COMPARAÇÃO DA CAPACIDADE DE ADSORÇÃO EM SOLVENTES ORGÂNICOS ENTRE ARGILAS ESMECTÍTICAS NATURAIS E ARGILAS ESMECTÍTICAS ORGANOFÍLICAS

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Transcrição:

COMPARAÇÃO DA CAPACIDADE DE ADSORÇÃO EM SOLVENTES ORGÂNICOS ENTRE ARGILAS ESMECTÍTICAS NATURAIS E ARGILAS ESMECTÍTICAS ORGANOFÍLICAS Adriana A. Silva 1* ; Meiry G. F. Rodrigues ; Francisco R. Valenzuela-Diaz 3 1 Pós-Graduação em Engenharia de Processos /CCT/UFCG Universidade Federal de Campina Grande, 5819-97, Campina Grande, PB, Brasil email: adriana_anp@yahoo.com.br Unidade Acadêmica de Engenharia de Química,UAEQ/CCT/UFCG 3 Departamento de Engenharia Metalúrgica e de Materiais LMPSol/PMT/EPUSP Comparison of the adsoption capacity in organic solvents between smectitics clays natural and organophilics smectitics clays Organophilic smectitics clays consist basically of smectites the which ones were modified with cathions of amina quaternary. The smectites generally contain clayminerals of the series montmorillonite-beidelite, the which ones has cathions change capacity varying, generally, come in 7 and 9 meq/1g of clay. The preference regarding smectites in synthesis s use it owes to the small dimensions of the crystals and to the elevated CTC of these clayminerals. Organophilic smectitics clays is material basic in the attainment of nanocompósitos clay/ polymer. The objective of this work is to collaborate in the understanding between the relation solvent and clay and in the attainment type of nanocompósitos that they use organophilic smectitics clays in its composition. Introdução As argilas esmectíticas antigamente conhecidas como montmorilonitas, caracterizam-se por possuírem uma alta capacidade de troca catiônica e também por apresentarem um intenso inchamento quando estão em suspensão. São materiais interessantes para as indústrias, porque são encontrados em abundância na natureza e, portanto, tem um baixo custo (1). Geralmente o termo esmectitas é utilizado como sinônimo de bentonitas ou de argilas esmectíticas. Os argilominerais desse grupo são silicatos hidratados de alumínio e/ou magnésio, contendo teores significativos de ferro, níquel, cromo e outros cátions na estrutura cristalina em substituição isomórfica. A estrutura cristalina peculiar dos argilominerais gera uma capacidade de troca reversível para cátions orgânicos, inorgânicos e organo-metálicos. A troca por cátions específicos pode gerar centros ativos nos argilominerais, tornando-os catalisadores para um grande número de reações químicas de uso industrial (). Os microcristais dos argilominerais esmectíticos (antigamente denominados montmoriloníticos) são constituídos pelo empilhamento de camadas lamelares de silicatos metálicos hidroxilados (isto é não-hidratados), são, pois filossilicatos. O aspecto de um microcristal de uma esmectita, quando observado em um microscópio eletrônico, é o de um livro fechado, as folhas de livro representando as camadas :1 (8). Os argilominerais do grupo da esmectita (montmorilonita propriamente dita, beidelita, nontronita, volconscoita, saponita, sauconita, hectorita) são constituídos pela família :1.

Apresentam uma distância basal entre 1Å (forma anidra) e 15 Å (forma hidratada), podendo assumir valores maiores por intercalação de moléculas polares (). Muitas pesquisas desenvolvidas com as argilas esmectíticas do Brasil são realizadas utilizando-se as argilas esmectíticas do Município de Boa Vista, das localidades de Lages, Juá e Bravo por serem as mais utilizadas nas indústrias beneficiadoras, onde essas argilas se apresentam em maior abundância (). Argilas esmectíticas organofílicas consistem basicamente das esmectitas as quais foram modificadas com cátions de amina quaternária (5). As esmectitas contêm geralmente argilominerais da série montmoriloníta-beidelita, os quais têm capacidade de troca de cátions variando, geralmente, entre 7 e 9 meq/1g de argila (). A preferência quanto ao uso de esmectitas nessas sínteses deve-se às pequenas dimensões dos cristais e à elevada CTC (capacidade de troca de cátions) desses argilominerais, e isso faz com que as reações de intercalação sejam mais rápidas (7). No Brasil não se conhecem depósitos de argilas esmectíticas naturalmente sódicas e, é prática industrial usual a transformação de parte das suas argilas esmectíticas policatiônicas em argilas esmectíticas sódicas por meio de processos de troca catiônica por sódio, adicionando-se carbonato de sódio. O Brasil usa basicamente os depósitos de argilas esmectíticas situados no Município de Boa Vista, no Estado da Paraíba (8). Para propósitos técnicos, as argilas organofílicas têm sido sintetizadas a partir de bentonitas sódicas, a qual são altamente hidrofílicas (9), com a adição de sais quaternários de amônio (contendo pelo menos uma cadeia com 1 ou mais átomos de carbono) em uma dispersão aquosa. Nestas dispersões aquosas, os cátions orgânicos do sal substituem os cátions da bentonita sódica, passando de hidrofílica para organofílica (9). As argilas organofílicas apresentam a propriedade de inchar em solventes orgânicos específicos. Também apresentam a propriedade de fornecer dispersões tixotrópicas, a baixas concentrações de argila, nesses solventes específicos. Em que tipo de solvente orgânico uma dada argila organofílica poderá inchar, irá depender do tipo de bentonita sódica que serviu de matéria-prima, do tipo de sal quaternário de amônio e do processo de obtenção da argila organofílica (7). A parte catiônica das moléculas do sal quaternário de amônio ocupa os sítios, onde anteriormente estavam os cátions de sódio e as longas cadeias orgânicas se situam entre as camadas do argilomineral. Estando essa argila na presença de um solvente orgânico adequado, adsorve continuamente moléculas do solvente, inchando, aumentando de volume e fornecendo dispersões tixotrópicas a baixas concentrações de argila. Freqüentemente o desfolhamento ou delaminação das partículas do argilomineral só é obtido após forte agitação (1).

Atualmente, as argilas organofílicas desfrutam de um grande número de aplicações nas diversas áreas tecnológicas e devido a afinidade que possuem por orgânicos, as argilas organofílicas estão sendo largamente estudadas na adsorção e retenção de resíduos perigosos, industriais e contaminantes sólidos (11,1). Podendo ser usada no tratamento de águas contaminadas, sendo ainda indicadas para revestimentos de reservatórios de disposição de resíduos (13), tratamento de efluentes, derramamento controlado, em tanques de óleos ou gasolina e em revestimentos de aterros (1). Entre as demais, podemos citar também como componentes tixotrópicos em fluidos de perfuração de poços de petróleo à base de óleo, nas indústrias de fundição de metais, lubrificantes, tintas, adesivos e cosméticos. E mais recentemente as argilas organofílicas têm sido empregadas como cargas de reforço em matrizes poliméricas, formando uma nova classe de materiais, denominados nanocompósitos (7). Assim, este trabalho tem como foco a comparação da capacidade de adsorção em solventes orgânicos entre argilas esmectíticas naturais e argilas esmectíticas organofílicas obtidas através da organofilização destas argilas naturais. Experimental Para a realização desse trabalho foram utilizados vários tipos de argilas esmectíticas: Uma argila esmectítica nacional sem tratamento proveniente do município Boa Vista, Estado da Paraíba, denominada de Chocolate; Uma argila esmectítica sódica comercial nacional, denominada por Fluidgel; Uma argila esmectítica sódica comercial importada (norte-americana) denominada de Sigma; Uma argila esmectítica comercial importada organofílica denominada de Spectrogel; Com base em trabalhos realizados por José (15) e Pereira (7), utilizou-se dois tipos de sais quaternários de amônio comerciais denominados: Cloreto de Hexadecil Trimetil Amônio (GENAMIN-CTAC5) e Cloreto de Alquil Dimetil Benzil Amônio (DODIGEN-88) com duas relações argila/sal: 1,meq/g de argila e,8meq/g de argila, respectivamente. As amostras estudadas nesse trabalho, após passarem pelo tratamento com o sal quaternário de amônio são denominadas da seguinte forma: as argilas que foram tratadas com o sal GENAMIN-CTAC5 utilizando a relação 1,meq/1g de argila são chamadas de nome da argila 1 G (1 indica a relação argila/sal e o G indica o sal GENAMIN-CTAC5), por exemplo Chocolate 1G.

as argilas tratadas com o sal GENAMIN-CTAC5 utilizando a relação,8meq/1g de argila são chamadas de nome da argila 8 G (8 indica a relação argila/sal e o G indica o sal GENAMIN-CTAC5), por exemplo Chocolate 8G. de forma análoga, foi dado à nomenclatura para as amostras que forem tratadas com o sal DODIGEN-88, por exemplo Chocolate 1D e Chocolate 8D. No Fluxograma 1 (Figura Ia) está descrita a metodologia de preparação de argilas organofílicas a partir argilas policatiônicas (Chocolate). O Fluxograma (Figura Ib) descreve a metodologia de preparação de argilas organofílicas a partir das argilas sódicas comerciais (Fluidgel e Sigma). Ao término da preparação das argilas organofílicas observou-se um comportamento similar para as amostras preparadas pela metodologia descrita tanto pela Figura Ia quanto pela Figura Ib. (a) (b) Figura I - Fluxogramas de preparação de argilas organofílicas. (a) utilizando argilas na sua forma natural e (b) utilizando argila sódica comercial. O teste de avaliação da capacidade de adsorção em solventes orgânicos foi baseado no método Standard Methods of Testing Sorbent Performance of Adsorbents utilizando a norma ASTM F 7 99 (1). Os solventes utilizados nesse trabalho foram: óleo diesel, gasolina, etanol, tolueno, xileno, querosene e óleo lubrificante. Os resultados da capacidade de adsorção foram apresentados em gramas de solvente adsorvido por grama de complexo. Resultados e Discussão As Figuras de II a VIII apresentam os resultados obtidos através da adsorção de solventes orgânicos das amostras de argilas esmectíticas naturais e esmectíticas organofílicas preparadas em laboratório, bem como também da argila organofílica comercial importada.

8 7 (g de solvente adsorvido)/(g de complexo) 5 3 1 sigma 1G sigma 8G fluidgel 1G fluidgel 8G fluidgel 1D Figura II - Capacidade de Adsorção em óleo diesel (g de solvente adsorvido)/(g de complexo) 1 1 1 1 8 sigma 1G sigma 8G fluidgel 1G fluidgel 8G fluidgel 1D Figura III - Capacidade de Adsorção em gasolina

(g de solvente adsorvido)/(g de complexo) 7 5 3 1 sigma 1G sigma 8G fluidgel 1G fluidgel 8G fluidgel 1D Figura IV - Capacidade de Adsorção em etanol 1 1 sigma 1G (g de solvente adsorvido)/(g de complexo) 1 8 sigma 8G fluidgel 1G fluidgel 8G fluidgel 1D Figura V - Capacidade de Adsorção em tolueno

(g de solvente adsorvido)/(g de complexo) 1 1 8 sigma 1G sigma 8G fluidgel 1G fluidgel 8G fluidgel 1D Figura VI - Capacidade de Adsorção em xileno 5 (g de solvente adsorvido)/(g de complexo) 3 1 sigma 1G sigma 8G fluidgel 1G fluidgel 8G fluidgel 1D Figura VII - Capacidade de Adsorção em querosene

(g de solvente adsorvido)/(g de complexo) 3,5 3,5 1,5 1,5 sigma 1G sigma 8G fluidgel 1G fluidgel 8G fluidgel 1D Figura VIII - Capacidade de Adsorção em óleo lubrificante Em resumo podemos destacar que as amostras que obtiveram maior capacidade de adsorção foram: Para o óleo diesel: Spectrogel (7,3 ±,5% g/g), Chocolate 1G (,5 ±,5% g/g); Para a gasolina: Chocolate 1G (1,53 ±,5% g/g), Chocolate 8G (11, ±,5% g/g); Para o etanol: Sigma 8G (5,9 ±,5% g/g), Chocolate 1D (5,5 ±,5% g/g); Para o tolueno: Sigma 1G (11,95 ±,5% g/g), Spectrogel (9, ±,5% g/g); Para o xileno: Spectrogel (1,±,5% g/g), Sigma 1G (1, ±,5% g/g); Para o querosene: Spectrogel (5, ±,5% g/g), Fluidgel 8G (,7 ±,5% g/g); Para o óleo lubrificante: Sigma 8G (3,3 g ±,5% /g), Spectrogel (3, ±,5% g/g). Com base nos resultados mostrados acima e tendo a argila organofílica comercial importada Spectrogel como material de referência podemos observar que as argilas organofílicas que obtiveram resultados mais significantes quanto à capacidade de adsorção em todos os solventes orgânicos estudados foram as argilas Chocolate 1G, Sigma 1G e Sigma 8G, isto deve-se provavelmente ao fato de que o processo de organofilização nestas argilas deu-se mais eficientemente do que nas outras argilas organofilizadas. Como era de se esperar as amostras de argilas esmectíticas naturais não apresentaram bons resultados de adsorção para todos os solventes orgânicos estudados, devido à sua natureza hidrofílica (incompatível com solvente orgânico).

Conclusões Através da análise da capacidade de adsorção, verificou-se que as amostras organofílicas: Chocolate 1G (1, meq/g), Sigma 1G (1, meq/g) e Sigma 8G (,8meq/g) apresentaram uma maior capacidade de adsorção quando comparadas as demais amostras. Esses materiais poderão ser utilizados na fabricação de nanocompósitos argilas organofílicas/polímero, podendo revelar-se materiais promissores. Referências Bibliográficas 1. SOUZA SANTOS, P. Tecnologia de Argilas, Vol. 1 - fundamentos, Ed. da USP - Ed. Edgard Blücher Ltda 1975.. SILVA, A. A, RODRIGUES, M.G.F., SILVA, M.C. - Craqueamento do N-Heptano sobre Catalisadores, Relatório final de iniciação científica PIBIC/CNPq, Campina Grande- PB, Agosto de 1. 3. DANA, J. D. - Manual de mineralogia. Livros Técnicos e Científicos, Rio de Janeiro, p., 199.. GOPINATH,T.R., CRUZ, V.C.A., FREIRE, J.A. - Estudo comparativo da composição química e as variedades de argilas bentoníticas da região de Boa Vista, Paraíba. Revista de Geologia, vol.1 nº 1,35-8, 3. 5. ALTHER, G. R. Using organoclays to enhance carbon filtration, Waste Management, (5), 57-513,... SILVA, A. A., KOZIEVITCH, V. F. J., TOFFOLI, S. M., FERREIRA, M.S., RODRIGUES, M. G. F., LIRA, H. L., VALENZUELA-DÍAZ, F. R. - Preparação e análise do inchamento de argilas organofílicas em tolueno, óleo diesel e etanol partindo-se de bentonitas da Paraíba, Univap,. 7. PEREIRA, K. R. O, RODRIGUES,M.G.F. - Ativação ácida e preparação de argilas organofílicas partindo-se de argila esmectítica proveniente do Estado da Paraíba. Dissertação de Mestrado. Universidade Federal de Campina Grande.3. 8. SILVA, A. A.; KOZIEVITCH, V. F. J.; JOSÉ, C. L. V.; TOFFOLI, S. M.; RODRIGUES, M. G. F.; LIRA, H. L.; FERREIRA, H. C.; VALENZUELA-DÍAZ, F. R. - Preparação de argilas organofílicas partindo-se de bentonitas de Campina Grande, Paraíba. Anais do º Congresso Brasileiro de Cerâmica (CD-Rom), São Paulo-SP,. 9. SHARMASARKAR, S.; JAYNES, W. F.; VANCE, G. F. - BTEX sorption by montmorillonite organo-clays: TMPA, ADAM, HDTMA. Water air and soil pollution, v. 119, n. 1-, p. 57-73,. 1. LABA, D. - Rheological properties of cosmetics and toiletries. New York: Editora Marcel Deker, 1993. 11. JOSÉ, C. L. V.; PINTO, C. A.; VALENZUELA DÍAZ, F. R.; BÜCHLER, P. M. - Sintetização de argilas organofílicas visando seu uso no controle ambiental de resíduos de fenol. Anais do º Congresso Brasileiro de Cerâmica (CD-Rom), São Paulo-SP, p. 185-195,. 1. VIANNA, M. M. G. R.; JOSÉ, C. L. V.; PINTO, C. A.; BÜCHLER, P. M.; VALENZUELA-DÍAZ, F. R. - Preparação de duas argilas organofílicas visando seu uso como sorventes de hidrocarbonetos. Anais do º Congresso Brasileiro de Cerâmica (CD- Rom), São Paulo-SP, p. 18-1871,. 13. SHENG, G. Y.; BOYD, S. A. - Relation of water and neutral organic compounds in the interlayers of mixed Ca/trimethylphenylammonium-smectites. Clays and Clay Minerals, v., p. 1-17, 1998.

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