ESTUDO DA INJEÇÃO DE VAPOR E SOLVENTE EM RESERVATÓRIOS COM CARACTERÍSTICAS SEMELHANTE AO DO NORDESTE BRASILEIRO

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Transcrição:

ESTUDO DA INJEÇÃO DE VAPOR E SOLVENTE EM RESERVATÓRIOS COM CARACTERÍSTICAS SEMELHANTE AO DO NORDESTE BRASILEIRO D. A. R. Silva 1 e J. L. M. Barillas 2 12 Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Centro de Tecnologia, Departamento de Engenharia de Petróleo E-mail para contato: danitarta@hotmail.com RESUMO A injeção contínua de vapor é um método bastante utilizado na recuperação de óleos muito viscosos. Porém, nos últimos anos, uma alternativa cada vez mais utilizada para aumentar a eficiência desse mecanismo tem sido a adição de solventes ao vapor injetado. Os solventes são hidrocarbonetos leves que têm a propriedade de reduzir as tensões interfaciais e facilitar a produção do óleo. O presente trabalho teve como objetivo verificar a sensibilidade de alguns parâmetros operacionais (distância entre poços, vazão de injeção de vapor e porcentagem de solvente injetado) sobre o fator de recuperação do óleo, utilizando o método ES-SAGD num reservatório de duas dimensões. Neste estudo, foi utilizado um modelo semi-sintéticos com características do nordeste brasileiro. As simulações foram realizadas no módulo STARS (Steam Thermal, and Advanced Processes Reservoir Simulator) do programa da CMG (Computer Modelling Group), versão 20014.1. Os resultados mostraram que a presença do solvente nas quantidades analisadas melhorou os fatores de recuperação. 1. INTRODUÇÃO O petróleo é uma das principais fontes de energia do planeta, ocupando, no Brasil, o primeiro lugar da matriz energética. Assim, tecnologias que envolvam o desenvolvimento e a aplicação de técnicas capazes de aumentar a rentabilidade de campos petrolíferos são importantes e necessitam de estudos mais aprofundados. Por isso, através da simulação numérica de reservatórios, pode-se fazer um estudo mais detalhado e ainda fornecer resultados convincentes. Em nível regional, o Rio Grande do Norte tem grandes reservas de petróleo pesado. Apesar de uma parte significativa dessas reservas já tenham sido produzidas (campos maduros), há sempre busca de novas tecnologias e métodos de recuperação suplementar sendo estudados, testados e implantados com o intuito de maximizar a quantidade de óleo recuperado do reservatório.

Dentre os métodos térmicos utilizados para a recuperação desses recursos, a injeção contínua de vapor tem se constituído como uma das principais alternativas economicamente viáveis. O calor latente transportado pelo vapor aquece o óleo do reservatório, reduzindo sua viscosidade e facilitando a produção. No Brasil, essa tecnologia é largamente utilizada pela Petrobras em campos localizados na região Nordeste e nas acumulações da Bacia do Espírito Santo. O volume original de óleo atualmente envolvido com esse processo excede os 5 bilhões de barris, dos quais 30% estão acumulados somente em reservatórios do Ceará e do Rio Grande do Norte (Rodrigues et al., 2009). Nos últimos anos, uma alternativa cada vez mais utilizada para aumentar a eficiência desse mecanismo tem sido a adição de solventes ao vapor injetado. Os solventes são hidrocarbonetos leves que têm a propriedade de reduzir as tensões interfaciais e facilitar a produção do óleo. Resultados experimentais, estudos numéricos e testes de campo sugerem que grandes benefícios podem ser alcançados com a adição de solventes ao vapor injetado, como o aumento das vazões de óleo e das razões óleo-vapor, redução do consumo de água e energia para a geração de vapor, diminuindo a emissão de gases causadores do efeito estufa (Nasr e Ayodele, 2006). O deslocamento no caso de injeções imiscíveis, como a injeção de vapor, não é completamente efetivo, mas o fluido do reservatório pode ser deslocado de uma maneira mais eficiente por outro fluido que seja miscível nele. É nesse ponto onde a injeção de solvente assume um papel significativo na recuperação do óleo pesado. Nas técnicas de recuperação avançada baseadas em solvente, vários mecanismos influenciam a taxa de recuperação de óleo, como a transferência de massa, as forças viscosas e a drenagem gravitacional. Ao se difundir, o solvente reduz a viscosidade e as tensões interfaciais que retardam e reduzem a recuperação do óleo. A mistura óleo-solvente flui então com maior facilidade e é recuperada nos poços produtores (Galvão, 2012). Este trabalho, trata do estudo da injeção de vapor e solvente em reservatórios com características do nordeste brasileiro. Como o reservatório é homogêneo, foi escolhido um modelo de duas dimensões para realizar um estudo numérico afim de verificar a influência de alguns parâmetros operacionais (vazão de injeção de vapor, volume de solvente injetado e distância vertical entre os poços injetor e produtor) sobre a recuperação de óleo. 2. METODOLOGIA O óleo no reservatório foi modelado usando 7 pseudocomponentes. A Tabela 1 apresenta as fracções molares iniciais para cada pseudocomponente a partir da amostra considerada. Esta mistura de hidrocarboneto tem uma viscosidade média de 819 cp, para as condições iniciais de temperatura (38 ºC) e pressão (288 psi).

Tabela 1: Frações molares de cada pseudocomponente. Pseudo-Componentes Fração molar CO2-N2 0.0072 C1-C3 0.1035 IC4-NC5 0.0032 C6-C12 0.0174 C13-C20 0.1890 C21-C39 0.4255 C40+ 0.2542 Total 1 Foi modelado um reservatório homogêneo em duas dimensões, distribuídos em uma área de 150 m x 20 m, com espessura de 30m, outras características do sistema estão apresentados na Tabela 2. Tabela 2: Modelo da malha e propriedades da rocha reservatório. Propriedades Valores Área do reservatório (m²) 150 x 20 Número de blocos i, j, k 75, 1, 30 Permeabilidade horizontal, Kh (md) 1000 Permeabilidade vertical, Kv (md) 0.1* Kh Porosidade (%) 25 Temperatura inicial do reservatório (ºC) 38 Volume de óleo in place m 3 std 12952.1 Viscosidade do óleo (cp@38 ºC) 819 Saturação de água conata, Sw (%) 28 Profundidade do reservatório (m) 200 Contato água- óleo (m) 228 Condutividade térmica da rocha (J/m*day*C) 274000 Condutividade térmica da água (J/m*day*C) 53500 Condutividade térmica do óleo (J/m*day*C) 11500 Condutividade térmica do gás (J/m*day*C) 3900 A Figura 1 mostra o mapa de saturação de óleo, apresentando uma vista frontal dos poços no modelo base onde se observa a localização dos mesmos. A distância do poço injetor e do produtor é 23 m, respectivamente. O poço injetor está localizado no topo do reservatório (200 m). Observa-se também, que o poço produtor está a 5 m de distância do contato água-óleo.

Figura 1: Mapa de saturação de óleo com vista frontal dos poços produtor e injetor. Na Tabela 3 encontram-se as condições de operação do modelo base: Tabela 3: Condições de operação do modelo base. Temperatura do vapor e do solvente (º C) 287,87 Título do vapor (%) 60 Pressão máxima no poço injetor (kpa) (psi) 7.198,1 (1.044) Pressão mínima no poço produtor (kpa) (psi) 196,5 (28,5) Vazão máxima de produção de líquido (m³std/dia) 500 Distância entre o poço injetor e o poço produtor (m) 23 4. RESULTADOS E DISCUSSÕES

Para verificar se determinados fatores exercem ou não influência no fator de recuperação de petróleo, foi realizado um planejamento fatorial completo de três variáveis com três níveis (3 3 ), totalizando 27 simulações. Os parâmetros utilizados na análise da sensibilidade podem ser observados na Tabela 4: Tabela 4: Intervalo dos parâmetros operacionais estudados. Parâmetro Mínimo (-1) Central (0) Máximo (+1) Distância vertical, Dv (m) 7 15 23 Vazão de vapor, Qv (m³/dia) 5 12,5 25 Porcentagem de solvente, %S (%) 0 5 25 As variáveis resposta foram analisadas através do diagrama de Pareto para 3 meses (Figura 2) e 5 anos (Figura 3), devido a chegada do solvente ao poço produtor estar acontecendo no início da produção. Figura 2: Diagrama de Pareto do FR para 3 meses de produção.

Figura 3: Diagrama de Pareto do FR para 5 anos de produção. A partir da Figura 2 e Figura 3 percebe-se que, para esse modelo, todos os parâmetros operacionais foram significativos no fator de recuperação (FR) de óleo. Observando-se que a distância vertical (Dv) foi o parâmetro que mais contribuiu para o incremento do FR. Quanto maior a Dv, maior a eficiência de recuperação de óleo, pois permite a formação de uma maior câmara de vapor/solvente que promove maior aquecimento e miscibilidade do óleo presente no reservatório. A vazão do vapor (Qv) foi o segundo parâmetro de maior significância estatística, Isso ocorre porque quanto maior a vazão de injeção de vapor, maior quantidade de energia injetada. A porcentagem de solvente injetado (%S) quando comparada com os outros parâmetros em análise é a menos significativa estatisticamente. Foi utilizada a técnica de superfícies de resposta para analisar a influência das interações entre dois parâmetros de modo a identificar a máxima e mínima resposta sobre o fator de recuperação. As superfícies de resposta foram analisadas somente para as interações entre Qv e Dv já que há um interesse maior em saber como eles se comportam no incremento do FR. A Figura 4 mostra a interação entre a vazão de vapor (Qv) e a distância vertical (Dv) no fator de recuperação apenas em 3 meses, 6 meses e 5 anos de produção, já que em 10 anos o comportamento foi parecido com o de 5 anos. Observa-se então que em 5 anos de projeto o maior fator de recuperação foi obtido quando a vazão de injeção (Qv) e distância vertical (Dv) estavam em seus

níveis máximos. Já nos 3 e 6 meses, o maior FR foi obtido quando Qv atingiu o nível máximo e Dv seu nível mínimo. Isto mostra a importância da análise das variáveis em diferentes níveis para encontrar uma melhor forma de atingir um FR máximo. Figura 4: Análise da interação entre a vazão de vapor (Qv) e a distância vertical (Dv) em 3 meses, 6 meses e 5 anos de produção. A partir das curvas de nível analisadas nesta seção, conclui-se que entre os parâmetros operacionais (distância entre poços e vazão de injeção de vapor) foi observado que Qv sempre incrementa o FR em seu nível máximo, já o Dv depende do tempo, no caso, nos primeiros meses ele incrementa o FR em seu nível mínimo, e em 5 e 10 anos em seu nível máximo.

6. CONCLUSÕES Os parâmetros operacionais distância vertical (Dv), vazão de vapor (Qv) e porcentagem de solvente (%S) influenciam no fator de recuperação; Um aumento na vazão de vapor (Qv) sempre incrementa o fator de recuperação; A distância vertical (Dv) depende do tempo, no caso, nos primeiros meses ele incrementa o FR em seu nível mínimo, já em 5 e 10 anos em seu nível máximo. 7. REFERÊNCIAS GALVÃO, E. R. V. P. Injeção de vapor e solvente como um método de recuperação avançada em reservatórios de óleo pesado. Dissertação de Mestrado, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 106 p., Natal, 2008. NASR, T.N.; AYODELE, O. R. New Hybrid Steam-Solvent Processes for the Recovery of Heavy Oil and Bitumen. SPE 101717. Novembro, 2006. RODRIGUES, M. A. F. et al. Otimização dos parâmetros operacionais para viabilizar a produção de óleo em reservatórios que apresentam segregação gravitacional durante a injeção de vapor. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE P&D EM PETRÓLEO E GÁS, 5, 2009, Fortaleza. Trabalho técnicos... Rio de Janeiro: Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás IB, 2009. 8. AGRADECIMENTOS CMG; PRH-221.