A Losna-branca Parthenium hysterophorus L. (Heliantheae: Asteraceae), Planta Invasora Exótica no Brasil

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Transcrição:

29 ISSN 1516-8638 Jaguariúna, SP Agosto, 2005 A Losna-branca Parthenium hysterophorus L. (Heliantheae: Asteraceae), Planta Invasora Exótica no Brasil Franco Lucchini 1 Ladislau Araújo Skorupa 2 Fernando Junqueira Tambasco 3 Luiz Alexandre Nogueira de Sá 4 Uma questão importante, pouco abordada no Brasil, são as introduções de plantas exóticas, as quais tem entrado em nosso país de diversas formas, desde os primórdios da colonização, algumas tornaram-se úteis e outras são hoje plantas daninhas. Em outros países onde são consideradas como pragas, esse assunto tem merecido grande destaque, e o problema normalmente é minimizado pela importação de seus inimigos naturais, presentes nos centros de origem dessas plantas. O Laboratório de Quarentena Costa Lima, da Embrapa Meio Ambiente, tem como uma de suas ações estudar a possibilidade do controle de plantas invasoras exóticas que se tornaram pragas. Nossa biodiversidade tem sido fonte de material biológico para o biocontrole clássico de plantas invasoras em diversas regiões do mundo, e, neste aspecto o tema é muito pouco estudado entre nós. A losna-branca (Fig.1), coentro-do-mato ou fazendeiro é uma espécie nativa no Continente Americano, com centro de origem no nordeste do México, e foi introduzida acidentalmente em vários países como Índia, Austrália, EUA, Brasil, China, Taiwan, Paquistão e partes da África. Tornou-se séria praga na Austrália, Índia e recentemente no Paquistão; a Austrália gasta 18 milhões de dólares anualmente para o seu manejo (Parthenium, 2004). Na base de dados do CAB-Abstracts são referenciados quase 400 trabalhos científicos (Evans, 1997). É considerada uma das dez piores plantas daninhas do mundo (IPRNG, 2004). O coentro-do-mato causa diversos problemas à saude humana, aos agroecossistemas e à biodiversidade, tais como: dermatites alérgicas de contato, asma bronquial em pacientes sensíveis ao pólen da planta. No gado os sinais clínicos de salivação, diarréia, anorexia, prurido, alopecia e dermatite foram observados. A salivação é contínua, irritações gastroentestinais provoca diarréia, e a anorexia é desenvolvida; causa coceira, alocepia, e dermatite sobre a face, focinho, pescoço, olhos, tórax e abdome; em ensaios de silagem, o seu composto tóxico parthenina pode ser detectado por até cinco semanas. Além disso, é uma planta alelopática (antagonista) em várias culturas; apresentando também alelopatia polínica, e, é reservatório natural de pragas e doenças de importância agrícola. 1 Eng. Agrônomo, Ph.D em Entomologia, Embrapa Meio Ambiente, Rod.SP 340 - Km 127,5 - Cep 13820-000, Jaguariúna, SP. lucchini@cnpma.embrapa.br 2 Eng. Florestal, Doutor em Taxonomia Vegetal, Embrapa Meio Ambiente, Rod.SP 340 - Km 127,5 - Cep 13820-000, Jaguariúna, SP. skorupa@cnpma.embrapa.br 3 Eng. Agrônomo, M.Sc. Entomologia, Embrapa Meio Ambiente, Rod.SP 340 - Km 127,5 - Cep 13820-000, Jaguariúna, SP. tambasco@cnpma.embrapa.br 4 Eng. Agrônomo, Doutor em Entomologia, Embrapa Meio Ambiente, Rod.SP 340 - Km 127,5 - Cep 13820-000, Jaguariúna, SP. lans@cnpma.embrapa.br

2 A Losna-branca Parthenium hysterophorus L. (Heliantheae: Asteraceae), Planta Invasora Exótica no Brasil nativos que se adaptaram à losna-branca para o seu controle biológico. Levantamentos para a identificação de possíveis patógenos nativos ou acidentalmente introduzidos com potencial de controle da planta daninha determinaram a espécie de fungo Puccinia sp. distribuída irregularmente nas localidades inspecionadas, o maior foco da doença foi encontrado em Mogi-Guaçú, SP. Em Americana, SP houve uma ocorrência isolada do fungo Oídio. Fig. 1. Parthenium hysterophorus L. (Asteracea) - Planta em florescimento O patógeno Puccinia abrupta var. partheniicola, importado do México foi o principal microorganismo utilizado pela Austrália no controle biológico de P. hysterophorus, além de diversas espécies de insetos (Parthenium, 2004). No Brasil praticamente não existem informações sobre o impacto ambiental que a losna-branca tem causado. Trata-se de uma planta daninha naturalizada com características ruderais, isto é: invade principalmente áreas urbanas, pastagens degradadas próximas às cidades e eventualmente invade culturas (Fig.2), são desconhecidos seus efeitos em saúde pública e aos agroecossistemas. Os inventários faunísticos realizados indicam que a diversidade de insetos associados à planta é reduzida quando comparada com a da sua região de origem. Foram encontradas 30 espécies de insetos (Tab.1), das ordens: Coleoptera 11 espécies (36,7%), Diptera 1 espécie (3,3%), Hemiptera 16 espécies (53,3%) e Lepidoptera 2 espécies (6,7%). As localidades inspecionadas foram: Jaguariúna, Campinas, Americana, Santa Bárbara do Oeste, Piracicaba, Limeira, Americana, Holambra, Mogi- Mirim, Mogi-Guaçú, Espirito Santo do Pinhal, Amparo, Serra Negra, Araras, Conchal, Indaiatuba, Salto, e Itú no Estado de São Paulo; e Monte Sião, no Estado de Minas Gerais. Em Serra Negra e Monte Sião não houve ocorrência da Losna-Branca. O grau de dano a nível de Campo foi bastante baixo para todas as espécies encontradas. Somente uma espécie de Coleoptera e duas de Hemiptera, sobre flores, e uma de Hemiptera, sobre ramos, foram abundantes. Os habitats visitados foram áreas de cultivo, áreas ruderais e pastagens. Grandes infestações da Losna-branca foram encontrados em Campinas e Mogi-Guaçú em áreas de cultivo de café e, em Indaituba no cultivo de Videira. Testes de laboratório para a indicação de potencial de controle da planta pelos insetos foram negativos para as espécies abundantes. Não houve ocorrência de insetos que se desenvolvem em sementes. Fig. 2. Cultivo de banana insfestado pela Losna-branca A distribuição geográfica da losna-branca obtida pela consulta a 74 herbários do País por meio de correspondência, sobre a ocorrência de materiais botânicos de Parthenium hysterophorus lá depositados, locais de coleta, registro de coleta e responsável pela identificação permitiram verificar, com base nas informações obtidas, maior propagação da planta daninha nos estados de São Paulo e Paraná. A Embrapa Meio Ambiente desenvolveu projeto de pesquisa visando estudar sua distribuição geográfica, dispersão e inimigos naturais, com o objetivo de obter informações gerais sobre sua dispersão e identificar possíveis inimigos naturais Ações futuras para o manejo ecológico dessa praga pela importação de inimigos naturais de seu centro de origem, controle químico, mecânico e comunicação de risco ambiental e à saúde humana poderão ser iniciadas.

A Losna-branca Parthenium hysterophorus L. (Heliantheae: Asteraceae), Planta Invasora Exótica no Brasil 3 Tabela 1. Inventário de insetos coletados no levantamento faunístico em Parthenium hysterophorus L., no Estado de São Paulo.

4 A Losna-branca Parthenium hysterophorus L. (Heliantheae: Asteraceae), Planta Invasora Exótica no Brasil Tabela 1. continuação

A Losna-branca Parthenium hysterophorus L. (Heliantheae: Asteraceae), Planta Invasora Exótica no Brasil 5 Referências bibliográficas EVANS, H.C. Parthenium hysterophorus: a review of its weed status and the possibilities for biological control. Biocontrol News and Informations, v.18, n.3, p. 389N- 398N, 1997. INTERNATIONAL PARTHENIUM RESEARCH NEWS GROUP (IPRNG). An obnoxious weed - Parthenium hysterophorus. Disponível em: <http://www.iprng.org>. Acesso em: 28 jul. 2004. PARTHENIUM, HOME PAGE OF THE UNIVERSITY OF QUEENSLAND, AUSTRALIA. Parthenium. Disponível em: <http://www.cpitt.uq.edu.au/parthenium/parthenium.html>. Acesso em: 28 jul. 2004. Comunicado Técnico, 29 Exemplares desta edição podem ser adquiridos na: Embrapa Meio Ambiente Endereço: Rodovia SP-340 - Km 127,5 Tanquinho Velho - Caixa Postal 69 Cep.13820-000 - Jaguariúna, SP Fone: (19) 3867-8700 Fax: (19) 3867-8740 E-mail: sac@cnpma.embrapa.br Comitê de editoração Expediente Presidente: Ladislau Araújo Skorupa Secretário-Executivo: Sandro Freitas Nunes Membros: Cláudio César de Almeida Buschinelli; Heloisa Ferreira Filizola; Manoel Dornelas de Souza; Maria Conceição Peres Young Pessoa; Marta Camargo de Assis; Osvaldo Machado R. Cabral Normalização Bibliográfica: Maria Amélia de Toledo Editoração Eletrônica: Silvana Cristina Teixeira 1 a edição