neste caso, o formato P com o offset de 0 é usado no SAR-PDU com o valor sequencial de 0, no próximo ciclo. 19

Exemplo da utilização do método de transferência de informação estruturada para o transporte de blocos de 40 octetos: 20

Recuperação do Relógio da Fonte A recuperação do sinal de relógio da fonte é um mecanismo da camada CS necessário no transporte de serviços CBR através de uma rede baseada no modo de transferência ATM: Pequenas diferenças na velocidade de transmissão que existem entre o relógio do emissor e o do receptor; Natureza estatística da rede ATM, que introduz uma componente de jitter (alta frequência) e wander (baixa frequência) no atraso de transmissão da célula através da rede, que tem uma influência negativa no desempenho de determinados serviços, em particular nos serviços CBR. A principal função dum sistema de recuperação de relógio é gerar um relógio de serviço idêntico ao relógio usado pelo transmissor, o que significa um relógio com a mesma frequência instantânea, isto é, a mesma evolução temporal, respeitando as máximas variações que se encontram definidas internacionalmente. 21

As técnicas principais são as seguintes: Utilização de um relógio muito preciso (e dispendioso) no receptor, com uma frequência muito próxima da utilizada pelo emissor, contudo este método implica a perda de dados periodicamente devido aos desvios entre os dois relógios; Métodos Adaptativos: utilização de estimativas da frequência do relógio emissor com base no ritmo de chegada de informação ao receptor. Estes métodos não necessitam de relógio comum entre a fonte e o destinatário. Métodos de Time Stamp: utilização de um relógio preciso sofrendo correcções periódicas com base em informação temporal transportada nas células ATM. Estes métodos necessitam de um relógio comum de referência na fonte e no destino (e.g. O relógio da rede). 22

Métodos Adaptativos: Média deslizante baseada nos últimos N períodos de chegada de célula Baseada nos N últimos períodos de chegada de célula guardando-os em N registos, apenas se descartando do valor do período de chegada mais antigo a cada ciclo do relógio de amostragem, armazenando o último valor obtido no Registo 1 enquanto todos os restantes são transferidos para o Registo i + 1; Média deslizante interactiva com o último período de chegada de células Apenas dois registos, um que guarda o último valor do período de chegada determinado e outro para registar o último valor do período de leitura calculado, tendo o primeiro um peso unitário no cálculo da média deslizante e o segundo um peso (N-1) muito superior. 23

Função do nível de enchimento da FIFO - variação linear Algoritmo simples que depende directamente da variação linear do nível de enchimento da FIFO em torno do seu ponto médio Função do nível de enchimento da FIFO - variação nãolinear. Funcionamento não-linear nas situações em que a FIFO se encontra quase-cheia ou quase-vazia. O tempo de reacção do algoritmo é acelerado. Ao diminuir drásticamente a velocidade de leitura da FIFO evita o seu esvaziamento (underflow) e ao aumentar muito rapidamente o débito de leitura dos dados do buffer de informação garante o nãoenchimento (overflow) do mesmo. Saliente-se a grande dificuldade que este método levanta pois torna muito díficil o respeito dos limites impostos ao jitter e ao wander de saída do sistema. 24

Métodos de Time Stamp: É efectuado um ajuste periódico da frequência do relógio receptor com base em informação temporal enviada pelo emissor. O método Time Stamp mais conhecido e escolhido pelo ITU-T foi o SRTS - Synchronous Residual Time Stamp que se encontra descrito na Rec. I.363. O método SRTS usa o Residual Time Stamp (RTS) para obter a informação conveniente sobre a diferença de frequência entre o relógio comum de referência que se obtem da rede e o relógio de serviço. Considera-se que o mesmo relógio derivado da rede encontra-se disponível tantonotransmissor comono receptor. O método SRTS consegue corresponder às especificações do jitter da hierarquia 2,048 Mbit/s contidas na Rec. G.823. 25

O método SRTS será descrito com o recurso à seguinte nomenclatura: fs - frequência do relógio de serviço; fn - frequência do relógio da rede, por exemplo 155,52 MHz; fnx -frequência do relógio derivado da rede, fnx = fn/x, onde x é um inteiro a definir; N - período do RTS em ciclos do relógio de serviço de frequência fs; T - período do RTS em segundos; M (Mnom, Mmax, Mmin) - número de ciclos fnx com um período RTS (nominal, máximo,mínimo); Mq - o maior inteiro menor ou igual a M. 26

27

No Emissor: 28

Exemplifica-se o funcionamento do método SRTS considerando que o serviço tem a frequência nominal de 2,048 MHz e que varia entre 2.045 MHz e 2.051 MHz, e que Tsn = 3008/fs e Tnx = 65/fn. fs 2045 MHz 2046 MHz 2047 MHz 2048 MHz 2049 MHz 2050 MHz 2051 MHz Tsn/Tnx 3519 3517 3515 3514 3512 3510 3509 Hexadecimal 0DBF 0DBD 0DBB 0DBA 0DB8 0DB6 0DB5 29

Os 4 bits do RTS são transmitidos num fluxo sequencial de bits fornecido pelo bit CSI em sucessivos cabeçalhos da SAR-PDU's. O módulo de contagem base 8 do SC fornece a estrutura da trama sobre este fluxo sequencial de bits, a partir do qual apenas os 4 bits CSI dos SC ímpares (1, 3, 5 e 7) são usados para o RTS. O bit de maior peso do RTS é colocado no campo CSI correspondente ao valor 1 do contador SC. Os 4 bits CSI que correspondem à contagem dos valores pares de SN são utilizados para outros fins, nomeadamente no método de transferência de informação estruturada, como vimos atrás. 30

No Receptor: 31

Primitivas AAL1 i) AAL_UNITDATA.request (AAL_SDU, structure) ii) AAL_UNITDATA.indication (AAL_SDU, structure, status) - Comprimento de AAL-SDU é constante Intervalo entre 2 primitivas consecutivas é constante O valor da constante depende do serviço - Structure: Start ou Continuation - Status: Valid ou Invalid 32

Primitivas SAR i) SAR_UNITDATA.Invoke - Interface data (47 octetos) -CSI -SC ii) SAR_UNITDATA.Signal - Interface data (47 octetos) -CSI -SC - Check status 33

8.5. AAL 3/4 Divisão em subcamadas AAL 3/4 Primitivas Primitivas SAR CPCS SSCS CS 34

Funções da subcamada SAR i) preservação da SAR-SDU ii) detecção de erros iii) integridade da sequência de SAR-SDUs iv) multiplexagem de conexões SAR numa conexão ATM Estrutura da SAR-PDU 2 4 10 44 x 8 6 10 bits ST SN MID SAR-PDU payload LI CRC cabeçalho cauda 35

ST (segment type): indica a ordem do segmento na mensagem da camada acima. BOM (beginning of message) 10 COM (continuation of message) 00 EOM (end of message) 01 SSM (single segment) 11 SN (Sequence number): varia de 0 a 15. MID (Multiplexing identification): identifica a conexão SAR. Todas as SAR-PDU de uma mesma SAR-SDU terão o mesmo valor de MID. LI (Length indication): número de octetos válidos no payload. CRC: controlo de erros CRC-10 para toda a SAR-PDU, baseado no polinómio x 10 +x 9 +x 5 +x 4 +x+1. 36

Funções de mapeamento em AAL 3/4 CS-PDU CS-PDU CS SAR SAR- PDU... SAR- PDU Cabeçalho payload cauda Cabeçalho payload cauda Camada ATM... Célula ATM Cabeçalho Campo de informação Cabeçalho Campo de informação Camada Física... 1 2 3 1 2 3 37

Funções da subcamada CPCS i) Preservação da CPCS-SDU ii) Detecção de erros iii) Reserva de capacidade para o buffer de recepção. Estrutura da CPCS-PDU 1 1 2 0-3 1 1 2 octetos CPI Btag BAsize CPCS-PDU payload cabeçalho PAD AL Etag Length cauda 38

CPI (Common part indicator): interpreta campos subsequentes CPI = 00000000 indica BAsize em octetos e Length em octetos Outros valores estão em estudo. Btag (Beginning tag): permite associar o cabeçalho com a cauda da mesma CPCS-PDU BAsize (Buffer Allocation size): indica a capacidade máxima que o buffer de recepção deve possuir. PAD: alinha o comprimento do payload com um múltiplo de 32 bits. AL (Alignment): alinha a cauda com o comprimento de 32 bits. Etag (End tag): associa a cauda com o cabeçalho de CPCS-PDU (Btag = Etag na mesma CPCS-PDU). Length: comprimento da informação (número de octetos) na CPCS-PDU payload 39

40

Primitivas AAL 3/4 i) CPCS_UNITDATA.invoke (Interface data, More, Maximum length) AAL_UNITDATA.request (para SSCS nula) ii) CPCS_UNITDATA.signal (Interface data, More, Maximum length, Reception status) AAL_UNITDATA.indication [para SSCS nula] iii) SAR_UNITDATA.invoke (Interface data, More) iv) SAR_UNITDATA.signal (Interface data, More, Reception status) 41

8.6. AAL 5 Divisão em subcamadas A divisão em subcamadas adoptada para AAL 3/4 aplica-se também neste caso. Funções da subcamada SAR A principal função da SAR é aceitar SAR-SDUs que são múltiplos de 48 octetos, da CPCS e gerar SAR-PDUs contendo 48 octetos de dados pertencentes à SAR-SDU. A SAR-PDU deve ter uma indicação correspondendo à última SAR-PDU de uma dada SAR-SDU. Estrutura da SAR-PDU 5 48 Octetos PT Cabeçalho da célula SAR-PDU payload SAR-PDU AUU = 1 ; indica final de SAR-SDU AUU = 0 ; indica começo ou continuação de SAR-SDU 42

Funções da subcamada CPCS i) preservação da CPCS-SDU ii) preservação de CPCS-UU iii) detecção de erros iv) enchimento do CPCS-PDU payload Estrutura da CPCS-PDU 1-65535 0-47 1 1 2 4 octetos CPCS-PDU payload PAD CPCS-UU CPI Length CRC cauda 43

PAD: alinha a CPCS-PDU payload com um múltiplo de 48 octetos CPCS-UU (CPCS user-to-user indication): transporta transparentemente informação entre utilizadores CPI (Common part indicator): alinha a cauda com 64 bits; outras funções em estudo Length: indica comprimento (número de octetos) de informação no payload CRC: protege a CPCS-PDU contra erros, usando o código CRC-32. 44

45

Primitivas AAL 5 i) CPCS_UNITDATA.invoke (interface data, more, loss priority, CPCS-UU) ii) iii) iv) CPCS_UNITDATA.signal (interface data, more, loss priority, CPCS-UU, RS) SAR_UNITDATA.invoke (interface data, more, loss priority) SAR_UNITDATA.signal (interface data, more, loss priority, congestion indication) 46

8.7.1 SSCS para Frame Relay SAP DL_CORE DATA.request DL_CORE DATA.indication FR - SSCS CPCS_UNITDATA. invoke CPCS_UNITDATA. Signal CPCS AAL 5 Emula o Serviço FR numa Rede ATM. 47

Funções básicas de FR-SSCS são: -Multiplexagem de várias conexões FR-SSCS numa única conexão CPCS (DLCI) - Análise do comprimento de FR-SSCS-PDU (n.º inteiro de octetos. - Controlo de congestão avisando o utilizador para iniciar mecanismos de prevenção de congestão. M.S Bit 1 2 N Nº de octetos DLCI superior C/R DLCI inferior FECN BECN DE Campo de informação (1 1600 octetos) L.S.Bit EA 0 EA 1 DLCI: data link connection identifier DE: discard eligibility EA: address extension bit C/R: command/response FECN: forward explicit congestion notification BECN: backward explicit congestion notification PDU idêntica à trama FR Q.922 sem flags, inserção de bits 0 e sem FCS 48

8.7.2 SSCS para vídeo MPEG-2 49

8.8. AAL 2 Aplica-se a pacotes de comprimento variável, pequenos e de baixo ritmo num ambiente de aplicações sensíveis ao atraso (tempo real). Caso típico da voz. Mais do que um stream de informação do utilizador pode ser suportado numa conexão ATM. A recomendação I.363.2 especifica a estrutura dos pacotes curtos e de comprimento variável, o encapsulamento dos pacotes curtos numa ou mais células e os mecanismos para recuperar erros de transmissão. Estrutura de AAL2 SAP AAL-UNITDATA.request SSCS PRIMITIVAS CPS CPS SSCS AAL2 AAL-UNITDATA.ind CPS-UNITDATA.request SAP CPS-UNITDATA.ind 50

SSCS pode ser nula. Os protocolos SSCS serão definidos em recomendações separadas. Serviço fornecido por AAL2-CPS AAL2-CPS transfere CPS-SDUs entre utilizadores de CPS através da rede ATM. Há dois tipos de utilizadores CPS: entidades SSCS e gestão de camadas. O serviço oferece entre entidades (peer-to-peer): Transferencia de CPS-SDUs até 45 (por defeito) ou 64 octetos. Multiplexagem e demultiplexagem de múltiplos canais AAL-2. Integridade de sequência das CPS-SDUs é mantida em cada canal AAL2. O serviço não é garantido: CPS-SDUs podem ser entregues ou perdidas CPS-SDUs perdidas não são retransmitidos 51

Formato do pacote CPS (CPS-SDU) 8 bits 6 bits 5 bits 5 bits 1 45/64 octetos CID LI UUI HEC CPS-PP CPS-PH CPS-PP CID (Channel Identification): identifica o utilizador deaal2-cps [valor 0 não é usado] LI (Length Indicator): valor em binário com um (valor-1) que o número de octetos do CPS-PP UUI (User-to-User Indication): informação transmitida entre utilizadores CPS HEC (Header Error Control): detecta erros no cabeçalho (x 5 +x 2 +1) 52

Formato da CPS-PDU 6 bits 1 bit 1 bit 47 octectos Cabeçalho da célula OSF SN P PAD Start Field CPS-PDU Paylood OSF (offset): valor em binário, medido em octetos, entre o final de STF e o começo de um pacote CPS ou na ausência do pacote, do começo do PAD. 47 indica que não há pacote nem PAD a começarem na PDU. 47 é o máximo valor possível SN (Sequence Number): 0 ou 1 P (Parity): paridade ímpar sobre STF PAD: octetos com o valor 0 [0-47 octectos] CPS-PDU Payload pode conter 0,1 ou mais pacotes CPS. 53

Exemplo 54