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Transcrição:

Introdução Patrícia Olga Camargo SciELO Books / SciELO Livros / SciELO Libros CAMARGO, PO. A evolução recente do setor bancário no Brasil [online]. São Paulo: Editora UNESP; São Paulo: Cultura Acadêmica, 2009. 322 p. ISBN 978-85-7983-039-6. Available from SciELO Books <http://books.scielo.org>. All the contents of this chapter, except where otherwise noted, is licensed under a Creative Commons Attribution-Non Commercial-ShareAlike 3.0 Unported. Todo o conteúdo deste capítulo, exceto quando houver ressalva, é publicado sob a licença Creative Commons Atribuição - Uso Não Comercial - Partilha nos Mesmos Termos 3.0 Não adaptada. Todo el contenido de este capítulo, excepto donde se indique lo contrario, está bajo licencia de la licencia Creative Commons Reconocimento-NoComercial-CompartirIgual 3.0 Unported.

INTRODUÇÃO Na década de 1990, ocorreram importantes mudanças na estrutura e nos padrões de concorrência do sistema bancário brasileiro. Seguindo a tendência mundial de liberalização em vários mercados, o Brasil iniciou um processo de abertura comercial e financeira. Após o processo de reestruturação bancária promovido pelo governo, os bancos estrangeiros ampliaram em muito sua participação no mercado bancário do país. Houve uma intensificação no processo de fusões e aquisições, tanto por instituições estrangeiras como por instituições nacionais, o que aumentou consideravelmente a concentração bancária. Quando da abertura do mercado aos bancos estrangeiros, algumas das expectativas eram de que haveria um acirramento da concorrência, com consequente redução do spread, uma maior qualidade e diversificação dos produtos e serviços financeiros, modernização tecnológica e um aumento na eficiência do sistema, principalmente pelo aumento da concessão de crédito. Entretanto, contrariando estas expectativas, os bancos estrangeiros adotaram uma postura conservadora, direcionada, principalmente, para os títulos públicos. Dessa forma, apesar de terem ampliado sua atuação no mercado brasileiro, não provocaram mudanças significativas no sistema financeiro do país. Portanto, grande parte das mudanças ocorridas no setor, nesse

8 PATRÍCIA OLGA CAMARGO período, provavelmente teria acontecido sem a entrada das instituições estrangeiras. A situação do sistema bancário brasileiro após a abertura do mercado aos bancos estrangeiros, pelo lado dos ativos, foi de concentração das aplicações em aquisições de títulos públicos, com relativamente pouco apoio ao setor privado. Do lado dos passivos, o estímulo foi pela captação de recursos, principalmente junto ao grupo de renda média e alta. Assim, os bancos dedicaram proporções semelhantes dos seus ativos a operações de crédito e títulos, principalmente títulos públicos. Os bancos públicos foram exceções, já que dedicam proporção maior de recursos a operações de crédito. Consequentemente, apesar da importância do setor bancário na economia, o coeficiente crédito/pib manteve-se baixo, se comparado com outros países (Carvalho, 2005a). Este trabalho buscará verificar se essas características do sistema bancário brasileiro se mantêm, analisando as atuais estratégias dos bancos brasileiros, comparando-as conforme o tipo de controle, se público, privado nacional ou privado estrangeiro. É objetivo deste trabalho verificar as diferenças e semelhanças entre as instituições selecionadas e entre esses tipos de controle. Além disso, pretende-se analisar as diferenças entre a atuação dos bancos estrangeiros no Brasil e no exterior, com o objetivo de verificar se estes últimos adotaram estratégias diferentes de atuação em localizações diversas. Para atendimento desses objetivos, será analisado o período de 1998, após a entrada dos bancos estrangeiros, até o primeiro semestre de 2008. Para desenvolvimento deste trabalho, foram selecionadas as oito maiores instituições, por valor de ativos totais, exceto intermediações, conforme apresentado na Tabela 1.1. Das instituições selecionadas, duas são bancos públicos federais (Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal), três são bancos privados nacionais (Itaú, Bradesco e Unibanco) e três são bancos privados com controle estrangeiro (ABN-Amro, Santander e HSBC). Para desenvolvimento deste trabalho, o Unibanco será considerado banco privado nacional, uma vez que, apesar de contar com participação estrangeira, esta é minoritária; portanto, seu controle é nacional.

A EVOLUÇÃO RECENTE DO SETOR BANCÁRIO NO BRASIL 9 Tabela 1.1 Maiores instituições por ativo total (exceto intermediações) em junho/2008 (em R$ bilhões) Ranking Instituição Ativo Total (-) Intermediação Part. no Ativo Total (%) 1 Banco do Brasil Público Federal 361,0 15,8 2 Itaú Privado Nacional 307,3 13,5 3 Bradesco Privado Nacional 295,9 13,0 4 CEF Público Federal 250,6 11,0 5 ABN 6 Unibanco 7 Santander 8 HSBC TOTAL 101 instituições Participação Estrangeira 158,5 6,9 143,4 6,3 114,5 5,0 96,5 4,2 2.281,7 75,7 Fonte: Elaboração própria a partir de dados extraídos do site do Banco Central do Brasil. A amostra é representativa, uma vez que as instituições selecionadas possuem 75,7% do total de ativos detidos pelas 101 instituições existentes, classificadas pelo Banco Central como Consolidado Bancário I. 1 Além disso, são grandes bancos varejistas, que se destacam por seu tamanho, em termos de ativos, crédito, depósitos, redes de agências e quantidade de clientes. Este trabalho foi organizado da seguinte maneira. O primeiro item do capítulo 1 trata do processo de consolidação bancária, que se iniciou na década de 1970, em vários países. No segundo e ter- 1 Conglomerados em cuja composição se verifica pelo menos uma instituição do tipo Banco Comercial ou Banco Múltiplo com Carteira Comercial, e as instituições financeiras do tipo Banco Comercial, Banco Múltiplo com Carteira Comercial ou Caixa Econômica que não integrem conglomerado.

10 PATRÍCIA OLGA CAMARGO ceiro itens foi desenvolvida uma breve discussão sobre eficiência e concorrência bancária. No quarto item, foi traçada a evolução do sistema financeiro brasileiro. O quinto item faz uma análise da reestruturação bancária ocorrida no Brasil na década de 1990, destacando suas principais causas, características e consequências. No sexto item, buscou-se caracterizar o sistema financeiro do país após a entrada dos bancos estrangeiros. No sétimo item, é desenvolvida uma caracterização atual do sistema financeiro nacional, abordando aspectos de sua estrutura e regulamentação. No capítulo 2, foram destacadas as características e tendências recentes do setor bancário, a partir da análise individual das oito instituições. Por fim, os Anexos demonstram os resultados obtidos com as análises individuais dos bancos selecionados.