PARECER TÉCNICO DO SETOR SUINÍCOLA SOBRE O PROJETO DE LEI Nº 6.459, DE 2013.

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Transcrição:

PARECER TÉCNICO DO SETOR SUINÍCOLA SOBRE O PROJETO DE LEI Nº 6.459, DE 2013. Dispõe sobre os contratos de integração, estabelece condições, obrigações e responsabilidades nas relações contratuais entre produtores integrados e integradores e dá outras providências Autor: Senadora ANA AMÉLIA I RELATÓRIO O Projeto de Lei do Senado número 330, de 2011, de autoria da Senadora Ana Amélia, pretende reger juridicamente os contratos de integração no agronegócio, pois dispõe sobre os contratos de integração, estabelece condições, obrigações e responsabilidades nas relações contratuais entre produtores integrados e integradores e dá outras providências. O projeto tramitou no Senado dentro de duas comissões, a Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania e a Comissão de Agricultura e Reforma Agrária, onde sofreu modificações através de emendas. Após sua aprovação nesta casa, foi encaminhado à apreciação da Câmara dos Deputados no dia 1º de outubro de 2013, onde recebeu o número de PL 6.459/2013. Ao chegar na Câmara dos Deputados foi-se dispensado a apreciação das comissões desta casa, tendo em vista que outros projetos similares a este já haviam passado por esse processo e foram apensados ao projeto oriundo do Senado. Por fim, o projeto se encontra pronto para pauta no plenário. II PARECER TÉCNICO DA ABCS Grande parte da produção brasileira de suínos está vinculada a grandes e médias agroindústrias, por meio de contratos de integração. Este fato vem chamando a atenção do legislativo desde 1998, quando o primeiro Projeto de Lei visando regulamentar essa relação foi apresentado. Em 2011, após dois anos de extensas negociações e debates no âmbito da Comissão Nacional de Aves e Suínos da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil CNA entre as diversas entidades representativas dos setores que utilizam a modalidade de integração (suínos, aves, laranja, fumo e outras), a Senadora Ana Amélia apresentou o Projeto de Lei do Senado nº 330/2011 a fim de criar regras básicas para esses contratos. Conforme citado, o texto sofreu algumas emendas durante sua tramitação no Senado e, após chegar à Câmara dos Deputados para apreciação, está aguardando sua inclusão na ordem do dia para ser votado no plenário da casa.

Desde 2013, as entidades representativas de diversos elos das cadeias envolvidas neste projeto, iniciaram algumas tratativas a fim de melhorar artigos no texto da proposta encaminhada pelo Senado. Ao longo de 2014 algumas reuniões foram realizadas e muito se avançou nas negociações adequando-se algumas redações importantes que trarão mais clareza ao texto final. Estas emendas, com as quais a ABCS está de acordo, encontram-se anexas a este parecer técnico. No entanto, mesmo com mais de 90% do texto estando sob consenso entre as entidades que participaram destas reuniões, ainda existem duas cláusulas que possuem opiniões divergentes entre estes representantes e as quais ainda se busca um acordo para se solicitar o encaminhamento para a votação. São elas o inciso VII do artigo 4º, que trata da remuneração mínima a ser paga ao produtor, e o artigo 6º que detalha a composição das Comissões de Acompanhamento, Desenvolvimento e Conciliação da Integração CADEC. a) Remuneração Mínima (Art. 4º, Inciso VII) O Inciso VII, do Artigo 4º, é o ponto mais polêmico do Projeto de Lei, sendo o responsável por acometer a diversos debates e à distanciação entre integrados e integradores. A ABCS entende que o produtor, atualmente, está em uma posição de desvantagem em relação a agroindústria, devido a esta ter o controle de aproximadamente 80% das variáveis que envolvem os resultados produtivos. Por isso, defende o pagamento de um rendimento mínimo para tentar equilibrar as relações entre esses dois agentes. Esta renda mínima, desde que atualizada com os custos reais de energia, mão-de-obra, manutenção, despesas administrativas e depreciação da estrutura, em cada região, irá permitir ao produtor manter um capital de giro em sua granja e investir em novas tecnologias, além de lhe garantir o sustento da família, a permanência e o crescimento na atividade. Na forma como este inciso está previsto no Projeto oriundo do Senado, ele beneficia, em ampla medida, os produtores integrados. Porém, gera uma certa desvantagem à agroindústria, ao garantir uma renda mínima ao produtor não inferior ao custo de produção, independentemente de seu rendimento produtivo, podendo, segundo a indústria, favorecer eventualmente um produtor ineficiente, desde que ele tenha cumprido as obrigações de contrato. Diante deste argumento, a ABCS aceitou debater o texto a fim de encontrar uma redação que favorecesse tanto os produtores quanto as agroindústrias através de um conceito justo do custo de produção que seria adotado e qual seria sua composição. Posteriormente, após o insucesso nas negociações em torno de custo e seus conceitos, foi proposto pelas agroindústrias a remuneração mínima em torno da renda média do produtor. Neste momento se faz importante esclarecer como é feita, atualmente, a referência à remuneração do produtor nos contratos de integração. Ao propor um contrato para o produtor integrado a agroindústria prevê uma remuneração média a qual está vinculada ao cumprimento das metas técnicas de conversão alimentar, mortalidade ou peso do animal, também previstas em contrato. A Figura 1 Composição da Remuneração, demonstra qual a renda proposta pela agroindústria no momento da contratação do integrado.

Figura 1 Composição da Remuneração Conforme observado, a renda proposta deve cobrir os custos operacionais, as despesas financeiras e ainda conter o lucro do integrado quando ele atinge a meta técnica proposta. Esta remuneração ofertada ao produtor tem por base uma planilha contendo os preços médios de cada um dos itens que compõe o custo na região em que está localizada a unidade integradora. A partir desta composição se obtém o valor a ser pago ao produtor por animal entregue em cada lote, o qual é apresentado como o valor médio da remuneração a ser recebida por ele durante a vigência do contrato. A Figura 2 Modelo de Planilha, simula uma destas planilhas e o preço do leitão a ser pago ao produtor.

Figura 2 Modelo de Planilha Este método é bastante justo e atrativo, uma vez que cobre todos os custos do produtor e ainda lhe proporciona lucro. A grande injustiça no sistema de integração, praticado em algumas regiões do país por algumas unidades integradoras, está concentrada, especialmente em dois fatores: estabelecimento de metas técnicas muito exigentes, as quais serão cumpridas por uma parcela muito reduzida dos produtores, e falta de atualização dos valores que compõem a planilha de custos, tornando o preço pago por animal totalmente defasado ao longo dos anos de contrato. Diante do exposto, esta Associação, entende como fundamental o estabelecimento de uma remuneração mínima ao produtor a qual evite estas distorções entre a proposta feita no momento da assinatura do contrato e o valor posteriormente pago ao produtor. Mais uma vez, a defesa desta remuneração mínima capaz de cobrir os custos produtivos do produtor para que ele possa ter capital de giro para continuar no sistema se deve ao fato de que, na grande maioria dos sistemas de integração, as agroindústrias tem o controle sobre as principais variáveis influenciadoras do resultado produtivos, tais como: insumos da ração, medicamentos, material genético ou reprodutores e matrizes, definição das metas técnicas e orientação do manejo com os animais. A seguir, no Quadro 1, são dispostas as redações do Inciso VII, abarcando a versão original vinda do Senado, as propostas das agroindústrias e a atual proposta da ABCS.

Quadro 1. Remuneração Mínima (Art. 4º, Inciso VII): Proposta aprovada no Senado Federal, que se encontra em Plenário da Câmara (PL 6.459/13) VII visando a assegurar a viabilidade econômica, o equilíbrio dos contratos e a continuidade do processo produtivo, será observado pelo integrador que a remuneração do integrado não seja inferior ao custo de produção de cada ciclo, definido pela respectiva Cadec, desde que atendidas as obrigações contidas no contrato; Proposta do primeiro acordo com a agroindústria na CNA (junho de 2014). VII visando assegurar a viabilidade econômica, o equilíbrio dos contratos e a continuidade do processo produtivo, será observado pelo integrador que a remuneração do integrado não seja inferior a 90% (noventa por cento) dos custos operacionais de produção de cada ciclo, definido pela respectiva Cadec, desde que atendidas as obrigações contidas no contrato; Proposta posteriormente apresentada pela agroindústria VII visando a assegurar a viabilidade econômica, o equilíbrio dos contratos e a continuidade do processo produtivo, será observado pelo integrador que a remuneração do integrado não seja inferior a 60% (sessenta por cento) da renda média histórica de cada ciclo, definido pela respectiva Cadec, desde que atendidas as obrigações contidas no contrato; Obs: A parcela do financiamento teria cobertura de 100% e não é considerada pela agroindústria como renda dos produtores. Proposta consensada no âmbito da Câmara Técnica da CNA (agosto de 2015) VII visando a assegurar a viabilidade econômica, o equilíbrio dos contratos e a continuidade do processo produtivo, será cumprido pelo integrador o valor de referência para a remuneração do integrado, definido pela CADEC na forma do art. 12 desta lei, desde de que atendidas as obrigações contidas no contrato; Primeiramente, a ABCS esclarece que a redação da primeira coluna do Quadro 1, onde se garante que a remuneração mínima a ser recebida pelo produtor não seja inferior ao custo de produção de cada ciclo, já era adequada aos anseios dos produtores por permitir sua manutenção na atividade produtiva. Porém, para tentar se chegar a um acordo mutualmente benéfico, sempre estivemos abertos a negociação. A segunda proposta apresentada no Quadro 1, é fruto do primeiro acordo conseguido durante uma das reuniões realizadas na CNA em 2014 entre representantes de todas as cadeias envolvidas, assessores do poder legislativo e de parlamentares que acompanham com interesse este tema. Na referida proposta, a renda mínima paga ao produtor seria de 90% dos custos operacionais. Na visão desta Associação, apesar de ser um auxílio mais brando do que a referência sobre custo de produção, ela ainda permite a permanência do produtor na atividade em momentos de dificuldade com alguns lotes. Porém, se esclarece que a própria agroindústria não quis seguir conforme o acordado e o grupo voltou a discutir novas propostas. Em seguida, os representantes das agroindústrias realizaram uma nova proposta, onde foi oferecido o pagamento de 60% da renda média do produtor nos últimos 12 meses, como renda mínima. Segundo os proponentes, a remuneração em torno da renda média de cada produtor tornaria esta garantia mais meritocrática e beneficiaria de maneira proporcional os produtores de acordo com seu desempenho no período de referência. Para a ABCS esta última proposta não é viável pois essa remuneração mínima ainda não consegue garantir, de forma efetiva, a manutenção do produtor na atividade, uma vez que 60% de sua renda média não seria equivalente, nem mesmo, aos 90% de seus custos operacionais. Mesmo não considerando esta como a melhor opção, a ABCS aceitou negociar a remuneração mínima em 100% da média histórica do produtor integrado por acreditar que este sistema pode garantir uma certa estabilidade na atividade por parte do integrado, além

de valorizar o bom produtor, estimulando os demais a sempre buscar a eficiência máxima na produção. Este aceite decorre do fato de que, após diversos cálculos com produtores integrados a algumas agroindústrias, chegou-se à conclusão de que este percentual seria o equivalente aos 90% dos custos operacionais do produtor. A ABCS aceitou discutir a remuneração mínima em torno da renda média por entender também que esta remuneração mínima deve ser uma exceção na relação com as indústrias, ou seja, deve ocorrer em lotes atípicos que não atingem a meta técnica prevista por motivos que fogem do controle tanto do produtor quanto da agroindústria. No entanto, apesar desta remuneração ser utilizada apenas em casos atípicos ela é a base justa de preço a ser pago ao produtor e deve estar atrelada a valores reais, em consonância com os preços praticados na região, evitando que situações de preço defasados por mais de cinco anos, tais como se verifica hoje em algumas regiões do sul do Brasil, se perpetuem. Por fim, após as negociações em torno da renda média não obterem sucesso, os produtores e indústria voltaram a conversar baseados em uma nova proposta de redação sugerida pela Federação de Agricultura do Estado do Paraná (FAEP). A proposta foi então apresentada no âmbito da Comissão Nacional de Aves e Suínos da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil CNA e, depois de concluídas as negociações e formado novo consenso, ficou decidido pelo texto que compõe a quarta proposta do Quadro 1. O Valor de Referência mencionado na proposta em questão, deverá cobrir os custos operacionais, as despesas financeiras e ainda conter o lucro do integrado quando ele atingir a meta técnica proposta, tais como apresentado na Figura 1. A lógica desta proposta está atrelada ao fato de este ser o valor proposto ao produtor no momento da assinatura do contrato, sempre que ele cumpra as demais obrigações contratuais. Portanto este deve ser o valor garantido a ele. Também faz parte do entendimento dos produtores em torno desta proposta a lógica já citada de que a agroindústria detém o controle de aproximadamente 80% das variáveis de produção, incluindo as orientações de manejo, sendo os casos em que o produtor não cumpre o contrato muito raros e representativos de uma parcela de apenas 5% dos produtores integrados, os quais, naturalmente, sofrerão as sanções previstas nos contratos assinados. Ao artigo 12 do Projeto de Lei nº 6.459, de 2013, citado na quarta proposta do Quadro 1, dá-se a seguinte redação: Art. 12 Pa ra f i ns d e c um pr imento ao dispo sto no inc iso VII do art. 4º da p r es e nt e l ei compe te ao FONIAGRO a const it u i ção de G r upo de Trabalho para e st abelec er a metodo logia pa ra o cá l culo do va lor d e ref er ê ncia para a r em un e ração do in tegra do, qu e d ev erá obse rva r o cus to d e pro d ução, va lore s d e m e rca do do pro du to in natura, re n dim e nto m éd io do s l otes, d en tr e outr as va ri áveis, para c ada cadei a pro du ti va. 1ª Para cumprimento do disposto no caput, será constituído um Grupo de Trabalho Paritário com representantes dos integradores e integrados que poderá contratar entidades ou instituições de notável reconhecimento técnico, desde que requisitada por uma das partes. A escolha da entidade se dará por comum acordo. 2º O Grupo de Trabalho terá como função a elaboração da metodologia de cálculo do valor de referência e sua revisão se dará por regulamentação específica do FONIAGRO.

3º O Grupo de Trabalho terá o prazo máximo de 6 (seis) meses contados da promulgação dessa lei, para apresentar as metodologias de cálculo para cada cadeia produtiva. Excepcionalmente, o prazo poderá ser prorrogado por decisão do FONIAGRO, mediante justificativa. 4º Compete também ao FONIAGRO o acompanhamento dos trabalhos e o envio às respectivas CADEC`s. Desta maneira, fica acordado que ao FONIAGRO será atribuída a responsabilidade de constituir um Grupo de Trabalho para estabelecer a metodologia de cálculo para valor de referência, acompanhar o trabalho desenvolvido pelo Grupo e enviá-lo as respectivas CADEC S. Caberá então a esta última a competência de valorar os resultados propostos pelo FONIAGRO de acordo com a realidade de cada região. Portanto, esta Associação se mostra a favor da última proposta apresentada no Quadro 1 entendendo que, ao permitir que o FONIAGRO defina as diretrizes que compões o valor de referência para a remuneração do integrado, cada setor produtivo será analisado separadamente. Ademais, com a valoração desta proposta pelas CADEC s o valor pago ao produtor será mais condizente com cada região em que exista uma unidade integrada, garantindo assim a permanência e o crescimento do produtor na atividade. b) Comissão para Acompanhamento, Desenvolvimento e Conciliação da Integração CADEC (Art. 6º) De acordo com o referido Projeto de Lei, deverá ser criada uma comissão entre cada unidade integradora e os produtores a ela integrados. Tal medida visa elaborar estudos, análises econômicas, sociais, tecnológicas e outras; acompanhar e avaliar o atendimento dos padrões mínimos de qualidade exigidos para ambas as partes e; evitar a morosidade de um possível processo judicial além de determinar o valor de referência previsto no art. 4º, inciso VII, conforme proposta dos produtores descritas anteriormente neste parecer. Além disso, na visão desta Associação, estas Comissões são a principal ferramenta do Projeto de Lei para trazer o equilíbrio necessário entre as partes, uma vez que proporcionarão um ambiente de discussão paritário e permanente. É neste ambiente que serão discutidos, de maneira periódica, a composição e valor dos custos contidos na tabela de remuneração do produtor, as metas técnicas a serem alcançadas, a qualidade dos insumos, dentre outros. Apesar deste artigo ainda não ser de total acordo entre todos os representantes das entidades que vem negociando nos últimos meses este Projeto, a ABCS acredita que um alinhamento nesta questão não é difícil, visto que a intenção de todos é a mesma: de que nestas Comissões existam apenas representantes de produtores integrados àquela planta integradora e de sua respectiva associação representativa, evitando assim que sejam trazidos assuntos estranhos ao propósito e ao ambiente da CADEC, tais como questões trabalhistas as quais não se encaixam dentro da relação entre integrados e integradores. A seguir, no Quadro 2, é demonstrado o texto original oriundo do Senado e a proposta da ABCS com base no texto acordado na reunião de junho de 2014 na CNA, a qual possuía representantes de diversos elos das cadeias produtivas envolvidas neste Projeto.

Quadro 2. Constituição da Comissão para Acompanhamento, Desenvolvimento e Conciliação da Integração CADEC Proposta aprovada no Senado Federal, que se encontra em Plenário da Câmara (PL 6.459/2013) Art. 6º Cada unidade do integrador e os produtores a ela integrados devem constituir Comissão para Acompanhamento, Desenvolvimento e Conciliação da Integração (Cadec), respeitando as estruturas já existentes e com função similar, de composição paritária e integrada por membros indicados pelo integrador e pelos produtores integrados ou suas entidades representativas, com os seguintes objetivos, entre outros a serem estabelecidos em seu regulamento: [...] Proposta da ABCS Art. 6º Cada unidade da integradora e os produtores a ela integrados devem constituir Comissão para Acompanhamento, Desenvolvimento e Conciliação da Integração CADEC. 1º. A CADEC será composta paritariamente por: I representantes escolhidos diretamente pelos produtores integrados à unidade integradora; II representantes indicados pela integradora; III representantes indicados pelas entidades representativas dos produtores integrados; IV representantes indicados pelas entidades representativas das empresas integradoras. 2º. A inexistência de entidades representativas previstas nos incisos III e IV do caput não impede a instalação e funcionamento da CADEC. 3º. A constituição da CADEC respeitará as estruturas com função similar constituídas até a data de publicação desta Lei. 4º. A CADEC terá os seguintes objetivos e funções, entre outros a serem estabelecidos em seu regulamento: I...; II...; III...; IV dirimir questões e solucionar, mediante acordo, litígios entre os produtores integrados e a integradora; V...; VI...; VII Determinar e fazer cumprir o Valor de Referência a que alude o art. 4º, VII, desta lei. 5º As despesas da CADEC serão suportadas pelas partes contratantes. Em relação aos textos propostos, é entendido por esta entidade que a redação contida na segunda coluna do Quadro 2 é a mais adequada para se garantir a representatividade e o equilíbrio desejados nestas Comissões, uma vez que as entidades representativas de ambas as partes poderão fornecer pessoas técnicas e qualificadas para auxiliar nas negociações e garantir os interesses de seus representados.

ANEXO EMENDAS ACORDADAS ENTRE OS SETORES As emendas apresentadas a seguir forma acordadas entre representantes da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), da Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS), da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (CONTAG) e do Sindicato Interestadual da Indústria do Tabaco (SindiTabaco), em reunião realizada na sede da CNA em Brasília no dia 02 de junho de 2014. a) Artigo 4º, parágrafo único Inclua-se 2º no artigo 4º do Projeto de Lei nº 6.459, de 2013, renumerando-se o atual parágrafo único como 1º, com a seguinte redação:.. Art. 4...... 1º. O Foro do lugar onde se situa o empreendimento do produtor integrado é competente para ações fundadas no contrato de integração, devendo este ser indicado no contrato. Trata-se melhorar a redação do atual parágrafo único para deixar claro que a competência deve ser do juízo lugar da coisa. b) Artigo 4º, inciso III do caput Dê-se ao inciso III do caput do artigo 4º do Projeto de Lei nº 6.459, de 2013, a seguinte redação:.. Art. 4...... III os parâmetros técnicos e econômicos indicados ou anuídos pelo integrador com base no estudo de viabilidade econômica e financeira do projeto. A presente emenda pretende o aperfeiçoamento do texto, uma vez que o estudo não é elemento (cláusula) do contrato, e os parâmetros técnicos na relação contratual são normalmente predeterminados pela indústria.

c) Artigo 4º, inciso VIII do caput Dê-se ao inciso VIII do caput do artigo 4º do Projeto de Lei nº 6.459, de 2013, a seguinte redação:.. Art. 4......... VIII os custos financeiros dos insumos fornecidos em adiantamento pelo integrador, não podendo ser superiores às taxas de juros captadas, devendo ser comprovadas na Cadec;...... Na forma como redigido, o dispositivo onera o integrado ao permitir que a integradora transfira para este os seus custos administrativo s. Tem-se, também, pela necessidade de fixar um limite para os juros praticados pelas integradoras que parte das vezes captam recursos no âmbito do crédito rural oficial para repassar aos integrados a juros maiores. d) Artigo 4º, inciso X do caput Substitua-se no inciso X do caput do artigo 4º do Projeto de Lei nº 6.459, de 2013, a expressão: taxas, impostos e contribuições previdenciárias pela expressão tributos. Trata-se de emenda de redação para que o contrato de fato espelhe de fato as responsabilidades das partes, uma vez que os produtos estão sujeitos não apenas à incidência de impostos, mas também de diversas contribuições. e) Artigo 4º, inciso XIII do caput Dê-se ao inciso XIII do caput do artigo 4º do Projeto de Lei nº 6.459, de 2013, a seguinte redação: XIII em caso de obrigatoriedade de seguro da produção e do empreendimento, os custos para as partes contratantes e a extensão de sua cobertura, devendo eventual subsídio concedido pelo Poder Público sobre o prêmio do seguro ser repassado ao integrado, no que lhe couber;

Deve-se considerar que o seguro de produção e do empreendimento como obrigatórios, como forma de garantir a sobrevivência do empreendimento, além de assegurar que as subvenções ao seguro instituídas pelo Poder Público beneficiem o produtor rural integrado. f) Artigo 4º, inciso XIV do caput Dê-se ao inciso XIV do caput do artigo 4º do Projeto de Lei nº 6.459, de 2013, a seguinte redação: XIV o prazo para aviso prévio, no caso de rescisão unilateral e antecipada do contrato de integração, deve levar em consideração o ciclo produtivo da atividade e o montante dos investimentos realizados; O aviso prévio por qualquer das partes no caso de rescisão unilateral e antecipada é cláusula comum e usual em qualquer contra to. No caso do contrato de integração, deve-se proteger a parte hipossuficiente, neste caso, o integrado. Tem - se inúmeros exemplos de empresas que decidem rescindir os contratos deixando os integrados endividados em face dos empreendimentos realizados. g) Artigo 4º, inciso XV do caput Dê-se ao inciso XV do caput do artigo 4º do Projeto de Lei nº 6.459, de 2013, a seguinte redação: XV a instituição de Comissão de Acompanhamento, Desenvolvimento e Conciliação da Integração (Cadec ), a quem as partes poderão recorrer para a interpretação de cláusulas contratuais ou outras questões inerentes ao contrato de integração; A Constituição Federal assegura a todos o direito de petição aos poderes públicos, além do exercício do amplo direito de defesa e do devido processo legal. Assim, mostra-se inconstitucional instituir por Lei cláusula contratual que estabeleça a obrigatoriedade da parte recorrer a uma instância privada para dirimir eventuais litígios entre os contratantes.

h) Artigo 4º, inciso XVI do caput Dê-se ao inciso XVI do caput do artigo 4º do Projeto de Lei nº 6.459, de 2013, a seguinte redação: Art.4º... XVI as sanções para os casos de inadimplemento e rescisão unilateral sem justa causa do contrato;... É da natureza da liberdade de contratar a possibilidade de rompimento unilateral do contrato por qualquer das partes, devendo haver sanções apenas no caso de faltar justa causa. i) Artigo 5º, parágrafo 2º do caput Suprima-se no 2º ao artigo 5º do Projeto de Lei nº 6.459, de 2013, a palavra: patronais Os integrados não são representados apenas por entidades patronais. Milhares de produtores integrados são agricultores familiares representados por entidades sindicais de trabalhadores, como a CONTA G e a FETRAF, por exemplo. j) Artigo 9º, inciso VII Dê-se ao inciso VII do artigo 9º do Projeto de Lei nº 6.459, de 2013, a seguinte redação: Art. 9º.... VII estimativa de remuneração do produtor integrado por ciclo de criação de animais ou safra agrícola, utilizando -se, para o cálculo, preços e índices de eficiência produtiva médios nos 24 (vinte e quatro) meses anteriores, e validados pela respectiva Cadec;

Trata-se de dar maior segurança jurídica ao pré -contrato, além de proteger aqueles integrados que não contam com suporte técnico próprio para analisar as exigências impostas pelas integradoras k) Artigo 9º, inciso IX Dê-se ao inciso IX do artigo 9º do Projeto de Lei nº 6.459, de 2013, a seguinte redação: Art. 9º.... IX os parâmetros técnicos e econômicos indicados pelo integrador e validados pela respectiva Cadec para uso no estudo de viabilidade econômico-financeira do projeto de financiamento do empreendimento; Trata-se de dar maior segurança jurídica ao pré -contrato, além de proteger aqueles integrados que não contam com suporte técnico próprio para analisar as exigências impostas pelas integradoras l) Artigo 9º, inciso XI Dê-se ao inciso XI do artigo 9º do Projeto de Lei nº 6.459, de 2013, a seguinte redação: Art. 9º.... XI informações sobre os tributos e seguros incidentes na atividade e a responsabilidade das partes, segundo a legislação pertinente; Trata-se de dar maior segurança jurídica ao pré -contrato, além de proteger aqueles integrados que não contam com suporte técnico próprio para analisar as exigências impostas pelas integradoras.

m) Artigo 10º, caput Dê-se ao caput do artigo 10 do Projeto de Lei nº 6.459, de 2013, e ao a seguinte redação: Art. 10. Compete ao produtor integrado e à integradora atender às exigências da legislação ambiental para o empreendimento ou atividade desenvolvida no imóvel rural na execução do contrato de integração, bem como planejar e implementar medidas de prevenção dos potenciais impactos ambientais negativos e mitigar e recuperar os danos ambientais. O caput do artigo encontra-se em contradição com o restante do artigo, ao atribuir responsabilidade pela recuperação do dano ambiental apenas ao produtor integrado. Marcelo Lopes Presidente da ABCS