Bioecologia, monitoramento e controle do ácaro-rajado com o emprego da azadiractina e ácaros predadores na cultura do morangueiro Introdução

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ISSN 1808-6810 Bioecologia, monitoramento e controle do ácaro-rajado com o emprego da azadiractina e ácaros predadores 83 Circular Técnica Bento Gonçalves, RS Setembro, 2010 Autores Daniel Bernardi Mestrando em Entomologia Universidade Federal de Pelotas Pelotas, RS dbernardi2004@yahoo.com.br Marcos Botton Eng. Agr., Dr., Pesquisador Embrapa Uva e Vinho Bento Gonçaves, RS marcos@cnpuv.embrapa.br Uemerson da Silva Cunha Eng. Agr., Dr., Professor Universidade Federal de Pelotas Pelotas, RS uscunha@yahoo.com.br Dori Edson Nava Eng. Agr., Dr., Pesquisador Embrapa Clima Temperado Pelotas, RS nava.dori@cpact.embrapa.br Mauro Silveira Garcia Eng. Agr., Dr., Professor Universidade Federal de Pelotas Pelotas, RS garciasmauro@yahoo.com.br Introdução No Estado do Rio Grande do Sul, o morangueiro é cultivado tradicionalmente em três regiões distintas, destacando-se o Vale do Rio Caí (Bom Princípio, Feliz e São Sebastião do Caí), a Serra Gaúcha (Bento Gonçalves, Caxias do Sul, Farroupilha e Flores da Cunha) e a região Sul (Pelotas, Turuçu e São Lourenço do Sul). Recentemente, novos polos produtores têm sido estabelecidos na região dos Campos de Cima da Serra, com destaque para os municípios de Ipê e Vacaria. Essas regiões caracterizam-se pelo clima frio, permitindo a oferta de morangos em praticamente todo o ano (ANTUNES; REISSER JUNIOR, 2007). Um dos principais fatores limitantes da produção de morangos no Estado é a incidência de pragas, com destaque para o ácaro-rajado Tetranychus urticae Koch, 1836 (Acari: Tetranychidae) (FERLA; MARQUETTI, 2004). A maneira usual de controle do ácaro-rajado é através do emprego de acaricidas sintéticos (SATO et al., 2007). No entanto, em muitas situações, os acaricidas sintéticos têm selecionado populações resistentes, gerando a necessidade de pulverizações adicionais e/ou o aumento da dose aplicada (SATO et al., 2007, 2009). Outro fator limitador de sua utilização é o fato de a colheita do morango ser realizada diariamente, havendo a necessidade de se respeitar a carência dos acaricidas que, em alguns casos, chega a ser de quatorze dias. Essa situação tem sido uma das causas das inconformidades em relação à presença de resíduos de agrotóxicos na cultura (ANVISA, 2010). Nesse sentido, há uma necessidade urgente de se disponibilizar métodos alternativos para o manejo do ácaro-rajado. Dentre as tecnologias disponíveis, destacam-se o emprego de agentes de controle biológico, como os ácaros predadores e os produtos naturais à base de azadiractina. Os ácaros predadores são os principais inimigos naturais de ácaros-praga em diversas culturas (MORAES, 2002; SATO et al., 2007). No Rio Grande do Sul, as principais espécies de ácaros predadores observadas são os fitoseídeos (Acari: Phytoseiidae) Neoseiulus californicus (McGregor) e Phytoseiulus macropilis (Banks) (FERLA et al., 2007). No entanto, de maneira geral, as populações dessas espécies encontram-se em níveis reduzidos nas lavouras, o que limita o controle biológico natural do ácaro-rajado. Portanto, a disponibilidade comercial de ácaros predadores é uma importante ferramenta que permite utilizar o controle biológico aplicado. Além do uso de ácaros predadores, uma nova alternativa aos acaricidas sintéticos é o emprego de extratos de plantas. Nesse contexto, produtos derivados da planta de nim Azadirachta indica (A. Juss) destacam-se pela sua eficiência no controle de artrópodes-praga e baixa toxicidade aos inimigos naturais e ao homem (MARTINEZ, 2002; VENZON et al., 2008). Além disso, os produtos derivados da planta de nim não deixam resíduos tóxicos no produto final, permitindo realizar o tratamento próximo ou no momento da colheita.

2 Bioecologia, monitoramento e controle do ácaro-rajado com o emprego da azadiractina e ácaros predadores Assim, esta Circular Técnica tem como objetivo apresentar informações sobre a bioecologia, formas de monitoramento e controle do ácaro-rajado através do emprego de ácaros predadores e de uma formulação comercial à base de azadiractina, que podem ser empregados de forma isolada ou associados. Ácaro-rajado - Tetranychus urticae (Koch) Bioecologia O ácaro-rajado possui corpo com coloração amareloesverdeada e dois pares de manchas escuras no dorso, o qual é coberto por longas setas (Figura 1A). Os machos medem, aproximadamente, 0,25 mm de comprimento, diferindo das fêmeas, que são maiores (0,46 mm), com quase o dobro do tamanho. A espécie é encontrada normalmente na face inferior das folhas, onde tecem teias (FADINI et al., 2006; MORAES; FLECHTMANN, 2008). Os ovos apresentam coloração amarelada, formato esférico, sendo normalmente depositados nas teias ou diretamente nas folhas, próximo à nervura (Figuras 1B e 1C). O ácaro-rajado possui cinco estágios de desenvolvimento, com duração que varia conforme a fase e a temperatura (Tabela 1). O ciclo de vida varia de dez a doze dias (25 C), sendo que temperaturas elevadas (30 C) e baixa umidade relativa (<60%) reduzem o tempo para o desenvolvimeto da praga. Nessas condições, o ciclo biológico (de ovo a adulto) pode ser completado em sete dias. A presença de poeira nas folhas também favorece o desenvolvimento e a instalação da espécie no cultivo (TANAKA et al., 2000; ZHANG, 2003; NICASTRO; SATA, 2008). Em relação à resistência de cultivares, Iwassaki (2010) verificou que Ventana, Oso Grande e Tudla foram as preferidas pelo ácaro-rajado, enquanto que Dover e Guarani foram as menos infestadas. Os danos são ocasionados pelas formas móveis, que provocam o aparecimento de pontos cloróticos na face superior das folhas, as quais escurecem com o aumento populacional, podendo secar em altas infestações, devido à perfuração das células da epiderme (Figura 1D). Segundo Fadinni et al. (2004), altas populações do ácaro-rajado reduzem a taxa fotossintética das plantas, acarretando a redução no número e peso dos frutos. A presença do ácaro-rajado em altas infestações na cultura do Fotos: Daniel Bernardi. Foto: Rafael Luis Philippus. morangueiro é facilmente perceptível pela formação de teias (CHIAVEGATO et al., 1981). Fig. 1. Ataque do ácaro-rajado em morangueiro. (A) fêmea do ácaro-rajado sobre a folha; (B) ovos nas folhas; (C) teias com ovos e formas móveis; (D) danos ocasionados na cultura. Monitoramento O monitoramento do ácaro-rajado é fundamental para definir qual estratégia de controle será utilizada pelos produtores. Essa prática deve ser realizada de uma a duas vezes por semana, anotando-se o número de indivíduos (ácaro-rajado e predadores) encontrados por ponto de amostragem, com auxílio de uma lupa com vinte vezes de aumento (Figura 2). A quantidade de pontos amostrados varia conforme o tamanho da área, sugerindo-se monitorar uma planta a cada dez metros de linha do canteiro, em todos eles. Tal prática pode ser feita juntamente com a colheita dos frutos, o que permite detectar-se infestações na fase inicial. Isso possibilita direcionar o manejo para essas áreas, controlando-se os focos de infestação no início do ataque. Fig. 2. Monitoramento do ácaro-rajado utilizandose lupa com vinte vezes de aumento.

Bioecologia, monitoramento e controle do ácaro-rajado com o emprego da azadiractina e ácaros predadores 3 Estratégias de controle A principal estratégia de controle empregada no manejo do ácaro-rajado tem sido a aplicação de acaricidas sintéticos (SATO et al., 2007; ANTONIOLLI et al., 2007; BOTTON et al., 2010). Informações sobre produtos, doses e carência dos acaricidas sintéticos podem ser encontrados em Botton et al. (2010). Nesta circular, são apresentadas alternativas para o emprego dos acaricidas sintéticos utilizando predadores e uma formulação comercial à base de azadiractina. Controle biológico O controle biológico com a utilização de ácaros predadores é bastante empregado na América do Norte e do Sul, na Ásia e na Europa. No Brasil, as espécies N. californicus e P. macropilis são as mais estudadas, pois, além de serem eficazes no controle do ácaro-rajado em diversas culturas, são produzidas comercialmente, o que permite sua liberação nos cultivos (SATO et al., 2002; POLETTI et al., 2006). Phytoseiulus macropilis (Banks) Caracteriza-se por apresentar corpo de coloração avermelhada, podendo mudar de cor em função da coloração do alimento (presa), longas pernas, formato ovóide e comprimento aproximado de 0,5 mm (Figura 3A). É encontrado na face inferior dos folíolos do morangueiro, estando geralmente associado às teias do ácaro-rajado ou próximo da nervura principal. Fotos: Bernardi (A) e Promip (B). P. macropilis apresenta cinco estágios de desenvolvimento, com duração média que varia, conforme a fase e a temperatura (Tabela 1), podendo ser visualizado a olho nu como um ponto vermelho com movimentos rápidos. Os ovos apresentam formato oblongo e coloração translúcida, sendo ovipositados nas folhas das plantas hospedeiras do ácaro-praga, principalmente na face inferior das mesmas (abaxial) (SILVA et al., 2005; MORAES; FLECHTMANN, 2008). Em condições de falta de presa, P. macropilis reduz a taxa de oviposição, assim como a de sobrevivência. A capacidade de predação é de aproximadamente quarenta ovos do ácaro-rajado/dia, podendo se alimentar de todos os estágios biológicos da presa, dando preferência, entretanto, aos ovos. São indivíduos especialistas, que apresentam elevada voracidade e capacidade de busca de presas a campo, alimentando-se somente do ácaro-rajado. Fig. 3. Adulto de Phytoseiulus macropilis (A) e Neoseiulus californicus (B). Tabela 1. Parâmetros biológicos do ácaro-rajado (Tetranychus urticae) e dos ácaros predadores (Phytoseiulus macropilis e Neoseiulus californicus) (Temperatura de 25ºC; Umidade Relativa 70 ± 10% e fotofase de 14 horas para o ácaro-rajado e 12 horas para os ácaros predadores). Parâmetros biológicos Duração média (dias) T. urticae P. macropilis N. californicus Ovo 3,5 4,5 2,4 Larva 1,0 0,8 0,9 Protoninfa 2,6 1,1 1,7 Deutoninfa 2,5 1,0 1,4 Ovo-adulto 9,6 7,4 6,4 Pré-oviposição 1,9 1,9 1,2 Oviposição 10,0 24,3 20,4 Longevidade Fêmea 19,3 44,0 - Macho 10,6 35,8 - Fecundidade (Nº de ovos/fêmea) 170,0-56,6 Fonte: ZHANG (2003); FADINI et al. (2004a); ESCUDERO et al. (2005); SILVA et al. (2005); MORAES; FLECHTMANN (2008).

4 Bioecologia, monitoramento e controle do ácaro-rajado com o emprego da azadiractina e ácaros predadores Foto: Léo Antônio Carollo. Por ser um predador obrigatório, não se alimenta de fontes alternativas como pólen e néctar, o que reduz drasticamente sua população na ausência do ácarorajado (SILVA et al., 2005). Neoseiulus californicus (McGregor) Caracteriza-se por apresentar corpo de coloração branco-alaranjada, longas pernas, formato ovóide e comprimento aproximado de 0,5 mm, sendo as fêmeas maiores do que os machos (Figura 3B). N. californicus é encontrado principalmente na face inferior dos folíolos do morangueiro e apresenta estágios de desenvolvimento, com duração média que varia conforme a fase (Tabela 1). Da mesma forma que P. macropilis, os ovos apresentam formato oblongo e coloração translúcida sendo ovipositados nas folhas das plantas hospedeiras do ácaro-praga (MORAES; FLECHTMANN, 2008). A capacidade de predação de N. californicus é de aproximadamente quinze a vinte ovos/dia do ácarorajado, podendo alimentar-se de todos os estágios biológicos da presa. Como são generalistas, podem se alimentar, também, de outras fontes, como pólen, outros ácaros, tripes e pulgões, sobrevivendo durante dias sem a presença da presa no campo (MORAES; FLECHTMANN, 2008). Os ácaros predadores (P. macropilis e N. californicus 1:1) devem ser liberados na cultura do morango na proporção de cinco ácaros predadores/m 2 de canteiro. A liberação conjunta das duas espécies se deve ao fato de que P. macropilis e N. californicus Fig. 4. Liberação de Phytoseiulus macropilis e Neoseiulus californicus na cultura do morangueiro. apresentam características que os diferenciam quanto ao hábito alimentar e comportamento, sendo o primeiro especialista e o segundo generalista (McMUTRY; CROFT, 1997). Ao P. macropilis deve ser dada preferência quando para o controle de altas infestações, enquanto que N. californicus é indicado para as menores, porém, permanece por mais tempo no cultivo. A liberação dos predadores deve ser realizada sempre direcionada aos focos iniciais de infestações, detectados através do monitoramento (Figura 4), o que permite reduzir a população da praga a 90%, uma semana após a liberação (Figura 5). Azadirachta indica (A. Juss) O emprego do nim (A. indica) é uma alternativa viável para o manejo do ácaro-rajado na cultura (VENZON et al., 2008). No entanto, muitos produtos derivados da planta de nim e comercializados no Brasil apresentam problemas de padronização de componentes, controle de impurezas e estabilidade, o que gera resultados inconsistentes no controle de pragas em diferentes cultivos. Experimentos conduzidos em casa-devegetação e em área de produtores com uma formulação comercial contendo 1,2% de azadiractina e registrada para a cultura do morangueiro proporcionam um controle mínimo do ácaro-rajado de 90%, independente da dosagem empregada (100 a 300 ml do p.c/100 L), utilizando-se um volume de calda de 800 L/ha (Figura 6). Um ponto importante no emprego da azadiractina para o controle do ácaro-rajado na cultura do morangueiro é a aplicação sequencial do produto, visto que o tratamento isolado reduz em, no máximo, 70% a população do fitófago (Figura 6). A azadiractina não é tóxica quando aplicada diretamente sobre adultos dos ácaros predadores (N. californicus e P. macropilis), ao contrário do observado com a abamectina, acaricida tradicionalmente empregado no controle do ácarorajado (Figura 8). Com base nesses resultados, verifica-se que é possível empregar a formulação à base de azadiractina de forma isolada, desde que sejam realizadas duas aplicações sequenciais, a intervalos de sete dias. Outra possibilidade é a associação das duas estratégias de controle utilizando-se uma

Bioecologia, monitoramento e controle do ácaro-rajado com o emprego da azadiractina e ácaros predadores 5 Fig. 5. Flutuação populacional do ácaro-rajado após a liberação de ácaros predadores (P. macropilis e N. californicus 1:1) (cinco ácaros predadores/m 2 ) nas propriedades A, B e C em áreas de morangueiro cv. Aromas no sistema orgânico de produção em Bom Princípio, RS, 2010. (BERNARDI et al., 2010, dados não publicados). Fig. 6. Mortalidade corrigida (X± EP) do ácaro-rajado após a aplicação (800 L/ha) sequencial, espaçadas em sete dias de diferentes concentrações de uma formulação comercial à base de azadiractina 1,2% em morangueiro cv. Aromas, em casa-de-vegetação. Bento Gonçalves, RS, 2010. (BERNARDI et al., 2010, dados não publicados).

6 Bioecologia, monitoramento e controle do ácaro-rajado com o emprego da azadiractina e ácaros predadores Fig. 7. Mortalidade (X± EP) do ácaro-rajado após a aplicação sequencial de produto à base de azadiractina 1,2% (primeira aplicação 16/10/2009 e segunda aplicação em 23/10/2009), num volume de calda de 800 L/ha, em lavoura comercial de morangueiro da cv. Aromas. Bom Princípio, RS, 2010. (BERNARDI et al., 2010, dados não publicados). Fig. 8. Mortalidade (%) (±EP) de adultos de Neoseiulus californicus e Phytoseiulus macropilis 96 horas após a aplicação tópica de azadiractina 1,2% e abamectina 1,8% em laboratório (Temperatura 25ºC, UR: 70 ± 1% e Fotofase 12 horas). Bento Gonçalves (RS), 2010. (BERNARDI et al., 2010, dados não publicados). aplicação da azadiractina, a qual irá reduzir a infestação inicial de T. urticae e, na sequência, liberar ácaros fitoseídeos, visando ao controle biológico da praga. Nesses casos, sugerem-se os seguintes critérios para a tomada de decisão: Infestação entre três e seis ácaros-rajado/ folíolo = liberação de ácaros predadores (P. macropilis e N. californicus, 1:1) na densidade de cinco ácaros predadores/m 2 ; Infestação a partir de seis ácaros-rajado/folíolo = aplicação isolada da azadiractina, seguida da liberação dos ácaros predadores ou aplicação sequencial da azadiractina, a intervalos de sete dias.

Bioecologia, monitoramento e controle do ácaro-rajado com o emprego da azadiractina e ácaros predadores 7 Além dessas estratégias, para o manejo do ácarorajado, recomenda-se o plantio de mudas sadias, livres de ácaros fitófagos e de doenças, evitar o uso excessivo de adubos nitrogenados e realizar o controle das demais pragas do morangueiro, evitando, também, o uso de inseticidas piretroides. Caso seja necessário o emprego de agrotóxicos, deve-se utilizar somente os registrados para a cultura e seletivos aos ácaros predadores (POLLETI et al., 2008). Considerações finais Um dos maiores desafios para a consolidação do morango como um alimento preferencial para os consumidores diz respeito ao fornecimento de frutas com ausência ou níveis aceitáveis de resíduos tóxicos. No ano de 2010, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) divulgou resultados relacionados à presença de agrotóxicos não permitidos ou acima do limite máximo de resíduos em diferentes produtos agrícolas (http://portal.anvisa.gov.br/wps/wcm/ connect/d214350042f576d489399f536d630 8db/RELAT%C3%93RIO+DO+PARA+2009. pdf?mod=ajperes). Mais uma vez, o morangueiro foi um dos cultivos com níveis elevados de inconformidades, atingindo 50,8% de amostras irregulares. Esse é um fato preocupante, visto que os consumidores, cada vez mais ávidos por alimentos seguros, acabam por preterir a fruta, o que gera prejuízos a toda a cadeia produtiva. Tal cenário pode ser modificado rapidamente, desde que os resultados da pesquisa em relação às novas tecnologias sejam regulamentados e disponibilizados aos produtores. As tecnologias apresentadas nesta Circular Técnica são duas alternativas que, se implementadas pelo setor produtivo, podem minimizar as inconformidades, permitindo a produção de uma fruta segura para os consumidores e com reduzido impacto negativo ao trabalhador rural e ao ambiente. Agradecimentos A empresa PROMIP, pelo fornecimento dos ácaros predadores, e à DVA, pela formulação comercial da azadiractina utilizada nos experimentos. A Prefeitura Municipal de Bom Princípio (RS) e à Ecomorango, pelo apoio na condução dos trabalhos. Referências Bibliográficas ANTUNES, L. E. C.; REISSER JUNIOR, C. Produção de morangos. Jornal da Fruta, Lages, v. 15, n. 191, p. 22-24, 2007. ANTONIOLLI, L. R.; MELLO, G. W.; ANTUNES, L. E. C.; BOTTON, M.; SATO, M. E.; FERLA, N. J.; SOUZA, R. T. de; VALDEBENITO SANHUEZA, R. M. Boas práticas. Porto Alegre: SEBRAE, 2007. 32 p. (Boletim Técnico). ANVISA. Divulgação monitoramento de agrotóxicos em alimentos. Disponível em: <http://anvisa.gov.br/ divulga/noticias>. Acesso em: 16 abr. 2010. BOTTON, M.; BERNARDI, D.; NAVA, D. E.; CUNHA, U. S. da; GARCIA, M. S. Manejo de pragas. In: ENCONTRO SOBRE PEQUENAS FRUTAS E FRUTAS NATIVAS DO MERCOSUL, 4., 2010, Pelotas. Palestras e resumos... Pelotas: Embrapa Clima Temperado, 2010. p. 23-29. CHIAVEGATO, L.G.; MISCHAN, M. M. Efeito do Tetranychus urticae (Koch, 1836) Boudreaux & Dosse, 1963 (Acari: Tetranychidae) na produção de morangueiro (Fragaria sp.) cv. Campinas. Científica, Jaboticabal, v. 9, p. 257-266, 1981. ESCUDERO, L. A. F.; FERRAGUT, F. Life-history of predatory mites Neoseiulus californicus and Phytoseiulus persimilis (Acari: Phytoseiidae) on four spider mite species as prey, with special reference to Tetranychus evansi (Acari: Tetranychidae). Biological Control, v. 32, p. 378 384, 2005. FADINI, M. A. M.; PALLINI, A.; VENZON, M. Controle de ácaros em sistema de produção integrada de morango. Ciência Rural, Santa Maria, v. 34, n. 4, p. 1271-1277, 2004. FADINI, M. A. M.; VENZON, M.; OLIVEIRA, H. G. de; PALLINI, A. Manejo integrado das principais pragas do morangueiro. Boletim do morango: cultivo convencional, segurança alimentar, cultivo orgânico. Belo Horizonte: FAEMG, 2006. p. 81-95. FERLA, N. J.; MARCHETTI, M. M.; GONÇALVES, D. Ácaros predadores (Acari) associados à cultura do morango (Fragaria sp., Rosaceae) e plantas próximas no Estado do Rio Grande do Sul. Biota Neotropica, Campinas, n. 2, v. 7, p. 1-8, 2007. FERLA, N. J.; MARCHETTI, M. M. Ácaros em morangueiro e amoreira-preta: levantamento de espécies e flutuação populacional. In: SEMINÁRIO BRASILEIRO SOBRE PEQUENAS FRUTAS, 2., 2004, Vacaria. Anais... Bento Gonçalves: Embrapa Uva e Vinho, 2004. p. 51-54.

8 Bioecologia, monitoramento e controle do ácaro-rajado com o emprego da azadiractina e ácaros predadores IWASSAKI, L. A. Preferência hospedeira e estratégias de manejo do ácaro rajado, Tetranychus urticae Koch (Acari: Tetranychidae), nas culturas de morango e crisântemo. 88 f. 2010. Dissertação (Mestrado em Sanidade, Segurança Alimentar e Ambiental no Agronegócio) - Instituto Biológico, Campinas. McMUTRY, J. A.; CROFT, B. A. Life-styles of Phytoseiidae mites and their holes in biological control. Annual Review of Entomology, Stanford, v. 42, p. 291-321, 1997. MARTINEZ, S. S. O nim: Azadirachta indica natureza, usos múltiplos, produção. Londrina: IAPAR, 2002. 142 p. MORAES, G. J. de. Controle biológico de ácaros fitófagos com ácaros predadores. In: PARRA, J. R. P.; BOTELHO, P. S. M.; CORREA-FERREIRA, B. S.; BENTO, J. M. S. (Ed.). Controle biológico no Brasil: parasitóides e predadores. São Paulo: Manole, 2002. p. 225-237. MORAES, G. J. de; FLECHTMANN, C. H. W. Manual de acarologia: acarologia básica e ácaros de plantas cultivadas no Brasil. Ribeirão Preto: Holos, 2008. 288 p. NICASTRO, R. L.; SATO, M. E. Biologia comparada de linhagens de Tetranychus urticae (Acari: Tetranychidae) resistente e suscetível a milbemectin. Biológico, São Paulo, v. 70, n. 2, p. 107-216, jul./ dez. 2008. POLETTI, M.; KONNO, R. H.; SATO, M. E.; OMOTO, C. Controle Biológico aplicado do ácaro rajado em cultivo protegido: viabilidade no emprego dos ácaros predadores. In: PINTO, A. S.; NAVA, D. E.; ROSSI, M. M.; MALERBO-SOUZA, D. T. (Org.). Controle biológico de pragas: na prática. Piracicaba: FEALQ, 2006. p. 193-203. POLETTI, M.; COLLETTE, L. de P.; OMOTO, C. Compatibilidade de agrotóxicos com os ácaros predadores Neoseiulus californicus (McGregor) e Phytoseiulus macropilis (Banks) (Acari: Phytoseiidae). BioAssay, Piracicaba, v. 3, n. 3, p. 14, 2008. SATO, M. E.; SILVA, M. da; GONÇALVEZ, L. R.; SOUZA FILHO M. F. de; A. RAGA. Toxicidade diferencial de agroquímicos a Neoseiulus californicus (McGregor) (Acari: Phytoseiidae) e Tetranychus urticae Koch (Acari: Tetranychidae) em morangueiro. Neotropical Entomology, Curitiba, v. 31, n. 3, p. 449-456, 2002. SATO, M. E.; SILVA, M. Z. da; SILVA, R. B. da; SOUZA FILHO, M. F. de; RAGA, A. Management of Tetranychus urticae (Acari: Tetranychidae) in strawberry fields with Neoseiulus californicus (Acari: Phytoseiidae) and acaricides. Experimental and Applied Acarology, Amsterdã, v. 42, n. 2, p. 107-120, 2007. SATO, M. E.; SILVA, M. Z. da; SILVA, R. B. da; SOUZA FILHO, M. F. de; RAGA, A. Monitoramento da resistência de Tetranychus urticae Koch (Acari: Tetranychidae) a Abamectin e Fenpyroximate em diversas culturas no estado de São Paulo. Arquivo Instituto Biológico, São Paulo, v. 76, n. 2, p. 217-223, 2009. SILVA F. R.; VASCONCELOS G. J. N.; GONDIM JUNIOR, M. G. C.; OLIVEIRA J. V. Exigências térmicas e tabela de vida de fertilidade de Phytoseiulus macropilis (Banks) (Acari: Phytoseiidae). Neotropical Entomology, Londrina, v. 34, p. 291-296, 2005. TANAKA, M. A. S.; BETTI, J. A.; PASSOS, F. A.; TRANI, P. E.; MACEDO, A. C. (Coord.). Manejo integrado de pragas e doenças do morangueiro. Campinas: Secretaria de Agricultura e Abastecimento, 2000. v. 5, 61 p. VENZON, M.; ROSADO, M. C.; MOLINA- RUGAMA, A. J.; DUARTE, V. S.; DIAS, R.; PALLINI, Â. Acaricidal efficacy of neem against Polyphagotarsonemus latus (Banks) (Acari: Tarsonemidae). Crop Protection, Surrey, v. 27, p. 869-872, 2008. ZHANG, Z. Q. Mites in greenhouse: identification, biology and control. Cambridge: CABI, 2003. 244 p. Circular Técnica, 83 Exemplares desta edição podem ser adquiridos na: Embrapa Uva e Vinho Rua Livramento, 515 - Caixa Postal 130 95700-000 Bento Gonçalves, RS Fone: (0xx) 54 3455-8000 Fax: (0xx) 54 3451-2792 http://www.cnpuv.embrapa.br Comitê de Publicações Presidente: Mauro Celso Zanus Secretária-Executiva: Sandra de Souza Sebben Membros: Alexandre Hoffmann, César Luís Girardi, Flávio Bello Fialho, Henrique Pessoa dos Santos, Kátia Midori Hiwatashi, Thor Vinícius Martins Fajardo e Viviane Maria Zanella Bello Fialho 1ª edição 1ª impressão (2012): 1000 exemplares Expediente Formatação: Alessandra Russi Normatização bibliográfica: Kátia Midori Hiwatashi