Sessão Medalhas: 10, 20, 25, 30, 35 e 40 anos de Serviço de 29 de maio de 2015 Intervenção do Senhor Reitor, Prof. Doutor Manuel Assunção Cada ano venho repetindo que, de entre todas as que compõem o nosso calendário anual, é esta a cerimónia em que me dá mais prazer participar, em que me sinto melhor. Passamos o ano em azáfamas múltiplas e com demasiada frequência descuramos o convívio com a família: com a nossa família de facto; e com a família UA que não é menos real e é, igualmente, de grande importância para o salutar equilíbrio das nossas vidas. Por isso este momento é tão especial! Por isso este encontro me agrada tanto! Agradeço a presença de cada um. Se há coisa de que me não posso queixar é do vosso compromisso com esta sessão: ano após ano a assistência tem sido substancial e a participação onde se inclui a habitual claque sempre calorosa. Não é que me possa, aliás, queixar de muita coisa, apesar dos constrangimentos de todos conhecidos. Pelo quinto ano consecutivo, passámos com saldo orçamental positivo e com um resultado líquido do exercício amplamente positivo, o que traduz contas equilibradas, uma boa saúde financeira e a sustentabilidade do projeto Universidade de Aveiro. Não deixámos, por isso, de ver a nossa atividade multiplicada, o impacto da nossa ação na região, no país, nas empresas, na cultura alargado e a nossa visibilidade interna e externa por exemplo nos rankings internacionais e nos prémios obtidos consolidada. E não deixámos, 1
sobretudo, de assegurar o nosso futuro, prosseguindo uma política de investimentos, principalmente em novos equipamentos científicos que façam a diferença; mas também, na medida do possível, em pessoas. Como é o caso das novas linhas de investigação; dos concursos para pessoal docente geridos, dentro dos plafonds estabelecidos, por cada Unidade Orgânica; da preocupação pela estabilidade de investigadores, conforme definido no meu Programa de Ação, através de regulamento de contratação específico, neste momento em apreciação sindical; e da passagem a situações de contrato por tempo indeterminado de um número significativo de trabalhadores, apesar da parcimónia que a situação impõe. Fomos a segunda Universidade Portuguesa em números absolutos e a primeira per capita na captação e execução de fundos estruturais do QREN; e este resultado diz tudo. Tal ter sido possível deve-se à ação denodada, eficiente e realizada com sentido, de tantos e tantos de nós, do geral da nossa comunidade, que soube prosseguir um caminho de grande empenho coletivo. Há muitíssima camisola da UA que continua a ser vestida com orgulho, diga-se e eu quero agradecer-vos, com emoção, esse contributo que continuais a dar à Universidade de Aveiro. Muito, muito obrigado! Não se moldando a cultura da UA no queixume, é forçoso reconhecer que há dificuldades: o dinheiro dedicado à manutenção dos edifícios é escasso e ameaça tornar-se absolutamente insuficiente; embora a nossa pirâmide 2
etária nos docentes seja assaz preocupante, com um pico nos 50-54 anos, não se verifica, por impossibilidade, o desejável rejuvenescimento dos nossos recursos humanos e o que acontece, através dos investigadores e bolseiros pós-doc, tem um cariz essencialmente efémero ou, na melhor das hipóteses, instável; e apesar da situação estrutural na UA não diferir da do resto do País, gostaríamos de promover a abertura de mais concursos e reconhecemos que o prémio ao mérito e a valorização das carreiras, nomeadamente técnicas e administrativas, está muito aquém do que seria justo acontecer. Neste último item, todavia, estamos a ultimar um levantamento de situações que nos permita, mais uma vez com o cuidado imprescindível, ir resolvendo as de maior desajuste. Razões pois de sobra para enaltecermos ainda mais, enquanto comunidade, esse grande esforço individual e coletivo que a esmagadora maioria de nós vem fazendo. Este ano foi decidido atribuir as medalhas de 10 e 20 anos, também aos docentes e investigadores. De facto, de entre estes, vários vinham, aqui e ali, manifestando gosto em ver-se incluídos na lista dos galardoados. E é oportuno constatar que o que esteve na base, à época, da decisão de só contemplar trabalhadores administrativos e técnicos, como um sinal especial para estes, constituiu uma realidade que se alterou significativamente. Pelo contrário, faz hoje mais sentido irmanar todos nesta condição comum de promotores do projeto UA. 3
É claro que a alteração de regras cria sempre uma descontinuidade, no momento em que é feita, que pode ser vista como injusta por alguns: ah, se tivesse sido o ano passado, eu também teria recebido Peço o melhor entendimento aos colegas nessas situações. Compreenderão todos que não se pode refazer, retroativamente, a história Teremos assim 48 trabalhadores a receber a medalha dos dez anos; 53 têm direito à dos vinte anos; serão 18 os contemplados com a de um quarto de século de dedicação à UA; 26 já nos deram três décadas do seu trabalho sendo que há neste alote, pasme-se, meus ex-alunos!; e são 21 os que perfizeram trinta e cinco anos de serviço. E este ano, pela primeira vez, atribuiremos medalhas por quarenta anos repito quarenta anos de partilha da vida profissional com a vida da Universidade de Aveiro. São seis os trabalhadores nessa situação que tanto nos dignifica! Assinalo ainda, como facto que encerra um significado especial, a jubilação dos Professores Celeste Coelho e José Teixeira Dias. O número dos assinalados por 10 anos da sua relação com a UA quase meia centena é um dado encorajador e significa que, apesar de tudo, alguma renovação vai havendo: não a ideal mas alguma! É no corpo dos trabalhadores técnicos e administrativos que encontramos um equilíbrio maior na distribuição etária. 4
Menos encorajador é relembrar aqui, como costumo fazer, os membros da nossa comunidade que nos deixaram nos últimos 12 meses: uma nota de saudade para o Professor José Grácio e para o Miguel Morais. Fiel ao conceito de comunidade alargada que tenho defendido, e que inclui aqueles que, em motivo de término do seu curso, da sua aposentação, ou por outras razões, tinham já cessado o seu vínculo à UA, relembro também outras partidas de que tive conhecimento: os funcionários aposentados Maria Isabel Braz, Miguel António Morais e Fernando Curado; o antigo Diretor da ESTGA, Professor Edmundo Fonseca; o Dr. José da Silva Lopes, que foi nosso Curador; e o antigo aluno Ivo Santos. Antes de terminar queria saudar duas iniciativas que mostram uma maior vontade de envolvimento dos trabalhadores e que constituem, por isso, outros tantos sinais revitalizadores da nossa casa: a constituição da Comissão de Trabalhadores e a eleição de uma nova direção para a AFUAv, a Associação de Funcionários da Universidade de Aveiro. Tenho a certeza que serão dois elementos que acrescentarão vida à nossa vida coletiva. Desejo, ainda, penitenciar-me por não ter podido visitar todos os serviços: é uma falha grave! Todavia, agora que o processo de designação dos vários Diretores das Unidades Orgânicas está quase concluído, vou devotar-me, com alma e atenção, a essa tarefa de ouvir e conversar com todos os que nos vários Serviços fazem acontecer Universidade de Aveiro. 5
Já estão agendadas para o próximo mês as idas aos Serviços de Tecnologias de Informação e Comunicação e aos Serviços de Gestão de Recursos Humanos e Financeiros. No momento em que o Conselho Geral vai abrir à comunidade uma fase de discussão sobre um eventual aperfeiçoamento dos Estatutos da UA passados que foram já mais de cinco anos sobre a aprovação destes importa pôr redobrada ênfase no diálogo entre todos. As necessárias reflexões sobre o equilíbrio entre representatividade, participação alargada, agilidade do processo de decisão e comunicação multidireccional não deixarão de constituir o essencial deste exercício de revisão estatutária. Muito obrigado, uma vez mais, por terem vindo e fazerem desta a mais bonita cerimónia da UA! 6