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EGITO Contexto: Localizado em posição estratégica no nordeste da África, no encontro desse continente com a Ásia, o Egito é berço de uma das mais importantes civilizações da antiguidade. Nos últimos anos o governo tem estimulado o turismo, seriamente afetado por ataques terroristas de fundamentalismo islâmico. O marco da influência européia no Egito foi a construção do Canal de Suez, pela Companhia Universal do Canal Marítimo de Suez, cujos principais acionistas eram França e Reino Unido. As obras começaram em 1859 e reuniu mais de 1,5 milhão de trabalhadores. A inauguração ocorreu em 1869, o Canal ligava o mar Mediterrâneo ao mar Vermelho, diminuindo a distância entre a Europa e o litoral sul da Ásia. A presença européia no Egito foi mais tarde reforçada com a ocupação britânica em 1882. Em 1922, o país conquistou a independência e adotou a monarquia sob o reinado de Fuad I. A ocupação militar do Reino Unido no Egito se estendeu até 1936, quando passou a manter tropas apenas no Canal. O rei Fuad I morreu em 1936 e foi sucedido por seu filho Farouk. As batalhas da II Guerra Mundial atingiram o país, palco de combates entre forças britânicas e tropas alemãs e italianas. A difícil situação econômica do período do pós-guerra e a derrota para as forças israelenses entre 1948 e 1949, no conflito contra a criação do

Estado de Israel, provocaram violentos protestos anti-monarquistas. Em 1952, oficiais liderados pelo coronel Gamal Abdel Nasser depuseram o rei Farouk e proclamaram a República. Nasser tornou-se presidente em 1954 e adotou uma política modernizante e nacionalista, promovendo a reforma agrária e estimulando a industrialização. Em 1956, ano da retirada militar inglesa de Suez, o Egito provocou um conflito internacional na região ao nacionalizar o canal e impedir a passagem de navios israelenses. A decisão contrariava as determinações mundiais de que Suez deveria servir a embarcações de todos os países, sem discriminação, em tempos de guerra ou de paz. Em reação, Israel invadiu e ocupou a península do Sinai apoiado por tropas francesas e inglesas. A União Soviética (URSS) protestou contra a anexação e criou um foco de tensão com os Estados Unidos (EUA), aliados dos israelenses. O governo norte-americano forçou o cessar-fogo e a devolução do Sinai aos egípcios. Nasser procurou aglutinar os países árabes em torno de sua liderança. Assim, em 1958, Egito e Síria formavam um só Estado (a República Árabe Unida - RAU) tendo Nasser como presidente em 1961. Para contrapor-se à aliança EUA-Israel, o presidente egípcio aprofundou os laços com a URSS, que lhe forneceu armas, instrutores militares e financiou a construção da hidrelétrica de Assuã, no rio Nilo. Em 1967, o Egito perdeu o Sinai e a faixa de Gaza para Israel, na Guerra dos Seis Dias. Nasser morreu três anos depois, e o vice, Anuar Sadat, assumiu. Em 1973, durante o feriado judaico do Yom Kipur, Egito e Síria atacaram Israel de surpresa na tentativa de recuperar os territórios perdidos em 1967, mas foram derrotados. Sadat iniciou então uma aproximação com os EUA e Israel. Em 1977 visitou Jerusalém e discursou perante o Knesset (Parlamento israelense), num gesto que abriria o caminho para a paz. Egito e Israel assinaram acordos de paz em Camp David (EUA) em 1978 e 1979, com a mediação do presidente norteamericano Jimmy Carter. Como resultado, os israelenses devolveram o Sinai aos egípcios. A desocupação da maior parte da Faixa de Gaza só foi decidida nos anos 90, no

acordo de paz Oslo I (1994), assinado pelo primeiro-ministro israelense Itzhak Rabin e pelo líder palestino Yasser Arafat. Em 1981, Anuar Sadat foi assassinado por fundamentalistas muçulmanos que queriam instituir uma teocracia islâmica no país. Seu sucessor, o general Hosni Mubarak, manteve a política de Sadat, apesar da pressão dos governos árabes contrários à conciliação com Israel. Terroristas islâmicos realizaram vários atentados no Egito a partir dos anos 80, com ataques a turistas e monumentos históricos. Mubarak reprimiu as ações e dezenas de fundamentalistas foram mortos. Em 1995 escapou de um atentando terrorista em Adis-Abeba, capital da Etiópia, e acusou o governo do Sudão de colaborar com os extremistas. Nas eleições legislativas de 1995, o Partido Nacional Democrático obteve maioria no Parlamento e a oposição alegou fraude. Em 1996, a violência atingiu a província de Asyut (norte), reduto da organização extremista islâmica Gammaat-i- Islami. O governo intensificou o combate ao fundamentalismo e prendeu 245 militares. Em resposta, o Gammaat matou 18 turistas gregos e feriu outros 15 no Cairo. Em fevereiro de 1997, um ataque a fiéis de uma igreja cristã copta, no sul, fez 10 vítimas, em setembro, 15 turistas alemães morreram numa explosão em frente do Museu do Cairo. No mais violento atentado, em novembro, fundamentalistas atiraram contra turistas em Luxor, matando 57 estrangeiros e 4 egípcios. Em 1998, Mubarak lançou uma ofensiva contra a imprensa e a liberdade de expressão. Dois jornais do Cairo foram atacados por denunciar a perseguição das autoridades à minoria cristã copta. Um editor foi condenado a três anos de prisão e trabalhos forçados por divulgar acusações contra o ministro do Interior. O semanário Middle East Times e o quinzenário Cairo Times foram fechados, o presidente da Organização Egípcia pelos Direitos Humanos foi processado por denunciar a violência policial. Pelo menos seis jornalistas foram condenados à prisão por artigos publicados. O Gammaat anunciou, em 1999, o fim de sua campanha de terror, responsável pela morte de cerca de 1,3 mil pessoas em dez anos. O governo respondeu com a libertação de aproximadamente mil ativistas do grupo. Um referendo realizado no

mesmo ano ratificou, com 94% dos votos, a permanência do presidente Hosni Mubarak no cargo. Em 2011, protestos contra o regime de Mubarak começaram em todo o país. Os levantes populares visavam a mudança de poder. O regime de Mubarak perdeu o controle da população quando uma ordem de recolher obrigatória foi ignorada e o exército tomou uma posição semi-neutra em relação ao decreto do toque de recolher. No mesmo ano, Mubarak renunciou e fugiu do Cairo, os militares egípcios assumiriam o controle dos assuntos do país durante um curto período de tempo. As eleições presidenciais no Egito acirraram o confronto entre dois tradicionais grupos no país: os militares, que deram um golpe branco, e a Irmandade Muçulmana, que diz ter vencido a eleição. O desafio do futuro presidente não é só assegurar mais democracia ao país, é melhorar as condições de vida de mais de 80 milhões de pessoas, a maioria vivendo na extrema pobreza. Os esforços do Egito para desenvolver tecnologia nuclear começou em 1955, quando o presidente Nasser fundou a Comissão de Energia Egípcio Atômica (agora chamada de Autoridade de Energia Atômica ou AEA). O governo de Nasser foi tentando desenvolver armas nucleares na década de 1960, mas as perdas devastadoras do Egito durante e após a Guerra dos Seis Dias deixou estes esforços limitados. Apesar de ter ratificado o TNP em 1981 (assinado em 1968) e ampliado seu acordo de salvaguardas com a AIEA, o Egito tem criticado aciduamente o TNP por sua falta de universalidade. Apoiou uma zona livre de armas nucleares no Oriente Médio, citando a não adesão de Israel ao TNP como um obstáculo à desnuclearização. Parceiros Comerciais: Importações: China, Estados Unidos, Itália, Alemanha, Turquia, Brasil Exportações: Itália, Alemanha, Estados Unidos, Índia, Arábia Saudita, Espanha, França Tratados Relevantes: Tratado sobre Proibição Parcial de Testes Nucleares assinado (1963) e ratificado (1964) Tratado do Espaço Exterior assinado (1967) e ratificado (1967)

Tratado de Não-Proliferação assinado (1968) e ratificado (1981) Convenção de Modificação Ambiental ratificado (1982) Tratado para a Proibição Completa dos Testes Nucleares assinado (1996) Tratado de Pelindaba assinado (1996)