CIRCULAR TÉCNICA N o 124. Dezembro/1980

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Transcrição:

IPEF: FILOSOFIA DE TRAALHO DE UMA ELITE DE EMPRESAS FLORESTAIS RASILEIRAS PP/3.4.2. CIRCULAR TÉCNICA N o 124 Dezembro/1980 ISSN 0-3453 VARIAÇÃO DA RESISTÊNCIA À FLEXÃO ESTÁTICA DO COMPENSADO DE Pinus caribaea var. hondurensis, EM FUNÇÃO DA QUANTIDADE DE EXTENSOR E DO TEMPO DE MONTAGEM * 1. INTRODUÇÃO Ivaldo P. Jankowsky ** O processo de manufatura do compensado é o único através do qual a matéria-prima altamente variável é transformada em um produto mais versátil que a árvore original. Como um produto único, o seu processamento é simples. A dificuldade está em se obter um painel de qualidade, isto é, de resolver problemas tecnológicos em diversas fases do processamento, de modo que o produto final atenda às exigências do mercado (ALDWIN, 1975). A qualidade do painel compensado relaciona-se com a qualidade das lâminas utilizadas e com as variáveis envolvidas no processamento, principalmente a espécie de madeira, o adesivo (tipo, qualidade e formulação), e tempo de montagem da chapa. O adesivo deve ser espalhado na superfície da lâmina, de modo a formar uma camada uniforme. O tipo e a formulação do adesivo utilizado irão determinar a resistência do compensado à umidade e aos esforços mecânicos. Nos adesivos à base de uréia formaldeido, é uma exigência técnica e econômica a utilização de extensores (geralmente farinha de trigo). O uso do extensor deve se restringir a casos onde o painel não precise ser muito resistente à umidade (SELO, 1975), pois sua principal desvantagem é diminuir a resistência da linha de cola em condições úmidas (ARCHER, 1971). * Trabalho extraído do oletim Informativo PPT 1(9): 43-67. Dezembro 1980 ** Professor Assistente do Departamento de Silvicultura ESALQ/USP

O tempo de montagem, isto é, o período de tempo decorrido entre a aplicação do adesivo e o momento em que a prensa é fechada, também afeta a qualidade do painel. O tempo de montagem ou assemblagem deve ser tal que permita a transferência do adesivo da lâmina com cola para a lâmina sem cola, a penetração do adesivo nas células superficiais das lâminas e o umidecimento dessas lâminas. Se o tempo de montagem for menor que o ideal, não haverá a penetração do adesivo, resultando uma linha de cola faminta. Se for maior, ocorrerá uma polimerização parcial do adesivo antes da prensagem. Em ambos os casos a qualidade do painel será prejudicada. Uma vez que a qualidade das lâminas é o objetivo de um estudo específico, este trabalho teve por escopo obter informações preliminares sobre o efeito de variações da quantidade de extensor e do tempo de montagem na resistência à flexão estática de compensados manufaturados com adesivo à base de uréia formaldeido, de modo a melhor direcionar as futuras pesquisas. 2. MATERIAL E MÉDODOS Foram manufaturados 6 painéis de 1,0 m x 1,0 m e 9.0 mm de espessura, utilizandose 3 lâminas de Pinus caribaea var. hondurensis (com 3,0 mm de espessura) por painel. As lâminas foram obtidas no torno desenrolador Thoms e benato, modelo LHT-14, com a seguinte regulagem: Ângulo de afiação da faca = 20º 00 Ângulo de faca = 90º 30 a 89º 30 Ângulo de compressão da contra-faca = 15º 00 Abertura horizontal = 2,9 mm Abertura vertical = 0,70 mm O efeito da quantidade de extensor foi avaliado utilizando-se 3 diferentes formulações do adesivo (Tabela 1), em que a extensão foi de 50%, % e 150% em relação ao peso da resina. Foram aplicados 350 g de adesivo por m 2 de linha dupla, com 15 minutos de montagem. Para avaliar o efeito do tempo de montagem, utilizou-se a formulação da Tabela 1, aplicando-se a mesma quantidade do adesivo e com tempos de montagem de 5,30 e 45 minutos. TAELA 1 Formulações do adesivo à base de uréia formaldeido utilizadas no experimento Ingredientes Cascamite PL 117 Farinha de trigo (Albex 1) Albumina de sangue (Albex 5) Catalizadores (H27L e M8) Água Fórmulas (partes por peso) A C 50 150 5 10 15 8 8 8 50 10 175

No momento da operação de colagem, as lâminas apresentaram teores de umidade entre 10,0% e 11,0%, teores esses que estão de acordo com as recomendações fornecidas pelo fabricante da resina. A operação de prensagem foi efetuada com 3 painéis por abertura, sob 7 kg/cm 2 de pressão específica e 95 o C de temperatura, durante 40 minutos. Após a prensagem, as chapas permaneceram 6 dias em climatização ao ambiente, sendo então retirados os corpos de prova para o teste de flexão estática, adotando-se a norma ASTM D-3043. Cada painel forneceu 8 amostras, sendo 4 para o teste no sentido perpendicular. 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO As Tabelas 2 e 3 apresentam os valores do limite de resistência à flexão extática para os diversos tratamentos. As Figuras 1 e 2 permitem visualizar a variação da resistência em função das diferentes porcentagens de extensor e dos tempos de montagem, respectivamente. Na Tabela 4 é feita uma comparação com resultados obtidos para outras espécies. TAELA 2 Valores da resistência máxima à flexão estática em função das diferentes formulações do adesivo. Sentido Paralelo Perpendicular Formulação A C A C Tempo de montagem Resistência Máxima (kg/cm 2 ) Corpos de prova I II III IV 788,0 713,5 788,6 671,9 701,6 807,1 665,7 702,4 703,9 954,3 780,6 693,4 132,8 136,2 183,8 137,5 169,4 141,2 173,0 195,6 177,0 124,9 187,9 164,5 Média 811,1 740,3 691,4 142,1 172,3 166,6 TAELA 3 Valores da resistência máxima à flexão estática em função dos diferentes tempos de montagem. Sentido Paralelo Perpendicular Formulação Tempo de montagem 5 min 30 min 45 min 5 min 30 min 45 min Resistência Máxima (kg/cm 2 ) Corpos de prova I II III IV 537,1 917,2 644,6 671,9 701,6 807,1 680,9 972,4 917,6 486,8 744,3 615,8 763,3 780,6 800,4 530,5 114,3 136,2 114,9 96,5 133,7 169,4 191,9 105,3 186,2 195,6 113,0 160,8 111,3 187,9 227,5 141,6 Média 715,6 740,3 842,8 594,4 136,4 172,3 161,8 126,1

FIGURA 1 Variação da resistência máxima à flexão estática em função da quantidade de extensor utilizado. FIGURA 2 Variação da resistência máxima à flexão estática em função do tempo decorrido na montagem.

TAELA 4 Comparação entre compensados manufaturados com diferentes espécies, em função da resistência máxima à flexão estática. Espécie Pinus elliottii (1) Araucária angustifolia (2) Schizolobium parahybum (3) Pinus strobus chiapensis (4) Pinus caribaea hondurensis Resistência Máxima (kg/cm 2 ) No sentido paralelo No sentido perpendicular 700,0 564,0 551,0 497,0 467,0-400,0-732,6 150,9 (1) Compensado com 8 mm de espessura composto de 5 lâminas (FREITAS & HAYASHIDA, 1972). (2) Compensado com 12 mm de espessura composto de 5 lâminas (FREITAS & HAYASHIDA, 1972). (3) Compensado com 9 mm de espessura composto de 3 lâminas (RICHTER, TOMASELLI & MORESCHI, 1975). (4) Compensado com 15 mm de espessura composto de 5 lâminas (JANKOWSKY, 1978). Observando a Tabela 2 e a Figura 1, nota-se que a resistência à flexão no sentido paralelo diminui à medida que aumenta a porcentagem do extensor, sendo que no sentido perpendicular a formulação com % de extensão mostrou ser a mais resistente. Nota-se também que a diferença entre os três tratamentos não é grande em seus valores absolutos. Fato semelhante foi observado por ARCHER (1971), em que a resistência ao cisalhamento do compensado de Araucária angustifolia não sofreu influência da porcentagem de extensor, quando o teste era realizado em condições secas. O referido autor demonstrou que o efeito negativo da extensão acentuava-se quando o painel era testado em condições úmidas. Estes resultados permitem concluir que o aumento na porcentagem de extensor provoca uma diminuição na qualidade da linha de cola, que pode ser verificada através da resistência do painel à flexão estática, principalmente no sentido paralelo. Com relação ao efeito de tempo de montagem, pode-se verificar na Tabela 3 e na Figura 2 que a resistência aumenta, em relação direta, até o tempo de 30 minutos, quando inverte-se o relacionamento. Isso leva à conclusão de que, após 30 minutos em montagem, começa a ocorrer a polimerização do adesivo, prejudicando a qualidade da linha de cola. O tempo adequado para a montagem da chapa está entre 15 e 30 minutos. Deve-se levar em consideração que a temperatura ambiental na ocasião do ensaio estava ao redor de 24ºC. Esse resultado é semelhante à indicação feita por KOCH (1972) para compensados de pinheiros sulinos, em que o tempo ótimo de montagem varia de 13 a 24 minutos, em função da densidade da madeira. Deve-se considerar que, quando são utilizadas lâminas de coníferas, existe uma variação no tempo de montagem considerado ideal, devido à existência dos lenhos inicial e tardio. Das Tabelas 2 e 3 ressalta a diferença existente entre a resistência no sentido paralelo e no perpendicular. Era esperada uma diferença menor, uma vez que uma das principais características do compensado é a uniformidade das suas propriedades em toda a extensão da chapa. Provavelmente a diferença encontrada seja devida ao fato do painel ser confeccionado com apenas 3 lâminas de mesma espessura.

Através da Tabela 4 pode-se comparar o compensado feito com madeira de Pinus caribaea var. hondurensis com painéis manufaturados com madeiras de outras espécies. Verifica-se que sua resistência à flexão é superior a do tradicional compensado de pinho. Isso comprova que as espécies de rápido crescimento podem resultar em produtos com características tecnológicas que possibilitem a substituição das espécies nativas e tradicionais. 4. CONCLUSÕES Com base nos resultados obtidos e na discussão dos mesmos pode-se concluir que: a) o aumento na quantidade de extensor prejudica a qualidade da linha de cola, ocasionando uma diminuição na resistência à flexão estática no sentido paralelo; b) o tempo de montagem adequado para painéis compensados manufaturados com lâminas de Pinus caribaea var. hondurensis e adesivo à base de uréia formaldeido na formulação está entre 15 e 30 minutos; c) em termos de resistência à flexão estática, o compensado de Pinus caribaea var. hondurensis poderá substituir o tradicional painel de Araucária angustifolia. 5. ILIOGRAFIA CITADA ARCHER, L.. O uso de extensores no preparo e adesivos à base de resinas uréia-formol para fabricação de madeira compensada. rasil Florestal, Rio de Janeiro, 2 (6): 20-3. 1971. ALDWIN, R.F. Plywood manufacturing practices. San Francisco, Miller Freeman, 1975. 260p. FREITAS, A.R. & HAYASHIDA, K. Propriedades físicas e mecânicas da madeira e do contraplacado de Pinus elliottii. rasil Florestal, Rio de Janeiro, 3 (9): 38-43, 1972. JANKOWSKY,I.P. Qualidade das lâminas de Pinus strobus (Martinez) var. chiapensis obtidas por desenrolamento. IPEF, Piracicaba (16): 50-9, 1978. KOCH, P. Utilization of the southern pines. Washington, USDA, 1972. v.1. RICHTER, H.G.; TOMASELLI,I. & MORESCHI, J.C. Estudo tecnológico do guapuruvu (Schizolobium parahybum): 2 fabricação de compensados. Floresta, Curitiba, 6 (1): 14-23, 1975. SELO, M.L. Adhesive bonding of wood. Washington, USDA, 1975. 122p. 5. AGRADECIMENTOS O autor agradece ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) pela concessão de uma bolsa de pesquisa; à ALA S.A. pela doação dos adesivos utilizados no experimento; e aos alunos da disciplina Tecnologia dos Produtos Florestais, turma do 1º semestre de 1981, pelo auxílio prestado.

Esta publicação é editada pelo Instituto de Pesquisas e Estudos Florestais, convênio Departamento de Silvicultura da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo. É proibida a reprodução total ou parcial dos artigos publicados nesta circular, sem autorização da comissão editorial. Periodicidade irregular Permuta com publicações florestais Endereço: IPEF iblioteca ESALQ-USP Caixa Postal, 9 Fone: 33-2080 13.400 Piracicaba SP rasil Comissão Editorial da publicação do IPEF: Marialice Metzker Poggiani ibliotecária Walter Sales Jacob Comissão de Pesquisa do Departamento de Silvicultura ESALQ-USP Prof. Luiz Ernesto George arrichelo Prof. Fábio Poggiani Prof. Mário Ferreira Diretoria do IPEF: Diretor Científico Prof. João Walter Simões Diretor Técnico Prof. Helládio do Amaral Mello Diretor Administrativo Prof. Ricardo erger Responsável por Divulgação e Integração IPEF José Elidney Pinto Junior