A política de previdência social Wagner Balera
Evolução Estado Pós-social Estado Social Estado Liberal
Características Estado Liberal Estado Social Estado Pós-social Ator Indivíduo Grupo homogêneo (classe) Grupo heterogêneo (Gênero) Racionalidade Meio/Formal Fim/Material Proporcional/Meio+Fim Expoente Vontade/Contrato Instituição/Regime Jurídico Regulação Exemplo Código Civil de 1916 CLT Constituição Federal
O Estado liberal Brasil: Estado Constitucional a partir de 1824. A Constituição também garante os socorros públicos art. 179, inciso 31). 1891. Segue garantindo os socorros públicos. Mas institui art. 75 aposentadoria por invalidez dos funcionários
Estado Social No Estado Social o bem estar foi assumido como tarefa dos governantes, que impôs proteção obrigatória aos cidadãos. A proteção social privada se tornou excepcional, porque o Estado assumiu a proteção imperativa e institucional. Imperatividade Instituição Obrigação Material Fim
Estado Social No Estado Social brasileiro este assume com os trabalhadores o compromisso previdenciário básico saúde previdência e assistência social mediante custeio tripartite e igual. Sob a égide dessa Constituição surgem as instituições de previdência social e as estruturas públicas de saúde e de assistência social. Imperatividade Instituição Obrigação Material Fim Imagem da capa da Constituição de 1934
A questão social do século XXI: o envelhecimento. O aumento da expectativa de vida ; O declínio da natalidade. Em 2011 os idosos já eram 893 milhões Até a metade do século o número vai triplicar Vide: relatório Situação da População Mundial 2011, divulgado pelo Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA).
Averting the Old Age Crisis O histórico documento do Banco Mundial http://wwwwds.worldbank.org/servlet/wdscontentserver/wdsp/ib/1994/09/01/ 000009265_3970311123336/Rendered/PDF/multi_page.pdf
Estado Pós-social O Estado Pós-social constata que não é capaz, com exclusividade, de promover o bem de todos em nível universal e de modo adequado. O agente privado é chamado a cooperar com o Estado nas atividade de proteção social. No Estado Pós-social o privado e o social coexistem em grau semelhante de relevância institucional. Facultatividade/Imperatividade Contrato/Instituição Meio/Fim Proporcionalidade/Adequação
É a sociedade de risco * a causa eficiente da crise! *A expressão sociedade de risco foi criada por BECK para explicar a fenomenologia do risco na pós-modernidade
Proteção dos Riscos Sociais no Estado Pós-Social Previdência Risco Assistência Saúde
Seguridade Social Estado Liberal Previdência Privada Social Seguridade Social Assistência Privada Social Estado Pós-social Saúde Privada Social Estado Social
O vetor constitucional (?) da crise no Brasil 1995-2015. Denominação Ato Legal Vigência Fundo Social de Emergência - FSE ECR nº 1/1994 1994 a 1995 Fundo de Estabilização Fiscal - FEF EC nº 10/1996 1996 a 30/06/1997 FEF Prorrogação EC nº 17/1997 01/07/1997 a 1999 Desvinculação das Receitas da União DRU EC nº 27/2000 2000 a 2003 DRU 1ª Prorrogação EC nº 42/2003 2003 a 2007 DRU - 2ª Prorrogação DRU 3ª Prorrogação EC nº 56/2007 EC nº 68/2011 2008 a 2011 2012 a 2015
Receitas e despesas da seguridade social* Valores em R$ milhares Itens/exercício: 1 receitas correntes** = 339.293.585,43 1.1 receita tributária = 308.033,84 1.2 receita de contribuições 320.231.631,10 1.3 outras receitas correntes = 18.753.920,49 2 receitas de capital = 30.651,70 3 receita total da seguridade social (1+2) = 339.324.237,13 4 despesas da seguridade social ajustada = 371.035.614,10 5 resultado da seguridade social ajustado (3-4) = -31.711.376,97 6 desvinculação de receitas da União (DRU) = 39.580.914,00 7 resultado da seguridade social ajustado + DRU (5+6) = 7.869.537,03 *Tribunal de Contas da União (TCU). Relatório e pareceres prévios sobre as contas do governo da República exercício de 2008, p. 149-50 (com adaptações). Fonte:, http://www.estrategiaconcursos.com.br/blog/dru
Desvio dos recursos: qual o montante, desde 1995 até 2013. Estimativas Ano DRU (V. Histórico) Benefícios (V. Histórico) Relação DRU Atualizada 1994 R$ 0,00 #DIV/0! R$ 0,00 1995 R$ 4.348.000.000,00 R$ 32.555.121.000,00 13,36% R$ 17.328.954.000,00 1996 R$ 6.696.000.000,00 R$ 41.486.836.000,00 16,14% R$ 25.048.396.800,00 1997 R$ 8.615.000.000,00 R$ 48.235.061.000,00 17,86% R$ 30.301.539.500,00 1998 R$ 3.434.000.000,00 R$ 55.329.161.000,00 6,21% R$ 11.199.991.000,00 1999 R$ 10.914.000.000,00 R$ 59.703.909.000,00 18,28% R$ 33.083.608.200,00 2000 R$ 27.388.000.000,00 R$ 66.691.338.000,00 41,07% R$ 32.641.960.681,96 2001 R$ 28.317.000.000,00 R$ 77.491.363.000,00 36,54% R$ 76.699.426.200,00 2002 R$ 34.883.000.000,00 R$ 91.014.901.000,00 38,33% R$ 88.323.756.000,00 2003 R$ 36.133.000.000,00 R$ 112.982.987.000,00 31,98% R$ 83.843.013.200,00 2004 R$ 48.166.000.000,00 R$ 130.549.413.000,00 36,89% R$ 104.472.054.000,00 2005 R$ 58.047.000.000,00 R$ 151.818.712.000,00 38,23% R$ 115.710.889.800,00 2006 R$ 0,00 R$ 173.315.987.000,00 0,00% R$ 0,00 2007 R$ 40.082.000.000,00 R$ 191.164.204.000,00 20,97% R$ 69.726.647.200,00 2008 R$ 0,00 R$ 211.087.488.000,00 0,00% R$ 0,00 2009 R$ 38.776.000.000,00 R$ 237.389.822.000,00 16,33% R$ 59.187.686.400,00 2010 R$ 45.860.000.000,00 R$ 268.733.466.000,00 17,07% R$ 65.703.622.000,00 2011 R$ 52.441.000.000,00 R$ 299.294.551.000,00 17,52% R$ 69.342.734.300,00 2012 R$ 58.075.000.000,00 #DIV/0! R$ 72.047.845.000,00 2013 R$ 63.415.000.000,00 #DIV/0! R$ 73.650.181.000,00 2014 R$ 0,00 #DIV/0! R$ 0,00 2015 R$ 0,00 #DIV/0! R$ 0,00 Total R$ 565.590.000.000,00 R$ 2.248.844.320.000,00 25,15% R$ 1.028.312.305.281,96 Fonte: Balera e Kerbay. Simulação
Total dos desvios feitos pela DRU para o ajuste fiscal do governo: R$ 155,9 bilhões (Média anual: R$ 22,2 bilhões) Registrado pela COBAP em audiência pública na Câmara dos Deputados, maio de 2007. Em 2010 foram desvinculados R$ 45 bilhões. Em 2013, foram desvinculados R$ 63 bilhões.
Atenção!!! Receitas de 2013: 651 bilhões Despesas de 2013: 575 bilhões No início de 2014 a seguridade social enquanto programa permanecia superavitária. O desvio (DRU) correspondeu, até 2013, a quase dois anos de dispêndios. A noção de sistema equilibrado: o que tem em caixa seis folhas...
Resposta do Estado brasileiro aos desvios até aqui praticados com autorização do Congresso Proposta de Emenda Constitucional n. 87/2015, cuja tramitação se iniciou no dia 08/07/2015: Altera o art. 76 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias. Art. 1º O Ato das Disposições Constitucionais Transitórias passa a vigorar com as seguintes alterações: Art. 76. São desvinculados de órgão, fundo ou despesa, até 31 de dezembro de 2023, trinta por cento da arrecadação da União relativa às contribuições sociais, sem prejuízo do pagamento das despesas do Regime Geral da Previdência Social, às contribuições de intervenção no domínio econômico, às taxas e à participação no resultado da exploração de recursos hídricos para fins de geração de energia elétrica e de outros recursos minerais, já instituídas ou que vierem a ser criadas até a referida data, e às destinações a que se refere a alínea c do inciso I do caput do art. 159 da Constituição. Parágrafo único. Excetuam-se da desvinculação de que trata o caput a arrecadação da contribuição social do salário-educação a que se refere o 5º do art. 212 da Constituição, a participação no resultado da exploração de petróleo ou gás natural e as transferências aos Estados, Distrito Federal e Municípios previstas no 1º do art. 20 da Constituição. (NR) Art. 2º Esta Emenda Constitucional entra em vigor na data de sua publicação. Brasília,