UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO DEPARTAMENTO DE PESQUISA

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Transcrição:

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO DEPARTAMENTO DE PESQUISA PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSAS DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA PIBIC RELATÓRIO TÉCNICO CIENTÍFICO Período: agosto/2015 a fevereiro/2016 (x) PARCIAL () FINAL IDENTIFICAÇÃO DO PROJETO Título do Projeto de Pesquisa: Bioecologia dos crustáceos decápodes dos domínios pelágicos e bentônicos do estuário de Marapanim, Pará, litoral Norte do Brasil Nome da Orientadora: Jussara Moretto Martinelli Lemos Titulação da Orientadora: Doutora Unidade: ICB-UFPA Laboratório: Laboratório de Biologia Pesqueira e Manejo dos Recursos Aquáticos, Grupo de Pesquisa em Ecologia de Crustáceos da Amazônia GPECA. Título do Plano de Trabalho: Crescimento relativo do caranguejo Hexapanopeus caribbaeus (Stimpson, 1871) (Decapoda, Panopeidae) no estuário de Marapanim, Pará, litoral Norte do Brasil Nome da Bolsista: Marcella Priscila de Almeida Rocha

INTRODUÇÃO O grupo dos artrópodes caracteriza-se por possuir particularidades distintas no padrão de crescimento, comparado aos outros grupos zoológicos. A forma assumida no nascimento passa por muitas modificações desde a fase larval até assumirem a forma adulta (MANTELATO e FRANSOZO, 1994). Através destas modificações o animal tem a progressão do seu crescimento, porém, alguns fragmentos do corpo crescem mais que outros. A esse processo dar-se o nome de crescimento relativo (HARTNOLL, 1974). Hexapanopeus caribbaeus possui distribuição estudada em alguns pontos do Atlântico Ocidental, nas Antilhas, ao norte da América do Sul e no Brasil (do Estado do Pará ao Rio Grande do Sul) (MELO, 1996; RIEGER et al., 1996). Habita principalmente terrenos de lama, ocorrendo desde o litoral até uma profundidade de 55 m (MELO, 1996). A espécie passa por quatro estágios de zoea e uma megalopa (VIEIRA e RIEGER, 2004) com duração média dos estágios mais curta (17 dias em média) (VIEIRA e RIEGER, 2004) do que H. angustifrons (21 a 37 dias em média) (COSTLOW e BOOKHOUT, 1996) e H. paulensis (60 dias em média) (FRANSOZO, MANTELATTO e NEGREIROS- FRANSOZO, 1930). A espécie também tem maior taxa de sobrevivência larval em laboratório. De acordo com VIEIRA e RIEGER (2004), as 57 larvas separadas inicialmente, 47 chegaram ao estágio de megalopa. A salinidade em que houve maior sobrevivência larval foi 35. Considerando sua morfologia, H. caribbaeus está intimamente relacionado a Hexapanopeus manningi (SANKARANKUTTY e FERREIRA, 2000), o que difere as duas espécies é a margem frontal da carapaça que em H. caribbaeus é em linha côncava e em H. manningi é reta (SANKARANKUTTY e FERREIRA, 2000). Calcular o início da maturidade sexual de uma população é uma das informações mais relevantes para estimar o tipo de crescimento da mesma (PINHEIRO e FRANSOZO, 1998). OBJETIVOS

Geral: - Descrever o crescimento relativo do caranguejo H. caribbaeus em um estuário amazônico. Específicos: - Averiguar as relações biométricas entre a carapaça (comprimento e largura) e o abdômen para os dois sexos e identificar as possíveis mudanças nas taxas de crescimento alométricas entre as fases de desenvolvimento (juvenis e adultos). MATERIAL E MÉTODOS As coletas foram realizadas no Estuário do Rio Marapanim, costa nordeste paraense, sob licença do IBAMA/MMA (Processo n 02001.003954/01-16 de 12/12/2001). O estuário do Rio Marapanim é situado entre duas reservas de proteção ambiental: as Reservas Extrativistas Marinhas (RESEX) Mãe Grande de Curuçá e de Maracanã, de acordo com o disposto sobre o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza SNUC. O substrato rochoso da região é classificado geologicamente como Formação Barreiras, apresentando assim composição e litologia extremamente variáveis, destacando-se a presença de sedimento síltico-argiloso laterizado, o qual pode apresentar cores e aspectos ferruginosos, variando de acordo com o grau de laterização (FRANZINELLI, 1992). A amostragem foi realizada em quatro locais, determinados pela combinação de perfil (margem do estuário - A e B) e zona (1 - jusante; baixo estuário e 2 - montante, estuário médio superior), com coordenadas: A1 (0 38 S e 47 38 W), A2 (0 42 S e 47 41 W), B1 (0 38 S e 47 34 W) e B2 (0 43 S e 47 38 W) (Fig. 1). O perfil A corresponde a locais mais populosos e consequentemente com maior interferência de dejetos e construções humanas, enquanto o perfil B é um local mais conservado e consideravelmente menos habitado (SILVA e MARTINELLI-LEMOS, 2012). Outra diferença é que no perfil A há predominância de argila, demonstrando ser a região de deposição de sedimentos do estuário, enquanto o perfil B é composto por maior proporção de silte médio e menos argila, o que denota uma maior erosão e turbulência

(BERRÊDO, 2006). Em cada local de coleta, foram amostradas duas porções do substrato consolidado no médiolitoral do estuário: a porção superior (S) e inferior (I). Em cada, foram coletadas três réplicas, escolhidas aleatoriamente. No total, obteve-se 288 amostras (4 locais x 2 porções x 3 réplicas x 12 meses), sempre no período diurno, durante a maré baixa e na lua nova, em regiões equidistantes e obedecendo a mesma linha horizontal em relação ao nível do mar. A delimitação dos locais de amostragem foi realizada por um quadrante (0,25 m 2 ) disposto aleatoriamente, onde os caranguejos foram coletados manualmente até uma profundidade aproximada de cinco centímetros. Os exemplares foram colocados em baldes e peneiras (0,02 mm) e lavados em água corrente do estuário para separação dos organismos. As amostras foram mantidas em gelo durante o transporte ao laboratório, posteriormente conservados em freezer. Simultaneamente à captura dos organismos, foram coletadas amostras de água presentes entre os fragmentos rochosos para verificar em laboratório a salinidade utilizando-se um refractômetro óptico. Os valores de precipitação serão obtidos através do banco de dados da Agência Nacional das Águas (ANA 2015). Para a triagem, foram descongelados os caranguejos à temperatura ambiente para identificação de acordo com os trabalhos de (WILLIAMS, 1984 e MELO, 1996). Foram feitas a contagem, pesagem e medidas dos mesmos. Os caranguejos foram medidos quanto à largura da carapaça (LC), delimitada pela maior largura horizontal do cefalotórax, assim como o comprimento da carapaça (CC) e largura do abdômen (LA) com um paquímetro eletrônico digital. A pesagem foi feita com uma balança digital de precisão 0,01g. Para as análises, no laboratório, todos os indivíduos foram classificados quanto ao sexo e as seguintes dimensões corpóreas foram mensuradas com um estereomicroscópio óptico: largura da carapaça (LC), comprimento da carapaça (CC) e largura do abdome (LA). Os dados morfométricos foram plotados em gráficos de dispersão para posterior descrição do crescimento relativo. Como variável independente (x) foi utilizada a largura da carapaça (LC) e relacionada com as demais dimensões corporais (variáveis dependentes): CC e LA.

RESULTADOS Foram contabilizados 624 caranguejos, destes, 308 foram triados e utilizados para as análises de crescimento relativo (165 machos, 143 fêmeas). O tamanho dos indivíduos variou entre 1,41 e 14,27 mm e 2,6 e 15,72 mm para fêmeas e machos respectivamente. O tamanho médio das fêmeas adultas (5,52) foi menor que o tamanho médio dos machos adultos (5,59). Nas figuras 2 e 3 apresentam-se as dispersões dos pontos para as relações morfométricas em cada sexo. machos. Figura 2: Relações morfométricas para os caranguejos H. caribbaeus

fêmeas. Figura 3: Relações morfométricas para os caranguejo H. caribbaeus REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANA. Agência Nacional das Águas. 2007. Disponível em: http://www.ana.gov.br. Acesso em: 09 de fevereiro de 2015.

BERRÊDO, J.F. Geoquímica dos sedimentos de manguezais do nordeste do Estado do Pará: um exemplo do estuário do Rio Marapanim. Tese de Doutorado, Universidade Federal do Pará, 2006. COSTLOW, J.D.Jr e BOOKHOUT, C.G. Larval development of the crab Hexapanopeus angustifrons. Chesapeake Science, 7, 1966, 148-156. FRANSOZO, A., MANTELATTO, F.L.M. e NEGREIROS-FRANSOZO, M.L. Larval development of Hexapanopeus paulensis Rathbun, 1930 (Crustacea, Brachyura, Xanthidae) under laboratory conditions. Revista Brasileira de Zoologia, 7, 1990, 21-45. FRANZINELLI, E. Evolution of the geomorphology of the coast of the state of Para, Brazil. In: M. T. PROST (Org). Évolution des littoraux de Guyane et de la zone Caraïbe méridionale pendant le quaternaire. Paris, 1992, 203-217. HARTNOLL, R. G. Variation in growth pattern between some secondary sexual characteres in crabs (Decapoda, Brachyura) Crustaceana, 1974. 27 (2): 131-136. HENDERSON, P.A., SEABY R.M.H., SOMES J.R. Community level response to climate change: the long-term study of the fish and crustacean community of the Bristol Channel. Journal of Experimental Marine Biology and Ecology, 2011, 400:78-89. DOI: 10.1016 / j.jembe 2011.02.028. MANTELATTO, F.L.M. e FRANSOZO A. Brachyuran community in Ubatuba Bay, nothern coast of São Paulo State, Brazil. Journal of Shellfish Research, 2000, 19(2), 701-709. MANTELATTO, F. L. M. & A. FRANSOZO A. Crescimento relativo e dimorfismo sexual em Hepatus pudibundus (Herbst, 1785) (Decapoda, Brachyura) no litoral norte paulista. Papéis Avulsos de Zoologia. 1994. 39 (4): 33-48. MELO, G.A.S. Manual de identificação dos Brachyura (caranguejos e siris) do litoral brasileiro. 1996, São Paulo: Plêiade/FAPESP. NÓBREGA, P.S.V. 2014. Composição e distribuição espaço-temporal da densidade de Brachyura (Crustacea) e estrutura populacional de

Pachygrapsus gracilis (Grapsidae) nos substratos rochosos do estuário de Marapanim, Pará, Brasil. Dissertação de Mestrado, PPGEAP (Programa de Pós-Graduação em Ecologia Aquática e Pesca), Universidade Federal do Pará. Belém-PA. 93p. PINHEIRO, M. A.A. & A. FRANSOZO. Sexual maturity of the speckled swimming crab Arenaeus cribrarius (Lamarck, 1818) (Crustacea, Brachyura, Portunidae) in Ubatuba Coast. State of São Paulo, Brazil. Crustaceana. 1998. 71: 434-452. POUR, F.A, SHOKRI M.R, ABTAHI B. Visitor impact on rocky shore communities of Geshm Island, the Persian Gulf, Iran. Environmental Monitoring and Assessment. 2013. 185: 1859-1871, doi: 10.1007/s10661-012-2673-2. SANTANA, D.S. Composição florística e variação espaço-temporal dos parâmetros ambientais e da biomassa fitoplanctônica do estuário do Rio Marapanim (Pará, Brasil). Dissertação de Mestrado, PPGEAP (Programa de Pós-Graduação em Ecologia Aquática e Pesca), Universidade Federal do Pará. Bragança-PA. 2004,113p. 2004. SANKARANKUTTY, C. e FERREIRA, A. C. Hexapanopeus manningi, a new xanthid crab (Crustacea, Decapoda, Xanthidae) from Brazil. Revista Brasileira de Zoologia. 2000, vol.17, n.3, pp. 645-649. ISSN 0101-8175. SILVA, D.C. e MARTINELLI-LEMOS J.M. Species composition and abundance of the benthic community of Axiidea and Gebiidea (Crustacea: Decapoda) in the Marapanim Bay, Amazon estuary, northern Brazil. Zoologia (Curitiba) 29(2), 2012, 144-158. SCHUBART, C.D., NEIGEL J.E. e FELDER D.L. Molecular phylogeny of mud crabs (Brachyura: Panopeidae) from the Northwestern Atlantic and the role of morphological stasis and convergence. Marine Biology 137, 2000, 11-18. VIEIRA, R.R.R. e RIEGER, P.J. Larval development of Hexapanopeus caribbaeus (Stimpson, 1871) (Crustacea, Decapoda, Xanthoidea,

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