PROPOSTA DE LEI Nº 290/XII - Lei de Bases dos Recursos Geológicos

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Transcrição:

PROPOSTA DE LEI Nº 290/XII - Lei de Bases dos Recursos Geológicos A ANIET Associação Nacional da Indústria Extractiva e Transformadora ( ANIET ) pronunciou-se, oportunamente e em sede própria, sobre o projecto de proposta da lei em epígrafe, no âmbito de um direito de audição facultativo. Emite agora a presente Nota sobre a Proposta de Lei nº 290/XII, a qual foi aprovada em reunião de Conselho de Ministros de 5 de Março de 2015, submetida à Assembleia da República e aprovada na generalidade, em plenário, no dia 20 de Março último. A mesma encontra-se actualmente em apreciação pela respectiva Comissão Parlamentar da Especialidade De entre os vários aspectos positivos e menos positivos que identificámos no predito projecto e que referimos de forma não exaustiva no anexo II - quadro comparativo, destacamos algumas matérias que consideramos críticas para a criação de um ambiente favorável ao investimento privado. 1. Aplicação da nova lei a contratos pré-existentes O disposto no nº 1 do artigo 62º da Proposta de Lei supra identificada refere que a mesma se aplica a contratos ou licenças emitidos a partir da sua entrada em vigor. Porém, o nº 2 da mesma cláusula impõe a renegociação de contratos de concessão de existentes antes da entrada em vigor da lei, no prazo máximo de 5 anos após a respectiva entrada em vigor, para que tais contratos sejam ajustados às novas disposições. Ora, esta disposição põe directamente em causa o princípio da estabilidade contratual e traz incerteza a qualquer investidor que certamente negociou de boa fé o(s) contrato(s) em que é parte, alguns dos quais em vigor ou renegociados há pouco tempo. 2. Encargos de A maioria das novas previsões quanto a encargos de poderão, no nosso entender, ser encarados pelos investidores como um factor relevante para não investir no nosso país. Com efeito, um dos aspectos que mais releva para um investidor é a estabilidade e a previsibilidade dos encargos que terá de suportar. Ora, um regime que não estabelece as percentagens mínimas e máximas dos royalties que poderão ser cobrados, que prevê períodos de apenas 5 anos para revisão dos encargos de e que determina que, caso não se chegue a acordo quanto ao montante do aumento, este será unilateralmente aumentado em 10%, não irá certamente potenciar o desejado crescimento do sector. Tendo em conta que o disposto no artigo 56º, nºs 6 e 7, visa regular os recursos geológicos do domínio público do Estado, vulgo as minas, não é aceitável que não seja tido em conta o investimento elevado e de alto risco, maioritariamente financiado pela banca, que impõe como

condição geral de financiamento a estabilidade contratual e fiscal. Acresce o retorno do investimento no longo prazo, largamente superior a 5 anos. Daí que, em nossa opinião, a redacção da cláusula 56º, deverá ser alterada por forma a adaptar a mesma às práticas internacionais em vista de cativar e atrair o investimento privado. 3. Direito de contratação de empreiteiros O artigo 28.º/d) da Proposta de Lei em apreço continua excessivamente limitativo e pode ser visto como um impedimento à iniciativa privada. A utilização de empreiteiros e de prestadores de serviços para a execução de actividades inerentes à indústria extractiva é uma prática internacional comum. Aliás, essa contratação tem em conta a competitividade das empresas e visa possibilitar a flexibilidade em fases de oscilações de mercado e permitir uma mais eficaz dos recursos. Logo, manter a limitação de contratar empreiteiros apenas para execução de trabalhos especiais ou prestação de assistência técnica será necessariamente encarada como um impedimento à iniciativa privada, nomeadamente estrangeira. Em nossa opinião, deveria estar compreendida na contratação de terceiros a execução parcial de trabalhos de desenvolvimento e de desmonte, sempre e necessariamente sob a responsabilidade técnica do concessionário. 4. Compatibilidade com instrumentos de gestão territorial No que se refere à compatibilidade da dos recursos geológicos com os instrumentos de gestão do território, resulta da Proposta de Lei, designadamente do disposto nos artigos 27º, nº 2, 40º e 41º, o risco de a indústria vir a estar espartilhada por interesses políticos locais quando, na verdade, existem autoridades com poder de decisão ao nível central a quem é atribuída a capacidade de decisão quanto aos recursos geológicos. Tal é o caso, por exemplo, da DGEG e da APA. Tal como previsto na Proposta de Lei e absolutamente em oposição ao que se pretende para a promoção da actividade económica, indústria extractiva incluída, a desarticulação e atribuição de poderes a entidades municipais e intermunicipais levará a processos extremamente burocratizados, morosos e, por isso, desmotivadores da iniciativa privada. A ANIET pretende, tal como consta do preâmbulo da Proposta de Lei, um sector dos recursos geológicos dinâmico, sustentável e que promova o crescimento da economia nacional e o desenvolvimento regional e estamos certos de que a revisão da legislação do sector poderá contribuir para alcançar esse objectivo. Os comentários vertidos no anexo II reflectem essa preocupação em salvaguardar os interesses do Estado, mas, também, em proporcionar aos investidores um sistema jurídico que seja favorável à iniciativa privada e à realização de investimento. Anexo II Quadro comparativo: Comentários à Proposta de Lei nº 290/XII - Lei de Bases dos Recursos Geológicos. 17/04/2015

Principais alterações constantes da Proposta de Lei nº 290/XII Lei de Bases dos Recursos Geológicos Decreto-Lei n.º 90/90, de 16 de Março Proposta de lei Nº 290/XII Comentários Âmbito de aplicação Definição de área de Qualificação Não aplicável à ocorrência de hidrocarbonetos (cfr. artigo 1.º/1). Prevista apenas a qualificação de recursos hidrominerais (cfr. artigo 3.º/4). As ocorrências de hidrocarbonetos e as formações geológicas com aptidão de armazenamento de dióxido de carbono são objecto de legislação própria, aplicando-se o diploma subsidiariamente quanto às segundas (cfr. artigo 1.º/4 e 5). Qualificação de todos os bens naturais como recursos geológicos (artigo 1.º/2 e 3 e artigo 7.º). Não definida. Artigo 2.º/f): Área afecta à, excluindo os anexos mineiros. Prevista apenas para recursos hidrominerais (cfr. artigo 3.º/4). Artigo 7.º: Qualificação dos recursos geológicos. É desejável que haja uma clara separação do regime base face ao regime das formações geológicas com aptidão de armazenamento de dióxido de carbono. Esta qualificação é positiva. Esta definição, no nosso entendimento, é positiva. Nada temos a objectar quanto à previsão de uma qualificação de todos os recursos. Títulos de direitos sobre recursos do domínio privado Direitos de avaliação prévia Regulado no Decreto- Lei n.º 84/90 e no Decreto-Lei n.º 89/90, ambos de 16 de Março. Não previstos. Previsto no artigo 15.º Seria preferível que houvesse apenas uma única entidade a atribuir as licenças. Previstos no artigo 13.º/1/a) e nos artigos 16.º e 17º Consideramos positiva a previsão desta fase sobretudo se os arquivos da DGEG incluírem a litoteca. Porém, entendemos que os direitos de avaliação prévia devem poder

ser requeridos não só em relação a depósitos minerais metálicos mas também a não metálicos. Consideramos que a área objecto do contrato de 15 km² é manifestamente insuficiente para um estudo de avaliação prévia, devendo o limite máximo ser aumentado para 500 km². Destaca-se como aspecto positivo o aumento do prazo para início de trabalhos de 3 para 6 meses (cfr. artigo 21.º/2/a). Não se entende o motivo pelo qual não estão previstos os requisitos de atribuição dos direitos de prospecção e pesquisa da mesma forma como estão previstos no artigo 16.º relativamente aos direitos de avaliação prévia e estavam previstos no artigo 13.º do Decreto-Lei n.º 90/90. O artigo 19.º/5, na nossa opinião, está confuso. Deveriam manter-se as ressalvas dos artigos 17.º e 18.º do Decreto- Lei n.º 90/90 de, respectivamente, a área objecto do contrato poder ser superior a 1.000 km² (os 500 km² previstos são manifestamente escassos) e de o contrato ter uma duração superior a 5 anos. O artigo 26.º/2, na nossa opinião, está confuso. O artigo 28.º/d) continua excessivamente limitativo da actividade mineira, sendo que o investimento estrangeiro encara essa restrição como um impedimento à iniciativa privada. Assim propomos a seguinte redacção: d) Contratar com terceiros a execução parcial de trabalhos de desenvolvimento e de desmonte, bem como a execução de trabalhos especiais ou prestação de assistência técnica, desde que tais acordos não envolvam uma transferência de responsabilidades inerentes à sua condição de concessionário;. Seria desejável que fosse sempre utilizada a expressão anexo de (artigo 32.º) e não anexo mineiro (artigo 2.º/f). Uma vez que, na nossa opinião, carece de sentido que os planos delimitem as áreas dos anexos de, que podem ser alteradas em função do desenvolvimento da, propomos a seguinte redacção para o número 1 do artigo 32.º: Direitos de prospecção e pesquisa Previstos nos artigos 13.º e seguintes. Previstos nos artigos 18.º e seguintes. Direitos de Previstos nos artigos 21.º e seguintes. Previstos nos artigos 26.º e seguintes. Anexo de Previsto no artigo 27.º Previsto nos artigos 2.º/f), 14.º/3 e 32.º

Alteração da área de concessão e de Agrupamento de concessões de Direito de preferência na aquisição dos produtos resultantes da Encargos de Não prevista. Prevista no artigo 30.º/2 e no artigo 37.º 2 Os planos de e os planos de lavra delimitam as áreas destinadas aos anexos de. Propomos a seguinte redacção para o artigo 30.º/2: 2 Sempre que daí resultem benefícios para a, a área demarcada pode ser reduzida ou alargada desde que seja dado cumprimento ao n,º 2 do artigo 27.º e ao artigo 35.º da presente lei. Não previsto. Previsto no artigo 37.º. Parece-nos que se trata de um agrupamento de concessionários e não de concessões como é o caso do artigo 31.º Seria útil indicar se o agrupamento tem de ter personalidade jurídica ou não. Previsto no artigo 41.º relativamente a pedreiras, para a realização de obras públicas e mediante acordo. Previstos no artigo 21.º/ e)/ii) do Decreto-Lei n.º 88/90 como possibilidade. Previsto no artigo 52.º. Deveria estar prevista a salvaguarda das obrigações dos concessionários ao abrigo de contratos celebrados. Previstos no artigo 56.º. É positiva a possibilidade de afectar uma parte do valor dos encargos nos termos do artigo 56.º/4. Deveriam estar previstas as percentagens mínimas e máximas dos encargos. Não entendemos o motivo da previsão de prémios no artigo 56.º/3. Contende frontalmente com o propósito de criar um ambiente favorável ao investimento privado, indicado no preâmbulo, a previsão de mecanismos de revisão de encargos de (cfr. artigo 56.º/6). Tratando-se de investimentos de capital intensivo que têm de ser realizados por particulares, o período de 5 anos para revisão dos encargos de na maioria dos casos não será suficiente para que seja recuperado nem sequer metade do valor do investimento. Por sua vez, a fixação de um aumento automático de 10% em caso de não se chegar a acordo entre as partes (artigo 56.º/7), pode ocorrer numa situação em que as cotações de mercado tenham evoluído

Fundo dos Recursos Geológicos Dever de confidencialidade Concessões e licenças anteriores. Norma Transitória. negativamente e/ou os custos de produção tenham aumentado. Entendemos, por isso, que essas previsões deverão ser eliminadas. Não previsto. Previsto no artigo 57.º Entendemos que a previsão deste Fundo é positiva. Não previsto. Previsto no artigo 59.º Consideramos positiva a previsão deste dever. Artigo 46.º: O regime das concessões existentes passará a ser o previsto no Decreto-Lei n.º 90/90, devendo ser celebrados os respectivos contratos, sem prejuízo dos direitos adquiridos. Artigo 62.º: Ficam ressalvados os direitos atribuídos por contratos ou licenças emitidos à data da entrada em vigor do diploma, salvo prorrogação ou modificação solicitada pelo titular. Os contratos em vigor ficam sujeitos ao novo regime e devem ser renegociados ou ajustados no prazo máximo de 5 anos. Na nossa opinião, os direitos anteriores apenas não deverão ser ressalvados se houver uma modificação substancial do contrato de concessão ou da licença a pedido do titular. Não concordamos, de todo, com o número 2 do artigo 62.º, o qual põe frontalmente em crise a estabilidade fiscal, sendo este um critério base para o investimento privado, nomeadamente para o investimento estrangeiro. Acresce ainda o muito longo retorno de tal investimento. 17/04/2015