Revista Eletrônica de Gestão e Tecnologias Ambientais (GESTA)

Documentos relacionados
WETLANDS CONSTRUÍDOS APLICADOS NO TRATAMENTO DE EFLUENTE DE BOVINOCULTURA LEITEIRA

WETLANDS CONSTRUÍDOS APLICADOS NO TRATAMENTO DE EFLUENTE DE BOVINOCULTURA LEITEIRA

APLICAÇÃO DE WETLANDS CONSTRUÍDOS NO TRATAMENTO DE ÁGUAS RESIDUÁRIAS

Wetland construído de fluxo subsuperficial no tratamento de resíduos líquidos de bovinocultura de leite

WETLANDS CONSTRUÍDOS APLICADOS NO TRATAMENTO DE EFLUENTE DE BOVINOCULTURA LEITEIRA CONSTRUCTED WETLANDS APPLIED IN TREATMENT OF DAIRY CATTLE EFFLUENT

APLICABILIDADE DOS WETLANDS CONSTRUÍDOS NO TRATAMENTO DESCENTRALIZADO DE ESGOTOS

WETLANDS CONSTRUÍDOS HORIZONTAIS APLICADOS NO TRATAMENTO DESCENTRALIZADO DE ESGOTOS

TECNO-LÓGICA, Santa Cruz do Sul, v. 22, n. 1, p , jan./jun

Avaliação do Potencial e da Capacidade de Desnitrificação em Sistema Pós-D de Tratamento de Esgoto

DESEMPENHO DE UM WETLAND CONSTRUÍDO HORIZONTAL EMPREGADO NO TRATAMENTO DE ESGOTO DOMÉSTICO AO LONGO DE 20 ANOS DE OPERAÇÃO

II-019 ESTUDO COMPARATIVO ENTRE DOIS SISTEMAS DE PÓS- TRATAMENTO PARA REATORES UASB EM ESCALA REAL

DESEMPENHO DE FITOEXTRAÇÃO DA MACRÓFITA CYPERUS PAPYRUS EM WETLAND CONSTRUÍDO VERTICAL COM FUNDO SATURADO EMPREGADO NO TRATAMENTO DE ESGOTO

MONITORAMENTO DE WETLANDS CONSTRUÍDOS DE ESCOAMENTO HORIZONTAL E VERTICAL EMPREGADOS NO TRATAMENTO DE ÁGUAS CINZAS

Palavras-chave: Tratamento de efluente agroindustrial. Tanque Séptico. Filtros plantados com macrófitas. Wetlands.

EFICIÊNCIA NA ADERÊNCIA DOS ORGANISMOS DECOMPOSITORES, EMPREGANDO-SE DIFERENTES MEIOS SUPORTES PLÁSTICOS PARA REMOÇÃO DOS POLUENTES

AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS DA CODISPOSIÇÃO DE LODO SÉPTICO EM LAGOAS DE ESTABILIZAÇÃO NO TRATAMENTO DE LIXIVIADO DE ATERROS SANITÁRIOS

II PÓS-TRATAMENTO DE EFLUENTES DE REATOR ANAERÓBIO EM SISTEMA COMBINADO CONSTITUÍDO DE OZONIZAÇÃO E FILTRO- BIOLÓGICO AERÓBIO SUBMERSO

Gilda Vieira de Almeida, Leonardo Duarte Batista da Silva, Alexandre Lioi Nascentes, Camila Pinho de Sousa, Thayza Oliveira Nacena de Santana

SANEAMENTO BÁSICO RURAL "SISTEMAS DE TRATAMENTO POR ZONA DE RAIZES (WETLANDS) PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS E EXEMPLOS DE SISTEMAS" Altair Rosa

1 Bolsista PIBIC/CNPq 2 Pesquisador Orientador 3 Curso de Engenharia Ambiental, Departamento de Hidráulica e Transportes, UFMS

RESUMO. PALAVRAS-CHAVE: Disposição controlada no solo, nutrientes, capacidade de adsorção. 1.0 INTRODUÇÃO

AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO DE UM WETLAND CONSTRUÍDO TRATANDO ESGOTOS SANITÁRIOS SINTÉTICOS

DESEMPENHO DE UM WETLAND CONSTRUÍDO HORIZONTAL EMPREGADO NO TRATAMENTO DE ESGOTO DOMÉSTICO AO LONGO DE 20 ANOS DE OPERAÇÃO

II PÓS-TRATAMENTO DE RAFAS POR BANHADOS CONSTRUÍDOS UTILIZANDO A MACRÓFITA TYPHA DOMINGENSIS PERS.

II EFICIÊNCIA NO TRATAMENTO DE EFLUENTE DE FÁBRICA DE PAPEL POR LAGOAS E RESERVATÓRIO DE ESTABILIZAÇÃO

II-203 NITROGÊNIO, FÓSFORO E ENXOFRE EM FILTROS DE PÓS- TRATAMENTO DE EFLUENTES DE LAGOAS DE MATURAÇÃO

USO DE FILTROS DE AREIA NA REMOÇÃO DE MATÉRIA ORGÂNICA DE RESÍDUOS LÍQUIDOS DE LEITO CULTIVADO

TRATAMENTO DE ESGOTO SANITÁRIO SINTÉTICO COM WETLANDS CONSTRUÍDOS EM ESCALA DE BANCADA

VI Simpósio Ítalo Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental

Tratamento descentralizado de esgotos de empreendimentos comercial e residencial empregando a ecotecnologia dos wetlands construídos

II-051 INFLUÊNCIA DA VARIAÇÃO CÍCLICA DE CARGA HIDRÁULICA NO COMPORTAMENTO DO REATOR UASB

II BIORREATOR COMBINADO ANAERÓBIO-AERÓBIO DE LEITO FIXO PARA TRATAMENTO DE ESGOTO SANITÁRIO

Tratamento alternativo do corpo hídrico do Ribeirão Vai e Vem no município de Ipameri GO contaminado por efluente doméstico.

INFLUÊNCIA DA CARGA ORGÂNICA NO DESEMPENHO DE REATORES DE LEITO MÓVEL COM BIOFILME PREENCHIDOS COM DIFERENTES MATERIAIS SUPORTE

XX Encontro Anual de Iniciação Científica EAIC X Encontro de Pesquisa - EPUEPG

SISTEMA MODULAR DE BAIXO CUSTO PARA TRATAMENTO DE ÁGUAS RESIDUÁRIAS GERADAS NO MEIO RURAL: IMPLANTAÇÃO DE UM PROTÓTIPO EXPERIMENTAL

II OZONIZAÇÃO DE ÁGUAS RESIDUÁRIAS DOMICILIARES APÓS TRATAMENTO ANAERÓBIO - ESTUDO PRELIMINAR

Análise do desempenho de sistema integrado, enfatizando lagoa de polimento, tratando efluentes domésticos em condições de variações de temperatura

22º Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental

III ESTUDO DO STRIPPING DE AMÔNIA EM LÍQUIDO PERCOLADO

II-225 FILTRO DE PEDRA COMO PÓS-TRATAMENTO DE EFLUENTE DE LAGOA DE ESTABILIZAÇÃO

II AVALIAÇÃO DA EFICIÊNCIA DE UM FILTRO ANAERÓBIO COM RECHEIO DE BAMBU, EM ESCALA REAL, UTILIZADO COMO PÓS- TRATAMENTO DE REATOR UASB

EFICIÊNCIA DE ESPÉCIES VEGETAIS E SENTIDOS DE FLUXO NO TRATAMENTO DE ESGOTO SANITÁRIO POR ZONA DE RAÍZES

Monitoramento de reatores submetidos a vazão de recirculação de 200% da vazão de entrada

REDUÇÃO DE SÓLIDOS VOLÁTEIS E TAXA DE APLICAÇÃO DE MATÉRIA ORGÂNICA DE ÁGUA RESIDUÁRIA DE SUINOCULTURA EM BIODIGESTOR TUBULAR DE PVC

UFSM/Engenharia Química 5. USC/Dept. Chemical Engineering/School of Engineering

SISTEMA DE TRATAMENTO INDIVIDUAL DE ESGOTO SANITÁRIO

ZONA DE RAÍZES: EXPERIÊNCIA VIVENCIADA NUMA ESCOLA RURAL NO MUNICÍPIO DE CAMPOS NOVOS/SC

Helio Remião Gonçalves Diego Altieri Luiz Olinto Monteggia Larissa Pingnet Santos Diego Oliveira

II-321 BIOSSISTEMAS INTEGRADOS NO TRATAMENTO DE DEJETOS DE SUÍNOS: OTIMIZAÇÃO DA ETAPA DE BIOMETANIZAÇÃO

IMPLANTAÇÃO DE WETLANDS CONSTRUÍDOS PARA TRATAMENTO DE EFLUENTES PRODUZIDOS PELA ATIVIDADE AGROPECUÁRIA.

TRATAMENTO DE ESGOTO POR SISTEMA DE LEITOS CULTIVADOS DE VAZÃO SUB-SUPERFICIAL: AVALIAÇÃO DA REMOÇÃO DE NITROGÊNIO

AVALIAÇÃO DA EFICIÊNCIA DE WETLANDS CONSTRUÍDAS, EM ESCALA DE LABORATÓRIO, NO PÓS-TRATAMENTO DE EFLUENTES DOMÉSTICOS

INFLUÊNCIA DO ph NO TRATAMENTO DE LIXIVIADO DE ATERRO SANITÁRIO POR PROCESSO DE STRIPPING DE AMÔNIA.

DESEMPENHO DE FILTROS AERÓBIOS INTERMITENTES NO TRATAMENTO DE EFLUENTES DE TANQUE SÉPTICO/FILTRO ANAERÓBIO DESTINADOS Á IRRIGAÇAO

PRODUÇÃO DE LODO EM UM REATOR ANAERÓBIO DE FLUXO ASCENDENTE E MANTA DE LODO. Oliva Barijan Francisco Paulo, Roberto Feijó de Figueiredo*

II DETERMINAÇÃO DAS CARGAS DE NUTRIENTES LANÇADAS NO RIO SALGADO, NA CIDADE DE JUAZEIRO DO NORTE, REGIÃO DO CARIRI-CEARÁ

ESCOAMENTO SUPERFICIAL COMO CRITÉRIO OPERACIONAL PARA INVERSÃO NO SENTIDO DO ESCOAMENTO EM SISTEMAS ALAGADOS CONSTRUÍDOS

TRATAMENTO TERCIÁRIO DE EFLUENTE DA INDÚSTRIA PROCESSADORA DE AVES E SUÍNOS ESTUDO EM COLUNAS DE AREIA

DISPOSIÇÃO DE CHORUME DE ATERRO SANITÁRIO EM SOLO AGRÍCOLA

II ESTUDO DA DESNITRIFICAÇÃO EM REATOR COMPARTIMENTADO PARA TRATAMENTO DE ESGOTO PROVENIENTE DE INDÚSTRIA DE TINTAS E VERNIZES

Implantação e início de operação de filtros plantados com macrófitas para tratamento de efluentes de bovinocultura de leite

II PARÂMETROS DETERMINANTES DE OPERAÇÃO E MONITORAMENTO DO PROCESSO DE ESCOAMENTO SUPERFICIAL (ESTUDO DE CASO ETE APAC)

WETLANDS CONSTRUÍDOS HORIZONTAIS APLICADOS NO TRATAMENTO DESCENTRALIZADO DE ESGOTOS

WETLAND CONSTRUÍDO DE FLUXO SUBSUPERFICIAL PARA TRATAMENTO DE RESÍDUOS LÍQUIDOS DE BOVINOCULTURA DE LEITE

TRATAMENTO DE EFLUENTE DOMÉSTICO DE LODOS ATIVADOS POR MEMBRANA DE ULTRAFILTRAÇÃO

PÓS-TRATAMENTO DE EFLUENTES DE REATOR UASB EM ESCALA REAL

ESGOTAMENTO SANITÁRIO AVALIAÇÃO DA EFICIÊNCIA DE REMOÇÃO DE DQO EM SISTEMA ANAERÓBIO-AERÓBIO, NO TRATAMENTO DE ESGOTO DOMÉSTICO.

MODELOS DE BIOCONVERSÃO ANAERÓBIA DE RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS INOCULADOS COM LODO DE ESGOTO SANITÁRIO

CARACTERIZAÇÃO DO EFLUENTE DE PROCESSAMENTO DE PESCADO E DESEMPENHO DA LAGOA ANAERÓBIA

PÓS-TRATAMENTO DE DESPEJOS DE MATADOURO EM BANHADOS ARTIFICIAIS DE LEITOS CULTIVADOS

23º Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental

COMPARAÇÃO DE WETLANDS CONSTRUÍDOS DE FLUXO VERTICAL E HORIZONTAL NO TRATAMENTO DE ESGOTO SANITÁRIO

MONITORAMENTO DE WETLANDS CONSTRUÍDOS DE ESCOAMENTO HORIZONTAL E VERTICAL EMPREGADOS NO TRATAMENTO DE ÁGUAS CINZAS

14 Filtros biológicos

REMOÇÃO DE MATÉRIA ORGÂNICA E NITROGÊNIO EM FILTROS PERCOLADORES COM DIFERENTES MATERIAIS SUPORTES BRITA E SERRAGEM DE COURO

ESTUDO DO COMPORTAMENTO HIDRAÚLICO E DE BALANÇO DE MASSA DOS SÓLIDOS EM WETLANDS CONSTRUÍDOS DE ESCOAMENTO VERTICAL TRATANDO ESGOTOS DOMÉSTICOS

21º Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental

Recuperação de fósforo de efluentes através da precipitação de estruvita MAP

ZONA DE RAÍZES: EXPERIÊNCIA VIVENCIADA NUMA ESCOLA RURAL NO MUNICÍPIO DE CAMPOS NOVOS/SC

I PÓS-TRATAMENTO COM APLICAÇÃO DO MÉTODO DO ESCOAMENTO SUPERFICIAL NO SOLO: POLIMENTO DE EFLUENTES DE FILTROS ANAERÓBIOS

Samara Terezinha Decezaro

EFICACIA DA Pontederia parviflora NO PÓS- TRATAMENTO DE EFLUENTE ORIUNDO DE UM FRIGORIFICO EM CAMPO MOURÃO- PR.

SISTEMAS NATURAIS PARA TRATAMENTO DE RESÍDUOS LÍQUIDOS DE BOVINOCULTURA DE LEITE

CARACTERIZAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA DE ÁGUA DE CORPO HÍDRICO E DE EFLUENTE TRATADO DE ABATEDOURO DE BOVINOS

I REMOÇÃO DE MATÉRIA CARBONÁCEA, NUTRIENTES E CONTAMINANTES BIOLÓGICOS EM BACIA EXPERIMENTAL PELO PROCESSO DE INFILTRAÇÃO RÁPIDA

- Terreno argiloso com baixa permeabilidade; - Lençol freático com nível alto; - Pequena área disponível para a construção do sistema de tratamento.

II-173 A FALTA DE SANEAMENTO BÁSICO COMO ORIGEM DA POLUIÇÃO DOS CORPOS RECEPTORES: UM ESTUDO DE CASO.

REAPROVEITAMENTO DE ÁGUAS RESIDUÁRIAS NA FERTIRRIGAÇÃO: DIMENSIONAMENTO DE SISTEMA DE TRATAMENTO EM ESCALA PILOTO

AVALIAÇÃO DA OPERAÇÃO DA ETE DE GOIÂNIA

12 Reator Anaeróbio de Fluxo Ascendente

II PÓS-TRATAMENTO DE EFLUENTES DE LAGOAS DE ESTABILIZAÇÃO ATRAVÉS DE PROCESSOS FÍSICO-QUÍMICOS OBJETIVANDO REUSO

EMPREGO DO BALANÇO DE MASSA NA AVALIAÇÃO DO PROCESSO DE DIGESTÃO ANAERÓBIA DOS RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS

DIMENSIONAMENTO, IMPLANTAÇÃO E AVALIAÇÃO DA EFICIÊNCIA DE WETLANDS CONSTRUÍDOS PARA O TRATAMENTO DE ESGOTOS SANITÁRIOS

EFICIÊNCIA DE SISTEMAS ALAGADOS CONSTRUÍDOS NA REMOÇÃO DE POLUENTES DE ÁGUAS RESIDUÁRIAS DA SUINOCULTURA

Instituto de Investigación y Tecnologías Agroalimentarias - IRTA, Barcelona, España. 3

II COMPARAÇÃO ENTRE SISTEMAS WETLANDS TRATANDO EFLUENTE ANAERÓBIO

Monitoramento de sistema de leitos cultivados por meio de análises de matéria orgânica e fósforo Sistema de leitos cultvados

Performance Assessment of a UASB Reactor of an Industrial Wastewater Treatment Plant

Transcrição:

WETLANDS CONSTRUÍDOS DE FLUXO VERTICAL EMPREGADO NO TRATAMENTO DE EFLUENTE DE BOVINOCULTURA LEITEIRA Catiane Pelissari Doutoranda em Engenharia Ambiental/UFSC. Bolsista CAPES. (catianebti@gmail.com ) Samara Terezinha Decezaro Graduanda em Engenharia Ambiental/UFSM-Campus Frederico Westphalen. Bolsista REUNI da Universidade Federal de Santa Maria. (samaradecezaro@hotmail.com) Pablo Heleno Sezerino Doutor em Engenharia Ambiental/UFSC. Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental da Universidade Federal de Santa Catarina. (pablo.sezerino@ufsc.br) Orlando de Carvalho Junior Doutor em Engenharia Civil/EESC-USP. Departamento de Engenharia Ambiental da Universidade Tecnológica Federal do Paraná. (orlandocarvalhojr@yahoo.com.br) Delmira Beatriz Wolff Doutora em Engenharia Ambiental/UFSC. Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental da Universidade Federal de Santa Maria-RS. (delmirawolff@hotmail.com) Luiz Sérgio Philippi Doutor em Saneamento Ambiental/Université de Montpellier I-FR. Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental da Universidade Federal de Santa Catarina. (l.philippi@yahoo.com.br) Resumo Os efluentes gerados nas instalações de bovinocultura leiteira, quando mal gerenciados, originam impactos ambientais significativos, necessitando da implantação de alternativas tecnológicas com vistas à manutenção da qualidade dos cursos d`água. Diante disso, o objetivo deste estudo é avaliar o desempenho de um wetland construído de fluxo vertical (WCFV) plantado com a macrófita Typha domingensis Pers. aplicado no tratamento de efluentes de bovinocultura leiteira. O filtro operou com uma vazão de 1.500 L/dia (4.500 L/semana). Por meio do monitoramento físico-químico ao longo de 12 meses, verificaram-se eficiências médias de remoção em termos de carga de 70% de DQO, 70% de SS, 73% de NTK, 81% de N- NH 4 e 16% de P-PO 4 3-. Observou-se, ainda, dificuldade de adaptação da macrófita ao filtro, sendo que a mesma apresentou baixas velocidades de crescimento, área foliar reduzida e baixa densidade de planta por m², devido ao estresse hídrico proporcionado pela baixa umidade presente no WCFV. Palavras-chave: Wetland construído de fluxo vertical, bovinocultura leiteira, efluente líquido, macrófitas. Abstract The dairy cattle wastewater, when poorly managed can promote significant environmental impacts, requiring therefore the deployment of alternative technologies in order to maintain the quality of water courses. Thus, the aim of this study was to evaluate the performance of a vertical flow constructed wetland planted with macrophytes Typha domingensis Pers. applied as wastewater treatment of dairy cattle. The filter was operated with an average flow of 1,500 L/ day (4,500 L / week). During 12 months of operation time, the filter showed an average removal efficiencies in terms of load of 70% COD, 70% SS, KTN 73%, 81% NH 4 -N and 16% P-PO 4 3-. It was observed difficulty in the adaptation of the macrophytes in the filter, with low growth rates, reduced area and low density plants per m², due to water stress provided by low humidity present in VFCW. Keywords: Vertical flow constructed wetland, dairy cattle, wastewater, macrophytes. Gesta, v. 1, n. 2 Pelissari et al., p. 223-233, 2013 ISSN: 2317-563X 223

INTRODUÇÃO Os efluentes provenientes das atividades de bovinocultura leiteira são compostos principalmente, por urina, esterco dos animais, detergentes provenientes da limpeza, resíduos de leite, águas de lavagem, células mortas e muco dos animais (HEALY, et al., 2007; SCHAFFASMA, et al., 2000). Esses efluentes possuem altas concentrações de matéria orgânica carbonácea e, em especial, nutrientes, como nitrogênio e fósforo que são os principais causadores de impactos ambientais como a eutrofização. Essa situação agrava-se, sobretudo, em áreas relativamente pequenas, onde a disponibilidade de espaço é limitada e concentra-se uma grande quantidade de animais no local, como é o caso da sala de ordenha que recebe fluxo constante de bovinos. A maioria das unidades produtoras de leite armazena seus efluentes em lagoas e, em seguida, lança esses resíduos diretamente no solo ou em corpo hídrico sem qualquer tratamento, implicando na poluição dos compartimentos ambientais por altas concentrações de matéria orgânica e nutrientes. Diante de tal cenário, destaca-se a necessidade de estudos de tecnologias que possibilitem o tratamento apropriado desses resíduos, proporcionando melhor qualidade no efluente e a seleção de uma tecnologia que seja apropriada às características das regiões onde estão inseridas as propriedades produtoras de leite. Os wetlands construídos são sistemas que se apropriam de processos naturais e vêm demonstrando boa adaptação aos mais variados cenários, além de integrar-se, harmoniosamente, ao ambiente de entorno, sendo atrativo na manutenção dos aspectos paisagísticos do meio rural. Quanto ao seu fluxo hidráulico, esses sistemas são comumente classificados de duas formas: de fluxo horizontal ou vertical. No caso do wetland construído de fluxo vertical (WCFV), objeto do presente estudo, trata-se de um módulo impermeabilizado, com material filtrante, tubulação de alimentação e coleta do efluente e macrófitas do tipo emergente. Esses sistemas possuem como característica a alimentação intermitente, promovendo um grande arraste de oxigênio atmosférico para o material filtrante por meio da convecção e difusão, o que favorece a nitrificação (PHILIPPI; SEZERINO, 2004). Atualmente, essa tecnologia é utilizada para tratar os mais variados tipos de efluentes, desde esgoto doméstico até efluentes inorgânicos. Todavia, ressalta-se a necessidade de estudos que demonstrem a performance desses sistemas diante das mais variadas condições, como é o caso da sua utilização no tratamento de efluente proveniente da atividade de bovinocultura leiteira. Assim, o objetivo deste estudo é avaliar o desempenho de um wetlands construído de fluxo vertical plantado com a macrófita Typha domingensis Pers. no tratamento de efluentes de bovinocultura leiteira. Estação de tratamento METODOLOGIA O WCFV foi implantado junto à estação de tratamento de efluentes da bovinocultura leiteira do Colégio Agrícola de Frederico Westphalen, área anexa à Universidade Federal de Santa Maria, campus de Frederico Westphalen (latitude 27º21'33" sul, longitude 53º23'40" oeste e a 566 metros de altitude). A estação de tratamento estudada foi composta por uma lagoa de armazenamento (LA), a qual atuou como unidade de tratamento primário de todo efluente produzido nas instalações de bovinocultura leiteira, e um WCFV. O efluente da LA foi conduzido por gravidade até o reservatório equalizador e, posteriormente, bombeado para a alimentação do WCFV. O efluente tratado foi disposto no solo por meio de valas de infiltração (Figura 1). Gesta, v. 1, n. 2 Pelissari et al., p. 223-233, 2013 ISSN: 2317-563X 224

Figura 1 - Esquema demonstrando a estação de tratamento estudada. Implantação e operação do WCFV O WCFV foi implantado em março de 2011 e dimensionado considerando um carregamento médio de 20g DQO/m².dia, seguindo recomendações de Winter e Goetz (2003). A área superficial adotada foi de 14,30m², sendo 4,40m de comprimento, 3,25m de largura e 0,80m de profundidade útil. O filtro foi escavado no solo e impermeabilizado com duas camadas de lona plástica e uma camada de manta de poliéster. O assentamento do material filtrante iniciou-se com uma camada de 10cm de brita, na qual foi assentada a tubulação de drenagem do efluente tratado e, em seguida, foi depositada mais uma camada de brita de 5cm para proteção da tubulação. Após o assentamento da tubulação de coleta, o filtro foi preenchido com uma camada de 60cm de areia grossa (d 10 = 0,30; d 60 = 0,75; Uniformidade = 2,5), e sobre a areia foi depositado mais uma camada de 5cm de brita para melhor distribuição do efluente na alimentação. A macrófita empregada foi a Typha domingensis Pers., plantada em uma razão de 2 plantas/m². Estas foram retiradas do seu habitat natural, próximo do local de estudo e mantido no rizoma matéria orgânica para melhor adaptação das mesmas. Na Figura 2, são apresentadas as principais etapas da construção do WCFV. Figura 2 Etapas da construção e implantação do WCFV. a) escavação no solo; b) impermeabilização com lona; c) assentamento de manta de poliéster; d) primeira camada de brita utilizada na confecção do material filtrante; e) detalhe da tubulação de coleta do efluente; f) areia distribuída no WCFV; g) detalhe da última camada de brita; h) término do assentamento do material filtrante; i) WCFV plantado. Gesta, v. 1, n. 2 Pelissari et al., p. 223-233, 2013 ISSN: 2317-563X 225

A alimentação do WCFV foi realizada de forma intermitente três vezes por semana, nas segundas, quartas e sextas-feiras, sendo 1.500 litros dia, divido em quatro pulsos de 375 litros, em uma sucção de cinco minutos, totalizando uma vazão de 4.500L/semana. Durante o período de novembro 2011 a outubro de 2012, foram realizadas análises do afluente e efluente do WCFV com periodicidade semanal, a fim de obter suficiência estatística amostral. Os parâmetros analisados, a fim de verificar o desempenho dos sistemas, foram: ph, Alcalinidade, Demanda Química de Oxigênio (DQO), Sólidos Suspensos (SS), Nitrogênio Total Kjeldhal (NTK), Nitrogênio Amoniacal (N-NH 4 ), Nitrogênio Nitrito (N-NO 2 - ), Nitrogênio Nitrato (N- NO 3 - ) e Fósforo Ortofosfato (P-PO 4 3 ). Todos os parâmetros seguiram recomendações do Standard Methods for Examination of Water and Wastewater (APHA, 2005; 1998), com exceção do nitrogênio amoniacal que seguiu recomendações de Vogel (1983). Monitoramento do crescimento das macrófitas O monitoramento do crescimento das macrófitas consistiu de três atividades: (i) replantio das macrófitas; (ii) poda das macrófitas; e (iii) medição do crescimento das macrófitas. O primeiro replantio foi realizado 180 dias após o plantio das macrófitas no WCFV, sendo adicionadas 15 novas mudas. Após essa etapa, foi efetuado um segundo replantio, adicionando mais 20 mudas no WCFV. A poda das macrófitas foi realizada 30cm acima do material filtrante, em um ângulo de 45º, de forma que dificultasse a penetração de água no interior da planta (Figura 3). Durante o período de estudo, foram feitas duas podas nas macrófitas, sendo a primeira, após 9 meses de operação do filtro e a segunda, após 14 meses de operação. O monitoramento do crescimento da macrófita Typha domingensis Pers. iniciou-se após a poda das mesmas, 30cm acima da superfície do material filtrante. O WCFV foi dividido em quatro quadrantes de mesma área cada e, dentro de cada quadrante, escolheram-se, aleatoriamente, cinco plantas para monitoramento do crescimento foliar. Essas plantas foram marcadas com fitas de diferentes cores para facilitar sua identificação. O crescimento foliar foi avaliado a partir de medições semanais, com auxílio de fita métrica (Figura 4). Figura 3 - Detalhe da poda das macrófitas no WCFV. a) corte realizado nas macrófitas; b) poda realizada 30 cm acima do material filtrante; c) WCFV podado. Gesta, v. 1, n. 2 Pelissari et al., p. 223-233, 2013 ISSN: 2317-563X 226

Figura 4 - Monitoramento do crescimento das macrófitas no WCFV. WCFV dividido em quadrantes; b) detalhe das macrófitas marcadas para análise do crescimento. RESULTADOS E DISCUSSÃO Na Tabela 1, apresentam-se os resultados obtidos referentes ao monitoramento físicoquímico do afluente e efluente do WCFV, durante o período de novembro de 2011 a outubro de 2012. O WCFV operou com, aproximadamente, duas vezes mais carga que o parâmetro de projeto (140g DQO/m² semana). A carga média de DQO aplicada foi de 317g/m² semana e, mesmo assim, o filtro atingiu uma remoção média de carga de 70%. Na Figura 5, apresentam-se as concentrações médias, afluente e efluente do WCFV, juntamente com a eficiência média de remoção de DQO do sistema. Pode-se observar uma tendência de aumento na eficiência de remoção de DQO ao longo do período avaliado. Esse fato pode estar relacionado com a adaptação gradativa da comunidade microbiana a este substrato. Tabela 1 - Monitoramento físico-químico do afluente e efluente do WCFV. (Nov./2011 a Out./2012) Parâmetros Afluente do WCFV Efluente do WCFV Eficiência Média ±DP N* Média ±DP N* Média (%) ph 7,2 35 6,9 35 - Alcalinidade (mg CaCO 3 /L) 668,3±300,0 35 290,2±141,2 35 - DQO (mg/l) 1.008,2±297,6 23 322,9±101,1 23 68 NTK (mg/l) 68,8±29,6 23 19,6±9,2 23 71 N-NH 4 (mg/l) 55,09±27,2 35 11,1±10,7 35 80 N-NO - 2 (mg/l) 0,0±0,0 35 0,1±0,2 35 - - N-NO 3 (mg/l) 5,2±3,9 35 37,2±15,3 35-3- P-PO 4 (mg/l) 23,3±6,9 35 20,9±7,3 35 10 SS (mg/l) 254,1±100,6 35 80,2±44,8 35 68 N* = número de amostragens válidas. Gesta, v. 1, n. 2 Pelissari et al., p. 223-233, 2013 ISSN: 2317-563X 227

Figura 5 - Concentrações de DQO afluente e efluente do WCFV ao longo do período de estudo. O WCFV operou com uma taxa hidráulica de 105mm/dia e um carregamento médio de SS de 80g.m² semana, e obteve-se eficiência de remoção média de 68%. O carregamento hidráulico e de sólidos operados no WCFV foi semelhante aos trabalhados por Langergraber et al. (2003), que estudaram WCFV em escala piloto. Os autores relataram que os sistemas apresentaram problemas de colmatação com taxas acima de 100mm/dia e com carregamento de 75,6g SS/m² semana, após 18 meses de operação. Ressalta-se que trabalhando com essas condições, até o término do presente estudo, não se verificou indícios de escoamento superficial. Foi possível verificar uma remoção média de nitrogênio amoniacal de 80%, que pode estar associada principalmente com a nitrificação (Figura 6). Como pode ser observado na Tabela 1, ocorreu um consumo da alcalinidade e um aumento do nitrogênio nitrato nesse módulo. Um dos principais fatores que contribuíram para que a nitrificação ocorresse, além da boa adaptação da microbiota nitrificante, foi a efetiva transferência de oxigênio no maciço filtrante, devido à alimentação intermitente. Na Tabela 2, pode-se verificar o saldo positivo de oxigênio (entrada de O 2 superior à demanda de O 2 para a matéria carbonácea e nitrogenada) realizado junto ao WCFV, conforme modelo proposto por Platzer (1999). Segundo Tanner et al. (1999), o processo de alimentação e drenagem do efluente dentro do WCFV promove um arraste de oxigênio para dentro da interfase biofilme/material filtrante, o que favorece a nitrificação e melhora o desempenho do tratamento em comparação com os sistemas com um nível de água estático. Gesta, v. 1, n. 2 Pelissari et al., p. 223-233, 2013 ISSN: 2317-563X 228

Figura 6 - Concentrações de nitrogênio amoniacal, do afluente e efluente do WCFV, e concentrações de nitrogênio nitrito e nitrogênio nitrato do efluente WCFV ao longo do período de estudo. 140 120 100 80 mg/l 60 40 20 0 - N-NH 4 afluente N-NO 2 efluente N-NH 4 efluente N-NO - 3 efluente Mediana 25%-75% Não discrepantes Discrepantes Extrenmos Módulo Tabela 2 - Balanço de oxigênio realizado junto ao WCFV, a partir do modelo de Platzer (1999) Taxa Hidráulica (mm/pulso) Carga de DQO Carga de NTK Demanda de O 2 Entrada Convecção Entrada Difusão Balanço de O 2 WCFV 26,20 378 26 288,98 112,50 321,80 145,32 Área superficial do filtro: 14, 3m² Considerando 1 aplicação de 1 pulso (375L) Foi considerada uma remoção média de DQO de 68% Na Figura 7, apresenta-se o comportamento do P-PO 4 3- ao longo do período de estudo. A eficiência de remoção desse nutriente foi baixa desde o início do monitoramento. A remoção média de fósforo durante todo o período de estudo foi de 10%, aplicando-se uma carga média de 7,35 g/m² semana. Esse comportamento foi relatado por vários autores. Mazzola et al. (2005) verificaram baixas remoções de P-PO 3-4 no WCFV, tendo uma remoção média de 11,4% em um leito, utilizando brita como material filtrante. O mesmo foi relatado por Stefanakis e Tsihrintzis (2012). Segundo os 3- mesmos, as baixas remoções de P-PO 4 nos WCFV estão relacionadas com as características hidráulicas do filtro, pois neste modulo o efluente é Gesta, v. 1, n. 2 Pelissari et al., p. 223-233, 2013 ISSN: 2317-563X 229

rapidamente drenado até a saída, tendo menos tempo para que ocorra a adsorção do P-PO 4 3- no material filtrante. Figura 7: Concentrações afluente e efluente de P-PO 4 3- ao longo do período de estudo. 45 40 35 P-PO 4 3- (mg/l) 30 25 20 15 10 1 4 7 10 13 16 19 22 25 28 31 34 Amostragens Afluente Efluente Desenvolvimento das macrófitas A altura média observada para as macrófitas, após 100 dias da poda, foi de 100cm. Na Figura 8, apresenta-se a altura média das macrófitas no decorrer do período avaliado. Verificou-se que as maiores velocidades de crescimento se deram no início do ciclo de desenvolvimento das plantas, o que coincidiu com as maiores temperaturas climáticas, ocorrendo uma variação de 2,29 a 16,33 cm/semana (Figura 9). Ressalta-se que no WCFV as taxas de crescimento das macrófitas foram significativamente inferiores quando comparadas ao crescimento das macrófitas em seu habitat natural. Taiz e Zeiger (2009) afirmam que a área foliar diminuída é uma resposta precoce ao déficit hídrico. Os autores argumentam que o estresse hídrico limita não só o tamanho, mas, também, o número de folhas, pois ele diminui o número e a velocidade de crescimento dos ramos. Gesta, v. 1, n. 2 Pelissari et al., p. 223-233, 2013 ISSN: 2317-563X 230

Figura 8: Altura média das macrófitas no WCFV. 22 20 Figura 9- Velocidade de crescimento da macrófita Typha domingensis Pers. no WCFV. Velocidade de crescimento (cm/semana) 18 16 14 12 10 8 6 4 2 0 17 31 44 51 57 65 100 Dias após a poda Média Média±0,95*DP Ocorreu grande dificuldade de adaptação das macrófitas nesse filtro. Apesar das duas tentativas realizadas com o replantio, até o término do estudo, as macrófitas não se desenvolveram satisfatoriamente. Esse fato pode estar associado com as características hidráulicas do filtro, o qual não permanecia saturado com efluente. Gesta, v. 1, n. 2 Pelissari et al., p. 223-233, 2013 ISSN: 2317-563X 231

O mesmo fato foi reportado por Kantawanichkul et al.(2009), os quais analisaram que a Typha demonstrou um comportamento de estresse, com baixo crescimento, apresentando folhas murchas. Os autores ainda relatam que essa macrófita é uma planta que exige uma demanda de água muito alta e contém uma capacidade limitada para fechar os estômatos. Na Figura10, apresenta-se o desenvolvimento das macrófitas durante o período de monitoramento do crescimento. Ressalta-se que, em outubro de 2012, foi realizada uma nova poda nas macrófitas. Figura 10: Desenvolvimento mensal da macrófita Typha dominguensis Pers. no WCFV, durante os meses de maio a outubro de 2012. CONCLUSÃO Com base no monitoramento físicoquímico do afluente e efluente ao WCFV, ao longo de um ano de estudo, bem como o regime hidráulico aplicado e o desenvolvimento das macrófitas, pôde-se concluir que: o WCFV apresentou eficiência de remoção de carga de 70 % de DQO, operando com um carregamento médio de 317 g/m² semana; a nitrificação foi o principal mecanismo de transformação do nitrogênio amoniacal afluente, sendo responsável por 73% dos 80% do nitrogênio amoniacal removido; a nitrificação está diretamente relacionada com a taxa hidráulica aplicada, constatação possível pelo balanço de oxigênio realizado no WCFV; Gesta, v. 1, n. 2 Pelissari et al., p. 223-233, 2013 ISSN: 2317-563X 232

o rápido tempo de drenagem do efluente no WCFV influenciou diretamente no 3- processo de adsorção de P-PO 4 no material filtrante, resultando na baixa 3 remoção de P-PO 4 nesse modulo; a macrófita estudada apresentou dificuldades de adaptação no WCFV; as características hidráulicas do WCFV influenciaram no desenvolvimento das macrófitas; a poda deve ser realizada entre os 60 e 90 dias após o plantio das macrófitas; e não se observou a liberação de odores desagradáveis; Assim, podemos afirmar que o WCFV demonstrou ser uma tecnologia viável para ser empregada no tratamento de efluentes oriundos das atividades de bovinocultura leiteira. Agradecimento Os autores gostariam de agradecer ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) pelo financiamento da pesquisa (edital MCT/CNPq N 014/2010). REFERÊNCIAS APHA American Public Health Association. Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater. 21 ed. Washington: APHA- AWWA-WEF, 2005. 1368p.. Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater. 20 ed. Washington: APHA- AWWA-WEF, 1998. 1195p. HEALY, M.G.; RODGERS, M.; MULQUEEN, J. Treatment of dairy wastewater using constructed wetlands and intermittent sand filters. Bioresource Technology, v. 98, p. 2268-2281, 2007. KANTAWANICHKUL, S.; KLADPRASERT, S.; BRIX, H. Treatment of high-strength wastewater in tropical vertical flow constructed wetlands planted with Typha angustifolia and Cyperus involucratus. Ecological Engineering, v. 35, p. 238-247, 2009. LANGERGRABER, G.; HABERL, R.; LABER, J.; PRESSL, A. Evaluation of substrate clogging process in vertical flow constructed wetlands. Water Science and Technology, v. 48, n. 5, p. 25-34, 2003. MAZZOLA, M.; ROSTON, D.M.; VALENTIM, M.A.A. Uso de leitos cultivados de fluxo vertical por batelada no pós-tratamento de efluente de reator anaeróbio compartimentado. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, v. 9, n. 2, p. 276-283, 2005. PLATZER, C. Design recommendation for subsurface flow constructed wetlands for nitrification and denitrification. Water Science and Technology, v. 40, n. 3, p. 257-263, 1999. PHILIPPI, L.S.; SEZERINO, P.H. Aplicação de sistemas tipo wetlands no tratamento de águas residuárias: utilização de filtros plantados com macrófitas. Florianópolis: Editora do Autor, 2004. 144p. SCHAAFSMA, J.A.; BALDWIN, A.H.; STREB, C.A. An evaluation of a constructed wetland to treat wastewater from a dairy farm in Maryland, USA. Ecological Engineering, v. 14, p. 199-206, 2000. STEFANAKIS, I.A.; TSIHRINTZIS, V.A. Effects of loading, resting period, temperature, porous media, vegetation and aeration on performance of pilotscale vertical flow constructed wetlands. Chemical Engineering Journal, v. 181-182, p. 416-430, 2012. TAIZ, L.; ZEIGER, E. Fisiologia vegetal. Porto Alegre: Artmed, 2009. 848p. TANNER, C.C., D EUGENIO, J.; MCBRIDE, G.B.; SUKIAS, J.P.S.; THOMPSON, K. Effect of water level fluctuation on nitrogen removal from constructed wetland mesocosms. Ecological Engineering, v. 12, p. 67 92, 1999. VOGEL, A.I. Química analítica qualitativa. 5 ed. São Paulo: Editora Mestre Jou, 1981, p.665. WINTER, K. J.; GOETZ, D. The impact of sewage composition on the soil clogging phenomena of vertical flow constructed wetlands. Water Science and Technology, v. 48, n. 5, p. 9-14, 2003. Gesta, v. 1, n. 2 Pelissari et al., p. 223-233, 2013 ISSN: 2317-563X 233