SALINIDADE DA ÁGUA, BIOFERTILIZANTE E LIXIVIAÇÃO NA BIOMETRIA DO NONI 1

Documentos relacionados
REDUÇÃO DA SALINIDADE E DA SODICIDADE EM SOLOS IRRIGADOS: AÇÃO DA IRRIGAÇÃO, LAVAGEM, CORRETIVOS QUÍMICOS E INSUMOS ORGÂNICOS

CONSUMO HÍDRICO E BIOMASSA EM PLANTAS DE NONI IRRIGADAS COM ÁGUAS SALINAS E BIOFERTILIZANTE BOVINO

PRODUÇÃO DE MUDAS DE NIM SOB IRRIGAÇÃO SUPLEMENTAR COM ÁGUAS SALINAS, BIOFERTILIZANTE E DRENAGEM

EFEITO DOS NÍVEIS DE SALINIDADE DA ÁGUA DE IRRIGAÇÃO NA PRODUÇÃO DO FEIJOEIRO COMUM*

EFEITO DA SALINIDADE E BIOFERTILIZANTES NA CULTURA DA ABOBRINHA

TAXAS DE CRESCIMENTO EM DIÂMETRO CAULINAR DA MAMONEIRA SUBMETIDA AO ESTRESSE HÍDRICO-SALINO(*)

FISIOLOGIA DE PLANTAS DE FEIJÃO-DE-CORDA IRRIGADAS COM ÁGUA SALINA E SUBMETIDAS A DOSES DE BIOFERTILIZANTE

CRESCIMENTO DA MAMONEIRA EM ALTURA E DIÂMETRO CAULINAR IRRIGADA COM ESGOTO DOMÉSTICO SOB DIFERENTES NÍVEIS DE REPOSIÇÃO DA EVAPOTRANSPIRAÇÃO *

CRESCIMENTO DE Artocarpus heterophyllus Lam. EM SUBSTRATO COM BIOFERTILIZANTES IRRIGADO COM ÁGUAS SALINAS

IV Congresso Brasileiro de Mamona e I Simpósio Internacional de Oleaginosas Energéticas, João Pessoa, PB 2010 Página 616

XXV CONIRD Congresso Nacional de Irrigação e Drenagem 08 a 13 de novembro de 2015, UFS - São Cristóvão/SE INTRODUÇÃO

2 Mestrando do PPGA (Produção

COMPORTAMENTO DO NONI À SALINIDADE DA ÁGUA DE IRRIGAÇÃO EM SOLO COM BIOFERTILIZANTE BOVINO 1.

Biometria em plantas de noni sob irrigação com águas salinas e lixiviação dos sais do solo 1

INFLUÊNCIA DA IRRIGAÇÃO COM ÁGUA SALINA NA CULTURA DA RÚCULA EM CULTIVO ORGÂNICO INTRODUÇÃO

EFEITOS DA APLICAÇÃO DE GESSO E LÂMINAS DE LIXIVIAÇÃO PARA CORREÇÃO DE UM SOLO SALINO-SÓDICO

SOLOS AFETADOS POR EXCESSO DE SAIS E SÓDIO SOLOS AFETADAS POR EXCESSO DE SAIS E SÓDIO

CRESCIMENTO INICIAL DO QUIABO IRRIGADO COM ÁGUAS SALINAS EM SOLOS COM BIOFERTILIZANTE BOVINO

ADUBAÇÃO ORGÂNICA E DIFERENTES NÍVEIS DE FÓSFORO EM SOLOS SALINOS. Palavras-chave: Fósforo. Matéria orgânica. Solos afetados por sais.

PRODUÇÃO DE FRUTOS DE MARACUJAZEIRO AMARELO NO SOLO COM HIDRORRETENTOR E COBERTURA MORTA

CRESCIMENTO DA MELANCIA EM DIFERENTES ESPAÇAMENTOS NOS CARACTERES COMPRIMENTO DA PLANTA E DIÂMETRO DO CAULE

EFEITO DO ÁCIDO HÚMICO NO DESENVOLVIMENTO DA CULTURA DA ALFACE (Lactuca sativa) IRRIGADA COM DIFERENTES NÍVEIS DE SALINIDADE

CARACTERÍSTICAS AGRONÔMICAS DA BETERRABA (BETA VULGARIS L.) EM FUNÇÃO DA IRRIGAÇÃO COM ÁGUA SALINA E BIOFERTILIZANTE

PP = 788,5 mm. Aplicação em R3 Aplicação em R5.1. Aplicação em Vn

DESENVOLVIMENTO DO ALGODOEIRO COLORIDO BRS 201 IRRIGADO COM ÁGUA DE DIFERENTES NÍVEIS DE SALINIDADES

DESENVOLVIMENTO VEGETATIVO DA MAMONEIRA EM FUNÇÃO DA SALINIDADE DA ÁGUA DE IRRIGAÇÃO 1 INTRODUÇÃO

CRESCIMENTO INICIAL DE DUAS CULTIVARES DE MAMONA (Ricinus communis) EM DIFERENTES POPULAÇÕES

TAXAS DE CRESCIMENTO EM ALTURA DA MAMONEIRA SUBMETIDA AO ESTRESSE HÍDRICO- SALINO(*)

INFLUÊNCIA DA ADUBAÇÃO ORGÂNICA E MATERIAL HÚMICO SOBRE A PRODUÇÃO DE ALFACE AMERICANA

FORMAÇÃO DE MUDAS DE GIRASSOL PRODUZIDO COM SUBSTRATOS COMPOSTOS COM CASCA DE ARROZ

PRODUÇÃO DE MUDA DE MAMONEIRA EM SUSTRATOS CONTENDO DIFERENTES RESÍDUOS ORGÂNICOS E FERTILIZANTE MINERAL

ANÁLISE DE CRESCIMENTO DE MUDAS DE MORINGA (Moringa oleífera Lam.) ADUBADAS COM ESTERCO BOVINO

Enriquecimento de substrato com adubação NPK para produção de mudas de alface

Avaliação da velocidade de reação do corretivo líquido na camada superficial de um Latossolo Vermelho distroférrico

AVALIAÇÃO DO USO DE RESÍDUO ORGÂNICO E ADUBAÇÃO FOSFATADA NO CULTIVO DE GERGELIM (Sesamum indicum L. cv. Trhébua)

NILDO DA SILVA DIAS Universidade Federal Rural do Semi-Árido

EFEITO DA ADUBAÇÃO BORATADA NO DESEMPENHO PRODUTIVO DE GIRASSOL

CRESCIMENTO DO PINHÃO MANSO (Jatropha curcas L.) EM FUNÇÃO DE NÍVEIS DE ÁGUA E ADUBAÇÃO NITROGENADA

EFEITO DA SALINIDADE NO CRESCIMENTO INICIAL DO GIRASSOL EM DOIS TIPOS DE SOLOS DIFERENTES

ALOCAÇÃO DE BIOMASSA EM MUDAS DE MANGA MARANHÃO PRODUZIDAS COM ÁGUA SALINA BIOMASS ALLOCATION IN 'MARANHÃO' MANGO CHANGES PRODUCED WITH SALINA WATER

PROCUÇÃO DE FITOMASSA DA CULTURA DO FEIJAO CAUPI COM DIFERENTES NÍVEIS DE SAL (Vigna unguiculata)

Enriquecimento de substrato com adubação NPK para produção de mudas de tomate

ESTRATÉGIAS DE APLICAÇÃO E FONTES DE FERTILIZANTES NA CULTURA DA SOJA 1

CRESCIMENTO FOLIAR DA MAMONEIRA IRRIGADA COM ESGOTO DOMÉSTICO SOB DIFERENTES NÍVEIS DE REPOSIÇÃO DA EVAPOTRANSPIRAÇÃO *

CULTIVO DE MANJERICAO VERDE EM FIBRA DE COCO FERTIIRRIGADO EM SOLUÇÃO NUTRITIVA

CRESCIMENTO VEGETAL E DE PRODUÇÃO DE MELANCIA EM FUNÇÃO DE DIFERENTES ESPAÇAMENTOS

Adubação orgânica do pepineiro e produção de feijão-vagem em resposta ao efeito residual em cultivo subsequente

Palavras-chave: Oryza sativa, produção orgânica; composto orgânico; Vigna unguiculata

FITOMASSA DE PLÂNTULAS DE ALGODOEIRO HERBÁCEO "BRS TOPÁZIO" SOB NÍVEIS DE CONDUTIVIDADE ELÉTRICA DA ÁGUA DE IRRIGAÇÃO INTRODUÇÃO

PRODUÇÃO DO FEIJOEIRO SUBMETIDO A ESTRESSE SALINO INTRODUÇÃO

ADIÇÃO DE TORTA DE ALGODÃO A COMPOSIÇÃO DE DIFERENTES SUBSTRATOS PARA A PRODUÇÃO DE MAMONEIRA

QUALIDADE QUÍMICA DO LATOSSOLO SOB IRRIGAÇÃO SALINA E TRATAMENTO ORGÂNICO

Use of biofertilizers on vegetative performance of the cherry tomato irrigated withsaline water

GERMINAÇÃO E ÍNDICE DE VELOCIDADE DE EMERGÊNCIA DE Artocarpus heterophylus Lam. SOB SALINIDADE DA ÁGUA EM SUBSTRATO COM BIOFERTILIZANTES

CARACTERÍSTICAS FITOTÉCNICAS DO FEIJOEIRO (Phaseolus vulgaris L.) EM FUNÇÃO DE DOSES DE GESSO E FORMAS DE APLICAÇÃO DE GESSO E CALCÁRIO

HIDROGEL E COBERTURA MORTA DO SOLO NO CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO DE MARACUJAZEIRO AMARELO

CRESCIMENTO INICIAL DE PLANTAS DE FAVA IRRIGADAS COM ÁGUAS SALINAS EM SOLO COM BIOFERTILIZANTES. K. N. Leite 3

VII Semana de Ciência Tecnologia IFMG campus

COMPOSIÇÃO MINERAL FOLIAR E EXPORTAÇÃO DE NUTRIENTES EM FRUTOS DE MARACUJAZEIRO AMARELO IRRIGADO COM ÁGUA SALINA E BIOFERTILIZANTE

IMPACTO DA APLICAÇÃO DO LODO DE INDÚSTRIA DE GELATINA NA PERCOLAÇÃO DE FÓSFORO E POTÁSSIO EM COLUNAS DE SOLO CULTIVADAS COM MILHO

CRESCIMENTO E PRODUÇÃO DO PIMENTÃO EM SOLO COM REVESTIMENTO LATERAL, BIOFERTILIZANTES E COBERTURA MORTA

DISTRIBUIÇÃO DO SISTEMA RADICULAR DO MAMOEIRO SUNRISE SOLO IRRIGADO POR MICROASPERSÃO

DESENVOLVIMENTO DE MUDAS DE MARACUJAZEIRO AMARELO SOB ADUBAÇÃO ORGÂNICA E DEPLEÇÃO DE ÁGUA

EFEITO DO ESTRESSE SALINO NO CRESCIMENTO INICIAL DA ABOBRINHA CULTIVADA EM SOLO COM BIOFERTILIZANTES

RESPOSTA DO MILHO A NÍVEIS DE REPOSIÇÃO DE ÁGUA NO SOLO E DOSES DE CÁLCIO*

PERÍODO CRÍTICO DE COMPETIÇÃO DAS PLANTAS DANINHAS NA BRS ENERGIA EM DUAS DENSIDADES DE PLANTIO

CRESCIMENTO E PRODUTIVIDADE DO MAMOEIRO SUNRISE SOLO SOB IRRIGAÇÃO LOCALIZADA

INFLUÊNCIA DE DOSES CRESCENTES DE ESTERCO BOVINO NO NÚMERO DE FOLHAS E RAMOS DO GERGELIM (Sesamum indicum).

EFEITO DA SALINIDADE SOBRE O CRESCIMENTO EM PLANTAS JOVENS DE MILHO (Zea mays L.)

CRESCIMENTO INICIAL DA CANA-DE-AÇÚCAR IRRIGADA COM ÁGUA RESIDUÁRIA NO SEMIÁRIDO PARAIBANO

EFICIÊNCIA AGRONÔMICA E VIABILIDADE TÉCNICA DO PROGRAMA FOLIAR KIMBERLIT EM SOJA

ALTERAÇÃO NA FITOMASSA DE PORTAENXERTOS DE CITROS SOB SALINIDADE DA ÁGUA DE IRRIGAÇÃO. Introdução

CARACTERÍSTICAS FÍSICAS E VIGOR DE SEMENTES EM PROGÊNIES DE CAMUCAMUZEIRO ESTABELECIDAS NO BAG DA EMBRAPA AMAZÔNIA ORIENTAL

EFICIÊNCIA DO USO DA ÁGUA E TIPOS DE ADUBAÇÃO NO DESENVOLVIMENTO DE PIMENTÃO VERMELHO

PRODUÇÃO DE FITOMASSA DAS CULTIVARES NORDESTINA E PARAGUAÇU SOB DIFERENTES REGIMES DE ÁGUA NO SOLO

CRESCIMENTO INICIAL DA MAMONEIRA EM FUNÇÃO DA DENSIDADE DE PLANTAS DE Brachiaria decumbens*

Tolerância de Genótipos de Caupi à Salinidade no Solo

CRESCIMENTO INICIAL DE URUCUM SOB DIFERENTES SUBSTRATOS SUBMETIDOS A ESTRESSE SALINO. Correia dos Santos; 4 Ligia Sampaio Reis

TÍTULO: AVALIAÇÃO DE MUDAS DE COFFEA ARABICA PRODUZIDAS EM DIFERENTES RECIPIENTES

CONSUMO HÍDRICO DO MARACUJAZEIRO AMARELO SOB CONDIÇÕES DE USO DE ÁGUA SALINA, BIOFERTILIZANTE BOVINO E COBERTURA MORTA

AVALIAÇÃO DE DIVERSAS FONTES DE BORO PARA A CULTURA DO GIRASSOL

IV Congresso Brasileiro de Mamona e I Simpósio Internacional de Oleaginosas Energéticas, João Pessoa, PB 2010 Página 715

Anais do Congresso de Pesquisa, Ensino e Extensão- CONPEEX (2010)

XXV CONIRD Congresso Nacional de Irrigação e Drenagem 08 a 13 de novembro de 2015, UFS - São Cristóvão/SE

ADUBAÇÃO DE MICRONUTRIENTES EM MUDAS DE ABACAXIZEIROS PÉROLA PROVENIENTES DE CAULES SECCIONADOS

CRESCIMENTO VEGETATIVO DA MAMONEIRA IRRIGADA COM ÁGUA SALINA EM LISÍMETRO DE DRENAGEM

CRESCIMENTO DE PLANTAS DE GIRASSÓIS ORNAMENTAIS IRRIGAÇÃO COM ÁGUA RESIDUÁRIA 1

COMPRIMENTO DE PLANTA E AREA FOLIAR NO CRECIMENTO DA MELANCIA EM DIFERENTES ESPAÇAMENTO

AVALIAÇÃO DO CRESCIMENTO INICIAL DE HÍBRIDOS DE MAMONEIRA COM SEMENTES SUBMETIDAS AO ENVELHECIMENTO ACELERADO

INFLUÊNCIA DE FERTILIZANTE ORGÂNICO (CHORUME) NA PRODUÇÃO DE MUDAS DE MOSTARDA (Brassica juncea (L.) Coss.)

CRESCIMENTO DE VARIEDADES DE FEIJÃO CAUPI SUBMETIDAS À ADUBAÇÃO ORGÂNICA EM REGIÃO DO SEMIÁRIDO PARAIBANO

EFEITO DO TRÁFEGO DE MÁQUINAS SOBRE ATRIBUTOS FÍSICOS DO SOLO E DESENVOLVIMENTO DA AVEIA PRETA. Instituto Federal Catarinense, Rio do Sul/SC

DESENVOLVIMENTO DA ALFACE AMERICANA (Lactuca sativa) SUBMETIDA A DIVERSOS NÍVEIS DE SALINIDADE.

AVALIAÇÃO AGRONÔMICA DE VARIEDADES E HÍBRIDOS DE MANDIOCA (Manihot esculenta Crantz) EM CRUZ DAS ALMAS, BAHIA

COMPORTAMENTO DE GENÓTIPOS DE MAMONA SUBMETIDOS A DIFERENTES TEMPERATURAS NOTURNAS: CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO*

Características químicas de quatro solos do Rio Grande do Norte sob irrigação com águas salinas

ABSORÇÃO DE NUTRIENTES E SÓDIO PELO CAUPI EM SOLOS SALINO-SÓDICOS CORRIGIDOS COM GESSO

CRESCIMENTO DO FEIJAO CAUPI (VIGNA UNGUICULATA) EM DIFERENTES NIVEIS DE SALINIDADE

EFEITO RESIDUAL DE FERTILIZANTES FOSFATADOS ASSOCIADOS A SUBSTÂNCIAS HÚMICAS NA CULTURA DO MILHO

IRRIGAÇÃO COM ÁGUAS SALINAS E USO DE BIOFERTILIZANTE BOVINO NA FORMAÇÃO DE MUDAS DE PINHÃO-MANSO 1 RESUMO

Transcrição:

SALINIDADE DA ÁGUA, BIOFERTILIZANTE E LIXIVIAÇÃO NA BIOMETRIA DO NONI 1 Antônio Gustavo de Luna Souto 2, Lourival Ferreira Cavalcante 3 ; Stella da Silva Prazeres 4, Antônio João de Lima Neto 5 2 Mestrando do PPGCS/ CCA/UFPB, Areia-PB, bolsista Capes, gusluso@hotmail.com; 3 Prof. Dr. Deptº de Solos e Engenharia Rural, CCA/UFPB, Areia, PB, lofeca@cca.com.br; 4 Doutoranda do PPGCS/CCA/UFPB, Areia-PB, bolsista Capes/REUNI, stella_prazeres@hotmail.com; 5 Mestrando do PPGA/FCAV/Unesp, Jaboticabal-SP, bolsista Capes, E-mail: limanetoagro@hotmail.com Resumo A agricultura irrigada contribui expressivamente para a produção de alimentos, mas é a atividade que mais consome água no mundo. Um experimento, em blocos casualizados e arranjo fatorial 5 x 2 x 2, foi desenvolvido para avaliar os efeitos da irrigação com águas salinas de 0,5;1,5;3,0;4,5;6,0 ds m -1, em vasos sem e com biofertilizante bovino, sem e com drenagem para lixiviação dos sais, no crescimento altura, diâmetro caulinar e área foliar de plantas de noni. A salinidade das águas de irrigação comprometeu o crescimento do noni, mas em maior drasticidade nas plantas dos tratamentos sem biofertilizante e sem drenagem. Palavras-chave: Salinidade. Insumo Orgânico, Lixiviação de sais INTRODUÇÃO A água é o bem mais precioso recurso essencial para a manutenção da vida, produção de alimentos e crescimento econômico dos países. Atualmente, a situação da água em nosso planeta é preocupante, não apenas pela quantidade de recursos hídricos disponíveis, mas também pela qualidade desses recursos (CASSELLES et al., 1996). A situação é mais preocupante ainda nas regiões áridas e semiáridas que além da quantidade de água ser inferior às necessidades estabelecida pelas condições climáticas (ALMEIDA, 2010), a maioria é restrita para o consumo humano e para a agricultura devido aos elevados teores de sais dissolvidos (DANTAS et al.,2002). Ao considerar, o reduzido volume de água boa de qualidade para o consumo geral do mundo, e que a agricultura irrigada usa a água em grande demanda para produção alimentos e demais atividades (LACERDA et al., 2009), constata-se a necessidade de utilização de águas de qualidade inferior quanto à salinidade no sistema de produção agrícola. A utilização de espécies tolerantes para minimizar os efeitos 1 Artigo extraído do Trabalho de Conclusão de Curso de Graduação em Agronomia do primeiro autor

deletérios dos sais para se produzir em escala comercial pode ser uma das alternativas. Nesse sentido, o noni (Morinda citrifolia), planta exótica que cresce e produz em regiões litorâneas do pacífico é bastante utilizada na medicina oriental e outras partes do mundo (MACCARI & MAPUSUA, 2007). Quanto aos sais, conforme Nunes et al. (2009) e Nivas et al. (2011) comporta-se como planta moderadamente tolerante. Quando as frações de lixiviação utilizadas na irrigação não são suficientes para impedir o aumento do teor de sais no solo durante o ciclo de uma cultura, faz-se necessária a redução da salinidade do solo, até um nível tolerado pela cultura a ser implantada, através da lavagem de recuperação (AYERS;WESTCOT, 1999). Uma outra alternativa refere-se à utilização de insumos orgânicos como o biofertilizante bovino que atua como atenuador dos efeitos degenerativos dos sais induzindo o aumento do ajustamento osmótico às plantas. Esse fenômeno indica que a acumulação de solutos orgânicos promove a absorção de água e nutrientes em meios adversamente salinos (CAVALCANTE et al., 2009). Pela rusticidade do noni às áreas fisicamente degradadas, a carência de informações da cultura aos sais e a necessidade de utilização de águas de qualidade restritivas, à agricultura, pela salinidade. O trabalho teve como objetivo avaliar os efeitos da irrigação com águas de salinidade crescente e do biofertilizante bovino como atenuador dos efeitos nocivos dos sais no crescimento das plantas de noni. MATERIAL E MÉTODOS O experimento foi realizado entre junho de 2011 e julho de 2012, em ambiente protegido, do Departamento de Solos e Engenharia Rural/CCA/UFPB, Areia, Paraíba, utilizando como substrato, um LATOSSOLO VERMELHO AMARELO distrófico, coletado na camada 0-20 cm. Depois de destorroado, seco ao ar e passado em peneira de 2 mm, o solo foi caracterizado quanto aos aspectos físicos, de fertilidade (EMBRAPA, 1997) e da salinidade do extrato de saturação (AYERS;WESTCOT, 1999). Fisicamente o solo possuía: Densidade do solo e de partículas = 1,24; 2,78 g cm -3 respectivamente; porosidade total = 0,54 m 3 m -3 ; areia = 557; silte = 63; argila = 380 e argila dispersa em água = 26 g kg -1 respectivamente; grau de floculação = 93,3; índice de dispersão = 6,7

%; capacidade de campo, ponto de murcha permanente e água disponível = 12,8; 4,5; 8,0 e 3 g kg -1 respectivamente. Quanto à fertilidade os atributos foram ph H2O = 5,07; P = 1,78 mg dm -3 ; K = 0,16; Ca 2+ = 0,35; Mg 2+ = 0,30; Na + = 0,11; SB = 0,92; Al 3+ = 0,90; H + +Al 3+ = 5,70; CTC = 6,62 cmol c dm -3 ; V = 13,89 %; MO = 18,25g dm -3. Quanto à salinidade: ph = 7,09; Ca 2+ = 0,40; Mg 2+ = 0,30; Na + = 2,05; K + = 0,11; Cl - = 1,50; CO 2-3 = 0,00; HCO - 3 = 2-1,13; SO 4 = 0,25 mmol c L -1 respectivamente; CEes = 0,28 ds m -1 ; RAS= 3,46 (mmol L -1 ) 0,5 ; PST = 1,67%. O delineamento foi em blocos ao acaso, com quatro repetições em esquema fatorial 5 x 2 x 2, referente aos níveis de condutividade elétrica da água de irrigação (0,5; 1,5; 3,0; 4,5 e 6,0 ds m -1 ), no solo sem e com biofertilizante bovino, sem e com lavagem, totalizando 80 unidades experimentais. As águas de irrigação foram obtidas com a diluição de água salina (CEa = 7,36 ds m -1 ) em água não salina (0,5 ds m -1 ) conforme (Tabela 1). O biofertilizante foi produzido a partir da fermentação anaeróbica de mistura de partes iguais de esterco fresco bovino e água (não salina e não clorada) durante 30 dias (Nunes et al., 2009) ),e aplicado no solo um dia antes da semeadura na proporção em água de 1:1, em volume equivalente a 10% do volume do substrato (1,5 L). Por ser aplicado na forma líquida, o insumo orgânico foi analisado como se fosse água para irrigação (Tabela 1) utilizando a metodologias propostas por Ayers & Westcot (1999). Tabela 1: Caracterização química da água de irrigação e do biofertilizante bovino Componentes CE a Ca 2+ Mg 2+ Na + K + SO 4-2 CO 3-2 HCO 3-2 Cl - RAS Clas. ds m -1 ----------------------------------mmol c L -1 --------------------------------- Água não salina 0,50 1,23 0,75 2,64 0,13 0,82-0,32 3,84 2,65 C 1 S 1 Água salina 7,36 2,80 8,90 31,96 0,43 0,26 0,10 3,20 40,80 0,57 C 4 S 1 Biofertilizante 3,11 9,38 6,87 4,16 10,5 - - - - 1,81 C 4 S 1 A unidade experimental foi representada por uma planta de noni em vaso com capacidade para 20 litros e 15 L de substrato. Na base inferior de cada vaso foram colocadas uma camada de brita (20 mm) e uma de areia lavada (1,0 mm), com espessura de 2 cm, para evitar perdas de substrato durante a lixiviação dos sais. A irrigação de todos os tratamentos foi realizada pelo método de pesagem, até os 90 dias após a semeadura, fornecendo-se as plantas, a cada 24 horas, o volume de água evapotranspirada para elevar a umidade do solo ao nível da capacidade de campo. A partir dos 90 dias, a irrigação das plantas dos tratamentos sem drenagem prosseguiu da

mesma forma. Nos tratamentos com drenagem a irrigação, a cada sete dias, era feita diariamente registrando-se o volume aplicado e no dia da lavagem irrigava-se solo, com cada tipo de água até o início da drenagem, em seguida adicionou-se mais 10% do total já aplicado para proceder à lavagem e a lixiviação dos sais do solo (Cavalcante et al.2010). Ao final do experimento, 330 dias após a semeadura, foram avaliadas a altura de plantas, com régua milimétrica; diâmetro do caule com paquímetro digital e área foliar através do produto da maior largura pelo comprimento. Os dados foram submetidos à análise de variância, pelo teste F, as médias comparadas pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade, e os referentes aos níveis de salinidade da água por regressão (FERREIRA, 2000). RESULTADOS E DISCUSSÃO Os valores do crescimento em altura e da área foliar do noni foram influenciados pela interação salinidade da água x biofertilizante x drenagem do solo. O diâmetro do caule que transfere à parte área a situação a que está submetida o sistema radicular (CAVALCANTE et al.,2009) respondeu aos efeitos das interações salinidade x biofertilizante, salinidade x drenagem e biofertilizante x drenagem (Tabela 2). TABELA 2: Resumo das análises de variância para altura de plantas (AP), diâmetrodo caule (DC) e área foliar (AF). FV GL AP DC AF AGUA 4 53257 ** 1152,4 ** 5.877 ** BIO 1 12832 ** 113,1 ** 3.045 ** DRE 1 25696,4 ** 3647,8 ** 9.066 ** AGUA*BIO 4 1933,2 ** 559,4 ** 3.916 ** AGUA*DRE 4 1220,3 ** 716,5 ** 2.687 ** BIO*DRE 1 56180,0 ns 412,2 ** 2.883 ns AGUA*BIO*DRE 4 3133,6 ** 96,7 ns 1.350 ** RESIDUO 57 38,2 174,1 8.137 TOTAL 79 CV% 13,32 13.90 23.83 *,** significativo a 5 e a 1%, respectivamente e ns não significativo pelo teste F. G.L. grau de liberdade; C.V. coeficiente de variação. Na grande maioria dos casos, independentemente do nível salino das águas as plantas cresceram mais no solo com biofertilizante e drenagem (Figura 1). Comparativamente, mesmo na maior salinidade da água (6 ds m -1 ) o biofertilizante proporcionou um maior crescimento em altura das plantas no solo com e sem

drenagem. Apesar dessa superioridade consta-se uma redução de 31% no crescimento entre as plantas dos tratamentos com e sem biofertilizante no solo sem drenagem (Figura 1A), contra apenas uma perda de 14% entre as plantas dos tratamentos com e sem biofertilizante no solo com drenagem (Figura 1B). Esses resultados evidenciam a possibilidade do uso de águas salinas utilizando a drenagem como prática para redução dos sais no ambiente radicular das plantas. A B Figura 1: Altura das plantas de noni irrigadas com águas salinas no solo sem A) e com drenagem (B), sem ( ) e com (---) de biofertilizante bovino. Pelos resultados, o biofertilizante bovino associado à drenagem para a lixiviação dos sais lavagem do solo proporciona utilização de uma água com teor salino 35% maior em relação ao tratamento sem insumo e 19,09% maior em relação aos tratamentos sem drenagem do solo. Esses valores estão em coerência com os obtidos por Nunes et al. (2009) ao concluírem que mudas de noni, irrigadas com águas salinas e biofertilizante no solo, cresceram significativamente mais que as dos tratamentos sem biofertilizante bovino aplicado ao solo na forma líquida. De forma semelhante ao crescimento em altura, na maioria dos tratamentos, no solo sem e com drenagem, mesmo constatando-se declínio do crescimento pelo diâmetro do caule com o aumento da salinidade das águas, o biofertilizante bovino estimulou mais crescimento das plantas em relação às do solo sem o respectivo insumo orgânico (Figura 2). Apesar dos efeitos significativos da interação salinidade x biofertilizante x drenagem, a Figura 2 não expressa superioridade nítida dos diâmetros caulinares entre as plantas dos tratamentos sem (Figura 2A) e com drenagem (Figura 2B). Nesse sentido, ao relacionar os dados referentes à interação biofertilizante x drenagem do solo (Figura

3) constatam-se superioridades promovidas pela drenagem de 42,2 e de 51,3% entre as plantas do solo sem biofertilizante e com biofertilizante. A B Figura 2: Diâmetro caulinar de plantas de noni irrigadas com águas salinas no solo sem (A) e com drenagem (B), sem ( ) e com (---) de biofertilizante bovino. Verificam-se também supremacias de 28,1 e de apenas 4% entre os diâmetros das plantas desenvolvidas no solo sem e com drenagem, no solo sem e com biofertilizante respectivamente. Com base nesses resultados o biofertilizante evidencia ser mais eficiente no solo sem drenagem. A ação positiva da drenagem está em acordo com Ferreira et al. (2006) após registrarem que a drenagem do solo possibilita a utilização do uso de água salina na agricultura. O desempenho do diâmetro caulinar confirma o caráter moderadamente sensível da cultura, conforme discutido também por Nunes et al. (2009) após concluírem que a irrigação com água de salinidade acima de 2 ds m -1 prejudica o desenvolvimento do noni. Figura 3: Diâmetro caulinar de plantas de noni no solo sem (1) e com (2) biofertilizante bovino sem e com drenagem.

Nas plantas do solo sem biofertilizante (1), nos tratamentos sem (A) e com drenagem (B), o aumento da salinidade da água inibiu acentuadamente a expansão da área foliar, mas com superioridade, principalmente, nas plantas irrigadas com águas de maior nível salino (Figura 4). Nas plantas do solo com biofertilizante (2) a área foliar aumentou até o nível salino da água de 1,1 ds m -1 (A) e 0,8 ds m -1 (B) atingindo respectivamente os maiores valores de 14.427,6 e 14.638,7 mm 2 planta -1 no solo sem e com drenagem, expressando uma superioridade de apenas 1,5% entre as plantas do solo sem e com drenagem. O comportamento dos dados está compatível com os de Nunes et al (2009) e Nivas et al. (2011) ao concluírem que as substâncias húmicas mitiga mas não eliminam os efeitos degenerativos da salinidade do solo ao noni A B Figura 4: Área foliar de plantas de noni irrigadas com águas salinas, no solo sem (A) e drenagem (B), sem ( ) e com (---) biofertilizante bovino. CONCLUSÕES 1. A salinidade da água de irrigação, independentemente da aplicação do biofertilizante e da drenagem, inibiu o crescimento das plantas de noni, mas com menor drasticidade no solo com drenagem e com o insumo orgânico; 2. O biofertilizante exerce efeito atenuador, mas não elimina a ação degenerativa da salinidade da água de irrigação, às plantas de noni. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALMEIDA, O. A. Qualidade da água para irrigação. 1ª ed. Cruz das Alma. Embrapa Mandioca e Fruticultura, 2010, 234p. AYERS, R. S.; WESTCOT, D. W.A qualidade da água na agricultura.trad., H. R. Gheyi et al. Campina Grande. UFPB. (Estudos FAO: Irrigação e Drenagem, 29). 153p. 1999. CASSELES, J.M.; MURCIA, M.D.P.; HERRERO, R. M. Análisis y calidaddel agua de riego. Valência: Servicios de publicaciones de la UPV. E.T.S.A.O. 1996. 220p. (Livro-apuento, 58).

CAVALCANTE, L. F.; SANTOS, R. V.; HERNANDEZ, F. F. F.; GHEYI, H. R.; DIAS, T. J. Recuperação de solos afetados por sais. In: GHEYI, H. R.; DIAS, N. S.; LACERDA, C. F. (Eds). Manejo da salinidade na agricultura: estudos básicos e aplicados. Fortaleza: INCTSal. Parte V, 2010, p. 425-448. CAVALCANTE, L. F.; SILVA, G. F.; GHEYI, H. R.; DIAS, T. J.; ALVES, J. C.; COSTA, A. P.M. Crescimento de mudas de maracujazeiro amarelo em solo salino com esterco bovino líquido fermentado. Revista Brasileira de Ciências Agrárias, Recife, v.4, n.4, p.414-420, 2009. DANTAS, J. P.; MARINHO, F. J. L.; FERREIRA, M. M. M.; AMORIM, M. S. N.; ANDRADE, S. I. O.; SALES, A. L. Avaliação de genótipos de caupi sob salinidade. Revista Brasileira deengenharia Agrícola e Ambiental, Campina Grande, v.6, n.3, p.425-430, 2002. EMBRAPA. Manual de métodos de análise de solo, 2,ed. Rio de Janeiro: Embrapa- CNPS, 1997, 212 p. FERREIRA, D. F. Sistema SISVAR para análises estatísticas: manual de orientação. Lavras: Universidade Federal de Lavras / Departamento de Ciências Exatas, 2000. 37 p. FERREIRA, P. A.; MOURA, R. F.; SANTOS, D. B.; FONTES, P. C. R.; MELO, R. F. Efeitos da lixiviação e salinidade da água sobre um solo salinizado cultivado com beterraba, Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, Campina Grande, v.10, n.3, p.570 578, 2006. LACERDA, C. F.; NEVES, A. L.; GUIMARÃES, F.V.A.; SILVA, F.L.B.; PRISCO, J. T.; GHEYI, H. R. Eficiência de utilização de água e nutrientes em plantas de feijão-decorda irrigadas com água salina em diferentes estádios de desenvolvimento. Engenharia Agrícola, Jaboticabal, v.29, n.2, p.221-230, 2009. MACCARI, M.; MAPUSUA, K.An Overview of Organic Agriculture in the Pacific. Moviments), New York, 2007. 44 p. NIVAS, D.; GAIKWAD, D. K.; CHAVN, P. D. Physiological Responses of Two Morinda Species under Saline Conditions.American Journal of Plant Physiology, Madison, p. 1-10, 2011. NUNES, J. C.; CAVALCANTE, L. F.; REBEQUI, A. M.; LIMA NETO, A. J.; DINIZ, A. A.; SILVA, J. J. M.; BREHM, M. A. S. Formação de mudas de noni sob irrigação com água salina e biofertilizante no solo. Engenharia Ambiental, Espírito Santo do Pinhal, v.6, n.2, p. 451 463, 2009.