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Transcrição:

1 Excelentíssimo Chefe de Polícia Civil, Dr. Fernando Veloso, em nome de quem cumprimento as demais autoridades que compõem esta mesa. Demais autoridades presentes, Caros colegas Peritos Criminais, Senhoras e Senhores, Boa tarde Vivemos a Era da Globalização. Estamos na Aldeia Global. Se as fronteiras caíram para o comércio e para o trânsito de informações, também caíram para o crime e para as associações criminosas. No momento em que os controles de fronteira afrouxaram para permitir um trânsito mais livre de pessoas (e de dinheiro), também as oportunidades para o crime em escala global se multiplicaram. E, na tentativa de conter a curva ascendente da atividade criminosa em seara global, os Estados e os Governos iniciaram uma série de medidas restritivas à atuação dos agentes criminosos. Desde o aparelhamento de suas polícias e seus serviços de inteligência, trocando informações a nível global e criando bancos de dados cada vez mais completos e abrangentes, até a atuação repressiva das atividades criminosas, com o lançamento de operações de cunho policiais repressivo. Mas a Aldeia é Global porque global é a informação.

2 E a informação hoje é cibernética, é eletrônica, repousa nos computadores, cada vez menores e cada vez mais potentes. Vivemos hoje na Era do Grande Irmão, que George Orwell nos antecipou há quase cem anos. E o Grande Irmão hoje é o cérebro eletrônico em permanente atividade e vigilância de nossos passos, incansável na coleta de dados, em seu armazenamento e em sua análise, sendo quase impossível nos furtarmos de seus olhos e ouvidos incansáveis. E talvez não por coincidência os grandes atentados de 11 de setembro de 2001 nos Estados Unidos foram possíveis após a reunião de detalhadas informações em diversos campos de atuação dos grupos terroristas. E a contraofensiva dos Estados Unidos e de quase todo o mundo, multiplicando seus investimentos em informações de qualidade através da análise eletrônica de dados, de imagens digitais e de escuta mundial das comunicações humanas. Por isso, Senhoras e Senhoras, a Associação Brasileira de Criminalística (ABC) e a Associação dos Peritos do Estado do Rio de Janeiro (APERJ) estão realizando, nesta semana de setembro, os seminários nacionais de fonética forense, perícia em crimes de informática e análise forense de imagem. O Brasil e o Estado do Rio de Janeiro, em particular, porta de entrada para o país e caixa de ressonância política nacional, entenderam a necessidade inadiável de um melhor aparelhamento de suas polícias na busca de um serviço de informações voltado para a proteção e a defesa do cidadão de bem. A informação, o tratamento eletrônico dos dados de informação, seja esta o fluxo permanente de mensagens na

3 rede mundial de computadores, seja esta as imagens coletadas vinte e quatro horas por dia, através de centenas de câmaras instaladas nas grandes cidades, seja esta a oitiva das comunicações verbais, se revela o grande centro de atuação da Política Judiciária do Século XXI, porque, afinal, estamos todos conectados na Aldeia Global da Informatização. Cada vez mais, o cidadão de bem e o criminoso, se conectam entre si, mas o Estado deve proteger o homem de bem. Reunir palestrantes de renome nacional e internacional, trazendo o que há de mais moderno nestas áreas da Criminalística, tem o condão de alçar a Polícia do Rio de Janeiro ao Estado da Arte, atualizando nossos conhecimentos e possibilitando uma melhor atuação profissional de seus integrantes. Podemos afirmar, sem sombra de dúvidas, que este seminário já se tornou a principal referência no Brasil para estudiosos nas áreas de informática, fonética forense e análise forense de imagens. Vivemos em uma era digital, onde tudo se processa com extrema rapidez. Os crimes cibernéticos exigem aprimoramento constante por parte dos peritos que atuam nas áreas afins. Cabe destacar a importância da integração das instituições envolvidas na aplicação de política de segurança pública consistente. Neste sentido, a Secretaria Nacional de Segurança Pública SENASP, muito tem atuado, com a capacitação e formação de polícia integrada, fomentando a pesquisa e o desenvolvimento técnico-científico. Na atuação inicial da Polícia Judiciária é imprescindível a interação da equipe de investigação com o perito, a preservação da cena de crime até a realização do exame pericial e principalmente, a implementação da cadeia

4 de custódia para dar maior transparência, confiabilidade e validação da prova pericial. A APERJ vem lutando por melhores condições de trabalho, de remuneração e de aparelhamento para a Polícia Técnica, que refletirá no fortalecimento dos procedimentos investigativos. Salientamos que todas estas despesas são, na verdade, investimentos em tecnologia de qualidade e atualidade, visando o cumprimento de nossas atribuições constitucionais de fornecer a prova técnica, a melhor prova técnica possível, para instruir os autos do inquérito policial ou da ação penal, de modo isento, imparcial, fundado apenas na verdade científica. Durante estes três dias de seminário peritos, estudantes, advogados, promotores de justiça, delegados e magistrados e outros profissionais, terão a oportunidade de participar de mesas-redondas e palestras, onde poderão conhecer as novas tecnologias desenvolvidas por sete empresas dedicadas ao desenvolvimento de melhores softwares e equipamentos voltados para o combate a criminalidade. Desde já, agradeço pela participação das empresas que patrocinaram o evento. Agradecemos a presença e o apoio do Chefe de Polícia Civil Doutor Fernando Veloso pela gentileza de nos ter franqueado as instalações da Cidade da Polícia para a realização deste evento, compreendendo, de pronto, a importância de nossos estudos e da própria Perícia. O evento foi integrado ao curso de formação de peritos criminais, contando com a participação de 182 alunos da ACADEPOL, recém-aprovados no concurso. A permanente cooperação existente entre a Polícia Cível do Estado do Rio de Janeiro e a Polícia Técnico-

5 Científica sinaliza novos tempos, com a esperança de dias melhores e soluções para os problemas que hoje afligem os Peritos. Nosso objetivo é a tornar a perícia mais rápida e de qualidade, fazendo uso das mais recentes tecnologias de combate ao crime e, assim, prestar um relevante serviço à sociedade. Quanto maior a investigação criminal, mais o controle do Estado sobre a Sociedade. Por isso, a necessidade de que a Sociedade seja o seu único senhor, exercendo efetivo controle sobre as atividades do Estado, especialmente sobre as atividades voltadas para a informação, é um imperativo de ordem constitucional e garantia de um verdadeiro Estado Democrático de Direito. Se queremos uma Polícia Técnica de qualidade, se a Sociedade anseia pela solução dos crimes praticados, ela anseia, também, por um sistema que garanta o pleno exercício das liberdades democráticas, pois é o Povo, organizado em um sistema representativo de Poder, que deve manter sempre sob controle, a atuação repressiva do Estado. Como Presidente da APERJ, tenho certeza de que todos os participantes aproveitarão ao máximo os conhecimentos adquiridos durante este seminário, lembrando que este é apenas uma amostra do que apresentaremos no Congresso Nacional de Criminalística, que também será realizado no Rio de Janeiro em Outubro de 2015. Assim, só desejo que: Que tenhamos feito o melhor. Que tenhamos feito o bem. Que tenhamos uma perícia autônoma, livre de injunções políticas e restrições orçamentárias.

Muito obrigado a todos. 6