ESTIMATIVA DO USO DE AGROTOXICOS EM CINCO MUNICIPIOS DAS BACIAS HIDROGRAFICAS DOS RIOS PIRACICABA, CAPIVARI E JUNDIAi -1994

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Transcrição:

ISSN Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuiria Centro Nacional de Pesquisa de Monitoramento e Avaliaciio de Impact Ambiental Ministeno da Agricultura e do Abastecimento 1, maio/97, p.1-5 COMUNICADO TECNICO ESTIMATIVA DO USO DE AGROTOXICOS EM CINCO MUNICIPIOS DAS BACIAS HIDROGRAFICAS DOS RIOS PIRACICABA, CAPIVARI E JUNDIAi -1994 Alfredo J.Barreto Luiz l : Marcos C. Neves Claudio A. Spadotto3 Este trabalho pretende caracterizar o use de agrotoxicos nos municipios de Braganca Paulista, Itatiba, Campinas, Limeira e Rio Claro, todos pertencentes as Bacias Hidrograficas dos Rios Piracicaba. Capivari e Jundiai. 0 metodo proposto utiliza alguns dados presentes nas receitas agronamicas para avaliar o use de cada produto nas culturas agricolas e nos municipios. A Secretaria de Recursos Hidricos. Saneamento e Obras do Estado de Sao Paulo, atraves da Unidade de Gerenciamento de Programa - Piracicaba. Capivari e Jundiai (UGP-PCJ) esti elaborando Tirag e no: 500 exe mp la res estudos sobre a qualidade das aguas dessas Bacias, no ambito do Projeto Qualidade das Aguas e Controle da Poluicao Hidrica, suportado pelo Ministerio do Planejamento e Orcamento e pelo Acordo de Emprestimo n. 3503 BR, firmado entre a Uniao e o Banco Munidal. tendo em vista a montagem de um amplo Programa de Investimentos nas mesmas. Nesse sentido, solicitou a Embrapa-CNPMA, dados relativos as atividades agricolas na regiao. com especial referencia ao use agrotoxicos, para o ano de 1994. Para o atendimento desta solicitacao, foram utilizadas as informacoes contidas em uma base alimentada com dados referentes as receitas agronomicas emitidas pelos engenheiros agronomos e florestais do estado de Sao Paulo, dui -ante o ano de 1994. Esta base de dados e fruto de um convenio entre o CREA-SP e a Embrapa-CNPMA. e para operacionaliza-la foi desenvolvido um aplicativo denominado SISCREA. Com este sistema e possivel estabelecer uma forte indicacao dos produtos mais utilizados nos municipios destas Bacias. Embora os \ alores apresentados pelo sistema reflitam apenas o comercio Oficial de agrotoxicos, o perfil indicado dove ser semelhante ao consumo real. [ Embrapa Meio Ambiente. Caixa Postal 69-13820-000 - Ja?uaridna. SP. En2. Eletricista., MSc., Embrapa Meio Ambiente. 3 En. ALYr.M.Sc.. Embrapa Meio Ambiente.

COMUNICADO TECNICO CT/01, CNPMA, maio/97, p.2 0 grau de distorcao desta imagem influenciado principalmente pelos fatores apresentados ao final deste trabalho. A escolha dos municipios baseou-se nos seguintes criterios: eles deveriam ter pelo menos 90% da sua area nas Bacias de interesse (Sao Paulo, 1993); deveriam apresentar area, populacao, vocacao agricola e caracteristicas geoclimaticas bem variadas; e ainda deveriam estar espacialmente bem distribuidos. importante ressaltar que o metodo empregado (Neves et al., 1996) para obter os dados para estes municipios pode ser utilizado para qualquer outro do estado de Sao Paulo, pertencente ou nao a estas Bacias. As Tabelas 1 e 2 apresentam os dados enfocados pelo ponto de vista do tipo de agrotaxico utilizado. Apos varias analises, foram selecionados os produtos que apareciam com consumo elevado em pelo menos dois dos municipios estudados; estes produtos, que na base de dados aparecem com seus nomes comerciais, foram agrupados pelas substancias quimicas basicas (COMPENDIO, 1987). Todos os demais produtos foram agrupados sob o titulo "outros". 0 valor apresentado e a soma em quilogramas (kg) ou litros (1) de todos os produtos comerciais com mesma substancia quimica basica. Nota-se que apenas as seis substancias mais receitadas representam 63,3% da carga total para os cinco municipios durante o ano de 1994, isto se torna ainda mais significativo quando sabemos que o mimero de produtos comerciais receitados para cada municipio foi de 79 em Rio Claro, 124 em Itatiba, 139 em Braganca Paulista, 183 em Campinas e de 224 em Limeira. quanto ao namero de receitas, os mesmos seis produtos representam 35% do total emitido no periodo, o que mostra que, em media, eles sao receitados em quantidades maiores por receita. TABELA 1 - Carga total de agrotoxicos (em kg ou 1) receitada para cinco municipios das Bacias do Piracicaba, Capivari e discriminada pela substancia quimica basica dos -produtos com maior carga - 1994. Produto % Soma Limeira Rio Claro Campinas Braganca Itatiba Outros 36,7 82.846,8 36.429,6 12.520,4 16.205,3 10.396,4 7.295,1... Enxofre 67.001,0 49.515,0 15.179,0 996,0 1.055,0 256,0 Cobre 26.606,3 20.498,0 3.011,0 1.980,3 414,0 703,0 Glifosate 63,3 17A74,6 7.604.1 2.725,0 5.414,8 666,5 1.064,2 Mancozeb 13.143,0 3.009,0 98,0 6.489,0 1.588,5 1.958,5 Diuron 11.073,0 9.830,0 1.097,0 82.0 12,0 52,0 Mirex 7.368,6 5.061,5 1.157,5 774,1 157,5 218,0 Total 100 223.513,3 131.947,2 35.787,9 31.941,5 14.289,9 11.546,8

COMUNICADO TECNICO CT/01, CNPMA, maio/97, p.3 TABELA 2 - Namero de receitas de agrotoxicos emitidas para cinco municipios das Bacias do Piracicaba, Capivari e Jundiai, discriminado pela substancia quimica basica dos produtos com maior carga - 1994. Produto Soma Campinas Limeira Itatiba Braganca Rio Claro Outros 65 4.502 1.544 1.683 587 537 151 Glifosate 979 515 310 64 55 35 Mancozeb 408 134 95 107 66. 6 Mirex 35 388 282 66 19 14 7 Enxofre 318 42 249 18 4 5 Cobre 262 60 121 47 29 5 Diuron 73 9 39 6 3 16 Total 100 6.930 2.586 2.563 848 708 225 Nas Tabelas 3 e 4 as informacoes extraidas do mesmo conjunto de dados foram abordadas do ponto de vista das culturas, ou seja, os valores apresentados representam a quantidade total de agrotoxicos receitada, para cada cultura escolhida, durante 1994. Foram destacadas as culturas onde sabidamente se utiliza grande quantidade de agrotoxicos por area ou aquelas que ocupam grande area (SPADOTTO, 1996); todas as demais culturas foram agrupadas sob o titulo "outras". Os valores em percentagem na linha "total" correspondem a participack de cada municipio na carga total receitada (Tabela 3) e no mimero total de receitas (Tabela 4). TABELA 3 - Carga total de agrotoxicos ( em kg ou 1 ) receitada para cinco municipios das Bacias do Piracicaba, Capivari e Jundiai, discriminada por culturas selecionadas. Cultura % Sonia Limeira Rio Claro Campinas Braganca Itatiba Outras 11,5 26.030,8 3.691,6 2.167,6 13.256,5 3.687,5 3.227,6 Citrus 138.307,8 108.339,0 23.127,1 4.9132 1.344,9 583.6 Cana 24.786,5 15.927,0 8.768,0 91,5 0 0 Tomate 12.310,1 2.057,3 8,0 4.799,7 2.498,7 2.946,4 Batata 8.306,3 50,1 0 2.278,5 2.944,7 3.033,0 Milho 5.704,3 626,2 612,7 1.636,4 2.494,3 334.7 Feijdo 2.936,3 482,9 55,5 1.391,1 339,3 667,5 Café 88,5 4.161,5 70,0 1.005,0 2.211.5 601.0 274,0 Uva 1.750/ 29.0 0 1.0522 246,0 423.0 Algodao 615,0 489,0 2,0 105,0 4,0 15.0 Arroz 366.0 181.1 42.0 142,9 0 0 Morango 146,5 0 0 3.0 104.5 39.0 Trigo 64,0 4.0 0 60,0 0 0 Fumo 28,0 0 0 0 25.0 3.0 Total 100 225.513.3 58.5% 15,9% 14.2% 63% 5.1%

COMUNICADO TECNICO - CT/ 01, CNPMA, maio/97, p.4 Nota-se que as treze culturas escolhidas representam 88,5% da carga total para os cinco municipios durante o ano de 1994, isto se torna ainda mais significativo quando sabemos que o mimero de culturas constantes nas receitas emitidas para cada municipio foi de 58 em Campinas, 47 em Itatiba, 41 em Braganca Paulista, 30 em Limeira e de 26 em Rio Claro. Ji quanto ao mimero de receitas, as mesmas culturas representam 63,9% do total emitido no periodo, o que mostra que, em media, elas recebem indica* de maior quantidade de agrotoxicos por receita. Podemos notar que ha uma distincao bem clara quanto ao perfil de uso de agrotoxicos entre os municipios. Limeira e Rio Claro sao extremamente especializados, concentrando 94,2 e 89,1% respectivamente da carga total receitada apenas nas culturas de cana e citrus. Ji nos demais municipios isto nao acontece, sendo bem clara diversificacao de culturas e produtos nos mesmos. Ressaltamos ainda que a mesma base de dados utilizada aqui podera ser abordada corn diversos objetivos, o que nos levaria a agrupar os produtos nao por cultura e sim por classe toxicologica ou por uso (herbicidas, fungicidas inseticidas, etc.) ou por qualquer outro aspecto de interesse. Alen' disso, poderiamos estar interessados nao nos produtos mais utilizados, mas sim nos corn menores DL50, ou maiores valores para a meia-vida, a depender do objetivo do trabalho. TABELA 4 - Numero de receitas de agrotoxicos emitidas para cinco municipios das Bacias do Piracicaba, Capivari e Jundiai, discriminada por tipo de algumas culturas selecionadas. Cultura Soma Campinas Limeira Itatiba Braganca Rio Claro Outras 36,1 2.504 1.834 154 265 214 37 _ Citrus 2.607 320 2.103 75 41 68 Tomate 685 I83 37 298 164 3 Batata 302 45 12 79 166 0 Milho 215 63 70 26 45 11 Feij "do 185 34 58 45 42 6 Cana 179 6 78 0 0 95 M., a 91 41 8 38 4 0 Cafe 63.9 88 48 5 12 21 2 Al goda'o 27 3 21 1 1 1 Arroz 20 4 14 0 0 2 Morango 19 3 0 8 8 0 Trigo 5 2 3 0 0 0 Fumo 3 0 0 1 2 0 Total 100 6.930 37.3% 37,0% 12.2% 10,2% 3.2%

COMUNICADO TECN1C0 CT/O1, CNPMA, maio/97, p.5 Segundo a legislacao, todos os produtos agrotoxicos deveriam ser comercializados mediantf apresentacao de uma receita agronomica, prescrita por um profissional qualificado. Porem, na reali/ isto nem sempre ocorre. Este fato faz com que o uso dos agrotoxicos, estimado por este metodo, repre-, urn subconjunto do que e de fato comercializado. Alem disso, algumas vezes os dados de destinacf, receita prescritos nas receitas nao correspondem a realidade. Um produto pode ser indicado na utilizacao em determinada cultura e ser efetivamente utilizado em outra. 0 mesmo pode acontecer cob,. a localizacao da cultura. Em termos tecnicos, existem problemas de validade que se originam na discrepancia ent-; normas e o comportamento real dos individuos. Estes problemas, que afetam a precisao do metodo retratar a realidade, tendem a diminuir a medio e longo prazo pela atuacao da fiscalizacao e a sensibilizacao da comunidade para a importancia do uso correto do receituario. Porem, a importante ressaltar que, dr vido ao numero alto de receitas, esta fonte de dados se torna robusta em relacao a erros destes doffs tipos, j, offs eles podem ocorrer com a mesma probabilidade em qualquer municipio, cultura, produto ou data, excetuando-se aqueles referentes a produtos proibidos para determinadas culturas, que por isso poderiam ser intencionalmente prescritos na receita como se fossem para outra cultura. Alem disso, nem todas as receitas recebidas podem ser digitadas imediatamente, devido a falhas no preenchimento de algum item obrigatorio. No presente trabalho estima-se que 96% das receitas relativas ao ano de 1994, que chegaram ao CREA-SP, foram digitadas. Ha necessidade de se obter informacoes de outras fontes para que a representatividade do receituario possa ser avaliada e o quanto as informaceies estao distorcidas da realidade possa ser identificado, medido e eventualmente corrigido. REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS COMPENDIO de defensivos agricolas: guia pratico de produtos fitossanitarios. 2. ed. rev. atual. Sao Paulo: Andrei, 1987. 492 p. NEVES, M. C.; SPADOTTO, C. A.; LUIZ, A. J. B. Metodo para a caracterizacao do uso de agrotoxicos para o estado de Sao Paulo: aplicacdo em areas irrigadas. In: CONGRESSO NACIONAL DE IRRIGAcA.0 E DRENAGEM, 11., 1996. Campinas. Anais. Campinas: UNICAMP, 1996. p.480-487. SA.0 PAULO. Conselho Estadual de Recursos Hidricos. Divisio hidrografica do Estado de Sao Paulo. SAO Paulo, 1993. esc. 1:1.000.000. SPADOTTO, C. A.; GOMES, M. A. F.; NEVES, M. C.; LUIZ, A. J. B. Caracterizac5o do uso de agrotoxicos no Brasil: subsidio para o gerenciamento dos riscos ambientais. In: CONGRESSO LATINO AMERICANO DE CIENCIA DO SOLO, Aguas de Lindoia, 1996. Anais. CD-ROM.

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