Madeiras do Município de Aripuanã, Estado de Mato Grosso

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Transcrição:

Madeiras do Município de Aripuanã, Estado de Mato Grosso I - Caracterização anatômica e aplicações João Peres Chimelo (*) Calvino Mainierl (*) Mareio Augusto Rabelo Nahuz (*) Ademir Lima Pessoa (**) Resumo São estudadas, sob o ponto de vista anatômico macroscópico, e citadas as principais aplicações, de vinte e oito madeiras de valor econômico, procedentes do Município de Aripuanã, norte do Estado de Mato Grosso. INTRODUÇÃO O presente trabalho reúne algumas das principais madeiras de valor econômico que ocorrem no Município de Aripuanã, Estado de Mato Grosso. Esta seleção de espécies representa uma contribuição inicial ao conhecimento das madeiras do Norte daquele Estado, uma vez que, com exceção do Relatório RADAM para a Área Programa Aripuanã, não se encontram em disponibilidade informações sobre a composição arbórea da Região e, conseqüentemente, sobre as madeiras aí ocorrentes. As vinte e oito madeiras aqui apresentadas foram coletadas durante os trabalhos de abertura da rodovia AR-1, que ligará Vilhena (RO) ao Núcleo de Pesquisas de Aripuanã, bem como na própria área do referido Núcleo. A identificação do material de estudo, as descrições anatômicas macroscópicas e as aplicações das madeiras foram realizadas pelos técnicos da Divisão de Madeiras do IPT, com colaboração dos técnicos do Centro de Tecnologia da Madeira (CTM), de Cuiabá, Con vênio CNPq/IPT/CODEMAT. MATERIAL E MÉTODOS A. MATERIAL As amostras estudadas foram retiradas de. árvores localizadas em picadas perpendicula ( * ) Técnicos da Divisão de Madeiras do ITP São Paulo. (**) Técnico do Centro de Tecnologia de Madeiras Convênio CNPq/IPT/CODEMAT, Cuiabá, Mato Grosso.

espelhado dos raios é pouco contrastado. Linhas vasculares visíveis a olho nu, irregulares, médias, pouco numerosas, obstruídas por tilos. Camadas de crescimento pouco nítidas, às vezes demarcadas pelas linhas de parênquima terminai. Canais intercelulares radiais ocasionais, pouco distintos, mesmo sob lente. Construções expostas, estacas, moirões, etc.; construção civil: vigas, caibros, tacos g tábuas para assoalho, batentes, etc; móveis, peças torneadas, etc. Breu-sucuruba Trattinickia rhoifolia Willd., Burseraceae Madeira seca ao ar (480 a 570 kg/m 3 ); cerne de cor bege-rosado, uniforme, pouco diferenciado do alburno, ligeiramente mais claro, de cor branco-palha; textura grosseira; grã irregular a revessa; macia ao corte; superfície ligeiramente áspera ao tato e pouco lustrosa; cheiro e gosto indistintos. Parênquima indistinto mesmo sob lente. Poros visíveis até a olho nu, médios predominantes e pequenos, pouco numerosos; solitários ligeiramente predominantes e múltiplos vazios. Raios no topo notados a olho nu, e distintos sob lente, médios a moderadamente largos, poucos, irregularmente espaçados; na face longitudinal tangencial apenas notados a olho nu e visíveis sob lente; irregularmente dispostos; na face longitudinal radial o espelhado dos raijs é ligeiramente Linhas vasculares contrastado. visíveis a olho nu, numerosas, vazias. Camadas de crescimento pouco perceptíveis, delimitadas por faixas fibrosas ligeiramente mais escuras. Máculas medulares ocasionalmente presentes. molduras, rodapés, cordões, tábuas para torro, formas de concreto, etc; contraplacados comerciais [miolo); embalagens e caixotaria leve; saitos de sapato, etc. Cedro Cedrela sp. f Meliaceae Madeira seca ao ar (600' kg/ m 3 ); cerne castanho-claro-rosado; uniforme; textura média; superfície moderadamente lisa ao tato, lustrosa; grã direita a irregular; macia ao corte; gosto ligeiramente amargo; cheiro agradável e peculiar. Parênquima bem contrastado, distinto a olho nu, terminal, em faixas estreitas ou largas, afastadas, regulares, tocando ou envolvendo parcialmente os poros. Poros os maiores visíveis a olho nu, freqüentemente dispostos em anéis semiporosos; poucos; médios a grandes; solitários e múltiplos, contendo óleo resina escura ou substância branca. Raios nc topo notados a olho nu e distintos sob lente, poucos, moderadamente largos; na face longitudinal tangencial são visíveis só sob lente e irregularmente dispostos; na face longitudinal radial, o espelhado dos raios é Ipouco contrastado. Linhas vasculares visíveis a olho nu, grandes, poucas, com óleo-resina escura Camadas de crescimento delimitadas pelo parênquima terminal e pelos poros maiores. Canais secretores presentes, em séries tangenciais. rodapés, cordões, molduras, etc; esquadrias; portas, venezianas, etc; móveis, armários, contraplacados, folhas faqueadas, embalagens leves, etc. Cedrorana Cedrelinga catenaeformis Ducke, Leguminosae Madeira seca ao ar (620 kg/m 3 ); cetne e alburno indistintos, de cor bege-rosado, unifor-

me; grã direita; textura grosseira; macia ao corte; superfície ligeiramente áspera ao tato; cheiro e gosto indistintos. Parênquima pouco contrastado, apenas notado a olho nu e distinto sob lente, aliforme e confluente, formando faixas irregulares, e vasicêntrico. Poros distintos até a olho nu, muito grandes, muito poucos, solitários e múl tiplos, predominando aqueles, vazios. Linhas vasculares distintas até a olho nu, largas, profundas, vazias. Raios no topo notados so sob lente, finos, poucos; na face longitudinal tangencial, distintos só sob lente, irregularmente dispostos; na face longitudinal radial o espelhado dos raios é pouco contrastado. Camada de crescimento indistintas. rodapés, molduras, cordões, etc; estruturas de móveis; contraplacados comerciais, folhas taqueadas, etc.; embalagens leves, caixotaria, etc. Cerejeira, Imburana Torresia acreana Ducke, Leguminosae Madeira seca ao ar (600 kg/m 3 ); cerne bege-amarelado com manchas rosadas; textura grosseira; grã irregular a revessa; superfície áspera ao tato, pouco lustrosa; madeira macia ao corte; sem gosto; cheiro agradável e peculiar. Parênquima contrastado, visível a olho nu, vasicêntrico e aliforme, formando trechos curtos, oblíquos. Poros visíveis a olho nu, muito poucos, solitários e múltiplos, médios a grandes; vazios ou, eventualmente, com óleoresina amarelada. Linhas vasculares poucas, retas e parcialmente obstruídas por óleoresina amarelo-dourado. Raios no topo apenas visíveis a olho nu e distintos sob lente, poucos; na face longitudinal tangencial, o listrado de estratificação é irregular e visível a olho nu na face longitudinal radial o espelna do dos raios é pouco contrastado. Camadas de crescimento demarcadas por zonas fibrosas mais escuras. Construção, civil: acabamento interno rodapés, molduras, cordões, etc; esquadrias, portas, batentes, etc; móveis finos, folhas raqueadas decorativas, peças torneadas, etc. Cumaru Coumarouna sp., Leguminosae Madeira seca ao ar (1030 kg/m 3 ); cerne de cor castanho-amarelado; grã revessa; textura média; dura ao corte; superfície áspera ao tato nas faces revessas; cheiro e gosto indistintos. Parênquima pouco contrastado, visível só sob lente, aliforme de extensão losangular, com aletas, curtas, formando pequenas confluencias e eventualmente em finíssimas linhas terminais, interrompidas. Poros visíveis sob lente, pequenos a médios, numerosos, solitários e múltiplos, alguns obstruídos por óleo-resina amarelada. Linhas vasculares visíveis a olho nu, numerosas, irregulares, parcialmente obstruídas por óleo-resina amarelada. Raios no topo visíveis só sob lente, finos, numerosos, na face longitudinal tangencial visíveis só sob lente; regularmente espaçados; listrado de estratificação presente, perfeito, com 4 a 5 estratos por mm; na face longitudinal radial o espelhado dos raios é muito pouco contrastado. Camadas de crescimento demarcadas por zonas fibrosas mais escuras, pela escassez de poros e pelo parênquima terminal. Construções expostas, postes, estacas, dormentes, cruzetas, moirões, etc; construção civil: vigas, caibros, batentes, tábuas e tacos para assoalho, etc.; carrocerías, tornearia, implementos agrícolas, etc.

Cupiúba Goupia glabra Aubl., Celastraceae Madeira seca ao ar (800 kg/m 3 ); cerne de cor castanho-avermelhado; grã inclinada; textura média; superfície ligeiramente lisa so tato; moderadamente dura ao corte; cheiro característico, ativo e gosto indistinto. Parênquima muito escasso, praticamen te indistinto mesmo sob lente, difuso. Poros notados a olho nu e distintos sob lente, médios, numerosos, exclusivamente solitários, com placas de perfuração escalariforme. Linhas vasculares visíveis a olho nu, inclinadas, com pontos de óleo-resina escura. Raios no topo visíveis sob lente, finos, numerosos; na face longitudinal tangencial visíveis só sob lente, irregularmente dispostos; na face longitudinal radial o espelhado dos raios é pouco contrastado. Camadas de crescimento demarcadas por zonas fibrosas mais escuras. Construções expostas, postes, moirões, dormentes, estacas, etc; construção civil como vigas, caibros, ripas, tábuas para assoalhos rústicos, etc.; carrocerías, etc. Guariúba Clarisia racemosa R. e Pav., Moraceae Madeira seca ao ar (600 a 700 kg/m 3 ); cerne variando do amarelo-páiido ao amarelo-limão quando recém-polido, escurecendo para amarelo-queimado ou castanho-amarelado, superfície lustrosa ligeiramente áspera ao tato; texturc média, uniforme; grã direita; sem cheiro e goe to indistinto. Parênquima visível a olho nu, aliforme e confluente, formando faixas regulares, largas, muito numerosas, contínuas e em trechos curtos. Poros visíveis ou apenas visíveis a olho nu; poucos a pouco numerosos; médios e grandes; obstruídos por tilos. Linhas vasculares finas, irregulares, longas, obstruídas por tilos. Raios no topo irregularmente espaçados; finos, visíveis a olho nu; na face longitudinal tangencial visíveis a olho nu; irregularmente dispostos; na face longitudinal radial o espelhado dos raios é contrastado. Camadas de crescimento aparentemente demarcadas pelo parênquima terminal e por zonas fibrosas mais escuras. Construção civil: vigas, caibros, ripas, rodapés, molduras, cordões, etc; contraplacados, folhas faqueadas; embalagem leve, caixotaria, etc. Itaúba Mezilaurus ita-uba (Meissn.) Taub. ex Me?. Lauraceae Madeira seca ao ar (800 a 960 kg/m 3 ); cerne de cor amarelo-oliváceo quando recém polido, tornando-se pardo-havana-claro ou pardo havana-escuro com exposição ao ar; superfície irregularmente lustrosa; lisa ao tato; textura média, uniforme; grã ondulada a revessa; cheiro e gosto indistintos. Parênquima indistinto mesmo sob lente. Poros visíveis a olho nu como pontos mais claros; pouco numerosos; pequenos; múltiplos em cadeias radiais; obstruídos por tilos. Linhas vasculares visíveis a olho nu, numerosas, onduladas, obstruídas por tilos brilhantes. Raios no topo finos, numerosos, aproximados, visíveis só sob lente; na face longitudinal tangencial apenas notados sob lente, irregularmente dispostos; na face longitudinal radial o espelhado dos raios é pouco contrastado. Camadas de crescimento indistintas.

Construções expostas, postas, dormentes, cruzetas, estacas, moirões, etc; construção civil como vigas, caibros, ripas, batentes, tacos e tábuas para assoalhos; carrocerias; estacas marítimas, trapiches, etc. Jacareaba Calophyllum brasiüense Camb., Guttiferae Madeira seca ao ar (790 kg/m 3 ); cerne de cor castanho-claro, levemente rosado, com finas listras irregulares mais escuras; grã irregular; textura média; macia ao corte, superfície ligeiramente áspera ao tato; cheiro e gosto indistintos. Parênquima apenas notado a olho nu e distinto sob lente, em faixas descontínuas, irregulares, independentes dos poros. Poros visíveis a olho nu, médios pouco numerosos, solitários, em arranjos oblíquos, alguns obstruídos por conteúdo branco. Linhas vasculares visíveis a olho nu, parcialmente obstruídos por conteúdo claro. Raios no topo visíveis só sob lente, finos, numerosos a muito numerosos; na face longitudinal tangencial visíveis só sob lente, irregularmente dispostos; na face longitudinal radial o espelhado dos raios é pouco contrastado. Camadas de crescimento indistintas. Máculas medulares ocasionalmente presentes. Construção civil: caibros, ripas; acabamento interno rodapés, molduras, cordões, etc; móveis comuns, armários, etc; embalagens, tanoaria, etc. xeadas escuras; grã irregular; dura ao corte; textura média a grosseira; superfície áspera ao tato; cheiro e gosto indistintos. Parênquima apenas notado a olho nu, em faixas terminais contínuas, e ainda aliforme de extensão losangular, com aletas curtas. Poros visíveis até a olho nu, médios a grandes, poucos a pouco numerosos, solitários e múltiplos, parcialmente obstruídos por óleo-resina escura. Linhas vasculares visíveis a olho nu, grandes, irregulares, parcialmente obstruídas por óleo-resina escura. Raios no topo notados a olho nu e distintos sob lente, médios, muito poucos, espaçados; na face longitudinal tangencial apenas notados a olho nu e distintos sob lente, irregularmente dispostos; na face longitudinal radial o espelhado dos raios é ligeiramente contrastado. Camadas de crescimento delimitadas pelo parênquima terminal. Canais intercelulares ocasionalmente presentes. Construções expostas, postes, dormentes, cruzetas r moirões, etc; construção civil: ripas, vigas, caibros, batentes, tábuas e tacos para assoalhos; folhas taqueadas, móveis, carrocerias, vagões, etc. Jutaí-pororoca Dialium guianense (Aubl.) Sandw., Leguminosae Madeira seca ao ar (1120 kg/m 3 ); cerne de cor castanho-avermelhado, diferenciado do alburno, de cor amarela; grã inclinada; textura média; moderadamente dura ao corte; superfície lisa ao tato, cheiro e gosto indistintos. Jatobá, Jutaí-açu Hymenaea courbaril L, Leguminosae Madeira seca ao ar (890 kg/m 3 ); cerne de cor castanho-avermelhado com manchas arro Parênquima apenas notado a olho nu e distinto sob lente, em linhas finas, aproximadas, regulares, formando com os raios um retículo uniforme. Poros apenas notados a olho nu e distintos sob lente, médios, pouco

numerosos, solitários e múltiplos, totalmente obstruídos por óleo-resina avermelhada. Linhas vasculares visíveis a olho nu, finas, obstruídas por óleo-resina avermelhada. Raios no topo visíveis só sob lente, finos, numerosos; na face longitudinal tangencial o listrado de estratificação é apenas notado a olho nu e distinto sob lente, com 3 a 4 estratos por mm; na face longitudinal radial o espelhado dos raios é muito pouco contrastado. Camadas de crescimento demarcadas por zonas fibrosas mais escuras. Construções expostas, postes, dormentes, cruzetas, moirões, etc; construção civil: vigas, caibros, ripas, tacos e tábuas para assoalhos, etc.; carrocerías, vagões, implementos agrícolas, etc. Maçaranduba Manílkara huberi (Ducke) Standl., Sapotaceae Madeira seca ao ar (1040 kg/m 3 ); cerne róseo-avermelhado; grã irregular; textura média; moderadamente dura ao corte; superfície lisa ao tato; cheiro e gosto indistintos Parênquima apenas notado a olho nu e distinto sob lente, em linhas finas, sinuosas, aproximadas, irregulares e interrompidas. Poros visíveis sob lente, pequenos a médios, pouco numerosos, solitários e múltiplos, em arranjos oblíquos ou radiais. Linhas vasculares visíveis a olho nu, finas e anduladas. Raios no topo visíveis só sob lente, finos, numerosos; na face longitudinal tangencial visíveis só sob lente, irregularmente dispostos; na face longitudinal radial o espelhado dos raios é pouco contrastado. Camadas de crescimento delimitadas por zonas fibrosas ligeiramente mais escuras. Construções expostas, postes, moirões, dormentes, cruzetas, estacas, etc; construção civil: vigas, caibros, ripas, batentes, tacos e tábuas para assoalhos, etc.; carrocerías, va gões, etc. Marupá Simaruba amara (Aubl.), Simarubaceae Madeira seca ao ar (550 kg/m 3 ); cerne de cor branco-palha, indistinto do alburno; grã direita a irregular; textura grosseira; superfície ligeiramente áspera ao tato e pouco "lustrosa; macia ao corte; cheiro indistinto e gosto ligeiramente amargo. Parênquima apenas notado a olho nu e visível sob lente, aliforme de extensão linear, com prolongamentos laterais finos, irregulares, às vezes formando linhas confluentes. Poros visíveis a olho nu, poucos, médios a grandes, solitários e múltiplos, vazios. Raios no topo apenas notados a olho nu e distintos sob lente, moderadamente largos, poucos; na face longitudinal tangencial regularmente dispostos, sendo o listrado de estratificação visível a olho nu, regular, com 2 estratos por mm; na face longitudinal radial o espelhado dos raios é pouco contrastado. Linhas vasculares visíveis a olho nu, poucas, largas, vazias. Camadas de crescimento pouco distintas, aparentemente delimitadas pelo parênquima terminal e zona fibrosa ligeiramente mais escura. Canais secretores verticais presentes, diminutos, formando séries tangenciais. Construção civil: acabamentos internos como rodapés, molduras, tábuas para forros, etc; miolo para contraplacado; embalagem leve: caixotaria; saltos para sapatos, palito de fósforo, etc. Mogno Swietenia macrophyjia King, Meliaceae Madeira seca ao ar (570 kg/m 3 ); cerne castanho-amarelado, escurecendo para casta-

nho uniforme; grã direita a irregular; textura média; superfície lustrosa, com reflexo dourado; cheiro e gosto indistintos. Parênquima contrastado, visível a olho nu, em faixas estreitas, regulares e afastadas, tocando os poros. Poros visíveis a olho nu e distintos sob lente; poucos a pouco numerosos; médios; solitários e múltiplos, com substâncias brancas e óleo-resina escura. Raios no topo visíveis a olho nu e distintos sob lente, poucos, moderadamente largos; na face longitudinal tangencial o listrado de estratificação é visível a olho nu e distinto sob lente, irregular, com 2 estratos por mm; na face longitudinal radial o espelhado dos raios é pouco contrastado. Linhas vasculares visíveis a olho nu, poucas, contendo óleo-resina escura. Camadas de crescimento distintas e demarcadas pelo parênquima terminal. Construção de embarcações leves; móveis, painéis, decoração interna; manufatura de objetos de adorno, artigos de escritório, etc. Morototó Didymopanax morototoni Decne. & PI., Araliaceae Madeira seca ao ar (590 kg/m 3 ); cerne de cor branco-encardido; grã direita; textura média; macia ao corte; superfície lisa ao tato; cheiro e gosto indistintos. Parênquima indistinto mesmo sob lente. Poros apenas notados a olho nu e distintos sob lente, pequenos, numerosos, solitários e múltiplos, predominando estes, vazios. Linhas vasculares notadas a olho nu, finas, vazias. Raios no topo apenas notados a olho nu c distintos sob lente, finos a médios, poucos; na face longitudinal tangencial apenas notados a olho nu e distintos sob lente, irregularmente dispostos; na face longitudinal radial o espelhado dos raios é contrastado. Camadas de crescimento pouco distintas, delimitadas por zonas fibrosas ligeiramente mais escuras. Contraplacado, miolo de portas; acabamento interno: guarnições, molduras, etc; embalagens e caixotaria leve, palitos de fósforo. Muirajuba, Amarelão Apuleia moteris Spr. ex Benth., Leguminosae Madeira seca ao ar (970 kg/m 3 ); cerne de cor bege, passando a bege-acastanhado escuro; grã direita; textura média; dura ao corte; superfície moderadamente lisa ao tato; cheiro e gosto indistintos. Parênquima notado a olho nu e distinto sob lente, aliforme, de extensão linear, confluente, e terminal. Poros distintos sob lente, pequenos a médios, numerosos, solitários e múltiplos, predominando aqueles, poucos, vazios ou com óleo-resina amarelada. Linhas vasculares notadas a olho nu e distintas sob lente, numerosas, algumas obstruídas por óleoresina amarelada. Raios no topo distintos sob lente, finos, poucos; na face longitudinal tangencial visíveis só sob lente; listrado de estratificação, visível só sob lente, perfeito, 3 (três) estratos por mm; na face longitudinal radial o espelhado dos raios é pouco contrastado. Camadas de crescimento nitidamente demarcadas pelo parênquima terminal e pelo adensamento dos poros. Construções externas: estacas, dormentes, cruzetas; construção civil: tacos e tábuas para assoalhos; caibros, ripas, vigas, etc.

Pará-pará, Maruparana Jacarandá copaia D. Don., Bignoniaceae Madeira seca ao ar (500 kg/m 3 ); cerne de cor bege-rosado, não diferenciado do alburno; grã direita; textura média a grosseira; macia ao corte; superfície lisa ao tato; cheiro e gosto indistintos. Parênquima apenas notado a olho nu e distinto sob lente, aliforme de extensão linear, eventualmente confluente, formando linhas curtas e irregulares. Poros visíveis até a olho nu, médios a grandes, predominando estes; poucos, solitários e múltiplos, vazios. vasculares Linhas visíveis a olho nu, largas, poucas, retilíneas, vazias. Raios no topo apenas notados a olho nu e distintos sob lente, finos, poucos; na face longitudinal tangencial apenas notados a olho nu e distintos sob lente, irregularmente dispostos; na face longitudinal radial o espelhado dos raios é pouco contrastado. Camadas de crescimento indistintas. guarnições, molduras, etc; embalagens e caixotaria leve; contraplacados; brinquedos, etc. Pau d'arco Tabebuia serratifolia (Vanl.), Nicholscn Bignoniaceae Madeira seca ao ar (1090 kg/m 3 ); cerne de cor pardo-acastanhado com tonalidades amarelo-esverdeadas devido ao conteúdo dos poros; grã irregular; textura média; dura ao corte: superfície moderadamente lisa ao tato; cheiro e gosto indistintos. Parênquima escasso, pouco distinto, mesmo sob lente, aliforme com aletas finas, curtas e confluentes. Poros visíveis a olho nu, como pontos amarelados, médios, numerosos, solitários e múltiplos, totalmente obstruídos por óleo resina amarelada. Linhas vasculares visíveis a olho nu, totalmente obstruídas por óleo-resina amarelada. Raios no topo visíveis só sob lente, finos, poucos; na face longitudinal tangencial visíveis só sob lente, regularmente espaçados; listrado de estratificação visível até a olho nu, regular, com 4 (quatro) estratos por mm; na face longitudinal radial o espelhado dos raios é muito pouco contrastado. Camadas de crescimento pouco distintas, delimitados por zonas de tecido fibroso mais escuro. Construções externas: dormentes, estacas, cruzetas, postes, etc; construção civil: vigas, caibros, tacos e tábuas para assoalhos; estacas marítimas, pontes, etc. Pau-roxo Peltogyne lecointei Ducke, Leguminosae Madeira com cerne de cor roxo uniforme; textura fina; grã irregular; superfície lisa ao tato; moderadamente dura ao corte; cheiro e gosto indistintos. Parênquima relativamente abundante, contrastado, apenas notado a olho nu, e distinto sob lente, predominantemente aliforme, confluente, com extensões laterais irregulares e terminal em linhas finas e concêntricas. Poros apenas visíveis a olho nu, pequenos, pouco numerosos, predominando os solitários, vazios. Linhas vasculares finas, numerosas, e vazias. Raios no topo distintos sob lente, finos, poucos; na face longitudinal tangencial distintos sob lente, irregularmente dispostos; na face longitudinal radial o espelhado dos raios é pouco contrastado. Camadas de crescimento demarcadas pelo parênquima terminal e por zonas fibrosas mais escuras. Canais secretores axiais presentes, em séries tangenciais.

Construções externas: postes, dormentes, etc; construção civil: vigas, caibros, esteios, tacos para assoalhos, etc; construção naval: vagões, carrocerías, tornearia, tacos de bilhar Peroba, Peroba-rosa Aspidosperma polyneuron Muell. Arg., Apocynaceae Madeira seca ao ar (870 kg/m 3 ); cerne de cor róseo-amarelado com manchas vermeihoarroxeadas; grã irregular a revessa; ligeiramente macia ao corte; textura fina; superfície lisa ao tato; cheiro indistinto, gosto ligeiramente amargo. Parênquima indistinto mesmo sob lente. Poros visíveis só sob lente, pequenos, numerosos, solitários e múltiplos, parcialmente obstruídos por óleo-resina. Linhas vasculares notadas a olho nu e distintas sob lente, finas, numerosas, parcialmente obstruídas por óleo-resina escura. Raios no topo visíveis sob iente, finos, numerosos; na face longitudinal tangencial pouco, visíveis mesmo sob lente, irregularmente dispostos; na face longitudinal radial o espelhado dos raios é muito pouco contrastado. Camadas de crescimento demarcadas por zonas fibrosas mais escuras e ausência de poros. Construção civil: vigas, caibros, ripas, batentes, venezianas, portões, rodapés, molduras, tábuas e tacos para assoalhos, escadas, etc. Mobiliário pesado, carteiras escolares; vagões, carrocerías, etc. Piquiá Caryocar villosum (Aubl.) Pers., Caryocaraceae Madeira seca ao ar (880 kg/m 3 ); de cor branco-palha; textura grosseira; medianamente dura ao corte; grã irregular a revessa; superfície moderadamente áspera ao tato; cheiro e gosto indistintos. Parênquima distinto só sob lente, difuso e subagregado, em finíssimas linhas irregulares, aparentemente anastomosadas, apresentando ainda parênquima terminal. Poros visíveis a olho nu como pontos brancos, poucos, médios a grandes, solitários e múltiplos, totalmente obstruídos por tilos. Linhas vasculares visíveis a olho nu, obstruídas por tilos. Raios no topo visíveis só sob lente, muito finos, numerosos; na face longitudinal tangencial são pouco distintos mesmo sob lente, irregularmente dispostos; na face longitudinal radial o espelhado dos raios é pouco contrastado. Camadas de crescimento demarcadas por zonas fibrosas mais escuras e eventualmente pelo parênquima terminal. Construções externas, postes, moirões, dormentes, cruzetas, etc; construção civil: caibros, vigas, tacos e tábuas para assoalhos; construção naval e estacas marítimas, etc. Quaruba Vochysia sp., Vochysiaceae Madeira seca ao ar (580 kg/m 3 ); cerne bege-rosado; grã direita a irregular; textura grosseira; superfície lisa ao tato e pouco lustrosa; macia ao corte; cheiro e gosto indistintos. Parênquima pouco contrastado, apenas notado a olho nu e distinto sob lente, aliforme de extensão linear, com confluencias curtas. Poros notados a olho nu e distintos sob lente; médios a grandes, predominando os primeiros; poucos; solitários; vazios. Raios no topo os mais largos, apenas notados a olho nu, distintos sob lente, e os mais finos, intercalados, pouco visíveis mesmo sob lente; na face longitudinal tangencial visíveis sob lente, irregularmente dispostos; na face longitudinal

radial, o espelhado dos raios é pouco contrastado. Linhas vasculares visíveis a olho nu, largas, vazias. Camadas de crescimento pouco perceptíveis, ocasionalmente demarcadas por linhas finíssimas do parênquima terminal. Canais secretores axiais presentes, em séries tangenciais, envolvidos por parênquima. rodapés, molduras, cordões, tábuas para forros, forma de concreto; embalagens e caixotaria leve. Quarubarana Erisma uncinatum Warm., Vochysiaceae Madeira seca ao ar (600 kg/m 3 );, cerne de cor róseo-acastanhado, às vezes com manchas esparsas, irregulares; superfície pouco lustrosa; macia ao corte; textura grosseira; grã direita a ondulada; cheiro e gosto indistintos. Parênquima visível até a olho nu, em faixas largas, tangenciando os poros e também em trechos curtos, descontínuos e isolados. Poros visíveis até a olho nu, grandes e médios, solitários e múltiplos, poucos, obstruídos por tilos. Linhas vasculares visíveis a olho nu, largas, obstruídas por tilos. Raios no topo visíveis só sob lente, finos, numerosos; na face longitudinal tangencial, notados a olho nu, medindo até 1 mm de altura, irregularmente dispostos; na face longitudinal radial o espelhado dos raios é contrastado. Camadas de crescimento praticamente indistintos. Floe ma incluso presente, pouco distinto mesmo sob lente, do tipo foraminoso, envolvido pelas faixas do parênquima axial. Sanque de-boi, Ucuubarana Iryanthera juruensis Warb., Myristicaceae Madeira seca ao ar (650 a 750 kg/m 3 ); cerne vermelho-escuro, levemente arroxeado, uniforme; alburno destacado, bege-rosado; superfície lisa ao tato e com brilho pouco acentuado, textura média; grã direita a irregular; cheiro e gosto indistintos. Parênquima escasso, visível só sob lente, terminal em faixas finas e irregulares afastadas. Poros visíveis só sob lente; pequenos; pouco numerosos; múltiplos, ligeiramente predominando os geminados; vazios ou com óleo-resina escura. Linhas vasculares numerosas, finas e pouco realçadas. Raios no topo finos, numerosos, aproximados, visíveis só soo lente; na face longitudinal tangencial pouco visíveis mesmo sob lente; irregularmente dispostos; na face longitudinal radial o espelhado dos raios é pouco contrastado. Camadas de crescimento aparentemente demarcadas pelas faixas do parênquima terminal. molduras, guarnições, sarrafos, ripas, etc. Contraplacados; embalagens e caixotaria leve, etc. Seringueira Hevea sp., Euphorbiaceae Madeira seca ao ar (640 kg/m 3 ); cerne indistinto do alburno de cor bege-amarelado; grã direita a ligeiramente irregular; textura média, macia ao corte; superfície lisa ao tato, ligeiramente lustrosa; cheiro e gosto indistintos. molduras, guarnições, rodapés; tábuas; miolo de portas, etc; sarrafos, ripas, etc. Contraplacados; embalagens e caixotaria leve, etc. Parênquima apenas notado a olho nu e distinto sob lente, em linhas finas, aproximadas, sinuosas, formando com os raios um reticulado fino, às vezes formando segmentos de

linhas, irregulares, que se ligam. Poros visíveis a olho nu, pequenos a médios, muito poucos a poucos; solitários e múltiplos, formando estes últimos pequenas cadeias radiaisvazios. Linhas vasculares visíveis a olho nu, poucas, retilíneas, vazias. Raios no topo visíveis só sob lente, finos, numerosos; na face longitudinal tangencial apenas notados a olho nu e distintos sob lente, irregularmente dispostos; na face longitudinal radial o espelhado dos raios é pouco contrastado. Camadas de crescimento visíveis até a olho nu, demarcadas por zonas fibrosas mais escuras. Construções externas: postes, moirões, estacas, dormentes, cruzetas, etc; construção civil: vigas, caibros, ripas, tacos e tábuas para assoalho, ettc; móveis finos, folhas faqueadas decorativas, etc. Sucupira-preta Diplotropis sp., Leguminosae rodapés, molduras, cordões, etc; contraplacados comerciais; embalagens leves e caixotaria Sucupira, Sucupira-preta Bowdichia nítida Spr. ex Benth., Leguminosae Madeira seca ao ar (970 kg/m 3 ); cerne de cor castanho amarelado; aspecto fibroso; grã revessa; textura grosseira; superfície áspera ao tato; dura ao corte; cheiro e gosto indistintos. Parênquima visíveis até a olho nu, vasicêntrico, aliforme e confluente em pequenos arranjos oblíquos e ainda em finas linhas terminais. Poros visíveis até a olho nu, médios a grandes, poucos, solitários e múltiplos, vazios. Linhas vasculares visíveis a olho nu, retilíneas, largas, vazias. Raios no topo apenas notados a olho nu e distintos sob lente, finos poucos; na face longitudinal tangencial visíveis sob lente, regularmente espaçados; listrado de estratificação visível só sob lente, com 3 estratos por mm; na face longitudinal radial o espelhado dos raios é pouco contrastado. Camadas de crescimento pouco distintas, delimitadas pelo parênquima terminal. Madeira seca ao ar (1050 kg/m 3 ); de cor castanho amarelado; grã revessa; textura grosseira; superfície medianamente lisa ao tato; dura ao corte; cheiro e gosto indistintos. Parênquima apenas notado a olho nu e distinto sob lente, vasicêntrico, aliforme confluente, e em pequenos arranjos oblíquos irregulares. Poros notados a olho nu e distintos sob lente, médios a grandes, poucos; solitários e múltiplos, vazios. Linhas vasculares visíveis a olho nu, largas, irregulares, vazias. Ralos no topo notados a olho nu e distintos sob lente, finos, poucos; na face longitudinal tangencial visíveis sob lente, irregularmente dispostos; na face longitudinal radial o espelhado dos raios é pouco contrastado. Camadas de crescimento ligeiramente demarcadas por zonas fibrosas mais escuras. Construções externas, postes, moirões, estacas, dormentes, cruzetas, etc; construção civil: vigas, caibros, ripas, tacos e tábuas para assoalhos, etc. Móveis finos e folhas faqueadas decorativas, etc. CONCLUSÕES Dentre as vinte e oito madeiras estudadas encontram-se tanto espécies de valor econômico reconhecido nos mercados nacional e internacional, bem como madeiras recentemen

te introduzidas no mercado doméstico e que apresentam boas possibilidades de serem aceitas internacionalmente. Este grupo de madeiras não pretende representar amostragem significativa do potencial madeireiro da Região. Contudo, considerando-se que, das 160 amostras coletadas na área, foram determinadas 69 madeiras diferentes, dentre as quais cerca de 40% são indicadas como de valor econômico, deduz-se que as florestas ocorrentes no Município de Aripuanã apresentam possibilidades de se tornarem novas fontes de matéria-prima para o mercado madeireiro. Entretanto, deve-se ter em vista que qualquer exploração florestal na área deverá ser desenvolvida dentro de moldes racionais, que visem à não destruição das matas para que estas se mantenham como uma fonte permanente de matéria-prima. BIBLIOGRAFIA CITADA COPANT, COMISIÓN PANAMERICANA DE NORMAS TÉCNICAS 1974 Descripción de características generales, macroscópicas de las maderas Angiospermas Dicotiledóneas COPANT 30 r 1-019. SÃO PAULO, INSTITUTO DE PESQUISAS TECNOLÓGICAS. 1975 Identificação de Madeira, IPT Relatório n. 8641. 1976a Identificação de Madeira, IPT Relató rio n. 8743. 1976b Identificação de Madeira, IPT Relatório n. 8789. 1976c Identificação de Madeira, IPT Relatório n. 8973.