Instituto de Estudos Espíritas Herculano Pires Mediunidade JOSÉ HERCULANO PIRES
CONCEITO DE MEDIUNIDADE Mediunidade é a faculdade humana, natural, pela qual se estabelecem as relações entre homens e espíritos. A Mediunidade pertence ao campo da comunicação.
CONCEITO DE MEDIUNIDADE Assim o bom médium é aquele que mantém o seu equilíbrio psicofísico e procede na vida de maneira a criar para si mesmo um ambiente espiritual de moralidade, amor e respeito pelo próximo. A dificuldade maior está em se fazer o médium compreender que, para tanto, não precisa tornarse santo, mas apenas um homem de bem.
MEDIUNIDADE DINÂMICA A mediunidade dinâmica não permanece em êxtase no organismo do médium. Não age de maneira discreta e sutil, como a mediunidade estática. Pelo contrário, extravasa agitada em fenômenos de captação e projeção, não raro explodindo em casos obsessivos. É a chamada mediunidade de serviço, destinada ao auxílio e ao socorro do próximo
MEDIUNIDADE DINÂMICA Decorre de compromissos assumidos no plano espiritual, seja para auxiliar indiscriminadamente os que necessitam de ajuda e orientação, seja para o resgate de dívidas morais do passado com entidades necessitadas, cujo estado inferior se deve, em parte ou totalmente, a ações do médium em vidas anteriores. O médium não desfruta apenas as vantagens da mediunidade generalizada, pois vê-se investido de uma missão mediúnica a que os Espíritos deram o nome de mediunato. INSTITUTO DE ESTUDOS ESPÍRITAS ERCULANO PIRES
O ATO MEDIÚNICO O ato mediúnico é o momento em que o espírito comunicante e o médium se fundem na unidade psico-afetiva da comunicação. O espírito aproxima-se do médium e o envolve nas suas vibrações espirituais. Essas vibrações irradiam-se do seu corpo espiritual atingindo o corpo espiritual do médium. A esse toque vibratório, semelhante ao de um brando choque elétrico, reage o perispírito do médium.
O ATO MEDIÚNICO Realiza-se a fusão fluídica. Há uma simultânea alteração no psiquismo de ambos. Cada um assimila um pouco do outro. Uma percepção visual desse momento comove o vidente que tem a ventura de captá-la. As irradiações perispirituais projetam sobre o rosto do médium a máscara transparente do espírito.
A MESA E O PÃO Kardec explicou o problema da mesa nas sessões espíritas com a sua habitual naturalidade: é o móvel mais cômodo para sentarmos ao redor. A alimentação que tomamos na mesa espírita não é material, mas espiritual. O pão que pomos sobre a mesa é o pão espiritual da prece, que será partido e servido na hora da doutrinação.
A MORAL MEDIÚNICA A mediunidade não é uma graça ou um dom especial concedido a criaturas privilegiadas, mas uma faculdade humana como as demais. A moral do médium determina o seu comportamento como criatura humana e regula as suas relações com os espíritos. A questão moral não surge da faculdade mediúnica mas da sua consciência.
MEDIUNIDADE ZOOLÓGICA A caracterização específica de cada reino define as possibilidades de cada um deles e limita-os em áreas de desenvolvimento próprio. A pedra não apresenta sinais de vida, o vegetal tem a vida, a sensibilidade, o animal acrescenta as características da planta a mobilidade e os órgãos sensoriais específicos, com inteligência em processo de desenvolvimento. Somente no homem, todas essas características dos reinos naturais se apresentam numa síntese perfeita e equilibrada, com inteligência desenvolvida, razão e pensamento contínuo e criador. Mas a mais refinada conquista da evolução, que marca o homem com endereço do plano angélico, é a Mediunidade.
GRAU DA MEDIUNIDADE A mediunidade e não pode ser avaliada materialmente. Não está condicionada a peso nem medida. Determinar-lhe o grau sem esses dados é impossível. Espiritualmente não existe meios para sua avaliação. Ela escapa a todo critério quantitativo, pois não se constitui de quantidades de energia, mas de qualidade espiritual.
GRAU DA MEDIUNIDADE No entanto, o método qualitativo não se aplica a ela, pois não há um fator espiritual único e permanente em suas manifestações. Estas são extremamente variáveis, pois dependem dos espíritos comunicantes. A diversidade de condições desses espíritos só poderia ser avaliada após verificações exaustivas e submetidas a cálculos diferenciais minuciosos. Mas acontece ainda que essa variabilidade não indica nada quanto ao grau da evolução do médium.
MEDIUNIDADE E RELIGIÃO As manifestações mediúnicas são universais e de todos os tempos. Sendo a mediunidade uma faculdade humana decorrente da constituição do homem como espírito e corpo, deu origem as religiões naturais ou primitivas em toda a Terra. Kardec assinala esse fato em suas obras, dando-lhe mas ênfase no O Livro dos Médiuns.
MEDIUNIDADE E RELIGIÃO Todas elas nascem e se alimentam dos fatos mediúnicos. As pesquisas de antropólogos ingleses na Austrália e de franceses na África, seguidas dos magistrais estudos de Ernesto Bozzano na Itália provaram a origem única de todas as religiões.
MEDIUNIDADE ESTÁTICA A mediunidade estática dorme nas suas próprias entranhas, à espera de que se tornem capazes de percebê-la e compreendê-la. Na linha natural dos processos de percepção, a mediunidade estática aflora, às vezes, dadas as circunstâncias favoráveis, numa eclosão semelhante ao desenvolvimento mediúnico. Há casos de premonição que surgem de perigo eventual, casos de vidência passageira, que parecem sintomas de mediunato em eclosão.
MEDIUNIDADE ESTÁTICA A mediunidade estática tende sempre a voltar à sua acomodação no psiquismo normal. O que às vezes complica essas ocorrências passageiras é a insistência no desenvolvimento mediúnico ou as aplicações terapêuticas de choques e dosagens excessivas de drogas nos receituários médicos.
ENERGIA MEDIÚNICA Desde Kardec a teoria dos fluídos tem provocado divergências entre os cientistas e os espíritos. Chegou-se a criar uma prevenção contra a palavra fluído e alguns espíritas ligados a atividades cientificas consideraram a teoria espírita a respeito, propondo modificações na terminologia doutrinária. O avanço rápido das ciências, neste século, mostrou que a razão estava com Kardec. Hoje a situação é inteiramente favorável ao Espiritismo.
ENERGIA MEDIÚNICA A Física Nuclear nos apresenta uma imagem fluídica do Universo, verdadeiro domínio dos fluídos. Eles se apresentam como formas de energia nos campos de força que estruturam o aparente vácuo dos espaços siderais, como elementos mantenedores da vida nos processos fisiológicos, como fluxos de partículas infinitesimais, dotados de assombroso poder e até mesmo como elementos constitutivos do tempo e do pensamento.
O MEDIUNISMO A expressão mediunismo, criada por Emmanuel, designa as formas primitivas de Mediunidade, que fundamentam as crenças e religiões primitivas. Todas as formas de religiões primitivas, sem desenvolvimento cultural e intelectual, caracterizam-se por práticas mágicas ligadas ao mediunismo.
O VAMPIRISMO Uma modalidade grave de obsessão que pode reduzir o obsedado à inutilidade, afetando-lhe o cérebro e o sistema nervoso, tirandolhe toda disposição para atividades sérias.
RELAÇÕES MEDIÚNICAS O médium isolado ou solitário é um barco à deriva em águas desconhecidas e misteriosas. O médium ligado a uma instituição é um barco ancorado, cuja segurança aparente o impede de navegar. As águas doutrinárias são volumosas e instáveis como a do mar e o barco mediúnico precisa acostumar-se a enfrentar os seus embates para revelar sua resistência, seu equilíbrio sua potência e velocidade.
RELAÇÕES MEDIÚNICAS No plano relativo em que vivemos tudo depende de relações que só se processam na livre atividade. Jesus não teria podido andar sobre as águas nem aplacar a tempestade no mar se o seu barco mediúnico permanecesse ancorado no porto.
MEDICINA ESPÍRITA A Medicina Espírita é um processo em desenvolvimento. Começou com Kardec e o Dr. Demeure, em Paris, na segunda metade do século passado.
MEDICINA ESPÍRITA A Medicina Espírita é uma decorrência natural da natureza e das finalidades do Espiritismo. Tanto no campo científico, quanto no filosófico e religioso, a Doutrina Espírita se revelou como uma forma de Humanismo Ativo, destinado não apenas à estabelecer princípios humanistas, mas também a agir no homem pelo homem, decifrando-lhe os mistérios do corpo e do espírito e proporcionando-lhe os recursos culturais para a humanização do mundo.
MEDIUNIDADE PRÁTICA Deixemos de nos entregar a influências estranhas, assumimos a jurisdição de nós mesmos, tomamos o volante do corpo em nossas mãos e aprendemos a guiar-nos com a lucidez necessária. Aprendemos a distinguir as nossas idéias das idéias que nos são transmitidas pelos outros. Podemos examinar tudo, como ensinava o Apóstolo Paulo, sabendo que tudo nos é lícito mas nem tudo nos convém. Exercitando esse critério íntimo conseguimos adestrar-nos na direção de nossas intenções, repelindo tudo o que possa prejudicar os outros e aceitando apenas o que nos ajude a ser mais úteis ao mundo.
PROBLEMAS DA DESOBSESSÃO A classificação sumária de Kardec em três tipos seqüentes de obsessão: a abrange todo o quadro dos processos obsessivos.
PROBLEMAS DA DESOBSESSÃO As obsessões não surgem apenas na fase de eclosão e desenvolvimento da mediunidade. As mais graves obsessões estão genesicamente ligadas aos problemas anímicos das vítimas. O espírito reencarna, como ensina Kardec, já trazendo consigo problemas graves de encarnações anteriores. O obsessor e o obsedado são então os adversários que se lançam no mesmo caminho para acertarem o passo em nova marcha, como advertiu Jesus.
PROBLEMAS DA DESOBSESSÃO A obsessão vampiresca é a mais difícil de se combater. Obsessor e obsedado formam uma unidade sensorial dinâmica, apegada às sensações grosseiras do corpo material.
PROBLEMAS DA DESOBSESSÃO Há uma conjugação natural entre as sessões de doutrinação e as sessões de desobsessão, pois cabe às primeiras prevenir e até mesmo impedir os casos obsessivos.
"O ESPIRITISMO É UMA DOUTRINA DE BOM SENSO, DE EQUILÍBRIO, DE ESCLARECIMENTO POSITIVO DOS PROBLEMAS ESPIRITUAIS, E NÃO DE HIPÓTESES SEM BASE OU DE SUPOSIÇÕES IMAGINOSAS. (HERCULANO PIRES)
Referência Bibliográfica Livro: Mediunidade Autor: Herculano Pires Edição: 9ª Edição Setembro de 2005 Material Organizado pela Equipe do Departamento de Estudos e Educação Mediúnica.