Vendas pela Internet, televisão, telefone, fax ou catálogos



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Transcrição:

Vendas pela Internet, televisão, telefone, fax ou catálogos Para assegurar os direitos dos consumidores relativos à informação dos produtos e identidade do vendedor, as empresas têm de cumprir regras sobre vendas nas quais sejam utilizados determinados meios. A lei considera que a empresa está a efectuar uma venda à distância cada vez que presta um serviço ou vende um bem a um consumidor, utilizando para tal uma ou mais técnicas de comunicação a distância até à celebração do contrato, incluindo a sua própria celebração. Estão abrangidos os seguintes meios: venda por correspondência, pela televisão, por fax, telefone ou Internet. Estas regras aplicam-se a vendas ao domicílio e equiparados, vendas automáticas, vendas especiais esporádicas. Não se aplicam a: serviços de investimento, operações de seguros e resseguros, serviços bancários, operações relativas a fundos de pensões, serviços relativos a operações a prazo ou sobre opções; serviços prestados através de máquinas como por exemplo máquinas distribuidoras de bebidas; serviços relativos à utilização de cabines telefónicas públicas; construção e venda de imóveis (excepto arrendamento); leilões. Pretende-se desta forma proibir determinadas práticas de vendas de bens ou de prestações de serviços, designadamente as que recorrem a processos de aliciamento enganosos ou que conduzem habilmente o consumidor a realizar a compra contra a sua vontade. Informação obrigatória As empresas que utilizem o comércio electrónico, as televendas, ou as vendas por catálogo, estão obrigadas a prestar ao consumidor, antes da venda, designadamente, as seguintes informações: identidade do fornecedor e, no caso de contratos que exijam pagamento adiantado, o respectivo endereço; 1

características essenciais do bem ou do serviço; preço do bem ou do serviço, incluindo taxas e impostos; despesas de entrega, caso existam; modalidades de pagamento, entrega ou execução; existência do direito de resolução do contrato, excepto em determinadas situações; custo de utilização da técnica de comunicação a distância, quando calculado com base numa tarifa que não seja a de base; prazo de validade da oferta ou proposta contratual; duração mínima do contrato, sempre que necessário, em caso de contratos de fornecimento de bens ou prestação de serviços de execução continuada ou periódica. Salvo acordo em contrário entre o consumidor e o fornecedor, este último deve dar cumprimento à encomenda o mais tardar no prazo de 30 dias a contar do dia seguinte àquele em que o consumidor lha transmitiu. Confirmação das informações O consumidor deve, em tempo útil e, no que diz respeito a bens que não tenham de ser entregues a terceiros, o mais tardar no momento da sua entrega, receber a confirmação das informações obrigatórias por escrito ou através de outro suporte durável à sua disposição. A confirmação não é necessária se, antes da celebração do contrato, as informações em causa já tiverem sido fornecidas ao consumidor por escrito ou através de outro suporte durável à sua disposição e facilmente utilizável. Direito do consumidor a resolver o contrato Nos contratos à distância, o consumidor dispõe de um prazo mínimo de 14 dias para decidir não querer que o contrato se efectue sem ter de pagar uma indemnização e sem necessidade de indicar o motivo pelo qual não quer celebrar o contrato. Trata-se de um período de reflexão durante o qual o consumidor pode optar por desistir da compra. Se o consumidor desistir dentro do prazo indicado, o fornecedor é obrigado a reembolsá-lo no prazo de 30 dias, findo o qual fica sujeito a uma coima entre 200 a 2.000 euros se se tratar de pessoa singular, ou entre 2.500 e 25.000 euros, se se tratar de pessoa colectiva. Este direito, excepto em casos em que existe acordo entre o vendedor/prestador e o consumidor, não pode ser utilizado por este último nos seguintes casos: 2

prestação de serviços cuja execução tenha tido início, com o acordo do consumidor, antes do fim do prazo de resolução de 14 dias; fornecimento de bens ou de prestação de serviços cujo preço dependa de flutuações de taxas do mercado financeiro que o fornecedor não possa controlar; fornecimento de bens confeccionados de acordo com especificações do consumidor ou manifestamente personalizados ou que, pela sua natureza, não possam ser reenviados ou sejam susceptíveis de se deteriorarem ou perecerem rapidamente; fornecimento de gravações áudio e vídeo, de discos e de programas informáticos a que o consumidor tenha retirado o selo de garantia de inviolabilidade; fornecimento de jornais e revistas; serviços de apostas e lotarias. Para exercer este direito, o consumidor tem de enviar, nos prazos legais, carta registada com aviso de recepção comunicando ao vendedor/prestador ou a pessoa designada para esses efeitos, a vontade de resolver o contrato. Efeitos da resolução Quando o consumidor optar por resolver o contrato, o fornecedor fica obrigado a reembolsar no prazo máximo de 30 dias os montantes pagos por aquele, sem quaisquer despesas para este, salvo eventuais despesas directamente decorrentes da devolução do bem quando não reclamadas pelo consumidor. Decorrido este prazo, se o consumidor não tiver sido reembolsado, o fornecedor terá de devolver em dobro, no prazo de 15 dias úteis, os montantes pagos pelo consumidor, independentemente do direito deste ser indemnizado por danos patrimoniais e não patrimoniais. Em caso de resolução, o consumidor deve conservar os bens de modo a poder restituí-los, ao fornecedor ou à pessoa designada no contrato para esse efeito, em devidas condições de utilização, no prazo de 30 dias a contar da data da sua recepção. De destacar ainda que, sempre que o preço do bem for total ou parcialmente coberto por um crédito concedido pelo fornecedor ou por um terceiro, com base num acordo celebrado entre este e o fornecedor, o contrato de crédito é automaticamente resolvido, sem direito a indemnização, se o consumidor exercer o direito de livre resolução. Para exercer este direito de livre resolução, o prazo conta-se: relativamente ao fornecimento de bens, a partir do dia da sua recepção pelo consumidor sempre que tenham sido cumpridas as obrigações relativas à confirmação das informações; quanto à prestação de serviços, a partir do dia da celebração do contrato ou a partir do dia em que tenham sido cumpridas as obrigações relativas à confirmação das informações, se tal suceder após aquela celebração, desde que não se exceda o prazo de três meses referido em seguida. 3

Pagamento por cartão de crédito ou de débito O preço dos bens ou serviços objecto de contratos à distância pode ser pago através de qualquer meio de pagamento idóneo, incluindo cartão de crédito ou de débito. Sempre que haja utilização fraudulenta de um cartão de crédito ou de débito por outrem, o consumidor pode solicitar a anulação do pagamento efectuado e a consequente restituição dos montantes debitados para pagamento. Essa restituição incumbe à entidade bancária ou financeira emissora do aludido cartão, através de crédito em conta ou, caso não seja possível, por qualquer outro meio adequado, no prazo máximo de 60 dias a contar da data em que este formulou fundamentadamente o pedido. O dever de restituição ao consumidor não prejudica o direito de regresso da entidade bancária ou financeira contra os autores da fraude ou contra o fornecedor do bem ou do serviço, quando se demonstre que este conhecia ou, atentas as circunstâncias do caso, devesse conhecer que tal utilização era fraudulenta. Contratos efectuados no domicílio do consumidor Há determinadas vendas de bens ou de serviços em que o contrato é concluído no domicílio do consumidor, pelo fornecedor ou seu representante, sem que tenha havido prévio pedido expresso por parte do mesmo consumidor - são os chamados «contratos ao domicílio». Estas vendas estão sujeitas a determinadas regras pelas particularidades que apresentam. Ficam também sujeitas a estas regras específicas, as vendas cujos contratos são: celebrados no local de trabalho do consumidor; celebrados em reuniões, em que a oferta de bens ou de serviços é promovida através de demonstração realizada perante um grupo de pessoas reunidas no domicílio de uma delas a pedido do fornecedor ou seu representante; celebrados durante uma deslocação organizada pelo fornecedor ou seu representante, fora do respectivo estabelecimento comercial; celebrados no local indicado pelo fornecedor, ao qual o consumidor se desloque, por sua conta e risco, na sequência de uma comunicação comercial feita pelo fornecedor ou pelos seus representantes; que tenham por objecto o fornecimento de outros bens ou serviços que não aqueles a propósito dos quais o consumidor tenha pedido a visita do fornecedor ou seu representante, desde que o consumidor, ao solicitar essa visita, não tenha tido conhecimento ou não tenha podido razoavelmente saber 4

que o fornecimento de tais bens ou serviços fazia parte da actividade comercial ou profissional do fornecedor ou seus representantes; relativos ao fornecimento de bens ou de serviços e à sua incorporação nos imóveis; relativos à actividade de reparação de bens imóveis. Formalidades Sob pena do consumidor poder pedir a sua nulidade, as vendas ao domicílio e as outras que lhe são equiparadas, de valor igual ou superior a 60 euros têm de ser celebradas através de contratos escritos com os seguintes elementos: nome e domicílio ou sede dos contratantes ou seus representantes; elementos identificativos da empresa fornecedora, designadamente nome, sede e número de registo no Registo Nacional de Pessoas Colectivas; indicação das características essenciais do bem ou serviço objecto do contrato; preço total, forma e condições de pagamento e, no caso de pagamento em prestações, os seus montantes, datas do respectivo vencimento e demais elementos exigidos pela legislação que regula o crédito ao consumo; forma, lugar e prazos de entrega dos bens ou da prestação do serviço; regime de garantia e de assistência pós-venda quando a natureza do bem o justifique, com indicação do local onde se podem efectuar e para o qual o consumidor possa dirigir as suas reclamações; informação sobre o direito que assiste ao consumidor de resolver o contrato no prazo de 14 dias, a contar da data da sua assinatura ou até 14 dias ulteriores à entrega dos bens, se esta for posterior àquela data, bem como a indicação do nome e endereço da pessoa perante a qual o consumidor pode exercer esse direito. Se a venda tiver um valor inferior, é suficiente uma nota de encomenda ou documento equivalente, devidamente assinada pelo consumidor. Quaisquer outras condições e cláusulas devem ser expressas em termos claros e inequívocos, não sendo exigíveis ao consumidor quaisquer outras obrigações, para além das que resultam da lei. O consumidor deve datar e assinar o documento, conservando em seu poder uma cópia assinada igualmente pela empresa que fornece o serviço ou lhe vende o bem. Direito de resolução O consumidor pode desistir da venda durante os 14 dias seguintes à assinatura do contrato, ou da entrega dos bens, se esta for subsequente àquela data. Se a desistência da venda for efectuada dentro do prazo, a empresa fica obrigada a reembolsar no prazo máximo de 30 dias os montantes pagos pelo consumidor, sem quaisquer despesas para este. 5

Por seu lado, o consumidor está obrigado a conservar os bens de modo a poder restituí-los em devidas condições de utilização em prazo não superior a 30 dias a contar da sua recepção à empresa fornecedora ou à pessoa para tal designada no contrato. Não pode ser exigido ao consumidor qualquer pagamento antes da recepção dos bens ou da prestação do serviço. Vendas automáticas Há determinados bens e serviços que são colocados à disposição do consumidor para que este os adquira mediante a utilização de qualquer tipo de mecanismo e pagamento antecipado do seu custo - são as vendas automáticas. A actividade de venda automática tem de obedecer à legislação aplicável à venda a retalho do bem ou à prestação de serviço em causa, nomeadamente em termos de indicação de preços, rotulagem, embalagem, características e condições hígiosanitárias dos bens. Vendas especiais esporádicas São as realizadas de forma ocasional fora dos estabelecimentos comerciais, em instalações ou espaços privados especialmente contratados ou disponibilizados para esse efeito. As vendas especiais esporádicas ficam sujeitas a comunicação prévia à Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE). Vendas proibidas Há determinados tipos de venda que são proibidos, designadamente as vendas ligadas. Este tipo de vendas consiste em subordinar a venda de um bem ou a prestação de um serviço à aquisição pelo consumidor de um outro bem ou serviço junto do fornecedor ou de quem este designar. 6

No entanto, este tipo de vendas é legalmente admissível sempre que estejam em causa bens ou serviços que, pelas suas características, se encontrem entre si numa relação de complementaridade e esta relação seja de molde a justificar o seu fornecimento em conjunto. Referências Decreto-Lei nº 143/2001, de 26 de Abril, alterado pelo Decreto-Lei n.º 82/2008, de 20 de Maio 7