REGULAMENTO DE CONCESSÃO DE INCENTIVOS AO INVESTIMENTO (RECINVEST)

Documentos relacionados
REGULAMENTO Projetos de Investimento de Interesse Municipal

AC CÂMARA (07) REGIME DE INCENTIVOS 2017 SECTOR TECNOLÓGICO, SERVIÇOS PARTILHADOS E ACTIVIDADES CRIATIVAS:- Pelo Vereador Luís Nobre foi

ARGANIL INVESTE MAIS REGULAMENTO DE APOIO A INICIATIVAS ECONÓMICAS DE INTERESSE MUNICIPAL. Nota Justificativa

PROJECTO DE REGULAMENTO DE CONCESSÃO DE INCENTIVOS AO INVESTIMENTO

PAECPE (PROGRAMA DE APOIO AO EMPREENDORISMO E À CRIAÇÃO DO PRÓPRIO EMPREGO)

Desenvolvimento Económico REGULAMENTO PARA A ALIENAÇÃO DE LOTES PARA EMPRESAS DE I&D COM BASE TECNOLÓGICA NOTA JUSTIFICATIVA

REGULAMENTO DE CONCESSÃO DE INCENTIVOS AO INVESTIMENTO

PROJETO DE REGULAMENTO DE INCENTIVOS À CRIAÇÃO DO PRÓPRIO EMPREGO NO MUNICÍPIO DE NELAS

REGULAMENTO. Gabinete de Consulta Jurídica e de Apoio Jurídico do Municipio de Arruda dos Vinhos

MUNICÍPIO DE ALTER DO CHÃO

Regulamento de Apoio a Iniciativas Regulares ou Pontuais, de Natureza Educativa, Desportiva, Recreativa, Cultural, Social e Outras

Artigo 1º. Âmbito. a) Os titulares de um curso superior de bacharelato, licenciatura, mestrado ou doutoramento;

REGULAMENTO. Projeto Esperança

MEDIDA ESTIMULO 2012 Regulamento do Instituto do Emprego e Formação Profissional

Regulamento de Inscrição Municipal de Associação Cultural de Sintra IMACS

S.R. DA EDUCAÇÃO E CULTURA Portaria n.º 71/2016 de 4 de Julho de 2016

REGULAMENTO MUNICIPAL SOBRE PROPAGANDA POLÍTICA E ELEITORAL

ANEXO XVIII. O ICA apoia a formação de públicos nas escolas nos termos estabelecidos nas seguintes secções:

ORDEM DOS MÉDICOS VETERINÁRIOS REGULAMENTO DE ACREDITAÇÃO DE DIRETOR CLÍNICO

REGULAMENTO MUNICIPAL DO CARTÃO OEIRAS SÉNIOR 65+ Preâmbulo

DESPACHO N. GR.03/05/2011

ORIENTAÇÃO DE GESTÃO N.º 3/2013

AVISO N.º 05/2014 de 15 de Setembro

Portaria n. o 121/

Regulamento de Apoio a Instituições sem fins lucrativos do. Concelho de Monforte

CÂMARA MUNICIPAL DE SALVATERRA DE MAGOS. Regulamento para atribuição de bolsas de estudo a alunos do ensino superior. Preâmbulo

Município de Chamusca AV I S O

Projeto de Regulamento de Concessão de Regalias Sociais aos Bombeiros da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários Avisenses PREÂMBULO

PROJETO DE REGULAMENTO MUNICIPAL DE INCENTIVO Á NATALIDADE

ARTIGO 1º Legislação Habilitante. ARTIGO 2º Objecto. ARTIGO 3º Âmbito de Aplicação. ARTIGO 4º Princípios

FUNDO DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA

CADERNO DE ENCARGOS. Alienação de Autorização de Produção. Concurso Público nº: 01/EPDRR-ABM/2015-AP CADERNO DE ENCARGOS

REGULAMENTO RELATIVO ÀS DESPESAS ELEGÍVEIS. Artigo 1.º Objeto

Lei n.º 20/2012, de 14 de maio. A Assembleia da República decreta, nos termos da alínea g) do artigo 161.º da Constituição, o seguinte:

NORMA DE GESTÃO N.º 4/NORTE2020/ Rev 1

JORNAL OFICIAL Segunda-feira, 29 de julho de 2013

Orientação Técnica Específica 5 (2014) Rev 1 (2015) 1

REGULAMENTO DOS HORÁRIOS DE FUNCIONAMENTO DOS ESTABELECIMENTOS COMERCIAIS E DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DO MUNICIPIO DE GONDOMAR

b) Fomentar e apoiar a criação líquida de postos de trabalho;

JORNAL OFICIAL. Suplemento. Sumário REGIÃO AUTÓNOMA DA MADEIRA. Terça-feira, 8 de setembro de Série. Número 138

d) observar o Regulamento do Emissor de BDR Nível I Não Patrocinado; e

Regulamento Municipal para a Concessão de Bolsas de Estudo a Estudantes do Ensino Superior MUNICIPIO DE FORNOS DE ALGODRES

Município de Monforte REGULAMENTO CARTÃO MUNICIPAL DO IDOSO

Regulamento para a Eleição do Diretor do Agrupamento de Escolas de Carvalhos

REGULAMENTOS ESPECÍFICOS

Regulamento do Cartão Sénior do Município do Funchal

Federação Portuguesa de Pesca Desportiva

Calendário das Obrigações Fiscais e Parafiscais para o mês de MAIO DE 2015

Regulamento Cartão Jovem Municipal

Município de Leiria Câmara Municipal

Programa de Apoio ao Associativismo REGULAMENTO 2016

ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE TÉCNICOS DE CONTABILIDADE

Regulamento de Estágios Curso de Ciências da Comunicação Escola Superior de Educação da Universidade do Algarve. Art.º 1.º Âmbito

FINALIZAÇÃO DE OBRAS CINEMATOGRÁFICAS

MINUTA DO CONTRATO-PROGRAMA ENTRE A FUNDAÇÃO PARA A CIÊNCIA E A TECNOLOGIA E. (designação da entidade) No âmbito do Programa Investigador FCT

REGULAMENTO DE APOIO AOS EVENTOS DESPORTIVOS NO ÂMBITO DO DESPORTO PARA TODOS DESPORTO PARA TODOS. Artigo 1 ENTIDADES PROMOTORAS

PAECPE Programa de Apoio ao Empreendedorismo e Criação do Próprio Emprego

Declaração Modelo 22 de IRC. AT chama a atenção para o correto preenchimento do Anexo D

Programa de Apoio à Captação e Realização de Congressos e Eventos Corporativos e Associativos. Regulamento

Decreto-Lei n.º 188/2002 de 21 de Agosto *

Artigo 12.º. b) Operações que envolvam entidades não residentes em território português;

INCENTIVOS À CONTRATAÇÃO DE JOVENS À PROCURA DO PRIMEIRO EMPREGO E DE DESEMPREGADOS DE LONGA DURAÇÃO E DE MUITO LONGA DURAÇÃO Decreto-Lei n.

Freguesia de Penela da Beira

CÂMARA MUNICIPAL DE A L B U F E I R A

PAVILHÃO MUNICIPAL DE DESPORTOS. Regulamento de Publicidade

JORNAL OFICIAL. 2.º Suplemento. Sumário REGIÃO AUTÓNOMA DA MADEIRA. Terça-feira, 21 de fevereiro de Série. Número 35

Regulamento do Cartão Municipal do Idoso

Código dos Regimes Contributivos do Sistema Previdencial de Segurança Social. Restituição de Contribuições e de Quotizações

Captação de Grandes Congressos Internacionais. Regulamento

(FESTAS DO POVO) Artigo 1º. (Organização e Coordenação)

Orientações EBA/GL/2015/

Regulamentos. É aprovado o Regulamento de creditação de formação anterior e de experiência profissional da Universidade do Porto

PDR Pequenos Investimentos na Exploração Agrícola

do concurso para a moderniz ação das infraestruturas desportivas e equipamentos dos Sócios Ordinários da FPF e

MINUTA DE CONTRATO - PROMESSA DE COMPRA E VENDA

REGULAMENTO DOS APOIOS EM CEDÊNCIA DE MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO

Tribunal de Contas ENTIDADES PÚBLICAS PARTICIPANTES RESOLUÇÃO

CONCURSO PÚBLICO URGENTE PARA FORNECIMENTO DE ENERGIA ELÉTRICA PARA O EDIFÍCIO SEDE DO TURISMO DO ALGARVE, POSTOS DE TURISMO E ARMAZÉM DE BELA MANDIL

Regulamento da Ação Social Escolar - 1.º Ciclo do Ensino Básico

PROJETO DE LEI N.º 407/XIII/2.ª

Realização de Acampamentos Ocasionais

Município de Mesão Frio

AVISO Nº 08/2011 de 15 de Julho

NORMAS DE APOIO ÀS FAMÍLIAS PARA FREQUÊNCIA DOS CENTROS DE ATIVIDADES DE TEMPOS LIVRES, NO ÂMBITO DA AÇÃO SOCIAL

MINISTÉRIO DO AMBIENTE E RECURSOS NATURAIS. Decreto-lei n.º 147/95 de 21 de Junho

GOVERNO REGIONAL DOS AÇORES. Resolução Nº 46/2000 de 30 de Março

Regulamento do Programa Municipal de Incentivo à Natalidade Nota Justificativa

Regulamento Municipal de Apoio ao (à) Segundo(a) Filho(a) e Seguintes

Versão de trabalho PROGRAMA MODELAR MANUAL DE APOIO À EXECUÇÃO DOS PROJECTOS

Regulamento do Programa Municipal de Estágios Jovem Ativo. Nota Justificativa

INSTITUTO DA SEGURANÇA SOCIAL, I.P

REGULAMENTO MUNICIPAL DE APOIO À MELHORIA DAS CONDIÇÕES HABITACIONAIS DE ESTRATOS SOCIAIS DESFAVORECIDOS PREÂMBULO

REGULAMENTO PARA A ATRIBUIÇÃO DE BOLSAS DE ESTUDO E.A.S.S.

Artigo 16.º 1 [...] Código do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares

AUTORIZAÇÃO N.º ICP ANACOM - 2/ SP

PROJETO REGULAMENTO MUNICIPAL DO PROGRAMA DE COMPARTICIPAÇÃO DE MEDICAMENTOS AOS IDOSOS CARENCIADOS

INSTRUTIVO N.º 18/2016 de 08 de Agosto

ANÚNCIO PARA PARTICIPAÇÃO NO LEVANTAMENTO E CARACTERIZAÇÃO DA REDE DE INFRAESTRUTURAS TECNOLÓGICAS

Orientação Técnica Específica 5 (2014) 1

Transcrição:

REGULAMENTO DE CONCESSÃO DE INCENTIVOS AO INVESTIMENTO (RECINVEST) Aprovado pela Câmara Municipal em 16 de junho de 2017 Aprovado pela Assembleia Municipal em 27 de junho de 2017 Publicado no Diário da República em 25 de julho de 2017

REGULAMENTO DE CONCESSÃO DE INCENTIVOS AO INVESTIMENTO Preâmbulo O presente Regulamento de Concessão de Incentivos ao Investimento (RECINVEST) cria um conjunto de regras e princípios que permitem dotar a Câmara Municipal de uma ferramenta de apoio e incentivo ao investimento empresarial, com vista a um ainda maior e célere desenvolvimento económico do Município de Felgueiras. O incentivo ao investimento, nomeadamente ao que seja relevante em termos de número de postos de trabalho a criar e a manter, da grandeza e do prazo de concretização respetivos, do período de manutenção dos bens objeto desses investimentos na empresa e no concelho, constituirá, pois, uma aposta determinante para a melhoria da qualidade de vida dos felgueirenses, consequência do desenvolvimento económico assim gerado. Pretende-se, também, que o impulso proporcionado na dinamização económica por esta aposta municipal possa constituir, a breve trecho, um instrumento fundamental em matéria de promoção da inovação e do desenvolvimento tecnológico no investimento empresarial. Nesta conformidade, num momento em que se intensifica a disponibilização dos apoios comunitários de incentivo ao investimento pelas empresas, em que se perspetiva já a reprogramação dos programas nacionais e regionais do Portugal 2020, a Câmara Municipal, pretendendo prosseguir de igual forma, e mesmo reforçar a nível local, os desígnios nele consagrados para o crescimento da economia nacional, propõe-se assim criar o seu próprio quadro de incentivos à criação de mais riqueza e emprego no Município de Felgueiras. O Regulamento foi objeto de consulta pública nos termos do artigo 101.º do Código do Procedimento Administrativo. Foram ouvidos, a Associação Empresarial de Felgueiras, a União dos Sindicatos do Porto/CGTP-IN União Local de Felgueiras, o Conselho Empresarial do Tâmega e Sousa, a Terras de Felgueiras, Caves Felgueiras, CRL., a UGT-União Local de Felgueiras e a APPICCAPS- Associação Portuguesa dos Industriais de Calçado. CAPITULO I Disposições gerais Artigo 1.º Legislação habilitante O presente regulamento é elaborado ao abrigo do disposto no artigo 241.º da Constituição da República Portuguesa, na alínea m) do n.º 2 do artigo 23.º, nas alíneas c) e g) do n.º 1 e na alínea k) do n.º 2 do artigo 25.º e na alínea k) do n.º 1 do artigo 33.º, todos do Anexo I da Lei n.º 75/2013, de 12 de setembro, na alínea d) do artigo 15.º e nos n.º s 2, 3 e 9 do artigo 16.º, ambos da Lei n.º 73/2013, de 3 de setembro, na redação dada pela Lei n.º 42/2016, de 28 de

dezembro, na alínea d) do n.º 2 do artigo 8.º da Lei n.º 53-E/2006, de 29 de dezembro, bem como no disposto no Decreto-Lei n.º 162/2014, de 31 de outubro, na redação dada pela Lei n.º 7-A/2016, de 30 de março, na Portaria n.º 282/2014, de 30 de dezembro e na Portaria n.º 297/2015, de 21 de setembro. Artigo 2.º Objeto O presente Regulamento de Concessão de Incentivos ao Investimento, abreviadamente RECINVEST, adiante designado simplesmente por Regulamento, define as regras e as condições a observar para a aprovação dos incentivos a conceder para apoio a investimentos realizados na área do Município de Felgueiras. Artigo 3.º Âmbito de aplicação 1. O disposto neste Regulamento é aplicável aos promotores que efetuem investimentos relevantes no Município de Felgueiras, desde que tenham por objeto as atividades económicas constantes do artigo 2.º da Portaria n.º 282/2014, de 30 de dezembro, sem prejuízo das restrições previstas no artigo 1.º da mesma Portaria. 2. São suscetíveis de incentivo os investimentos relevantes que: a) Sejam de interesse público relevante; b) Contribuam para a promoção do desenvolvimento do Município de Felgueiras; c) Proporcionem a criação de postos de trabalho e a sua manutenção até ao final do período mínimo de manutenção dos bens objeto de investimento, o qual se conta a partir da data em que se considere concluído o investimento, nos termos do n.º 3 do artigo 2.º da Portaria n.º 297/2015, de 21 de setembro. Artigo 4.º Despesa fiscal 1. Os apoios aos investimentos decorrentes das isenções ou reduções de impostos, taxas ou outros tributos próprios, que venham a ser reconhecidos pela Câmara Municipal no âmbito do presente Regulamento deverão, no exercício económico de cada ano, observar o cumprimento do montante fixado como limite à despesa fiscal nos documentos previsionais aprovados pela Assembleia Municipal. 2. No reconhecimento dos apoios referidos no número anterior, deverão igualmente ser observadas as limitações que os mesmos documentos previsionais fixem para o montante a conceder por sujeito passivo. CAPITULO II Incentivos Artigo 5.º Modalidades de incentivos 1. Os incentivos a conceder pelo Município de Felgueiras poderão revestir-se de várias modalidades, designadamente:

a) Benefícios fiscais relativamente aos impostos e outros tributos próprios; b) Redução ou isenção de taxas, preços e demais instrumentos de remuneração em vigor; c) Apoio na instrução dos procedimentos administrativos aplicáveis; d) A título excecional, outros apoios específicos, em função da natureza ou da localização do investimento, cuja concessão seja da competência municipal. 2. A concessão dos incentivos previstos na alínea d) do número anterior são condicionadas ao reconhecimento pela Assembleia Municipal. 3. A concessão dos incentivos será graduada em função do número de postos de trabalho líquidos a criar e a manter, da grandeza e do prazo de concretização dos investimentos, e do período de manutenção dos bens objeto desses investimentos, na empresa e no concelho. Artigo 6.º Benefícios fiscais 1. Os benefícios fiscais somente se aplicam a investimentos relevantes considerados como iniciais, tal como definidos na alínea d) do n.º 2 do artigo 2.º da Portaria n.º 297/2015, de 21 de setembro, e aos correspondentes factos tributários que ocorram a partir do ano da entrada em vigor do presente Regulamento, inclusive. 2. Os benefícios fiscais são concedidos no ano ou a partir do ano em que são devidos os respetivos impostos. 3. A concessão de benefícios fiscais não produz efeitos retroativos relativamente aos anos anteriores ao ano em que é conferida. 4. Os benefícios fiscais referidos nos números anteriores, consistem: a) Na isenção ou redução de IMT, no caso da aquisição de prédios considerados como aplicações relevantes nos termos da subalínea ii) da alínea a) do n.º 2 do artigo 22.º do Decreto-Lei n.º 162/2014, de 31 de outubro; b) Na isenção ou redução de IMI, por um período até 5 anos, a contar do ano de aquisição ou construção do imóvel, relativamente aos prédios utilizados pelo promotor no âmbito dos investimentos consideradas aplicações relevantes nos termos da subalínea ii) da alínea a) do n.º 2 do artigo 22.º do Decreto-Lei n.º 162/2014, de 31 de outubro. 5. Cabe à Câmara Municipal reconhecer o direito à isenção ou redução do IMI e do IMT, de acordo com o disposto no artigo 23.º-A do Decreto-Lei n.º 162/2014 de 31 de outubro, indicando a percentagem de redução de acordo com a graduação do incentivo calculada nos termos do número seguinte. 6. A graduação (g) do incentivo a conceder será correspondente à percentagem que venha a ser calculada em função da ponderação atribuída e escalonada para cada um dos fatores referidos no n.º 3 do artigo 4.º, de acordo com a seguinte fórmula: g = 45% PTC + 20% PTM + 15% GI + 10% PCI + 10% PMB Sendo: a) Fator PTC Número de postos de trabalho líquidos a criar : i) > 40 postos de trabalho - 100% ii) > 30 e < 40 postos de trabalho - 80% iii) > 20 e < 30 postos de trabalho - 60% iv) > 10 e < 20 postos de trabalho - 40%

v) > 1 e < 10 postos de trabalho - 20% b) Fator PTM Número de postos de trabalho a manter : i) > 40 postos de trabalho - 100% ii) > 30 e < 40 postos de trabalho - 80% iii) > 20 e < 30 postos de trabalho - 60% iv) > 10 e < 20 postos de trabalho - 40% v) > 1 e < 10 postos de trabalho - 20% c) Fator GI Grandeza dos investimentos a realizar : i) > 1.000.000,00-100% ii) > 750.000,00 e < 1.000.000,00-75% iii) > 500.000,00 e < 750.000,00-50% iv) > 250.000,00 e < 500.000,00-25% v) > 50.000,00 e < 250.000,00-15% d) Fator PCI Prazo de concretização dos investimentos : i) < 1 ano - 100% ii) > 1 ano e < 2 anos -75% iii) > 2 anos e < 3 anos - 50% iv) > 3 anos e < 4 anos - 25% e) Fator PMB Período de manutenção dos bens objeto dos investimentos : i) > 10 anos - 100% ii) > 5 anos e < 10 anos - 75% iii) < 5 anos - 25% 7. No caso de micro, pequenas e médias empresas, como tal certificadas, na aplicação do número anterior, são considerados limiares distintos para os seguintes fatores: a) Fator PTC Número de postos de trabalho líquidos a criar, e b) Fator PTM Número de postos de trabalho a manter : - Pequenas e médias empresas: i) > 20 postos de trabalho - 100% ii) > 16 e < 20 postos de trabalho - 80% iii) > 11 e < 15 postos de trabalho - 60% iv) > 6 e < 10 postos de trabalho - 40% v) > 1 e < 5 postos de trabalho - 20% - Microempresas: i) > 4 postos de trabalho - 100% ii) 3 postos de trabalho - 75% iii) 2 postos de trabalho - 50% iv) 1 posto de trabalho - 25%

c) Fator GI Grandeza dos investimentos a realizar : - Pequenas e médias empresas: i) > 500.000,00-100% ii) > 250.000,00 e < 500.000,00-75% iii) > 100.000,00 e < 250.000,00-50% iv) > 50.000,00 e < 100.000,00-25% v) > 25.000,00 e < 50.000,00-15% - Microempresas: i) > 100.000,00-100% ii) > 50.000,00 e < 100.000,00-75% iii) > 25.000,00 e < 50.000,00-50% iv) > 10.000,00 e < 25.000,00-25% e) Fator PMB Período de manutenção dos bens objeto dos investimentos : i) > 5 anos - 100% ii) > 3 anos e < 5 anos - 75% iii) < 3 anos - 25% 8. Para efeitos de aplicação dos n.º s 6 e 7 anteriores, os limiares do escalonamento do fator PTC Número de postos de trabalho líquidos a criar serão reduzidos em: a) 25%, caso no mínimo metade dos trabalhadores a empregar tenha 29 anos ou menos à data da sua inscrição na Segurança Social pela empresa; b) 50%, caso no mínimo um quarto dos trabalhadores a empregar tenha concluído licenciatura à data da sua inscrição na Segurança Social pela empresa; c) 75%, caso no mínimo metade dos trabalhadores a empregar tenha 29 anos ou menos e licenciatura concluída à data da sua inscrição na Segurança Social pela empresa. 9. Para efeitos de aplicação dos n.º s 6 e 7 anteriores, os limiares de escalonamento do fator GI Grandeza dos investimentos a realizar serão reduzidos em 25%, caso se considerem aplicações relevantes os investimentos em reparação ou ampliação de edifícios, devolutos há mais de 3 anos à data da aquisição, nos termos e para os efeitos da alínea b) do n.º 4 do artigo 6.º do presente Regulamento. 10. A graduação (g) do incentivo, calculado nos termos dos números anteriores, será reduzida em 20% caso o promotor não possua domicílio fiscal no Município de Felgueiras. Artigo 7.º Isenção ou redução de taxas, preços e demais instrumentos de remuneração em vigor 1. A redução ou isenção de taxas e preços municipais será considerada por um período até 5 anos, relativamente aos prédios utilizados pelo promotor no âmbito dos investimentos consideradas aplicações relevantes nos termos da subalínea ii) da alínea a) do n.º 2 do artigo 22.º do Decreto-Lei n.º 162/2014, de 31 de outubro.

2. A redução ou isenção de taxas aplica-se ao licenciamento de obras e de utilização dos edifícios referidos no n.º 1, sendo a percentagem de redução a mesma que resultou da aplicação do artigo anterior, e desde que o montante global dos incentivos a conceder não ultrapasse 5% da grandeza dos investimentos a realizar. 3. A redução ou isenção de preços aplica-se à prestação dos serviços de abastecimento de água, de recolha de águas residuais e de recolha de resíduos urbanos, respeitantes aos mesmos edifícios, sendo a percentagem de redução a mesma que resultou da aplicação do artigo anterior, e desde que o montante global dos incentivos a conceder não ultrapasse 2,5% da grandeza dos investimentos a realizar. Artigo 8.º Apoio na instrução dos procedimentos administrativos O apoio na instrução dos procedimentos administrativos respeitantes a operações urbanísticas relacionadas com o investimento, traduzir-se-á na disponibilização de um canal de atendimento permanente eletrónico, telefónico ou presencial dos serviços municipais competentes, para informar, elucidar e apoiar o promotor. Artigo 9.º Outros apoios específicos 1. Excecionalmente, poderão ser concedidos outros apoios específicos, em função da natureza ou da localização do investimento, desde que requeridos fundamentadamente pelo promotor, os quais serão objeto de análise, caso a caso, pela Câmara Municipal. 2. Em caso de acolhimento, a Câmara Municipal na proposta à Assembleia Municipal, fundamenta as razões da consideração de excecionalidade e indica quais os apoios específicos a conceder. Artigo 10.º Contratação dos incentivos Os incentivos e apoios aprovados no âmbito do presente Regulamento serão objeto de contrato a celebrar entre o promotor e a Câmara Municipal nos termos do artigo 15.º. CAPÍTULO III Procedimento Artigo 11.º Condições de elegibilidade Só podem candidatar-se aos incentivos previstos neste Regulamento as empresas legalmente constituídas e em atividade, e que: a) Disponham de contabilidade regularmente organizada, de acordo com a normalização contabilística e outras disposições legais em vigor para o respetivo setor de atividade; b) O seu lucro tributável não seja determinado por métodos indiretos; c) Não sejam devedoras ao Estado e à Segurança Social de quaisquer contribuições, impostos ou quotizações ou tenham o pagamento dos seus débitos devidamente assegurado;

d) Não sejam devedoras ao Município de Felgueiras de quaisquer impostos ou tributos próprios, taxas, preços e demais instrumentos de remuneração em vigor ou tenham o pagamento dos seus débitos devidamente assegurado; e) Não se encontrem em estado de falência, de liquidação ou de cessação de atividade, nem tenham o respetivo processo pendente; f) Cumpram as condições legais necessárias ao exercício da respetiva atividade, nomeadamente em matéria de licenciamento municipal. Artigo 12.º Formalização do pedido 1. O pedido de incentivo deverá ser requerido ao Presidente da Câmara Municipal através de formulário próprio a disponibilizar. 2. Conjuntamente com o formulário, o pedido deverá ser instruído obrigatoriamente com os seguintes elementos: a) Historial da empresa; b) Apresentação geral detalhada do projeto de investimento em causa; c) Descrição pormenorizada dos investimentos, considerados como aplicações relevantes nos termos do n.º 2 do artigo 22.º do Decreto-Lei n.º 162/2014, de 31 de outubro e do n.º 3 do artigo 3.º da portaria n.º 297/2015, de 21 de setembro; d) Identificação e fundamentação dos factos ou atos relativamente aos quais é requerida a concessão de incentivos e quais as modalidades, previstas no artigo 4.º, de que se pretende beneficiar; e) Documentação comprovativa dos parâmetros necessários ao preenchimento do formulário no que concerne à aplicação da fórmula de graduação do incentivo, prevista no n.º 6 do artigo 6.º. 3. Sempre que o considere necessário, a Câmara Municipal, no decurso da fase de apreciação, pode solicitar aos promotores a apresentação de esclarecimentos ou documentos adicionais. Artigo 13.º Apreciação dos pedidos de incentivo 1. Na apreciação dos pedidos de incentivo apresentados, que reúnam as condições gerais de acesso, que se enquadrem no âmbito de aplicação e respeitem todas as demais condições exigidas no presente Regulamento, a Câmara Municipal terá em consideração os seguintes aspetos, os quais deverão estar perfeitamente evidenciados e comprovados na documentação anexa ao formulário, enunciada no n.º 2 do artigo anterior: a) Sinergias e relações económicas com o tecido empresarial instalado no Município; b) Introdução de novas tecnologias e modelos de produção; c) Internacionalização das empresas; d) Efeito multiplicador no tecido económico e social local; e) Respeito, preservação e valorização ambiental; f) Aplicação de energias renováveis; g) Higiene, saúde e segurança no trabalho; h) Inovação dos produtos e/ou serviços a prestar;

i) Investigação e desenvolvimento; j) Outros aspetos, identificados pelo promotor, aos quais seja reconhecida pertinência, para a apreciação do pedido. 2. A avaliação dos aspetos mencionados no número anterior será determinante para a fixação pela Câmara Municipal do período de isenção ou redução do IMI e das taxas e preços municipais. 3. Sem prejuízo do número anterior, o período de isenção ou redução do IMI depende da graduação (g) do incentivo calculado nos termos dos n.º 6 a 9 do artigo 6.º, sendo que somente pode ser fixado em 5 anos para os investimentos que atinjam 100%, e em 4, 3 ou 2 anos para os que obtenham no mínimo 80%, 60% e 50%, respetivamente. Artigo 14.º Decisão 1. A Câmara Municipal, concluída a apreciação, para efeitos do reconhecimento ou não do direito ao incentivo, delibera sobre o pedido. 2. Em caso de reconhecimento, da deliberação deverá constar a forma, as modalidades e os valores dos apoios a conceder, bem como a definição dos termos e condições do contrato a que se refere o artigo 10.º. 3. Da deliberação tomada, para efeitos do exercício do direito de audiência prévia, será o promotor notificado do teor da mesma. CAPÍTULO IV Contrato Artigo 15.º Contrato de concessão de incentivos ao investimento 1. A concessão dos incentivos a que se refere o artigo 4.º será objeto de contrato, a celebrar entre o Município de Felgueiras e o promotor. 2. No contrato devem estar consignados, nomeadamente, os seguintes elementos essenciais: a) Os incentivos concedidos e a respetiva quantificação; b) Os direitos e deveres das partes; c) Os prazos de execução; d) As condições e as normas aplicáveis; e) As cláusulas penais, isto é, as consequências do incumprimento ou do cumprimento defeituoso por parte do beneficiário, estabelecendo a obrigação de devolução da quantia correspondente ao benefício recebido; f) A possibilidade da obrigação de prestação de garantia idónea, a qual poderá consistir em garantia bancária, caução ou seguro-caução ou qualquer outro meio suscetível de assegurar os créditos do Município de Felgueiras, em caso de aplicação do n.º 2 do artigo 16.º. 3. Os contratos de concessão de incentivos ao investimento poderão ser alterados mediante deliberação da Câmara Municipal, decorrentes de novo procedimento tal como previsto no

Capítulo III deste Regulamento, e desde que o motivo e a natureza dessas modificações seja devidamente fundamentado. 4. O contrato deverá ser outorgado no prazo de 180 dias, a contar da deliberação da Câmara Municipal. 5. Somente após a assinatura do contrato produzirá efeitos a deliberação da Câmara Municipal e serão emitidas as certidões necessárias para a instrução do pedido de concessão dos benefícios fiscais junto da Autoridade Tributária. Artigo 16.º Resolução do contrato 1. A resolução do contrato, por incumprimento do promotor, é declarada pela Câmara Municipal, após prévia audiência do mesmo, nomeadamente nos seguintes casos: a) Não cumprimento dos objetivos e obrigações estabelecidos no contrato, nos prazos aí fixados, por facto imputável ao promotor; b) Não cumprimento atempado das obrigações fiscais e contributivas por parte do promotor; c) Prestação de informações falsas sobre a situação da empresa ou viciação de dados fornecidos na apresentação, apreciação e acompanhamento dos projetos. 2. A resolução do contrato, nos termos do número anterior, implica a perda total do benefício recebido e a obrigação de devolução da quantia correspondente desde a data de aprovação do mesmo ou a execução da garantia prestada, consoante a formação contratual que em concreto se verifique. CAPÍTULO V Fiscalização e Acompanhamento Artigo 17.º Ação fiscalizadora Compete à Câmara Municipal a fiscalização e o acompanhamento do cumprimento das disposições do presente Regulamento. Artigo 18.º Obrigações dos beneficiários dos incentivos 1. Os beneficiários dos incentivos concedidos ao abrigo do presente Regulamento comprometem-se a fornecer ao Município, para efeitos de verificação e apreciação dos compromissos assumidos, sempre que solicitado por este: i) Documentos comprovativos do cumprimento das obrigações fiscais; ii) Documentos comprovativos do cumprimento das obrigações para com a Segurança Social; iii) Mapas de pessoal; iv) Balanços e demonstrações de resultados; v) Outros documentos e informações necessários ao acompanhamento, controlo e fiscalização do contrato de concessão de incentivos.

2. A não entrega atempada da documentação referida no número anterior constitui motivo de resolução do contrato, nos termos do artigo 16.º. CAPÍTULO VI Disposições Finais Artigo 19.º Dúvidas e Omissões Os casos omissos e as dúvidas suscitadas na interpretação e aplicação do presente Regulamento, que não possam ser resolvidas pelo recurso aos critérios legais de interpretação e integração de lacunas, serão submetidos a decisão da Câmara Municipal de Felgueiras, com observância da legislação em vigor. Artigo 20.º Entrada em vigor O presente Regulamento entra em vigor no dia seguinte ao da sua publicação do Diário da República.