CRISTO E O NOVO PACTO vivendopelapalavra.com Por: Helio Clemente O pacto de Deus com o homem é fruto da exclusiva vontade e determinação de Deus. Desde o primeiro pacto no Jardim do Éden, passando pela Lei Mosaica até a vinda de Cristo, o homem mostrou-se incapaz de cumprir a lei por sua capacidade própria, porém Deus, conhecendo esta condição do homem, decidiu, na eternidade, estabelecer um novo pacto através de e em Cristo, o Verbo encarnado, que pela sua vida de absoluta perfeição moral cumpriu toda a lei e obediência que Adão fora incapaz de cumprir. 1 Coríntios 15,22: Porque, assim como, em Adão, todos morrem, assim também todos serão vivificados em Cristo. Todos os que são salvos, somente são remidos pela obediência plena e o sacrifício substitutivo de Jesus Cristo, não existe nenhuma lei, preceito, obra, serviço ou modo de vida que irá justificar quem quer que seja perante Deus, somente a vida perfeita, o sacrifício vicário e a ressurreição de Jesus pôde realizar o pacto da graça estabelecido por Deus. Gálatas 3,13: Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se ele próprio maldição em nosso lugar (porque está escrito: Maldito todo aquele que for pendurado em madeiro). 1 / 8
Confissão de Fé de Westminster: Capítulo VII, Seção IV - O Novo Testamento: Este pacto da graça é frequentemente apresentado nas Escrituras pelo nome de Novo Testamento, em referência à morte de Cristo, o testador, à perdurável herança, com tudo que lhe pertence, legada neste pacto. Hebreus 9,15: Por isso mesmo, ele é o Mediador da nova aliança, a fim de que, intervindo a morte para remissão das transgressões que havia sob a primeira aliança, recebam a promessa da eterna herança aqueles que têm sido chamados. O pacto da graça é representado na bíblia com o nome de Novo Testamento, este pacto foi realizado por Jesus Cristo, o Verbo encarnado, perfeito homem e perfeito Deus, consumando todas as profecias e previsões do Velho Testamento. Da necessidade do Pacto da Graça Já foram vistos acima, vários aspectos vários aspectos da redenção que há em Cristo, mas porque a necessidade do Pacto da Graça se Jesus nos diz que não veio para julgar o mundo, mas para salvá-lo? 2 / 8
João 12,47: Se alguém ouvir as minhas palavras e não as guardar, eu não o julgo; porque eu não vim para julgar o mundo, e sim para salvá-lo. A explicação deste fato é bastante simples: O mundo não precisa ser julgado porque já está condenado, somente os eleitos de Deus, justificados em Cristo, são salvos. 1 João 5,19: Sabemos que somos de Deus e que o mundo inteiro jaz no Maligno. Todos os homens já foram julgados em Adão e todos são pecadores, pois o homem não é pecador porque peca, mas peca porque é pecador, desta forma todos os homens descendentes de Adão por geração ordinária são pecadores e continuam pecando, já estão julgados e debaixo da justa ira de Deus. 1 Coríntios 15,22: Porque, assim como, em Adão, todos morrem, assim também todos serão vivificados em Cristo. Mais perguntas: Porque o Pacto da Graça se Deus mandou o seu Filho ao mundo para que todo aquele que nele crê seja salvo? Não é suficiente, por este motivo, que basta ao homem crer em Cristo e ser salvo? 3 / 8
João 3,16: Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. A questão que se apresenta agora é a seguinte: O homem caído e pecador, inimigo de Deus, terá condições por si mesmo para aceitar a Cristo? Vejamos o que diz o apóstolo João na sequência do seu evangelho. João 6,37: Todo aquele que o Pai me dá, esse virá a mim; e o que vem a mim, de modo nenhum o lançarei fora. João 6,44: Ninguém pode vir a mim se o Pai, que me enviou, não o trouxer; e eu o ressuscitarei no último dia. João 10,14: Eu sou o bom pastor; conheço as minhas ovelhas, e elas me conhecem a mim. João 8,47: Quem é de Deus ouve as palavras de Deus; por isso, não me dais ouvidos, porque não sois de Deus. Desta forma, a explicação sobre a necessidade do Pacto da Graça se torna clara: O homem pecador não consegue jamais, por seus próprios méritos, justificar a si mesmo ou escolher a própria salvação. Como foi visto acima, o mundo todo jaz no maligno, por este motivo existe esta necessidade do pacto da graça, pelo qual Deus decidiu, na eternidade, salvar, através de seu Filho Jesus, alguns homens e mulheres escolhidos dentre a massa caída da humanidade, porque nem mesmo estes escolhidos de Deus são capazes de justificar a si mesmos, estando em seu estado natural debaixo da ira e da justiça de Deus. 4 / 8
Pelo Pacto da Graça, dirigido aos eleitos de Deus e somente a estes, o pecador é justificado em um determinado momento de sua vida, nascendo novamente pelo Espírito e recebendo como dons de Deus a fé em Cristo e o arrependimento para a vida. A salvação é obra do Deus triúno do princípio ao fim, sem colaboração alguma do homem caído, e, sendo assim realizada é eterna e jamais será perdida. João 10,28: Eu lhes dou a vida eterna; jamais perecerão, e ninguém as arrebatará da minha mão. Aquilo que meu Pai me deu é maior do que tudo; e da mão do Pai ninguém pode arrebatar. A realização do Pacto da Graça O Pacto das Obras firmado com Adão foi quebrado, pois o homem sendo criatura finita e mutável não persistiu na execução do pacto. É preciso ressaltar que a desobediência de Adão e a queda foram decretadas na eternidade, Deus não foi surpreendido com a atitude do homem, mas, ao contrário, teve nesta desobediência de Adão a realização de seus Decretos Eternos. Isso serviu para mostrar que o homem finito, por si mesmo, jamais poderia cooperar em um pacto que deve ser infinito e eterno. Depois disso, a fraqueza e a corrupção humana decorrente da queda resultaram na total e completa incapacidade do homem, separando radicalmente a criatura do Criador. Romanos 5,12: Portanto, assim como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a morte, assim também a morte passou a todos os homens, porque todos pecaram. Por todos estes motivos, o Pacto da Graça exclui o homem de sua realização, este pacto foi realizado pelo próprio Deus, na pessoa do Verbo encarnado: Jesus Cristo, que através da encarnação tornou-se perfeito homem e perfeito Deus, apto a realizar o pacto onde Adão havia falhado. 5 / 8
Colossences 1,15: Este (Jesus) é a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação. Como a perfeita imagem divina, Jesus revelou Deus aos homens e realizou de forma cabal e definitiva, uma vez por todas, o plano de salvação de Deus, tornando possível a efetivação do Pacto da Graça, pois o homem pecador jamais poderia ser salvo sem o cumprimento perfeito da justiça divina. Deus é santo e puro, sua misericórdia não pode ser manifesta, jamais, à parte de sua justiça, por este motivo, os homens nunca seriam objeto do amor de Deus sem o cumprimento perfeito de sua justiça em Jesus Cristo. Colossences 1,17-20: Ele é antes de todas as coisas. Nele, tudo subsiste. Ele é a cabeça do corpo, da igreja. Ele é o princípio, o primogênito de entre os mortos, para em todas as coisas ter a primazia, porque aprouve a Deus que, nele, residisse toda a plenitude e que, havendo feito a paz pelo sangue da sua cruz, por meio dele, reconciliasse consigo mesmo todas as coisas, quer sobre a terra, quer nos céus. O pacto da graça realiza em si todos os outros pactos, símbolos e ordenanças do Velho Testamento, representando em Cristo a consumação de todas estas coisas que eram sempre figuras do que haveria de ser realizado definitivamente no Pacto da Graça. 1 Timóteo 2,5-6: Porquanto há um só Deus e um só Mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, homem, o qual a si mesmo se deu em resgate por todos: testemunho que se deve prestar em tempos oportunos. A unicidade do pacto em Cristo no Velho Testamento 6 / 8
No Antigo Testamento, o Pacto da Graça é revelado com crescente clareza ao longo da história. Quando Adão e Eva são expulsos do paraíso, neste mesmo ato, Deus repreende a serpente, Satanás, e promete a vinda do redentor, e assim todos os rituais e símbolos da antiga aliança apontam inexoravelmente para Cristo. Gênesis 3,15 (RC): E porei inimizade entre ti e a mulher e entre a tua semente e a sua semente; ele te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar. O dispensacionalismo Negar a unicidade do pacto diante de tantas evidências parece tolice, ou mesmo contra-senso, mas a revelação da Escritura é privativa dos eleitos de Deus, e toda crença absurda é possível para aqueles que o deus deste século cegou. A divisão do texto sagrado em diferentes dispensações, apesar de herética, é bastante comum na igreja evangélica moderna. Esta prática supõe que Deus estabeleceu sete pactos diferentes com os homens, porque foi surpreendido com as atitudes humanas inesperadas e foi obrigado a mudar as dispensações do pacto conforme as épocas da história; da mesma forma Jesus somente se dirigiu aos gentios quando foi surpreendido pela rejeição dos judeus. Este sistema afirma também, apesar das negativas categóricas de Jesus na Escritura, o sonho farisaico do estabelecimento do reino davídico do Messias na terra por mil anos literais antes do fim. Esta é uma heresia cruel e demoníaca, pois nega a onisciência e onipotência de Deus e também, direta ou indiretamente a divindade de Cristo e consequentemente a Trindade divina. 7 / 8
(Estas são observações básicas para conhecimento do dispensacionalismo, existem diferentes vertentes desta aberração, cujo detalhamento deve ser objeto de estudo definido e não cabe neste comentário) 8 / 8