Peça Prático-Profissional

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Transcrição:

Comentários 2ª fase XXIII Exame de Ordem Prova Prático-Profissional Prova Tipo - Direito Administrativo Olá pessoal! Vamos falar dos aspectos da prova. Peça Prático-Profissional Primeiro gostaria de ressaltar que a peça cobrada assustou um pouco, pois o agravo de instrumento, pelo menos para mim, é uma peça que a gente nunca tem aquela certeza 100% que está fazendo a peça correta. Sempre pensamos: será que não era um mandado de segurança ou apelação?!?! Mas acredito que as informações (as deixas ) da questão facilitaram um pouco para optar pelo agravo de instrumento. Peça cabível: A peça é o AGRAVO DE INSTRUMENTO com fundamento no art. 1.015, inciso IX, do CPC/15, pois esse inciso diz que caberá o recurso da admissão ou inadmissão de intervenção de terceiros, sendo que a denunciação à lide é uma forma de intervenção de terceiros. Art. 1.015. Cabe agravo de instrumento contra as decisões interlocutórias que versarem sobre: I - tutelas provisórias; II - mérito do processo; III - rejeição da alegação de convenção de arbitragem; IV - incidente de desconsideração da personalidade jurídica; V - rejeição do pedido de gratuidade da justiça ou acolhimento do pedido de sua revogação; VI - exibição ou posse de documento ou coisa; VII - exclusão de litisconsorte; VIII - rejeição do pedido de limitação do litisconsórcio; IX - admissão ou inadmissão de intervenção de terceiros; X - concessão, modificação ou revogação do efeito suspensivo aos embargos à execução; XI - redistribuição do ônus da prova nos termos do art. 373, 1 o ; XII - (VETADO);

XIII - outros casos expressamente referidos em lei. O recurso deve ser endereçado ao Exmo. Sr. Dr. Desembargador Relator do Tribunal de Justiça do Estado Alfa. A agravante é Maria e os agravados são o Estado Alfa e Agenor. CPC Art. 1.016. O agravo de instrumento será dirigido diretamente ao tribunal competente, por meio de petição com os seguintes requisitos: I - os nomes das partes; II - a exposição do fato e do direito; III - as razões do pedido de reforma ou de invalidação da decisão e o próprio pedido; IV - o nome e o endereço completo dos advogados constantes do processo. Deve, também, o candidato lembrar-se de apontar na petição o atendimento das questões processuais exigidas no CPC: Art. 1.017. A petição de agravo de instrumento será instruída: I - obrigatoriamente, com cópias da petição inicial, da contestação, da petição que ensejou a decisão agravada, da própria decisão agravada, da certidão da respectiva intimação ou outro documento oficial que comprove a tempestividade e das procurações outorgadas aos advogados do agravante e do agravado; II - com declaração de inexistência de qualquer dos documentos referidos no inciso I, feita pelo advogado do agravante, sob pena de sua responsabilidade pessoal; III - facultativamente, com outras peças que o agravante reputar úteis. Orienta-se, também, que o candidato peça o efeito suspensivo da decisão ao relator tendo em vista a possibilidade de causar gravame de difícil reparação ao andamento do processo: Art. 1.019. Recebido o agravo de instrumento no tribunal e distribuído imediatamente, se não for o caso de aplicação do art. 932, incisos III e IV, o relator, no prazo de 5 (cinco) dias:

I - poderá atribuir efeito suspensivo ao recurso ou deferir, em antecipação de tutela, total ou parcialmente, a pretensão recursal, comunicando ao juiz sua decisão; Lembrar, também, de reiterar esse pedido ao final da peça. Quanto ao pedido de efeito suspensivo, na dúvida, é melhor pedir!!!! Mérito: O tema da prova foi o da responsabilidade civil do Estado. Tema esse que, frequentemente, em nossos cursos, alertamos nossos alunos sobre sua grande chance de cair na prova, já que podem ser extraídas várias questões. Quanto à denunciação à lide, a jurisprudência não a tem admitido nas ações de responsabilidade em face do Estado, uma vez que introduz fundamento novo ao processo, já que a responsabilidade do Estado é objetiva e, assim, não há discussão de culpa. Porém, a responsabilidade dos agentes público é subjetiva, devendo ser demonstrado seu dolo ou culpa para que seja responsável em reparar o prejuízo. Nesse caso, com a denunciação admitida pelo juiz, causaria prejuízo à parte, na medida em que poderia gerar tumulto ao processo com a inserção da discussão da culpa do denunciado. Ademais, não haveria prejuízo ao Estado, caso não fosse admitida a denunciação, pois o Estado poderia exercer a ação de regresso contra seu agente, caso fosse condenado e entendesse haver sua culpa. Por fim, deve ser formulado pedido de reforma da decisão que admitiu a denunciação da lide, para que o denunciado seja excluído da demanda, juntamente com a condenação em custas e honorários advocatícios. Prof. Gustavo Scatolino Direito Administrativo Atualmente é Procurador da Fazenda Nacional. Bacharel em Direito e Pós-graduado em Direito Administrativo e Processo Administrativo. Ex-Assessor de Ministro do STJ. Aprovado em vários concursos públicos, dentre eles, Analista Judiciário do STJ, exercendo essa função durante 5 anos, e Procurador do Estado do Espírito Santo.

QUESTÕES ESCRITAS DISCURSIVAS QUESTÃO 1 A) Sim, pois a CF/88 prevê explicitamente tratamento diferenciado a microempresas, na forma do Art. 170, inciso IX. B) Não. Conforme disposto na Lei Complementar 123, Art. 49, II, se não houver o número mínimo de três licitantes no local do pregão não poderá ser aplicada a exclusividade a microempresas no pregão. QUESTÃO 2 A) Não se operou a prescrição, pois o início do prazo prescricional, na hipótese de o agente público ser exclusivamente detentor de mandato eletivo, é o término do mandato, conforme estabelece o Art. 21, inciso II, da Lei 8.429/92. Assim, só se consumaria a prescrição em 31 de dezembro de 2017. B) Não. O Art. 8º da Lei 8.429/92 determina que o dever de ressarcir o erário persegue os sucessores até o limite da herança recebida. Art. 8 O sucessor daquele que causar lesão ao patrimônio público ou se enriquecer ilicitamente está sujeito às cominações desta lei até o limite do valor da herança. QUESTÃO 3 A) Não é viável recurso, pois de acordo com o Art. 57 da Lei 9784/99 os recursos administrativos tramitam em até três instâncias. B) Sim. Trata-se da denominada reformatio in pejus, ou seja, julgamento do recurso com gravame à situação do recorrente. Essa situação está prevista no Art. 64, parágrafo único, da Lei 9.784/99. A autoridade competente para julgar o recurso, no exercício da autotutela administrativa, poderá confirmar, modificar, anular ou revogar, total ou parcialmente a decisão recorrida e, e disso puder resultar gravame à situação do recorrente, esse deverá ser notificado para que formule alegações antes da decisão. QUESTÃO 4 A) A Administração não poderá rever a qualquer tempo o ato, pois a Lei 9.784/99 estabelece em seu Art. 54 um prazo decadencial de cinco anos para que a Administração anule seus próprios atos de que decorram efeitos favoráveis aos destinatários, salvo comprovada má-fé. Em relação à restituição dos valores, não é cabível, por se tratar de verba de natureza alimentícia e também face à boa fé dos servidores. B) Sim, pois a Motivação é obrigatória para os atos que neguem ou restrinjam direitos, imponham deveres ou sanções, conforme disposto no Art. 50, I, da Lei 9;784/99 COMENTÁRIOS: Não se vislumbra a possibilidade de recursos.

Profª. Lisiane Brito Direito Administrativo Professora de Direito Administrativo, especialista em preparação para concursos públicos. Pós-graduada em Políticas Públicas e Gestão Governamental pela UNIP. Advogada inscrita na OAB/MG desde 1997. Graduada em direito pela Faculdade de Direito da PUC/MG. Larga experiência como docente, tendo ministrado aulas de Direito Administrativo nos principais cursos preparatórios do país. Já participou de bancas examinadoras e elaboração de questões para processos seletivos. Atua como advogada e consultora de empresas na área de Licitações e Contratos. Projeto Exame de Ordem A carteira é minha