Manual de Direito Digital
Direito Digital Universidade de Fortaleza Glaydson Lima, autor do livro Manual de Direito Digital Membro da Comissão de Direito da Tecnologia da Informação da OAB/CE Membro da Associação dos Peritos em Computação Forense APECOF Marcos Monteiro, presidente da APECOF.
Direito Digital: Elo entre Direito e Informática
Direito Digital Direito Penal Direito Digital Direito do Trabalho Direito Digital Direito Civil Direito Digital Direito Tributário
Direito Digital aplicado: Código Penal - Invasão de dispositivo informático Art. 154-A. Invadir dispositivo informático alheio, conectado ou não à rede de computadores, mediante violação indevida de mecanismo de segurança e com o fim de obter, adulterar ou destruir dados ou informações sem autorização expressa ou tácita do titular do dispositivo ou instalar vulnerabilidades para obter vantagem ilícita: Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa.
CASOS
CASO 1. Direito do Trabalho Patrício, porteiro, foi demitido em 2016 por justa causa por acessar com frequência sites com pornografia no ambiente de trabalho (CLT art. 482, e, desídia no desempenho das respectivas funções ). A prova alegada para demissão foi o registro de sites acessados pelo computador que ele utilizava quando estava sozinho na portaria da empresa.
CASO 1. Acesso indevido a sites de pornografia na empresa Direito do Trabalho Patrício ajuizou ação na Justiça do Trabalho para tentar reverter a demissão por justa causa. A empresa apresentou em contestação termo de uso da internet assinado pelo funcionário e relatório de acesso onde se podia ver a visualização de centenas de sites impróprios por dia.
CASO 1. Acesso indevido a sites de pornografia na empresa Direito do Trabalho Em audiência, o advogado de Patrício alegou que: 1) Não houve juntada do log de acesso. 2) Não há prova que o endereço IP informado era utilizado pelo funcionário. 3) O relatório apresentado é facilmente adulterável. 4) Segundo o Marco Civil da Internet a empresa não poderia guardar os registros de acesso, representando prova ilícita vedada sua utilização pela Constituição.
CASO 1. Acesso indevido a sites de pornografia na empresa Posição dos tribunais trabalhistas: é causa de demissão por justa causa o acesso a sites com pornografia desde de que o funcionário tenha assinado termo de uso de acesso à internet. Contudo, o posicionamento é anterior ao Marco Civil da Internet.
CASO 1. Acesso indevido a sites de pornografia na empresa Log de acesso SQUID.
CASO 1. Acesso indevido a sites de pornografia na empresa Marco Civil da Internet Art. 14. Na provisão de conexão, onerosa ou gratuita, é vedado guardar os registros de acesso a aplicações de internet. Art. 29. O usuário terá a opção de livre escolha na utilização de programa de computador em seu terminal para exercício do controle parental de conteúdo entendido por ele como impróprio a seus filhos menores, desde que respeitados os princípios desta Lei e da Lei no 8.069 (ECA).
CASO 1. Acesso indevido a sites de pornografia na empresa Pode guardar os registros de acesso? Constituição Art. 5o, LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos ; Permissão para controle parental (Art. 29 do MCI)
CASO 2. Pornografia de Vingança Divulgação não autorizada de imagens íntimas de parceiros.
CASO 2. Pornografia de Vingança Joaquina foi informada que várias fotografias íntimas suas estavam disponíveis em perfil anônimo na rede social Twitter. Tais imagens foram capturadas pelo seu antigo namorado que alega ter deixado smartphone no conserto e que lá teriam sido capturadas e enviadas.
CASO 2. Pornografia de Vingança A vítima contratou um advogado que fez a comunicação à rede social que excluiu o conteúdo (MCI art. 21). Vítima ajuizou ação sem identificação do réu (CPC, Art. 319, 1o) e solicitou ao juiz que requeresse ao o Twitter o fornecimento do endereço IP de quem publicou as informações fornecendo a URL das publicações. Como resposta foi informado IP do envio como 177.158.174.153 e a confirmação que foi realizada às 15:32 de 12/12/2016 (GMT +3).
CASO 2. Pornografia de Vingança Marco Civil da Internet Art. 21. O provedor de aplicações de internet que disponibilize conteúdo gerado por terceiros será responsabilizado subsidiariamente pela violação da intimidade decorrente da divulgação, sem autorização de seus participantes, de imagens, de vídeos ou de outros materiais contendo cenas de nudez ou de atos sexuais de caráter privado quando, após o recebimento de notificação pelo participante ou seu representante legal, deixar de promover, de forma diligente, no âmbito e nos limites técnicos do seu serviço, a indisponibilização desse conteúdo.
CASO 2. Pornografia de Vingança Foi identificado que o IP 177.158.174.153 pertence à TELEFÔNICA BRASIL S.A. Vítima requereu a intimação da operadora para fornecer a identificação do detentor do IP na data/hora solicitada. A operadora forneceu os dados que correspondiam ao ex-namorado da vítima.
CASO 2. Pornografia de Vingança Constituição Federal, Art. 5o, XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal; X Constituição Federal, Art. 5o, X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação;
CASO 2. Pornografia de Vingança SOBRE ARQUIVOS DE COMPUTADORES 1. Um arquivo apagado, mesmo que a lixeira tenha sido esvaziada, mesmo que o computador tenha sido formatado, pode ser recuperado. 2. Arquivos de imagens podem contar informações sobre o equipamento que foi utilizado para captura e até as coordenadas geográficas de onde foram tiradas.
CASO 3. Phishing/Cavalo de Tróia Envio em massa de e-mail com malware que diz conter fotos de terrível acidente com cantor famoso. O arquivo, ao ser executado, instala um programa que intercepta o acesso ao internet banking e envia os dados de acesso para uma quadrilha especializada.
CASO 3. Acesso e subtração de dinheiro em internet banking Márvio adquiriu um software na internet capaz de enviar e-mails para milhares de pessoas contendo malware. Depois da investigação policial ele foi preso pois em uma das contas capturada realizou pagamento de fatura do cartão de crédito de seu irmão. Ministério Público o denunciou no crime de furto qualificado por rompimento de obstáculo (CP. art 155, 4º, I).
CASO 3. Acesso e subtração de dinheiro em internet banking Não havia dúvida da autoria dos atos. Márvio contratou um advogado para defendê-lo.
CASO 3. Acesso e subtração de dinheiro em internet banking Furto Qualificado Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel: 4º - A pena é de reclusão de dois a oito anos, e multa, se o crime é cometido: I - com destruição ou rompimento de obstáculo à subtração da coisa; II - com abuso de confiança, ou mediante fraude, escalada ou destreza;
CASO 3. Acesso e subtração de dinheiro em internet banking Estelionato Art. 171 - Obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil, ou qualquer outro meio fraudulento: Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, de quinhentos mil réis a dez contos de réis.
CASO 4. Tributário: arredondamento de duas casas decimais Fazenda multou empresa que, ao guardar o ICMS os valores do tributo, utilizou duas casas decimais em cada operação da nota fiscal: Ex: Produto X, Valor R$ 56,45, Alíquota 17%, Tributo R$ 9,5965 Produto Y, Valor R$ 43,89, Alíquota 12%, Tributo R$ 5,2668 R$ 14,86 (Fazenda) R$ 14,85 (Empresa)
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