Água e desenvolvimento regional: uma visão geoeconômica Claudio A. G. Egler Laget UFRJ egler@ufrj.br
Objetivos propostos Cenários de desenvolvimento do Nordeste; Água como insumo para o desenvolvimento regional e local; Água como fator limitante ao desenvolvimento do semi-árido; Implicações para as Políticas de Gerenciamento da Água e de Desenvolvimento do Nordeste.
Visão geoeconômica Diálogo entre economia e ecologia, utilizando as escalas geográficas como instrumento de análise; Destaque nas relações entre redes e territórios, relevando o papel dos fluxos em sua estruturação espacial; Afirmação da importância da dimensão institucional no processo de desenvolvimento sustentável.
Nordeste: natureza e sociedade Variabilidade climática, implicando em incerteza quanto ao retorno dos investimentos; Escassez relativa de terras, vista no sentido amplo (solo+água+inversões), agravada pelo binômio latifúndio-minifúndio; Heterogeneidade estrutural, progresso técnico tende a acentuar disparidades sociais e intraregionais; Fragilidade institucional, com alto custo de transações, resultando em competição regional, com baixa governança local.
Cartograma 12! Ï Castanhal Belém São Luís $ Ï Parnaíba Ï Sobral " Fortaleza Estrutura Urbana Nordeste Ë Imperatriz Caxias Ï $ Teresina Ë Mossoró $ Natal Ï Araguaína Ë Palmas Ë Ë Petrolina Juazeiro do Norte Campina Grande Ë $ João Pessoa " Ë Recife Caruaru Ï Garanhuns Ï $ Maceió Arapiraca $ Aracaju Legenda " Metrópole Nacional! Metrópole Regional $ Centro Regional Ë Centro Sub-regional 1 " Brasília Ï Ë Ï Alagoinhas Barreiras Feira de Santana " Ï Jequié Ë Ë Ilhéus Vitória da Conquista Salvador Ï Centro Sub-regional 2 Sistema Urbano Meio Norte Fortaleza Recife Salvador Ï Montes Claros km Ï Teófilo Otoni 0 100 200 Ë Uberlândia Ï Governador Valadares
Água: tendências globais Mudanças climáticas, com efeitos ainda de difícil avaliação, porém com aumento da imprevisibilidade e da ocorrência de eventos meteorológicos extremos; Tendência à escassez de água em função do aumento da demanda e devido à poluição/contaminação das águas superficiais e subterrâneas
Mudanças na Precipitação para 2090-2099 (% relativa a 1980-1999) para Cenário A1B Aumento das chuvas na Bacia do Prata no Verão Redução das chuvas no Brasil no inverno Fonte: IPCC, (2007) apud Nobre (2008)
Escassez de água projetada para 2025 Disponibilidade de água por habitante Considera-se escassez econômica, a incapacidade financeira e institucional de ampliar a oferta de água em 25% até 2025 Fonte: IWMI (International Water Management Institute). 2000. World s Water Supply and Demand 1995 2025. Colombo, Sri Lanka: IWMI
Disparidades nos padrões globais de consumo de água Tendências globais de consumo de água por setor Fonte: IWMI (International Water Management Institute). 2000
Pegada ecológica nacional sobre a disponibilidade hídrica global 2004
Fluxos Globais de Água Virtual
Tendências de Uso da Água no Brasil A importância da irrigação e do consumo urbano; Eficiência hídrica: água captada versus água consumida; Rigidez na expansão da oferta e na captação da água
Vazões de retirada e de consumo de água no Brasil Fonte: Machado (2006)
Rigidez entre a ampliação da oferta e captação de água Abastecimento de Água 2000-2006 160.000.000 140.000.000 120.000.000 100.000.000 80.000.000 60.000.000 40.000.000 20.000.000 0 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 Fonte: SNIS População Atendida (hab) Água Produzida (100 m3/ano) Água Consumida (100 m3/ano) Fonte PNRH (2007)
A importância da água nas economias estaduais Água e avaliação de sustentabilidade do PPA 2008-2011; Integrante da dimensão ambiental e estimado de acordo com dados da Carteira de Infra- Estrutura Hídrica; Estrutura nacional diversificada, com niveis mais críticos em 2004 em Alagoas, Tocantins e Rio Grande do Sul; Considerando as obras previstas até 2015, acentua-se a importância da água na formação do PIB das economias do Nordeste.
Tocantins Relação entre PIB e consumo de água - 2004 Unidade Fonte: 1000 m3/pib Christofidis e SNIS Amazonas Para Rondonia Parana Rio de Janeiro Amapa Distrito Federal Mato Grosso Sao Paulo Acre Rio Grande do Norte Santa Catarina Espirito Santo Minas Gerais Mato Grosso do Sul Pernambuco Ceara Goias Piaui Paraiba Bahia Maranhao Sergipe Roraima Acre Amazonas Rondonia Roraima Mato Grosso Amapa Para Goias Dist Maranhao Piaui Bahia Ceara Rio Gran Paraiba Pernambuco Alagoas Sergipe Minas Gerais Espiri Rio Grande do S Mato Grosso Sao Paulo Rio de J Parana Alagoas Santa Cata Tocantins Rio Grande d
Relação entre PIB e consumo de água - 2015 Unidade Fonte: 1000 m3/pib Estimativas com base na Carteira de Investimentos Amazonas Mato Grosso Distrito Federal Rio de Amapa Janeiro Para Acre Rondonia Parana Sao Paulo Espirito Santo Rio Grande do Norte Minas Gerais Santa Catarina Goias Mato Grosso do Sul Amazonas Roraima Amapa Para Maranhao Piaui Ceara Rio Gran Paraiba Pernambuco Pernambuco Sergipe Acre Rondonia Tocantins Alagoas Sergipe Bahia Maranhao Bahia Mato Grosso Tocantins Roraima Paraiba Goias Dist Minas Gerais Espiri Rio Grande do Sul Mato Grosso Sao Paulo Rio de J Parana Piaui Ceara Santa Cata Alagoas Rio Grande d
Água e desenvolvimento regional no Semi-árido Cenários do Proágua Semi-Árido para 2025 indicam aumento da pressão sobre os recursos hídricos, principalmente no Sertão Setentrional; Aceleração do crescimento urbano, ainda com pequena divisão territorial do trabalho, apontam para o aumento da demanda municipal de água, considerando também o consumo rurbano, isto é pequena irrigação no entorno das cidades; Paralelamente a estruturação da rede urbana regional desenvolve-se a malha hídrica, que no semi-árido é componente fundamental do desenvolvimento sustentável.
Nordeste Semi-árido Áreas Geoestratégicas
Nordeste Pressão sobre os recursos hídricos 2005-2025 Fonte: ANA (2005) Atlas de Obras Prioritárias para a Região Semi-árida
Fonte dos dados básicos: ANA (200^) Atlas Nordeste
Considerações Finais Cenários globais, tendências nacionais e estimativas regionais apontam para aumento da variabilidade climática e escassez de água; Necessidade de aumentar a eficiência no uso da água, considerando a expansão da área irrigada e da cobertura de saneamento básico; Gestão compartilhada da malha hídrica como via para aumentar a integração da rede urbana e ampliar as condições institucionais de cooperação regional e governança local.