02. ASPECTOS ECONÔMICOS:



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Israel 01. ASPECTOS GERAIS: O Estado de Israel é um país do Oriente Médio localizado entre o Egito, a Jordânia, a Síria e o Líbano. A oeste, é banhado pelo mar Mediterrâneo; ao sul, pelo golfo de Acaba, extremo norte do mar Vermelho. O território de 20.918 km² pode ser dividido em quatro regiões geográficas. A primeira é a planície do litoral mediterrâneo, a principal área agrícola do país. A segunda é a região central, marcada pelas colinas da Judéia e da Samaria e pelas montanhas da Galileia, onde fica o ponto mais alto da nação, o Har Meron, de 1,2 mil metros. Ao Sul da Galileia estende-se a planície de Esdrelon, que atravessa o país desde Haifa até o rio Jordão. Finalmente, no sul, encontra-se O deserto de Neguev, que ocupa metade do território. Seu governo é uma república parlamentar. O país tem duas capitais: Jerusalém (773.000 habitantes), não reconhecida pela ONU e Telaviv (403.700 habitantes), sede da maioria das embaixadas estrangeiras. Os recursos hídricos são escassos. As maiores reservas de água são o lago Tiberíades, também chamado mar da Galileia, Yargon e Jordão. Este último, o mais importante, nasce na fronteira com a Síria, cruza o Tiberíades, forma a divisa entre a Cisjordânia e a Jordânia e deságua no mar Morto. A vegetação é basicamente de três tipos: mediterrânea, de estepe e de deserto. As espécies são, na maior parte xerófilas, isto é, adaptadas ao ambiente seco. O clima é subtropical, com precipitações concentradas no inverno. 02. ASPECTOS ECONÔMICOS: A agricultura israelense produz laranja, maçã, melão, abacate, uva, batata e trigo. A pecuária abrange a criação de gado bovino, ovino, caprino e de aves. Além da pesca no mar Mediterrâneo, também se pratica a piscicultura. Há reservas de potássio, bromo, magnésio, mármore, granito e petróleo. Este último, porém, não é suficiente para suprir a demanda interna. Quase toda a eletricidade é gerada em usinas termelétricas. A indústria se destaca nos ramos petroquímico, químico, siderúrgico, eletrônico, têxtil e alimentício. Seu PIB é de US$ 242,9 bilhões e sua moeda é shekel. 03. POPULAÇÃO: A população de 7,7 milhões de habitantes é constituída basicamente por árabes e judeus que viviam no local quando o Estado foi criado, em 1948, e pelos judeus de dezenas de países que para lá imigraram após a fundação. Hoje, 40% dos habitantes são israelenses nativos de origem européia. Mais de 90% da população vive em cidades. A religião predominante é o judaísmo (72,5%), seguido pelo islamismo (19,3%). Tanto o idioma hebraico como o árabe são oficiais. Fala-se também inglês. 04. ASPECTOS HISTÓRICOS: Acredita-se que o povo judeu tenha origem em grupos nômades, habitantes da Mesopotâmia, que teriam rumado para a região da Palestina por volta de 2000 a.c. No fim do século XVII a.c., migram para o Egito, onde são feitos escravos. Após retomarem do cativeiro, as tribos judaicas reconquistam a Palestina e se unificam sob o comando de Saul, por volta de 1029 a.c. Davi o sucede, em torno de 1000 a.c., e expande o território de Israel, que alcança o apogeu sob Salomão, entre 966 a.c. e 926 a.c. Após sua morte, um período de crise põe em xeque a sobrevivência da nação judaica, conquistada por vários povos - babilônios, assírios, persas, gregos e romanos. Em 70, o general romano Tito destrói Jerusalém. Expulsos de seu território, os judeus dispersam-se pelo mundo, no segundo momento da diáspora judaica - o primeiro se dera com a invasão de Jerusalém, em 586 a.c. pelo imperador babilônio Nabucodonosor. Em 636, os árabes ocupam a Palestina e convertem a maioria dos habitantes ao islamismo. Após sucessivas invasões, a região

é incorporada ao Império Turco-Otomano, de 1517 a 1917. a) Sionismo O atual Estado de Israel tem sua origem no sionismo (de Sion, colina da antiga Jerusalém), movimento surgido na Europa no século XIX. Seu ideólogo, Theodor Herzl, organiza, em 1897, em Basiléia, na Suíça, o primeiro congresso sionista, pela formação de um Estado judaico. Colonos judeus da Europa Central e Oriental, onde o antissemitismo (preconceito contra os judeus) é mais intenso, instalam-se na Palestina, de população majoritariamente árabe. Em 1909 criam o primeiro kibutz, tipo de colônia agrícola de inspiração socialista. A Palestina é ocupada pelo Reino Unido no fim da I Guerra Mundial. Em 1917, o chanceler britânico Arthur Balfour declara apoio ao estabelecimento de um lar nacional dos judeus na região, sob a condição de ver respeitados os direitos das comunidades não-judaicas. O governo britânico promete aos árabes um grande Estado independente, que jamais é criado. Três anos depois, o Reino Unido recebe um mandato da Liga das Nações para administrar a Palestina. Líderes árabes, porém, consideram-se traídos pelos britânicos e ameaçados pelo sionismo. A perseguição aos judeus pelo regime nazista de Adolf Hitler, a partir de 1933, intensifica a migração para a Palestina. Em 1929 e 1936 ocorrem violentos distúrbios entre árabes e judeus. Partilha da Palestina O apoio internacional à criação de um Estado judaico aumenta, depois da II Guerra Mundial, ao ser revelado o massacre de cerca de 6 milhões de judeus nos campos de extermínio nazistas, o holocausto. Encerrado o conflito, os britânicos delegam à Organização das Nações Unidas (ONU) a tarefa de solucionar os problemas da região. Sem consulta prévia aos árabes-palestinos, a ONU aprova, em 1947, a divisão da Palestina em dois Estados - um para os judeus, outro para os árabes, que rejeitam o plano. Em 14 de maio de 1948 é criado o Estado de Israel, com David Ben-Gurion primeiro ministro. Cinco países árabes enviam tropas para impedir sua fundação. A guerra termina em janeiro de 1949, com a vitória de Israel. Cerca de 700 mil palestinos se refugiam na Cisjordânia, em Gaza ou migram para os países árabes. Em seguida, o Egito incorpora a Faixa de Gaza; a Jordânia recebe Jerusalém Oriental e Cisjordânia, enquanto os palestinos ficam sem território. O Estado árabe-palestino, previsto pela ONU, não é proclamado, e os israelenses passam a controlar 75% do território da Palestina. A economia israelense floresce com o apoio estrangeiro e remessas particulares de dinheiro. Em 1956, Israel aproveita a crise do Canal de Suez e se alia à França e ao Reino Unido para atacar o Egito na península do Sinai e na Faixa de Gaza. Por intervenção da ONU e sob pressão dos EUA e da União Soviética (URSS), as tropas israelenses retiram-se da região. b) Árabes x Judeus Diante da aliança militar entre Egito, Síria e Jordânia - com o apoio da URSS -, Israel, fortemente armado pelos EUA, toma a iniciativa de atacar os três países em 5 de junho de 1967. O episódio, conhecido como Guerra dos Seis Dias, termina em 10 de junho com a vitória israelense e a conquista do Sinai, da Faixa de Gaza, da Cisjordânia, das Colinas de Golã (na Síria) e da zona oriental de Jerusalém. Resoluções da ONU determinam a devolução das áreas ocupadas, mas Israel exige que os países árabes reconheçam sua existência e não aceita devolver Jerusalém Oriental anexada em 1980. Nova guerra eclode em 6 de outubro de 1973, feriado judaico do Yom Kipur (Dia do Perdão). Num ataque-surpresa, tropas do Egito e da Síria avançam sobre o Sinai e Golã para reconquistar os territórios perdidos em 1967, mas são repelidas. O conflito se estende por 19 dias e não provoca alterações territoriais. Os árabes descobrem no petróleo uma arma de guerra: boicotam seu fornecimento às nações que apóiam Israel e aumentam o preço do produto, provocando pânico mundial. c) A direita no poder Em 1977, a coligação liderada pelo direitista Partido Likud ganha as eleições em Israel, depois de 30

anos de hegemonia trabalhista. O primeiro-ministro Menahem Begin expande as colônias israelenses nos territórios árabes ocupados na Guerra dos Seis Dias. No mesmo ano, o presidente egípcio Anuar Sadat visita Jerusalém, o que abre caminho para os acordos de Camp David (1978/1979), mediados pelos EUA, mas repudiados pelos paises árabes. O Sinai é devolvido ao Egito em 1982. O governo do Likud inicia um processo de desestatização e de enfraquecimento dos kibutz, que são a base de apoio do Partido Trabalhista. Em junho de 1982, o Exército israelense invade o Líbano e cerca sua capital, Beirute, para destruir o quartel-general da Organização para a Libertação da Palestina (OLP). Um acordo permite que a sede da organização seja transferida para a Tunísia. Israel retira-se da maior parte do Líbano em 1985. d) A Intifada Em 1984, os trabalhistas retornam ao poder sob liderança de Shimon Peres. Porém, sem maioria absoluta, são obrigados a estabelecer coalizão com a direita, cedendo a Yitzhak Shamir, do Likud, o cargo de primeiro-ministro. Em 1987 eclode a rebelião palestina nos territórios ocupados e no setor árabe de Jerusalém, conhecida como levante, em árabe. Israel reprime com violência os militantes palestinos. Nos anos 1990, o governo israelense incentiva a chegada de cerca de 1 milhão de imigrantes judeus saídos da antiga URSS. O país investe pesado em habitação e na criação de empregos. Em 1992, os trabalhistas obtêm a vitória nas eleições, e o cargo de primeiro-ministro passa a Yitzhak Rabin, que reinicia negociações com os árabes. Em 1993 é assinado o Acordo de Oslo, que prevê a devolução de territórios aos palestinos e a criação da Autoridade Nacional Palestina (ANP). Em 1994, Israel e Jordânia firmam um acordo de paz. e) Assassinato de Rabin Os avanços pela paz acentuam divisões na sociedade israelense. Grupos ultranacionalistas e radicais ortodoxos se opõem à devolução de territórios aos palestinos. Para reforçar sua posição política, Rabin lidera uma grande manifestação pela paz, em Telaviv, em 4 de novembro de 1995. Na saída, é assassinado por um extremista judeu, Yigal Amir, condenado à prisão perpétua em março de 1996. O chanceler Shimon Peres, arquiteto do plano de paz, assume o governo, mas perde o cargo de primeiro-ministro para o novo líder do Likud, Benyamin Netanyahu, nas eleições de 1996. O processo de paz passa por várias interrupções, e a colonização judaica na Cisjordânia volta a se expandir. Apoiado em promessas de um acordo definitivo com os palestinos e de pôr fim à ocupação do sul do Líbano, o Partido Trabalhista vence as eleições de 1999. Seu líder, Ehud Barak, assume o cargo de primeiro-ministro em julho. A retirada militar da Cisjordânia, prevista no acordo de Wye Plantation (1998), estende-se até março de 2000. Em maio, Israel deixa o Líbano, mas o governo libanês o acusa de ocupar a área conhecida como fazendas de Shabaa (que a ONU diz ser da Síria), e a milícia xiita libanesa Hezbollah continua a atacar israelenses que patrulham a região. As negociações sobre o status final dos territórios palestinos, ocorridas em Camp David (EUA), em 2000, terminam sem um acordo sobre temas difíceis, como o controle da água, o retorno de 3,9 milhões de refugiados palestinos, o traçado das fronteiras do Estado palestino em Gaza e Cisjordânia e o futuro dos assentamentos judaicos nesses territórios. Barak faz a mais ampla proposta já apresentada por Israel: soberania palestina sobre toda a Faixa de Gaza e 90% da Cisjordânia. Mas Yasser Arafat, líder palestino, rejeita a proposta porque não estão previstos a entrega de Jerusalém Oriental (que os palestinos querem transformar na capital de seu futuro Estado) nem o retorno dos refugiados ao território de Israel, além de serem mantidas colônias judaicas em 10% da Cisjordânia. Ao mesmo tempo, os setores conservadores e religiosos de Israel reprovam as "concessões excessivas" de Barak. Após a segunda Intifada, que começa em setembro, Barak suspende as negociações. Ao perder o apoio de partidos religiosos, o primeiro ministro passa a governar com minoria no Parlamento e convoca em novembro eleições apenas para primeiro-ministro - pela lei então em vigor, a votação para chefe de governo poderia não coincidir com a do Parlamento.

05. ATUALIDADES: Ariel Sharon, do Likud, vence Barak nas urnas, em 2001, com 62,4% dos votos, o novo governante expande as colônias judaicas, intensifica bloqueios nos territórios árabes e suspende as negociações com a ANP. A vitória de Sharon provoca também nova onda de radicalização entre os palestinos. Organizações extremistas como o Ramas e a Jihad Islâmica desencadeiam ataques suicidas que matam dezenas de civis israelenses. Em resposta, Israel inicia grande ofensiva na Cisjordânia, ocupando cidades e campos de refugiados. Em 2002, Sharon inicia a construção de um muro na Cisjordânia para separar as populações judaicas e árabes. A justificativa inicial era impedir a entrada de terroristas em Israel. Na prática, o muro propicia a anexação, por parte de Israel de áreas palestinas. Além disso, a barreira impede a circulação normal de pessoas pela região. Bairros e vilas ficam isolados uns dos outros, bloqueados por enormes paredes de concreto com mais de 9 metros de altura. A Assembléia Geral da ONU condena, em 2004, a construção do muro. No mesmo ano, a Corte Internacional de Justiça considera a barreira ilegal. Ainda assim, Israel mantém sua construção. A ONG Bimkom, integrada por arquitetos israelenses, divulga em janeiro de 2007 estudo segundo o qual o muro, quando concluído, deixará 250 mil palestinos confinados em 21 enclaves. Essa população ficará separada não apenas de Israel mas também de outros territórios palestinos. Em junho, o presidente dos EUA, George W. Bush, o primeiro-ministro da ANP, Mahmud Abbas, e Sharoll comprometem-se com o Mapa da Estrada, plano de paz patrocinado pelo Quarteto - grupo formado por EUA, União Europeia (UE), ONU e Federação Russa. A proposta prevê medidas graduais e a criação de um Estado palestino em 2005. Grupos palestinos declaram trégua, Sharon elimina alguns embriões de colônias judaica e liberta mais de 300 presos palestinos. Mas a violência é retomada. Radicais palestinos matam dezenas de israelenses em atentados suicidas e Israel bombardeia a Faixa de Gaza, matando líderes do Hamas e civis: em 2004 são assassinados o xeque Ahmed Yassin, fundador e chefe espiritual do Hamas, e seu sucessor, Abdel Aziz Rantissi. Em outubro de 2004, morre Yasser Arafat, e Mahmud Abbas é eleito presidente da ANP em seu lugar. Em 2005, Israel finaliza a retirada unilateral de todos os 21 assentamentos judaicos da Faixa de Gaza - onde 8,5 mil colonos judeus viviam em tensão constante em meio a 1,3 milhão de palestinos - e de quatro pequenas colônias na Cisjordânia. É a primeira vez que o governo israelense concorda em retirar colonos de áreas reivindicadas pelos palestinos. Com a retirada de Gaza, Sharon perde o apoio de seu partido, o Likud, de direita. Funda então novo partido de centro, o Kadima, pelo qual disputaria as eleições parlamentares de março de 2006, na condição de franco favorito. Em janeiro, porém, sofre um derrame que o deixa em estado de coma (no qual ainda permanece). É substituído por seu vice, Ehud Olmert. Em janeiro de 2006, nas eleições parlamentares da ANP, o movimento fundamentalista islâmico Hamas derrota o Fatah, o que abre uma situação de incerteza quanto à continuidade das negociações de paz com Israel. Nas eleições israelenses, em março, apesar da ausência de Sharon, o Kadima é o partido mais votado. Forma-se um novo governo de coalizão, tendo como primeiroministro Ehud Olmert. Sua proposta central é o estabelecimento unilateral das fronteiras definitivas de Israel até 2010, incorporando ao país as maiores colônias judaicas instaladas na Cisjordânia. Em junho, o Exército israelense inicia ampla ofensiva militar na Faixa de Gaza. O objetivo, segundo o governo de Israel, é resgatar um soldado do país sequestrado dias antes por grupos islâmicos palestinos. Entre junho e novembro, quando se anuncia um cessar-fogo provisório, os ataques causam cerca de 400 mortes. Campanha do Líbano

Em julho, o país inicia outro ataque militar, dessa vez contra o Líbano, em represália ao sequestro de dois soldados e a morte de outros oito, por parte do grupo xiita libanês Hezbollah. Analistas vêem na iniciativa um esforço para impor uma derrota ao grupo que, de sua base no sul do Líbano, causa instabilidade ao Estado israelense. A infra-estrutura de várias regiões libanesas é duramente afetada pelos bombardeios. O Hezbollah, de sua parte, lança foguetes contra cidades do norte de Israel. Em agosto, após pouco mais de um mês de combates, entra em vigor um cessar-fogo proposto pelo Conselho de Segurança da ONU. Embora os libaneses contabilizem pelo menos 1,2 mil mortos no conflito, em sua maioria civis, o Hezbollah se apresenta como vitorioso e organiza manifestações de comemoração no Líbano. Enquanto isso, as autoridades militares de Israel reconhecem que os erros cometidos não permitem ao país libertar os soldados capturados nem infligir uma derrota decisiva ao Hezbollah. O país, que teve cerca de 150 vítimas fatais, aprova em setembro a formação de uma comissão encarregada de apurar eventuais falhas cometidas pelo comando militar durante o conflito. Em janeiro de 2007, o Parlamento declara o presidente Moshé Katsav "temporariamente incapacitado" para exercer o cargo. Ele é acusado, por várias mulheres, de estupro, assédio sexual e abuso de poder. O primeiro-ministro Olmert, por sua vez, sofre acusações de corrupção. As maiores dificuldades do governante, porém, relacionam-se à campanha no Líbano. Em abril, é divulgada a versão preliminar de um relatório sobre a ofensiva militar, com avaliação extremamente negativa sobre sua condução. Olmert torna-se, segundo pesquisas de opinião pública, o premiê mais impopular da história de Israel. Em maio, um ato com milhares de participantes em Telaviv pede sua renúncia. A pressão sobre Olmert diminui depois que, em junho, consuma-se a divisão entre os grupos palestinos Ramas e Fatah. O governo israelense passa a colaborar de forma ativa com o novo governo instituído na Cisjordânia pelo presidente da ANP - e dirigente do Fatah -, Mahmud Abbas. O veterano político Shimon Peres (ex-trabalhista que adere em 2005 ao Kadima) é eleito presidente de Israel em junho de 2007. No mês seguinte, o governo dos EUA anuncia que elevará em 25% a ajuda financeira que destina aos gastos militares de Israel. A soma dos repasses irá superar 30 bilhões de dólares, em dez anos. Netanyahu Nas eleições de fevereiro de 2009, nenhum partido obtém maioria parlamentar. O líder do Likud, Benyamin Netanyahu, costura uma aliança entre partidos de direita e o Trabalhista e volta ao cargo de primeiro-ministro. O novo governo não apoia a política dos "dois Estados" (um judeu e outro palestino) negociada nos Acordos de Oslo. A situação cria atrito com os EUA, que lideram os esforços para reavivar o processo de paz. Em junho, Netanyahu anuncia o projeto de um Estado palestino desmilitarizado, que deve reconhecer Israel como um Estado judeu e Jerusalém como a sua capital indivisível. O retorno dos refugiados deve ser resolvido fora das fronteiras israelenses. A liderança palestina considera a proposta inaceitável. Assentamentos Netanyahu reinicia a construção de assentamentos na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental. A expansão é proibida por leis internacionais - as quais Israel não aceita. Abbas anuncia que retoma o diálogo com Israel somente quando as obras forem interrompidas. No início de setembro de 2010, Netanyahu e Abbas encontram-se em Washington, nas primeiras conversações diretas desde 2008. Contudo, o diálogo cessa no fim do mês, pois Israel recomeça as construções na Cisjordânia, O impasse leva Abbas a mudar de estratégia e iniciar uma campanha diplomática pelo reconhecimento do Estado palestino na ONU. Em fevereiro de 2011, os EUA vetam no Conselho de Segurança da ONU unia resolução exigindo

que Israel paralise a construção de colônias em Jerusalém Oriental e na Cisjordânia. A Primavera Árabe A onda de revoltas populares que eclodem no mundo árabe em 2011 põe Israel em alerta. A maior preocupação é perder o apoio do governo do Egito, que há décadas é aliado de Israel e isolava o Ramas na Faixa de Gaza. A junta militar sinaliza reaproximar-se do Irã e do Ramas. Na vizinha Jordânia, outra nação aliada, crescem as manifestações contra a monarquia Hachemita. As Fronteiras de 1967 O presidente dos EUA, Barack Obama, lança novo esforço para romper a paralisia no processo de paz. Em discurso sobre o Oriente Médio, em maio, ele reafirma o apoio a um Estado palestino independente e ressalta que as fronteiras anteriores a 1967 devem ser a base das negociações - com troca de terras dos dois lados da fronteira, para acomodar em Israel uma parte das colônias judaicas da Cisjordânia. Esse princípio norteia as negociações de 2000 e de 2008. Netanyahu responde que as fronteiras de 1967 são "indefensáveis". Em julho, o Parlamento israelense aprova legislação que criminaliza a campanha no país pelo boicote a produtos de empresas israelenses instaladas em assentamentos nos territórios palestinos. Protestos em Israel A Primavera Árabe inspira manifestações nas fronteiras de Israel. Forças israelenses abrem fogo contra os manifestantes para impedi-los de cruzar a fronteira, matando 11 pessoas no Líbano e quatro na Síria. Internamente, um grupo de jovens israelenses arma tendas no centro de Telaviv, em meados de julho, para protestar contra o aumento no preço das moradias e dos aluguéis. O movimento por melhorias sociais para estudantes, soldados e jovens casais se espalha para outras cidades e ganha força em Telaviv, onde uma manifestação, no início de agosto, reúne cerca de 250 mil pessoas. Ataque à Embaixada Em agosto de 2011, o Egito acusa Israel de matar cinco policiais egípcios ao perseguirem militantes palestinos na fronteira. A incursão acontece depois que ataques coordenados, atribuídos aos palestinos de Gaza, matam oito israelenses perto de Elat. O Egito afirma que as mortes são inaceitáveis e exige desculpa formal. Israel lamenta as mortes, mas não oferece desculpa. O incidente provoca protestos no Egito, e, no início de setembro, centenas de manifestantes atacam a embaixada israelense no Cairo. O embaixador e os funcionários da embaixada deixam o Egito em aviões israelenses. É a mais séria ameaça às relações diplomáticas entre Israel e Egito em décadas. Dez dias depois, a embaixada é reaberta, e o governo interino do Egito reafirma a intenção de manter os acordos de 1979. Crise com a Turquia A Turquia, outro pilar da segurança de Israel no Oriente Médio, também se distancia de Israel desde o ataque à flotilha turca, em maio de 2010, que tentava levar ajuda humanitária à Faixa de Gaza. Na ação das forças israelenses, nove ativistas turcos morrem e cerca de 30 ficam feridos. O primeiro-ministro turco Recep Tayyip Erdogan exige um pedido formal de desculpa. Diante da negativa de Israel em atender à solicitação - alegando que os soldados agiram em legítima defesa -, Erdogan expulsa o embaixador de Israel em setembro de 2011 e rompe a cooperação militar. A crise eclode logo depois que a ONU divulga um relatório que condena Israel por ter usado força excessiva no ataque à flotilha, mas afirma que o bloqueio ao território é legitimo. Erdogan diz que levará o caso para a Corte Internacional de Justiça (CIJ).

Isolamento O retrocesso nas negociações de paz sob o governo de Netanyahu faz aumentar o isolamento de Israel. Essa situação fica evidente na 66ª Assembleia Geral das Nações Unidas, em setembro. Com o apoio de 126 dos 193 países-membros, Abbas entrega a solicitação de aceitação plena da Palestina ao órgão. Embora tenha o suporte da maioria da Assembleia Geral, o pedido é ser vetado pelos Estados Unidos. Em novembro, a Palestina é admitida na Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). Netanyahu reprova a ofensiva de Abbas na ONU e mantém a postura desafiadora: entre setembro e novembro, ele autoriza a construção de mais 3,1 mil casas nos assentamentos, a maioria em Jerusalém Oriental. Tensão com o Irã A oposição ao programa nuclear iraniano é uma prioridade da política externa de Israel, por ser considerado uma ameaça bélica real ao país. Documento da AIEA, divulgado em novembro de 2011, mantém a afirmação de que o programa iraniano pode ter objetivos bélicos e potencial para fabricar a bomba atômica. Ehud Barak reage afirmando que um ataque às instalações nucleares da nação está cada vez mais próximo. Mas a opção militar sofre oposição interna e externa pelo risco de não alcançar o objetivo desejado e de trazer consequências imprevisíveis para o turbulento cenário do Oriente Médio. 06. OS PALESTINOS: A criação do Estado de Israel, em 1948, leva à expulsão dos árabes palestinos que viviam na Palestina. Eles se agrupam na Faixa de Gaza e na Cisjordânia e se refugiam em países árabes, como Jordânia, Líbano e Síria. Depois de 60 anos, esse fato continua a ocupar um lugar central nos conflitos da região. Aqueles que tiveram de sair, bem como seus filhos e netos, nascidos em campos de refugiados, reivindicam o direito ao retorno. Os sucessivos governos israelenses nunca aceitam discutir o tema, que coloca em questão a própria existência de Israel. Atualmente, os palestinos constituem o maior contingente de refugiados do mundo, somando quase 5 milhões de pessoas, a maioria vivendo em condições precárias. Antes da imigração judaica em massa, a partir do fim do século XIX, a Palestina é habitada sobretudo por árabes muçulmanos. Nas primeiras décadas do século XX, dezenas de milhares de judeus chegam à região. O conflito entre as duas comunidades se acirra em 1948, com a criação de Israel. O novo país é atacado pelos Estados árabes vizinhos, mas vence e amplia seu território. a) Organização para a Libertação da Palestina - OLP A resistência palestina se organiza com a fundação no exílio da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), em 1964, mais tarde presidida por Yasser Arafat. A OLP congrega os diversos grupos palestinos, entre os quais o Fatah, também dirigido por Arafat. Seu objetivo é destruir Israel e criar um Estado em toda a Palestina. A luta se intensifica quando a OLP instala suas bases no Líbano, em 1970, e passa a atacar Israel a partir do sul do país. Em 1982, Israel invade o território libanês e o quartel-general da OLP se transfere para a Tunísia. Em 1987 eclode em Jerusalém a rebelião palestina - a Intifada -, reprimida com violência pelo Exército israelense. Arafat passa, então, à ofensiva diplomática - renuncia ao terrorismo e reconhece Israel, que inicia diálogo com a OLP. b) Tentativas de paz No Acordo de Oslo, de 1993, Israel e OLP assinam declaração que prevê a devolução de territórios aos palestinos. Os acordos de Oslo I e Oslo 11 (1994 e 1995) prevêem que os palestinos terão autonomia na maioria da Faixa de Gaza e em parte da Cisjordânia. Arafat volta do exílio, vence em 1996 a primeira eleição e torna-se presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP). c) O Hamas O principal opositor do Fatah é o movimento fundamenta lista islâmico Hamas, criado em 1987,

que não faz parte da OLP, o grupo mantém a luta pela destruição de Israel e quer criar um Estado islâmico no território integral da Palestina histórica. A segunda Intifada começa em 2000. Seu estopim é uma caminhada de Ariel Sharon pela Esplanada das Mesquitas, em Jerusalém, o terceiro local mais sagrado para os muçulmanos, depois de Meca e Medina. O gesto é uma forma de Sharon afirmar a soberania israelense sobre o local. Os palestinos protestam, e o levante passa a ações armadas e atentados suicidas. Arafat é sitiado em seu quartel-general em Ramallah, em 2001, e as cidades palestinas são reocupadas. EUA e Israel se recusam a dialogar com Arafat, acusando-o de ser conivente com o terrorismo e a corrupção. Isolado, ele faz reformas limitadas e cria o cargo de primeiro-ministro. Em 2003, o moderado Mahmud Abbas assume o posto e participa do lançamento do novo plano de paz, o Mapa da Estrada, elaborado pelo Quarteto: Estados Unidos (EUA), União Européia (UE), ONU e Federação Russa. Abbas não consegue conter os extremistas e renuncia, substituído por Ahmed Korei. Em outubro de 2004, Arafat morre. Abbas é eleito presidente da ANP em janeiro de 2005, com 62% dos votos. Em agosto, Israel concretiza a retirada de Gaza e parte da Cisjordânia. Nas eleições parlamentares da ANP, em janeiro de 2006, o Hamas conquista de forma surpreendente expressiva maioria, ao eleger 74 representantes de um total de 132. O Fatah, de Abbas, fica com 45 cadeiras. Analistas atribuem o resultado à desconfiança dos palestinos em relação aos acordos de paz sustentados pela ANP e às suspeitas de corrupção que cercam os governantes. Mas as posições do Hamas, considerado um grupo terrorista por Israel, EUA e UE, criam um impasse. O governo israelense se recusa a dialogar com o novo governo. O Quarteto exige que o Hamas se desarme, renuncie ao terrorismo e aceite a existência de Israel como condições prévias para seu reconhecimento. Começa então uma pressão financeira. Israel deixa de repassar à ANP impostos e taxas cobradas de produtos que entram pelos seus portos em direção aos territórios palestinos. EUA e UE suspendem o envio de ajuda financeira. O auxílio recebido do exterior, de 1 bilhão de dólares anuais, representa quase metade do orçamento da ANP. Em razão desses cortes, os 160 mil funcionários da ANP ficam durante meses recebendo apenas pequena parte dos salários. O Hamas indica para primeiro-ministro Ismail Haniyeh. Nos meses seguintes, os atritos entre militantes do Hamas e do Fatah chegam em vários momentos ao enfrentamento armado. Diante da situação, Abbas anuncia em dezembro que proporá a convocação de eleições presidenciais e parlamentares antecipadas. A proposta é classificada pelo Hamas de golpe de Estado e chamado à guerra civil. Em fevereiro de 2007, em meio à continuidade dos choques, as duas partes se reúnem na cidade de Meca, na vizinha Arábia Saudita, por iniciativa do governo local, e chegam a um entendimento. Como fruto do Acordo de Meca, é anunciado no mês seguinte um governo de união nacional, o gabinete não chega a funcionar de fato, porque os conflitos entre militantes dos dois grupos recomeçam. Em junho, a cisão se completa, em clima de guerra civil. O Hamas passa a controlar a Faixa de Gaza, e o Fatah fica com a Cisjordânia. O presidente da ANP, Mahmud Abbas, anuncia a dissolução do gabinete de Haniyeh, declara estado de emergência e indica um novo primeiro-ministro, Salarn Fayyad. O governo instalado por Abbas é reconhecido imediatamente pelas potências ocidentais e por Israel. Os EUA suspendem o embargo financeiro imposto à ANP, enquanto o governo israelense descongela os valores de impostos e taxas que estavam retidos. Documentos secretos da ANP dessas negociações são divulgados pela Al Jazeera em janeiro de 2011. Os Papéis Palestinos abalam o movimento palestino em razão das concessões feitas pela delegação de Abbas. A aceitação do retorno parcial das famílias de refugiados provoca grandes manifestações de protesto nos campos de refugiados palestinos e acentua a cisão entre o Fatah e o Hamas. CONFLITO EM GAZA

Israel lança em novembro de 2012 a Operação Pilar de Defesa na Faixa de Gaza, com o objetivo oficial de proteger civis israelenses dos recentes ataques com foguetes vindos do enclave e debilitar a infraestrutura militar do Hamas. É a maior ofensiva em Gaza desde 2009. De acordo com Israel, o sistema antimísseis Domo de Ferro, em fase de testes, intercepta durante o conflito mais de 90% dos foguetes vindos de Gaza. PALESTINOS NA ONU Na 66ª Assembleia Geral das Nações Unidas, em setembro de 2011, a maioria dos países apoia a solicitação de Abbas para que a Palestina se torne um membro pleno do organismo, mas a questão não chega a ser analisada pela principal instância, o Conselho de Segurança, no qual os EUA, aliados de Israel, têm poder de veto. Em novembro, Israel declara que vai acelerar a construção de 2 mil moradias em Jerusalém Oriental e na Cisjordânia depois que a Palestina é aceita como membro pleno da Unesco. Abbas obtém importante vitória simbólica em sua ofensiva diplomática em novembro de 2012. A Assembleia Geral da ONU aprova resolução que eleva o status da Palestina para Estado observador não membro. Em retaliação, Netanyahu anuncia a construção de novos assentamentos. A medida é condenada com veemência pela comunidade internacional, incluindo os EUA. DIREITOS HUMANOS Em janeiro de 2013, Israel se torna o primeiro país a não cumprir uma determinação de caráter obrigatório do Conselho de Direitos Humanos da ONU. O órgão afirma que o governo Netanyahu consolidou a expansão dos assentamentos judaicos em áreas palestinas e enfatiza que a transferência de israelenses para território ocupado viola a lei humanitária internacional. Israel rejeita o relatório. NOVO PARLAMENTO No mesmo mês são realizadas eleições gerais antecipadas a coalizão governista havia sido desfeita por não conseguir aprovar o orçamento em outubro de 2012. O resultado mostra um Parlamento fragmentado em 12 partidos e acentua a divisão do país entre laicos e religiosos. Netanyahu forma uma coalizão de governo com o Yesh Atid, Lar Judaico, Kadima e Hatnua, e inicia o novo governo em março de 2013. GUERRA NA SÍRIA Com o aprofundamento da guerra civil na Síria e a participação de militantes do Hezbollah em apoio ao governo sírio, Israel passa a realizar ataques aéreos esporádicos no país contra alvos ligados ao grupo libanês. A Força Aérea israelense bombardeia em 2013, em várias ocasiões, depósitos e veículos com armas que, segundo fontes militares de Israel, seriam enviadas pelo Irã ao Hezbollah. CONFRONTOS Em fevereiro, manifestantes na Cisjordânia exigem a libertação de quatro palestinos em greve de fome em prisões israelenses, detidos sem acusação formal. A morte de um palestino num presídio israelense no mesmo mês desencadeia confrontos com soldados na Cisjordânia. Um palestino é morto por um militar israelense e mais de 60 ficam feridos. Durante o ano, em abril, agosto e outubro, Israel bombardeia Gaza em retaliação ao lançamento de foguetes a partir do território palestino. TURQUIA Em março, após mediação do governo norte-americano, Netanyahu pede desculpas por erros que Israel possa ter cometido na abordagem do navio turco em 2010 e concorda em compensar as vítimas. Os dois países iniciam o diálogo para normalizar as relações diplomáticas.

PROCESSO DE PAZ Palestinos e israelenses reiniciam em julho conversações de paz, sob a mediação do secretário de Estado dos EUA, John Kerry. Como gesto de boa vontade, Israel anuncia a libertação em etapas de 104 prisioneiros palestinos, a maioria detida há mais de 20 anos. No entanto, o diálogo pouco avança. Netanyahu exige previamente o reconhecimento de Israel como Estado judaico enquanto os palestinos querem que a definição de fronteiras seja questão prioritária. Em novembro, após protestos de palestinos em meio ao processo de paz, Netanyahu ordena a suspensão dos planos de construir 20 mil casas em assentamentos judaicos na Cisjordânia. ACORDO NUCLEAR Em novembro de 2013, o Irã assina um acordo para reduzir suas atividades nucleares com as seis grandes potências, o que desagrada ao governo israelense. Netanyahu chama o pacto de um erro histórico e afirma que o Irã deu mais um passo para obter armas atômicas MORTE DE ARIEL SHARON No dia 11 de janeiro de 2014 morre aos 85 anos o ex-premiê israelense Ariel Sharon. O Ex-militar e líder da direita, se encontrava em estado vegetativo desde 4 de janeiro de 2006. Sharon foi comandante do Exército de Israel desde a sua criação em 1948. Esteve presente em todos os momentos importantes desde a formação, passando por todas as grandes campanhas militares de Israel. Durante sua carreira militar, ele foi considerado o maior comandante de campo da história de Israel, e um dos maiores estrategistas militares de seu país. Depois de seu ataque do Sinai na Guerra dos Seis Dias e seu Cerco do Terceiro Exército Egípcio na Guerra do Yom Kippur, o povo israelense lhe o apelidou de "O Rei de Israel" e "O Leão de Deus". Depois de se aposentar do exército, Sharon se juntou ao partido Likud, e serviu em vários cargos ministeriais nos governos liderados pelo Likud em 1977-1992 e 1996-1999. Ele se tornou o líder do partido, em 2000, e serviu como primeiro-ministro de Israel de 2001 a 2006. Enfrentando uma forte oposição a esta política dentro do Likud, em novembro de 2005 ele deixou o partido para formar um novo, o Kadima. Era esperado que Sharon vencesse a próxima eleição e que ele também planejasse a desocupação da maior parte da Cisjordânia, mediante uma série de retiradas decididas unilateralmente. No entanto, Sharon sofreu um derrame em 4 de janeiro de 2006 e foi deixado em um estado vegetativo permanente até sua morte (11/01/2014). * Compilação feita a partir de: - Almanaque Abril 2014, 40ª ed. São Paulo: Ed. Abril, 2014. - Arruda, J. e Piletti, N. Toda a História, 4ª ed. São Paulo: Ática, 1996. - Atlas National Geografic: Ásia. São Paulo: Ed. Abril, 2008. - www.wikipedia.org